Como ''dia não mata dia'' chegou
o tempo de colocar um ponto que vai permitir o início de um novo parágrafo:
tempo de aspirar! ''Mesmo que a fruta na árvore
fosse verde, queira como não, numa grande tempestade acaba por cair'' A
teimosa e resistente fruta na árvore chamada Angola caiu. Isto é uma brecha que
permite a árvore se preparar para a nova estação de produção. Este círculo
produtivo é um processo natural e divina, pois nenhum homem poderoso, que tenha
poder de mudar, inverter, corromper este processo. Para com Angola chegou a
fase de mudar o seu rumo. Esta oportunidade que o MPLA tanto negou com rigor e
vigor aos angolanos. Com a instalação de JLo na cadeira presidencial, Angola
iniciou uma fase transitória para um futuro diferente.
Para um científico capaz de observar e analisar a estrutura da gestão eco
politica de Angola pode concluir que tanto o país permanece dirigido com este
estilo de organigrama económica, as alternâncias terão poucos efeitos. Vejamos:
Angola é dirigida como todos os países africanos em via de desenvolvimento pela
política. Portanto a nossa politica não é científica nem patriótica mas
emocio-sentimental. Segundo a nossa estrutura o MPLA dirige sozinho o destino
de Angola. O nosso governo depende do Movimento, ele é apenasmente uma porção
dependente ao partido. Tudo de/em Angola pertence primeiro ao MPLA. A equação
torna-se mais difícil porque o próprio MPLA não é ainda capaz de se colocar
levantado/erguido. ''Um cego (MPLA) que carrega outro cego (governo), vão
caindo juntos no buraco diz o livro da sabedoria. Angola não possui seu próprio
bolso; Angola (eterna) vive do bolso do MPLA (passageiro). Por isso como Angola
não possui ainda seu próprio bolso e o bolso do MPLA pertenceu ao PR, então o JES,
Presidente da Republica não podia diferenciar o seu próprio bolso ao bolso do
MPLA, assim como os filhos. O Movimento vive em cima de tudo, ate a nossa
constituição depende do MPLA, (gravíssimo erro) uma realidade e lógica tão
absurda. Se não mudarmos isso, o balanço do reinado de JLo será tão negativo
como o de JES. Por consequência JLo só poderá mudar o aspecto moral da
sociedade, sem portanto mudar a economia. Combater a corrupção não lhe será
possível, uma vez não poderá combater seus colegas com que compartilha a
riqueza da nação/MPLA. A questão de desenvolvimento de Angola não repousa nas
implementações de politicas (somos teóricos!!!) mas sim na mudança da própria
estrutura organizacional da gestão da nação (aqui seremos teóricos e práticos
com uma mentalidade nova).
A preocupação de enriquecimento foi o ultimato golo no reinado de JES que
não pensou arquitectar (negando nossos conselhos) um legado histórico. Criar
vias para ocupar uma página na história é sempre uma herança eterna mas criar
um império financeiro pode ser um legado temporário. Hoje está se apagando
paulatinamente a memoria de JES (ainda vivo) e família, apontando-os dedos como
patrocinadores do sofrimento de Angola.
Se fazermos uma breve análise do reinado de JES, baseando-se no que concretamente
se vive, mesmo nas ruas empoeiradas do Kazenga, passando pelos ornamentos de
Talatona, o saldo é autenticamente negativo. Não houve nenhum progresso político
que se realizou no fulcro do MPLA. Ele jurou seguir os ensinamentos de Neto;
coisa que não realizou. As poucas bases deixadas por Neto foram completamente
destruídas. Levou-nos na passagem do comunismo a democracia portanto optou pela
realidade de ''orneou o carro com nova
pintura enquanto manteve o motor patifado'', negando toda adaptação ao
progresso universal que assolou nações. Duma forma à outra preferiu instalar e
alimentar com benignidade a corrupção. Ele promoveu os interesses pessoais do círculo
da sua influência.
Na economia, realça-se a passagem de todo tecido económico para os novos
patrões; a sua família e o seu arredondado que pilharam sem piedade os recursos
e rendimentos angolanos como se pertencessem ao seu clã. Deu nascimento a uns milionários
que partiram da venda de golden eggs e
roubos. Grandes empresas como Sonangol, Cimangol, Taag etc. tornaram-se patrimónios
privados da família (cleptocracia e nepotismo). Construiu-se algumas inaugurações
como moedas de troca eleitoral. Foram assinados alguns contractos fantasiados e
fantochadas cuja factura é uma volumosa dívida que hipoteca assim dezenas de
gerações vindouras. Foi forçado pela fragilidade da saúde deixando um cofre bem
esvaziado ao JLo, que irá transpirando décadas a pois década.
Nos aspectos sociológicos, podemos realçar que JES com a sua cúpula partidária
destruiram quase todo o tecido moral, disciplinário e tudo de angolanidade. Foi
sempre entrincheirado no seu palácio, aquecido pelo perfume de uma primeira-dama,
que na última hora, com certa razão o fez solteiro maior. A lógica prova-nos que
''Quem não consegue conglomerar sua
própria família não terá efectividade de dirigir uma estrutura maior''. Sua
família vive hoje um desabando que a filha (Josefa) que rejeitou publicamente
tenta reconstituir. A sua politica da exclusão social e o carácter tribal do
partido abismaram a reconciliação entre angolanos. As suas associações de
massas (JMPLA, OMA, OPA) incluindo a domesticação da Igreja têm contribuído
para conservar angolanos divididos. Essas falhas fazem com que hoje o Movimento
não conscientemente permite eleições livres e transparentes.
A passagem de poderes no seio do partido vai exigindo muita reflexão aos
membros. O MPLA que mais se preocupa para aniquilar outros partidos enquanto na
sua arruinada casa as fissuradas paredes estão em lambes, deve aprender a ''varrer a sua casa antes de criticar as dos
vizinhos'' Sabe-se que tudo nesta baralha se faz na competição mas procurar
acabar com outros movimentos históricos é um jogo de mau gosto e utopia. O MPLA
é mesmo anémico e precisa um controlo terapêutico muito sério. Muitos membros
históricos do Movimento morreram amargurados e chateados na pobreza. Bem
aventurados aqueles cachorros que cedo desertaram cada levando um osso nas
mandíbulas. JLo fez uma boa partida mas ainda corre o risco de estagnar no
vazio do tempo. Ele tem de incentivar angolanos que o observam a braços
cruzados, eliminar no seu círculo as más frequências com os quais esbanjaram
juntos este bolo angolano, valorizar as leis, fazer respeitar as instituições e
dedicar um lugar notável ao angolano (estudo, saúde, emprego e habitação).
Desassociar-se totalmente e completamente com JES é um factor imperativo como
garantia de sucesso. Vamos encerrar o velho parágrafo chamado JES e iniciar nesta
semana uma nova frase do novo parágrafo; dando nova esperança ao angolano, oferecendo-lhe
nova motivação. Vamos dar uma oportunidade ao angolano de trabalhar, pois nunca
labutemos. A criação de diferentes bolsos é muito estratégico para o sucesso
financeiro e desenvolvimento da nação. Que haja um bolso próprio da nação. Que
cada partido tenha o seu próprio bolso, incluindo o MPLA, e finalmente o PR
deve com o seu bolso pessoal diferenciar o estatal ao privado.
Parabéns ao novo Presidente do MPLA! Que o passado lhe serve de lição e
trampolim.
Nkituavanga II