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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

VERGONHOSAS ELEICOES NO CONGO


Muitas vezes somos convidados a explicar certas coisas em formas comparativas para facilitar os problemáticos de poder cativar as revelações. Isto muitas vezes não tem nada haver com a capacidade intelectual do individuo, sabendo que fomos todos sujeitos ao brainwasching process duma revolução cuja ideologia era de dividir para melhor reinar.

Observando o mapa geográfico de África vê-se logo um grande espaço territorial colocado em cima (ao norte) de Angola que na realidade é maior a esta. A RD do Congo, o ex-Zaire de Mobutu é o país que tem uma fronteira terrestre que cobre quase a metade da fronteira não marítima de Angola. O Congo não só é maior (com 2 345 000km²) que Angola mas é também mais povoado (estimada + de 60 milhões) e mais rico em termo de mineral (coltão, cobre, diamante, urânio, (floresta equatorial, okapi), petróleo etc.).

Historicamente o Congo ajudou, participou e colaborou sem sombra de dúvida para a independência de Angola. Não se vai negar as influências negativas deste, mas não implicaria rejeitar hipocritamente o positivo. Congo albergou a FNLA, MPLA e UNITA no seu território, onde quase a maioria de dirigentes não só transitaram mas viveram. Não foi o famoso discurso de Mobutu nas tribunas da ONU que alarmou o mundo sobre o comportamento nefasto dos portugueses e compadres em África? Que acelerou as independências de muitos países incluído Angola.

NOUTRO LADO

O grande revolucionário e filósofo Frantz Fanon, uma vez declarou: ‘’a África tem a forma duma pistola cujo gatilho é no Congo’’ nesta realidade geoestratégica eu vejo e tenho declarado que: Angola é o ferro em meio arco da pistola que cobre o gatilho dando-lhe protecção e manobra para circundar’’. Pondo esta declaração com os acontecimentos de hoje numa mistura das minhas concepções, vejo um grande filme surpreendente que vai se desbobinando no mundo.

Os congoleses conheceram uma ditadura de mais de 30 anos, facto que fez que hoje a juventude congolesa se espalhe no mundo. Congo é actualmente reconhecido oficialmente como único país do mundo que tem cidadão em cada nação do globo. Num passado próximo o congolês foi então visto no mundo como BMW (Bier (cerveja), Music (musica) e Woman (mulher; designando mulherengo). Esta fraqueza de ontem vai-se paulatinamente transformando por uma força. Então o BMW de ontem fez-se hoje combatente.

O Congo acaba de sair do período eleitoral e entrou numa revolução tumultuosa que vai cristalizar a consciência da humanidade numa exposição onde os bons vão se separar dos maus. Permite-me dizer que nunca houve eleições justas no mundo, porque mesmo nos países desenvolvidos, as eleições foram sempre conotadas com fraudes. Assim como já se viu na Alemanha de Helmut Kohl, Na América de Jorge Busch, Na Rússia de Putin, No Zimbabwe de Mugabe, em Angola de JES etc. O que se passou no Congo não se pode considerar por eleições! Foram na realidade as eleições mais sujas do planeta. Nelas foram apanhados boletins de voto antes e mesmo depois do período eleitoral. Surgiram boletins sem a figura do Tshisekedi, candidato do povo. Outros apareceram com um postulante desconhecido a mais. Carros da ONU foram surpreendidos cheios de boletins de votos já marcados, digitando Kabila. Foram apanhados boletins armazenados em muitos edifícios de igrejas. Kabila cometeu a imprudência de ganhar 100% numa província, justificando que o povo vive do tribalismo. Na cabeça do CENI (comission electoral mational et independante = ao CNE angolano) colocaram um pastor co-fundador do PPRD (partido de Kabila, que se candidatou como independente só pelo facto de não ser fundador deste e intenciona criar seu próprio MPLA congolês).

Tanto em 1992 como em 2006 houve eleições fraudulentas em Angola, onde se verificou a obra do músculo escuro do MPLA na manipulação da consciência do cidadão. Primeiramente houve grandes batotas e cambalachos nas campanhas e propaganda. O MPLA fez-se dono de todo equipamento, apropriando-se de tudo desde simples ar atmosférico, tempo, vidas de angolanos, rádio, televisão, bancos, meios de transporte e todas as infrastruturas que serviam para o evento. Angola conseguiu de esconder fantochadas urnas aquarteladas no Congo, Namíbia e em diferentes quartéis militares só para garantir a vitória dos comunistas. Esta mesma prática Angola usou em 2006 para garantir a cadeira presidencial ao Joseph Kabila kanambe.

Hoje o mesmo Kabila ganhou ilicitamente as eleições mas teatralmente depois uma vitória que se diz convencida, enche as ruas com 25 000 mercenários vindo de diferentes países como Ruanda, Uganda, Tanzânia, Angola, Zimbabwe e África do Sul para alem das forças da ONU. As ruas de Kinshasa são invadidas pelos tanques e tropas armadas ate aos dentes caçando uma população indefesa. Legalmente Kabila ficou na terceira posição e reconhece sem dúvida que houve irregularidades.

Kabila que fez um juramento na presença de uma população reduzida e numa esquina ao lado de um quartel militar encontra resistência nesta rivalidade presidencial com o populoso Etienne Tshisekedi. No seu juramento oficial participaram vários músicos e artistas da comédia congolesa e dois outros candidatos a mesma presidência como Kengo Wa Dondo que possivelmente será o primeiro-ministro do governo kabilista. Independentemente de embaixadores, não houve representações estrangeiras se não for os de ONG’s. Angola fez-se representada pelo ministro das relações exteriores enquanto Congo Brazzaville enviou seu ministro de transporte para dignificar Kabila como antigo taxista em Ruanda. O único presidente no mundo que presenciou as aventuras de Kabila foi Robert Mugabe do Zimbabwe. Por seu lado, Tshisekedi foi impedido de jurar como previsto no grande estádio Kamaniola. Este viu a sua residência barricada por uma armada com tanques prontos para ‘’apanha-lo’’ felizmente salvo na última hora numa chamada urgente de Hillary Cliton. Congo é hoje palco da revolução! Talvez Congo será a tal trincheira firme da revolução que Agostinho Neto sonhara.

O medroso congolês de ontem se metamorfoseou, pois já não conhece o medo. Com os congoleses, nasceu em vários países europeus uma revolução que faz estremecer as consciências. Em Kinshasa existe hoje muitos reduzidos bolsos da resistência e o ambiente está dominado pelo medo, terror, óbitos, choros, caça e tiroteios etc. Noutras províncias há calma mas em Kananga e Baixo-Congo vive-se o terror imposto pelos cães angolanos da guerra. A tropa angolana já entrou em cena como sempre sem que haja opinião do dito parlamento. O chefe não hesitou para lá mandar seus cachorros mas a única preocupação foi explicar ao genro Sidiki Dokolo que lá se vai proteger os interesses nacionais e impedir a movimentação as forças da FLEC, pensando que este não sabe localizar Kananga no mapa do Congo e Cabinda em Angola.

Na diáspora, penso eu que o congeles vai dando lição ao resto do mundo juvenil africano. Revejo o cenário onde o revoltoso Libório do Bem-Amado estrangula com uma tremenda força a sua ladroeira esposa. Quem poderia imaginar que o jovem Cedrick apetrechado com um patriotismo abandone Angola e regressa ao Congo só para eleger o candidato do povo Tshitshi. Infelizmente o voto do rapaz foi desviado a vantagem do Kabila e Cedrick heroicamente para reivindicar seus direitos ascende seu corpo agasolinado e queima-se. Que bravura? Mesmo se alguém considere por estupidez!

O que foi alcunhado por BMW levanta e mete-se a gritar ao topo da sua voz apelando povos do mundo ao reconhecimento dos seus direitos e respeito a sua escolha. O congolês da diáspora vai manifestando em Londres, Bruxelas, Toronto, Venezuela, África do Sul, Escócia, Cap Town, Jonesburgo, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Paris, Austrália, Washington, Correia etc. A Bélgica, a metrópole colonial vê suas lojas evaporar nos incêndios. As embaixadas congolesas no exterior estão completamente fechadas (excepto em Luanda e Harare). A luta é dura e será longa mas o combatente (que achávamos de Libório) está preparado.

A INSENSIBILIDADE DO OCIDENTE

Perante estas manifestações, os grandes dirigentes guardem o silêncio, As contas já foram calculadas e rejeitam qualquer mudança de plano. Sarkozy da França, Cameroun da Inglaterra, Obama de América adicionando o rei da Bélgica já tem preferências mas as multidões continuam berrando nas suas respectivas portas e gabinetes. O mundo guarda o silêncio quando o congolês/africano vai continuando morrer com as balas das Faplas e Kabila. Para o ocidente nesta altura o negocio é mais importante que o homem; perdeu-se então o sentido do humanismo por causa de diamantes, ouro, petróleo etc.

As mulheres congolesas, as mães lamentaram, choraram os mortos e reflectiram como milhões de mulheres foram e continuam sendo violadas. Elas clamaram ao mundo e o mundo optou pela mudez. Votaram e seus votos foram usurpados. O ocidente, campeão da democracia estampou os seus direitos. Elas decidiram manifestar no recinto da embaixada dos Estados Unidos de América em Kinshasa.

A mulher africana é na cultura do continente um ser sagrado. As mães congolesas levantaram suas vozes e foram a embaixada americana reclamar seus direitos. Elas trouxeram o seu memorandum que foi dificilmente entregue aos diplomatas americanas, que mostravam pouca vontade em recebe-lo. Elas ficaram lá chorar e gritar durante o dia, sem comer nem beber. Lamentaram dormindo, rebolando no chão com dores, pena e choros mas não houve reacção americana e tudo ficou sem efeito.

Logo ao anoitecer, penetra no recinto da Embaixada Americana um grupo armado de militares apoiados com tanques e armas ligeiras tanto pesadas. Lançaram contra as fracas mulheres gases lacrimogéneas, roubaram suas carteiras e telemóveis, tiraram-lhes sapatos e ‘’suraram-lhes’’ ate ao desfiguramento. Outras conseguiram escapar apenasmente com fato de Adão. Isto tudo, foi bem presenciado com sabor pelo pessoal da embaixada americana sem que se fala de agressão neste santuário.

O que se passa hoje com os congoleses pode se passar amanha com o resto de nos. Eu sou solidário com este povo não pelos laços políticos mas pelos factos históricos que compartilhamos mas também vejo algo que outros não vejam. ‘’O galo que se alegre hoje pela morte do pato, será……’’

Ate 2012!



Nkituavanga II


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

2012: MA NOVIDADE SOBRE AS MAS NOVIDADES



Os dias são contados para que se termine o ano 2011. As pessoas estão motivadas para começar um ano novo; pois geralmente um ano novo traz sempre novas esperanças, independentemente das regiões ou circunstancias em que vivemos. O ano 2011, não trouxe felicidade a vida de cada ser humano, mas, foi um ano muito marcante na vida de muitos. Globalmente foi um ano animado com diversos controversos e muitas polémicas politicas.

Neste ano de 2011 agudizou-se a crise ecológica no mundo. O mundo político que com toda a teimosia tem negado este fenómeno foi convencido sobre o perigo que a ecologia representa contra humanidade e o universo. O mundo desenvolvido ou as nações poderosas também conheceram a mesma agudização na crise financeira que tem abalando as economias do norte-sul. Não vamos dizer que os países pobres sofreram ou sofrem desta crise uma vez que nunca conheceram períodos de vacas gordas, e vivem continuamente numas crises eternas.

A poderosa Europa conheceu várias dificuldades contínuas no que diz respeito a moeda única. O famoso EURO ganhou uma face desfigurada uma vez as perturbações financeiras arrastaram as economias de várias nações que fazem partes das costelas do mesma coluna. Os compatriotas gregos, italianos e espanhóis não cessam de lagrimar enquanto os portugueses aproveitaram uma brecha para fazer-se parasitas, chupando um pouco de sumo da economia incontrolada de Angola. Sarkozy da França e Mekkel da Alemanha sacrificaram-se para salvar a economia europeia com sucessivas reuniões de insucessos, quanto Camerões da Grande Bretanha foi travando as rodas da carroça.

A vitória, o prazer da vida e sucesso foram atribuídos aos protesters (manifestantes) que nos países árabes conseguiram colocar um ponto final as vidas de muitos ditadores nos respectivos países. Os manifestantes do Egipto, Tunísia e posteriormente da Líbia foram coroados com flores de ouro mesmo quando o sangue continua derramando nas estradas da Síria e choros no Yemen. Esta celebração se realize sob um olhar silencioso de J.P Mbemba do RD Congo e Gbagbo de Cote d’Ivoire que vão orneando as prisões de Haye/Holanda.

A África vai acabar este ano com muita amargura, uma vez agora é mais claro de que a clareza que as promessas de Barack Obama eram simples discursos para decorar o parlamento da Ghana já que o fazia perante a estátua de Nkuame Krumah. A situação do povo do Egipto ainda não é serena porque ainda há confrontações no Cairo. As ruas de Kinshasa e outras províncias congolesas estão sendo patrulhadas pelas tropas mercenárias de Ruanda e Uganda como de cães da guerra de Angola e de África do Sul.

Assinala-se também a continuação de Samakuva na cabeça da UNITA. A FNLA, a fragilizada monstro de duas cabeças vai continuar a sua vagabundagem com tumultos, mas com um espírito mais patriótico, a FNLA poderá (em 2012) ver a luz no fundo do túnel, uma vez que a entrave chamada Lucas Ngonda já não tem alicerces políticos.

O ano 2012 não traz boa novidade para os povos de África. Em 2012 a África vai conhecer momentos mais difíceis. A África vai recolher as consequências de maus trabalhos realizados pelos filhos do continente: falo de Boutros Ghali e Koffi Annan nas nações unidas e Clinton. A África vai conhecer mais uma crise humanitária que será a continuação dos genocídios da Ruanda e do RD Congo.

Todas as injustiças socioeconómicas aplicadas contra a África atingirão um ponto culminante onde não haverá possibilidades de esconde-las. O africano está mais consciente e o europeu será determinado de mais conquistar. A luta de compartilho entre os pobres e ricos, entre os mais desenvolvidos e os menos desenvolvidos vai-se agudizar e causar assim umas revoltas e enfim uma crise regional que se vai alastrar para global.

A falta do respeito a vontade do povo africano, também será um outro ponto da partida. Muitos ditadores serão forçados pela pressão popular a abandonar o poder. O Ocidente vai querer proteger seus interesses a ferro e fogo. A injustiça será exposta e a democracia será pisada pelos democratas, dali as vozes vão se levantar.

Em Angola haverá descontentamento do povo porque as exigências do povo não serão respeitadas. O MPLA vai ganhar num músculo fraudulento as eleições como sempre. O nosso PR vai ver o seu prestígio internacional evaporando, porem vai ainda exprimir-se com muita obras. Nada vai se fazer para combater a corrupção no círculo restrito mas JES vai tentar colocar um mecanismo político para acabar com a política da exclusão social, portanto o tempo será uma barreira. Muitos membros influentes do partido da situação vão procurar formas de desistir entre os camaradas. Existe probabilidade que Angola entre em conflito com Ruanda/Uganda, envolvendo o Congo Brazzaville e Congo democrático.


Nkituavanga II



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A INGERENCIA DE ANGOLA NAS ELEICOES DO CONGO


Não há dúvida que Angola já foi uma trincheira firme da revolução em África, enquanto hoje ela não pode se considerar como tal. A história do continente prova que muitos líderes africanos diligenciaram em todas as circunstâncias para que Angola se libertasse do jugo colonial e muitos povos patrocinaram, oferecendo seus territórios e outros meios aos movimentos revolucionários de Angola. Uma vez independente, Angola jogou um papel preponderante para o alcance das independências da Namíbia e Zimbabwe mas também da ANC para findar com o vergonhoso sistema de apartheid implantado em África do Sul. Angola ainda concedeu uma importantíssima ajuda a OLP de Yasser Arafat e do esquecido movimento Saharahiu que combatia nos Marrocos.

Angola que sempre desejou possuir um poderoso exército também enviou seus mercenários para desalojar Mobutu no reinado e ara a instalação do Laurent Kabila no Congo. No Congo Brazzaville também viu-se um depoimento de tanques angolanos rasparem as poucas pequenas cidades recolocando o Sassou Nguessou no poder. Os guineenses que participaram a caça e ao último assalto contra J. Savimbi, viram também as tropas angolanas desfilarem suas ruelas em tempos de necessidades. Angola que procure eternamente um lugar entre os grandes no continente continue enviar seus internacionalistas em todas as frentes de combate que vão surgindo no continente. Esses contingentes militares são enviados por varias missões e em varias razoes nomeadamente amizade e cooperação, lucrativas (financeira, uma vez oferece uma factura incontrolada pelo governo e AN), prestígio moral (para a honra do JES) e capacitação militar (testar o material e estratégias).

A realidade proporciona uma experiencia revelando que a actual formação e capacitação militar das FAA não é comparativa as das FAPLA. O novo exército do MPLA que constitui as Faplas e o exército integrado da Unita tem um equipamento modernizado mas apresenta muitas lacunas e debilidades em termos tácticas uma vez tem um leadership militar (quadros superiores) muito corrompido visto que opera como um mecanismo partidário e politico. Elas perderam a preparação politica e a motivação profissional baseia-se no rendimento monetário e material. FAA não tem a complexidade e homogénea que as Faplas tiveram, mesmo sendo na altura pobre.

Num passado recente, as tropas de Angola participaram direitamente nas confrontações armadas no Cote d’Ivoire apoiando as forças do presidente Laurent Gbagbo. Esta hipócrita participação foi energicamente denunciada pelos angolanos mas oficialmente rejeitada e negada pelo governo de Angola incluindo a Presidência. Finalmente a ‘’gravidez’’ começou apresentar suas formas quando centenas de militares angolanos foram feitos presos e que obrigou o governo de Luanda negociar suas libertações. Assim o que era negado foi exposto a vista do mundo deixando as gloriosas FAA submetidas a vergonha.

Hoje corre-se o risco de repetir a mesma vergonha de Cote d’Ivoire uma vez já se repara a presença de tropas angolanas na região do Bas-Congo, neste tumultuoso período eleitoral. Angola que se preocupa com a situação no Congo vai jogar a mesma hipocrisia de ontem declarando oficialmente que está ausente no teatro militar naquele país vizinho. Evoca-se em Angola a questão de Cabinda e a longa fronteira que Angola compartilha com o Congo como motivos da preocupação mas Angola vai ignorando que as actuais eleições no Congo tem um carácter paralelo as promessas deste povo. A presença das FAA no Congo vai ainda complicar a situação uma vez as tropas de Ruanda e Uganda já estão massivamente no terreno. Existem probabilidades que estas forças venham fazer um face-a-face muito desastroso no solo alheio.

Em caso que haja um levantamento do povo contra qualquer eventual fraude a sua vontade, seria uma dupla vergonha para as tropas angolanas com altíssimos riscos de perder o seu estatuto e sujar a sua reputação. Quando as forças estrangeiras são capturadas já não se desmente e isto já se experimentou no Cote d’Ivoire. As tropas angolanas são bem conhecidas pelos povos da região do Baixo-Congo e suas movimentações nestas regiões já são assinaladas em Tshela e Songololo.

Nas passadas fraudulentas eleições do Congo (2006) muitas fantochadas urnas, tendo cartões já preenchidas foram introduzidas desde Cabinda/Angola.

Até quando a Africa será unida?


Nkituavanga II

terça-feira, 18 de outubro de 2011

JES BATEU NA MESMA TECLA

  
Nas folgas que a oportunidade de cada dia tem-me oferecido vou prestando atenção ao meu povo: como vive nos contrastes da vida entre aqueles que tem facilidades de tocar o céu uma vez vivem nas arranhas-céu e aqueles que vão se torturando nas picadas de Luanda só para colocar um ossito entre os marfins. Muitas vezes não é fácil uma vez uma grande parte da nossa população foi forçada a viver nos esquecidos ‘’buraco’’ em diferentes províncias onde prevalece a lei da exclusão social imposta pelo governo que prontifica-se num sonho de defender os interesses do povo até 2025. Muitas vezes as minhas lâmpadas não deixam escapar gotas de incertezas quanto vejo crianças do Cunene a morrer com fome, enquanto alguns vão gabar-se sobre a riqueza de Angola no planeta onde vão sobrevoando.

O culminante apogeu da minha observação está sempre centralizado na pessoa do nosso dirigente máximo. Aquele homem publico que tem o poder de velar pela vida do angolano. Aquele homem que o comunismo de ontem elogiou por vários títulos: o arquitecto da paz, pacificador, unificador, aquele que idolatrizemos com slogans e canções: JES o povo está contigo etc. desenvolveu-se em mim uma curiosidade de seguir de perto a movimentação dos destacados lideres do governo, da classe politica, de tudo que fazem, o que dizem, onde vivem, quantas quatorzinhas mandem, que marcas de carros conduzem, em que países viajam etc. Infelizmente certos elementos fanáticos tentam incansavelmente retirar-me esta habilidade que divinamente recebi e tornar-me por um autentico cego angolano. JES foi há muito adorado pelo angolano. Este mesmo angolano está hoje declarando: 32 é menos? Ou melhor 32 é muito! Isto é tomada de decisão: um exercício, um dever natural e divina. Não é isto que a democracia exige?

A maturidade e disponibilidades de hoje oferecem oportunidade de seguir de perto e bem analisar os discursos do guia da nação porque neles pode-se localizar pelo menos uma noção inspiracional e proporcionar uma gota da esperança. Um discurso sobre o estado da nação é a maqueta do programa governamental, que deve ser apreciada e ansiosamente esperada pelo cidadão.

O discurso do homem da situação do partido da situação foi uma nódoa preta numa folha preta. Nunca se verificou anteriormente uma decepção deste grau porque a falha nesta mensagem é visível mesmo aos radicais cegos. Neste discurso o nosso JES não estava na sua pele porque as palavras foram articuladas com um ruído de ferrugem; faltou-lhe a lubrificação habitual. Talvez o nosso PR não está passando bons momentos da sua vida ou da sua carreira presidencial. Este discurso foi elaborado a base duma mensagem antiga e não foi revisada senão apenasmente retocou-se menores pormenores, porque vejamos:

Estamos ainda em 2011 e vai-se reflectindo nas eleições de 2012 mas o nosso querido PR apresenta-nos uma estratégia de longo prazo até 2025, quer dizer 3 sucessivos quinquenários. Aqui coloca-se a consciência do povo num balanço. Sabe-se que se planeou esta ‘’loucura’’ em relação ao angolano analfabeto, mas também foi arquitectado como mastigar a consciência dos poucos intelectuais. O MPLA procura como sempre menosprezar a oposição rejeitando qualquer possibilidade dumas eleições justas e livres: uma advertência cheia de arrogância. Não somos tão democráticos que qualquer ‘’vencedor’’ de 2012 venha continuar o mesmo programa. Esta mensagem traduz uma veracidade dizendo que: apois JES será igual aos 32 anos eduardistas.

Os pontos focados trazem uma mensagem contraditória e prova que o nosso PR esta aquém da realidade angolana. Permitem-me dizer com todo o respeito que o homem forte angolano está desinformado ou talvez esteja confuso. Há apenas quatro meses JES tinha declarado que o MPLA não tem solução a pobreza angolana uma vez não é a causa/promotor da mesma. JES está se auto desafiando pois sabe que não se pode garantir a unidade de um povo que ainda não é unido.

O nosso JES promete coisas impossíveis. Digo isto porque o partido da situação teve sempre uma preferência a sua politica da exclusão social perante angolanos, principalmente a juventude e a marginalização de muitas províncias e etnias. Não se pode anunciar os resultados sem preconizar o mecanismo da abolição da política exclusivista.

Pensar do angolano da classe baixa, aquele que não teve parente no Dolosie, Brazaville e nas matas, aquele que não usa a camisola vermelha-preta nunca foi a responsabilidade do MPLA. Pensar daqueles angolanos que pensam contrariamente a ideologia do partido do trabalho, daqueles que não se identificam com o totalitarismo angolano não consta nos manifestos do governo de Angola. Pensar naqueles que deram suas vidas por uma causa que nos foi dito era justa é hoje problemático para o M. Mesmo as antigos combatentes são hoje seleccionados!

Neste discurso tem-se uma forma irónica de falar dos direitos da democracia quanto ao mesmo tempo vão-se dilacerar muitos jovens manifestantes em varias cadeias da capital. Enquanto o direito a manifestação é só dado aos preferidos. Fala-se ou tenta-se falar duma angolanidade cuja definição tem alterado constantemente.

Da mesma tónica vai-se falar da promoção da economia, quanto o rendimento económico serve para engrandecer as contas bancárias dos europeus e dos membros do circuito fechado da liderança angolana. Um discurso conflituoso misturado a uma demagogia de ontem sem portanto discernir que o ontem já passou e que as pessoas não podem continuar a viver na visão de ontem. A técnica empregada neste discurso não é comparativa as dribles de Ndungidi, nem do Chingito, Vicy, Lufemba, Akua, Mantorra e outros.

Os previstos resultados não conjuguem de forma nenhuma a realidade que se vive e os esforços que se evidencia. Mesmo mantendo o mesmo partido e governo no poder, o tempo nunca poderá corresponder as expectativas do povo. Eis a razão que a juventude vai gritando: 32 é muito. Falando da substituição, desta vez o gosto é amargurado e cheiroso.

Dificilmente digere-se esta repetitiva mensagem uma vez apresenta características de uma cábula para não culpabilizar o autor desta plagiária politica. O conteúdo deste discurso foi formulado ‘’de pés’’ pois nele não se reveja o nosso Presidente Dos Santos e menos o futuro do angolano. JES foi digitado a bater na mesma tecla mas num tempo e espaço muito variados, e o ritmo atraiu tudo.


Nkituavanga II
  

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A OFICIAL PROFECIA DO INSUCESSO


Os discursos de muitos dirigentes africanos são sempre aplaudidos pelo povo mesmo sem compreender a mensagem a fundo. Muitas vezes também aplaude-se porque existe no seio da população um estimulo arrancado pelas emoções que a atmosfera do sitio cria, como também criado pela capacidade psicológica de toda a equipa que colabora no pronunciamento indireito deste discurso. Isto acontece quando membros da direcção deste grupo estão camuflados no meio da população. Aqui o jeito da corrupção e manipulação é preponderante.

Como se trata de uma mensagem dirigida não só a um determinado número limitado de indivíduo, então suscita um interesse geral de diferentes dignitários que vão estudando o vocabulário, as temáticas, fraseologia e terminologia, a pontuação etc., enfim toda a gramática numa mistura de sonorização literária. Discursar em Angola tem sempre uma diferente colorização uma vez iniciou-se tudo com um regime comunista, que ainda pensa que a transformação de tudo deve ser obtida desde o exterior: das circunstancias, do meio, das condições. Discursar em Angola foi conotado com um diapasão muitíssimo diferente uma vez os primeiros locutores emergiram nas várias matas angolanas nas escolas da literatura revolucionária.

Há 32 anos que o actual Presidente angolano fez um discurso no seu empossamento perante dirigentes do partido comunista do MPLA. Não se vai por em causa a selecção dos presentes uma vez o país tinha sombreado no marxismo-leninismo e que isto implicava um governo totalitário e monopartidário. Infelizmente 32 anos depois o sistema mantêm-se com a mesma estrutura politica, com o mesmo denominador e os componentes vão rodear no ciclo vicioso de poder entre amigos, primos, cunhados, netos e sobrinhos anulando qualquer influencia eleitoral, pois a substituição faz-se na restrita família do partido da situação.

No seu oficial juramento, JES sublinhou e reiterou sobre ‘’uma substituição impossível mas apenas necessária’’ Agradeço o editor deste vídeo que esticou a minha consciência para reflectir superficialmente nesta mensagem de 32 anos. Se fosse homem este vídeo teria 32 anos e penso que com a mentalidade africana teria mulher e filhos. Seria responsável, como tem-se dito de costume na terra.

Lembreis-vos que na altura do pronunciamento deste discurso, o jovem futuro Presidente era um verdadeiro comunista que prometera seguir fielmente os ensinamentos de Neto. Até jurou não deixar escapar nenhuma vírgula. Como no comunismo nunca houve eleições, a URSS digitou o seu homem da confiança. Eu tenho-me perguntado várias questões pois nesta altura os homens mais próximos de Neto eram Lúcio Lara, Pascoal Luvualo, Ambrósio Lukoki e Iko Carreira. Esses eram os pesos pesados e homens da confiança. Para alem da sua vida privada, o JES era um bom ministro mas nunca teve melhores qualidades profissionais como dos quatro citados. Já se provou que a inclinação russa ao JES deveu-se de facto deste ultimo ser um antigo aluno das escolas bolchevicas. A Rússia tinha uma predilecção política sobre a elevação social da Isabela que nenhum angolano na altura sonharia.

A lógica desta ‘’substituição impossível’’ pode se justificar porque entre Neto e JES nenhum entre eles é fotocópia ou duplicado do outro. Cada um tem suas especificidades e o patriotismo de cada resta incomparável. Portanto a ‘’substituição era apenas necessária’’ Eu não sei como o Presidente colocou neste a palavra apenas, que pode ser interpretada por varias outras palavras como: simplesmente, só, talvez, logo, somente, unicamente. Numa visibilidade irónica, parece que ele não se interessava neste posto! Parece que foi uma substituição não meritória ou talvez forçada. Foi esta substituição uma obrigação partidária para não haver uma cadeira vazia? Não foi uma predilecção da politica de ‘’aquecer o banco? ‘‘ Disse-se ‘’quem avisa, amigo é’’ esta substituição apenas necessária foi um aviso, que a sua escolha seria um desastre. Esta mensagem não interpreta hoje o que se vive em Angola? Colocou-se alguém no poder apenasmente para colmatar o vazio. Nesta razão ninguém pode depois de 32 anos de poder julgar o homem! 32 anos de pobreza, miséria, do desemprego e de condenação para cada cidadão angolano. O insucesso já foi antecipadamente justificado pela profecia no empossamento.

As coisas foram já elaboradas e definidas claramente há 32 anos. No comboio do desenvolvimento político e do leadership angolano nunca vai-se admitir elementos ‘’alheios’’ ao Partido do trabalho. A juventude como a oposição vão continuar ladrando mas a penetração a concha da liderança não é permitido a quem merece mas aos digitados.



Nkituavanga II

sábado, 10 de setembro de 2011

DA BORBOLETA A UMA NINFA


Uma lógica popular sustentada pelas experiencias politicas no continente africano estabelece que: um homem pobre não deve ascender a presidência, porque corre-se o risco de se atrapalhar com a fortuna e destacar-se como melhor ladrão da nação. Muitas vezes a realidade do tempo prova-nos que o homem é limitado porque vimos o Mandela na África do Sul, mesmo Agostinho Neto em Angola.

Esta lógica que eu consideraria por uma mentalidade vai sugerindo que só o rico pode ser um bom presidente. Felizmente esta mentalidade não especifica ou diferencia em que sistema sociopolítico da nação ela ocorre. Isto, tal como a verdade não ter cores, a gatunagem não também conhece cores, por isso os comunistas roubam tanto como os capitalistas.

Os ventos da democracia que vem soprando, carregam consigo uma lição, que em nenhuma república do mundo jamais poderá-se aceitar um presidente vitalício, pouco importa o seu poderio, seu estatuto de ditador, sua máquina da opressão, sua fortuna acumulada, seu jeito de corromper, seu vinculo com a comunidade internacional etc. Não só a presidência de dinossauros será posta em causa mas também a habitual estratégia de substituição dentro da família. Uma república não deve ser vista como um Império, dinastia ou uma monarquia onde os filhos de presidentes vão substituir-se uns apois outros. Os Kabilas, Bongos, Eyademas e outros foram talvez os últimos a beneficiar desta absurda clemência. Uma substituição meritória é diferente porque o sucessor prova possuir as qualidades necessárias para dirigir patrioticamente um povo. Esta substituição meritória também não deve acontecer como intercâmbio de poder onde o predecessor familiar delapidou toda a economia e creio este caso nunca será vontade de um povo algum, mesmo se extemporâneo for. Normalmente os parentes ou familiares que se alinha para suceder a um ditador pai, primo ou tio tem sempre tendência de continuar a obras do antecessor. Ele vai procurando defender os interesses obscuros da família e proteger os malfeitores que colaboraram no esbanjo.

Num regime ditatorial pouco importa as qualidades de filhos, sobrinhos, primos e netos que aspirem, pretendem se infiltrar na presidência pela via da substituição. Não é transgressão nenhuma pertencer a uma família de um bom ditador mas a colaboração as ofensas do ditador familiar é um crime. Esta substituição no seio da família nunca foi livre e justa mas uma imposição do falhado presidente de acordo a sua preferência.

Há um bom tempo que se fala deste cenário em Angola. A substituição dentro de um partido obedece sempre aos critérios estabelecidos pela lei interna que rege sobre o partido. Todo partido tem normas para eleger e como seleccionar seus candidatos. Mesmo quando se faz seguindo sentimentos e sob emoções da atmosfera partidária, ela é aceitável uma vez funciona dentro de um aparelho restrito. O tratamento que se fornece a uma nação tem de ser esclarecida assim as eleições livres e justas expliquem e exprimem o desejo de um povo. Assim o surgimento de qualquer dirigente no posto mais elevado da nação merece explicações. E estas explicações devem reflectir o desejo do povo. Caso que se respeite este princípio, então entendo que deve-se utilizar seu direito como cidadão de exprimir uma opinião inteiramente livre.

O MPLA fez em Angola o que pude. No MPLA tanto na Unita como Na Fnla há como em qualquer organização bons e maus dirigentes. O partido da situação tem homens com qualidades de bem dirigir Angola. Se o partido não consegue os descobrir, o nosso povo tem a capacidade de enumerar-lhes com muita facilidade. Diria-se que em 10 anos o angolano não perdeu muito, mas comparando com a riqueza acumulada pela classe dirigente e o rendimento nacional, especialmente do MPLA, concluiríamos que a perda do angolano é colossal, e este tempo é de respeitar este povo dando-lhe liberdade de escolher o seu presidente.

Angola exige uma mudança, umas reformas e pouco importa de que lado virá. Portanto Angola já não precisa de sombrear sob a presidência de um outro dinossauro. Todos aqueles que ilicitamente acumularam fortunas já não são bem vindos a presidência de Angola. Estes, sejam da oposição ou do actual governo porque a pilhagem não se fez só no MPLA, embora que teve mais facilidade. E na minha opinião, nenhum dirigente angolano que pertenceu a elite do círculo presidencial pode hoje colocar, impor ou substituir no trono presidencial seu filho, primo, sobrinho ou neto. Isto seria substituir uma borboleta por uma ninfa/crisálida.


 Nkituavanga II 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O PECADO DE M. KADDAFI


 


O coronel Muhammar Kaddafi nunca foi o melhor presidente no continente africano, como nunca foi o pior entre outros. A questão do reinado de Kaddafi tem de ser analisado em vários aspectos mas especialmente em dois pontos de visto:

Primeiro como Presidente da Líbia e o segundo como líder africano. A observação destes pontos também constitui um ponto de divergência entre os observadores africanos e europeus incluídos americanos.

Kaddafi nunca foi visto na Líbia como foi considerado no continente. Os amigos europeus e americanos também não tem o mesmo testemunho em relação ao homem que tão gostaram e odiaram ao mesmo tempo. O ocidente nunca na realidade gostou o homem forte da Líbia, visto a sua teimosia económica e vaidade politica. Ele tem humilhado em muitas ocasiões dirigentes e nações do ocidente e tem desafiado muitas vezes as posturas ocidentais. O amor do ocidente ao Kaddafi repousou totalmente nos verdes/dólares. O ocidente passou mais décadas cobiçando a fortuna do homem que chamaram de crasy.

Kaddafi que orgulhosamente se considerava também como pai do panafricanismo colocava-se na TOP posição desprezando muitas vezes homólogos africanos. Kaddafi nunca se via na mesma onda de poder aos outros que classificava de pequenos presidentes como Zuma, Ed. dos Santos, Paul Biya etc. Este comportamento custou-lhe a carreira e vida uma vez não teve nenhum aliado africano ou árabe para suportar-lhe no tempo necessitado. Nunca teve amigo, por isso esta galeria facilitou a própria sombra caça-lhe.

A África deve reconhecer também que Muhammar procurou sempre revolucionar as economias do continente e elevar o nível de consideração do africano perante o ocidente que o fez homem da última classe. Kaddafi ajudou muitos dirigentes e países em momentos de aflições económicas, ainda que procurou sempre pertencer entre os expansionistas do Islão no continente. O coronel tem se destacado no sentido de diminuir a dependência económica de África ao ocidente e resto do mundo, embora que financiou por muito tempo a guerra no Sudão e noutras partes do continente como Somália, Chade etc. Kaddafi criou estruturas económicas para desenvolver uma independência informática/comunicação (TV, telefone, internet do futuro) do continente. Este mecanismo revelou-se perigoso as oligarquias e corporações ocidentais que decidiram precipitar a queda do desafiante.

Na sua politica interior Kaddafi não foi santo como tem-se prostrado nos corredores do continente. Ele foi um verdadeiro ditador, bruto que soube lapidar qualquer resistência. O seu povo nunca conheceu a verdadeira freedom. Ele tomou injustamente conta do seu povo (6 milhões de habitantes) dando-lhe migalhas mesmo com um rendimento do PNB (produto nacional bruto) superior de 70 milhões de dólares. A riqueza do povo era um bolo da família presidencial, tal como em Angola. Mas reconhece-se certas vantagens e direitos que este povo beneficiou tais como escolas e saúde gratuitas, não se paga imposto e não há taxas no comércio, direito de subsídio de aposentamento etc. Como presidente Kaddafi escolheu ser vitalício no poder, confundido uma República a monarquia e o bolso pessoal ao bolso governamental, como tem feito todos os ditadores.

Lamenta-se a estratégia do ocidente, que para ganhar mais mercados escolheram a via da destruição total das cidades como Tripoli, Bengazi e outras. Sabe-se bem que as cidades destruídas com as bombas americanas, francesas e inglesas nunca mais serão erguidas, uma vez a historia demonstra que nenhum país pobre no mundo destruído pelo ocidente foi reparado. Tal como no Iraque, Afeganistão a Líbia vai completando a lista de vítimas do ocidente. Entende-se que com a crise mundial, o ocidente já não tem recursos para financiar suas economias, e a riqueza dos ditadores como a riqueza africana são lindas alternativas porque oferecem facilidade de obtenção. E claro que a Líbia nunca será reconstruída e a miséria vai tomar controlo dos destinos. Kaddafi que nunca foi comunista caiu no erro dos comunistas, negando a liberdade ao seu povo. A liberdade de um povo é muitas vezes obtida através derramação do sangue, assim da mesma forma se recupere.

O que se fez na Líbia teria uma justificação mas a destruição do existente tecido social não se justifique, pois havia meios e vias de desalojar Kaddafi sem arruinar as cidades e economias. Remover o ditador no lugar era imperativo e justificativo, como de resto dos dinossauros. Infelizmente que os que ainda obedecem ao ocidente vão continuar ainda por longo tempo.

Contudo, por ai vêem intempéries que governos e homens influentes não conseguem controlar!

A realidade da evolução democrática vai ainda nos surpreender com muitos acontecimentos. Hoje Mubarrack está sendo julgado por ter ordenado o ‘’fuzilamento’’ dos manifestantes duma revolução pacífica. Mubarrack não só deu uma contribuição péssima durante a sua estadia como presidente mas a brutalidade da última hora manchou o pouco que se deveria elogiar. A derramação de sangue dos populares que defendem um direito natural e cívico estipulado pela constituição nacional constitui um crime punível a lei de qualquer nação.

Actualmente, as surpresas vão se suceder em quase todos os continentes. O que se passou em Londres foi o efeito da acumulação de frustração imposta pela própria governação a juventude. Os que quebram a lei, caem no poder da justiça, portanto aqueles que habituaram-se a dobrar a lei, são muitas vezes intocáveis devido a pertencia a classe politica ou de privilegiados. Esses ‘‘em cima da lei’’ vão doravante acabar na justiça do povo, que vai reclamando-lhes publicamente nas ruas através manifestações ou acções concretas que obrigam os políticos de pensar duas vezes. A comunicação através a repressão já não tem expressão ao espelho do mundo.

Não é surpresa que Geir Haarde, antigo primeiro-ministro da Islândia seja chamado as ‘’barras’’ devido a sua má prestação de serviço como líder da nação. Aqui o mundo vai se inclinar numa outra direcção, onde o poder não só pertencerá aos mais desenvolvidos mas a voz de povo terá mais força que as armas.

A fácil questão ausente na consciência de ditadores é: o que quer este povo?



Nkituavanga II

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

PELA TALATONA CHOREI



 


Os múltiplos cenários e eruptivas dramas multifaciais de Luanda ofereciam incessantemente aos orifícios luminosos de passantes uma mistura de imagens contraditórias, vibrando esquisitas sonorizações pelo belo ar, em disputa aos barulhos das maratonas e improvisadas discotecas de cada beco que se adicionavam ao fumo de sucatas em processo e ruídos de luxuosos caros, penetrando agressivamente os miolos dos inhabituados que vão se confundir naquela massa de engarrafamentos de tudo: homens, caros, kitandeiras, mercados, poeira, casas, bakajoeiros, crianças da rua, lixos etc. O feliz sentimento de rever seus familiares, a curiosidade de descobrir a tal comentada nova cidade, a pressa de comer um bom kanjika, a náusea do perfume do lixo, a frustração das constantes cortes da electricidade e agua, o medo de cair numa emboscada de gatunos, a preocupação sobre o transporte deste ou daquele dia, horas neste troço, a ânsia de descobrir o sucedimento daquilo que de tempo ao outro mandara a família por um business qualquer, tudo isto vai causando engarrafamento na consciência forçada a reflectir numa consistência rítmica variável segundo as súbitas dramas que vão desfilar na subconsciência até afectar os órgãos digestivos. Tudo isso, os meus predecessores conheceram, eu conheci e meus sucessores hão de conhecer naquele modernizado Luanda de discursos multicores.

Logo a chegada ao Aeroporto sente-se uma grande felicidade, já que ele oferece um odor saboreado devido a boa segurança, muitas mudanças em termo de paisagens, organização do trabalho, prestação de serviços, novas infrastruturas, enfim um dinâmico democrático. Qualquer que seja o tipo de caro, a marca e o luxo a primeira amargura será a forma péssima na condução. Pouco importa a qualidade do motorista e das estradas, porque a lei em si é um fiasco. Conduzir em Luanda é um calvário, porque se faz ultrapassagens bruscas a esquerda tanto a direita. Ser conduzido é também um quebra-cabeças, porque surge em si um ultra-intuito de segurança que de tempo ao outro vai forçar-lhe travar no vazio, deixando escapar sempre um fio de arrepio que poderá obrigar-lhe lançar involuntariamente um grito.

As estradas têm seus problemas. As estradas também têm suas lutas de sobrevivência porque tem de se defender contra tudo e todos. Elas são massacradas pelos excessos de caros. As estradas não têm primos para socorrê-las dando alternativas aos blindados que nelas circulam. Estradas de três pistas são assaltadas pelos motoristas que as tornam por sete pistas. As estradas em reparação são prematuramente violadas sem dá-las possibilidades de curar suas feridas. As novas estradas tem uma cultura europeia mas foram tecnicamente concebidas com graves defeitos. Para alem de problemas de esgotos e faltas de qualidade duradoura (tem uma fina espessura), as estradas oferecem aos passantes poucas ou quase nenhumas possibilidades de travessos de um lado ao outro. Não quero falar da curiosa tentativa que fiz de atravessar sobre a ponte do Jumbo a sede do partido da Vila Alice. Aos motoristas também não oferecem possibilidades encurtadas de sair noutra faixa da rua; porque as viragens são bem ultra-distanciadas. Gostei imenso as estradas no Camama! Mas creio também que se prepara uma boa surpresa na ilha de Luanda.

O meu coração estava bem entusiasmado, cheio de felicidade e preste a reencontrar amigos de minha infância, colegas de longas datas e vizinhos com o cume de prazer acentuado no deparo de duas mulheres tão especiais na minha vida. Primeiro é aquela querida que me concedeu a vida, seguida pela irmã kassule da família. Reencontrar essas duas senhoras repousava numa condição atmosférica tão inesperada. Não era fácil para mim tanto para elas. Era grande curiosidade conhecer a irmã, com a qual só falava por via telefónica mas que nunca tínhamos encarado. Afrontar a mãe era uma grande equação que exigia muita energia e controlo, uma vez que 1980 foi a ultima vez que dei uma volta a província cafeícola até Béu, minha aldeia natal. Neste tempo a mãe estava sempre ao lado do seu esposo (meu pai), mas que desta vez como viúva da revolução angolana. Enfim a minha alegria foi estimulada pelo encontro com vários parentes, familiares e outras figuras do Béu e conhecidos com que partilhei dias e noites.

Não direi que fui de ferias, pois tempo para repouso não consegui arranjar. Passei então mais tempo ao lado de pedreiros, andei quase todas as praças onde se vende o que necessitava. Muitas pessoas, principalmente familiares ao ver-me lembravam e comentavam sobre meu pai. Muitos até choravam mas eu decidi não deixar escapar nenhuma gota de lágrimas. Assim passei de forma repetitiva esta experiencia no dia a dia da minha estadia em Luanda.

Como a minha base de concentração estava localizada no mabululu de Luanda, eu era forçado de cavalgar as rotas de Mabor, Hoji ya henda, Nocal, Kazenga, Palanca. Muitas vezes as circunstancias levavam-me até Golfo I e II, Sapu, Kalemba II, no meu antigo bairro Prenda mas também fui ate Rocha, passei pela Samba, pelos fundos de Malueka etc. Isto não impedia-me chegar a Terra Nova, Vila Alice, Alvalade, São Paulo, Praia do Bispo, Ilha de Luanda etc.

Alguns amigos queriam oferecer-me uma imagem de Luanda mais bela e mais esplêndida. Assim decidiram levar-me visitar as zonas de inspiração da nova Luanda. Esta visita era decisiva uma vez eram orgulhosos das obras milagrosas que foram arquitectadas na capital. Tanto eles como eu, éramos ansiosos. Eles queriam oferecer-me um certo prazer, pois no mabululu só via buracos e imagens assombradas pela miséria dos comutadores de Luanda. Eu queria descobrir as louváveis obras montadas a preço do suor angolano, que mudaria talvez a minha decepção e amargura daquilo que presenciava no quotidiano da cidade.

Bem como se diz na terra: ‘’as roupas sujas se lavam na família’’ Fomos de um ponto ao outro, vimos o que poderíamos ver, finalmente o culminante era a famosa TALATONA. Basculhamos quase todas as ruas desta maravilhosa cidade: umas com denominações em francês, inglês, italiano etc. lembrais-vos que já visitei muitas cidades africanas como europeias. Tenho tido dificuldades para diferenciar as cores mas não a beleza. Sou um ser humano muito sensível aos detalhes. Não há desilusão! Gostei imensamente esta porção de Luanda nova, que se fosse uma muambada de galinha, iria devorar até ossos.

De repente deparamos a Universidade de Talatona, que se não me engano era a Univ. Jean Piaget. Eu pedi que parasse o caro e aproveitarmos o espaço para exercitar os tubos da locomoção. Reparei que o número de estudantes deste estabelecimento era muito reduzido ou talvez limitado mas fiz No Comment. Articulamos as pernas ate uma posição que bem permitia-nos observar as partes da radiante cidade. Ai, paremos em frente a um reclame publicitário e li a alta voz a hierografia que dizia: ‘’a qualidade como estilo da vida cristal’’ Dali, o meu coração começou aquecer-se com a confusão daquilo que acabo de ler, lembrando que no Kazenga, cheio de bakajoeiros acabei de ler na mesma manha um panfleto que dizia: ‘’a minha empresa tornou-se realidade’’ enquanto na estrada de Catete em frente ao Monumento de Motoristas foi escrito: ‘’só a cidade, não chegue’’. Passou-se pela minha cabeça um exercício mental de relâmpago para bem discernir o que foram escritos em três diferentes sítios. Como essas escritas se diferenciam e como se completam com a realidade dos lugares onde se localizem. Então comecei a chorar na presença dos meus amigos que caíram numa turbilhão intelectual. Lembrais-vos que eu tinha decidido não chorar meu falecido pai e consegui, mas, chorei pela Talatona! Ninguém entre os meus observadores poderia ler na minha mente. Cada um se esforçava a entender o que realmente se passava. Tirei do meu bolso um lenço, depois, esforcei-me para rematar: ‘’ para quem são ou serão essas lindas casas de Talatona? O silêncio tomou então o comando do espaço e do tempo. Já ninguém teve coragem de fitar a minha chorona cara. Os meus quatro acompanhantes eram quadros! Para colmatar o vazio criado no espaço e tempo adicionei: ‘’este é o rendimento do suor angolano’’. Dai, saímos sem continuarmos a nossa rota para outras novas partes da moderna cidade de Luanda.

Recebi hoje uma pequena mensagem de um dos meus acompanhantes daquele dia dando-me a correcta resposta a minha inoportuna questão. Eis a razão de partilhar consigo estes trechos.


Nkituavanga II

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O SUL DE ANGOLA E NOSSO



‘’De Kabinda a Kunene, um só povo uma só nação’’ este é um entre vários slogans lançados pelo Saudoso primeiro Presidente de Angola independente. Mesmo que numas das suas declarações Léopold Sedar Senghor afirma que Neto estava embriagado pela poesia, não tenho suficiente curiosidade para debater esta observação. Partindo duma observação pessoal, analisando vários slogans de Agostinho Neto, entendo como qualquer colonizado angolano, que, havia uma necessidade de utilizar qualquer instrumento a disposição só para se libertar do jugo colonial. A. Neto, tal como outros talentosos usou a poesia, que já fazia parte da nossa cultura, como arma de combate. Com a experiencia acumulada ao longo da minha vida no que concerne a literatura, leadership e management, compreendo que Neto utilizara slogans como formas de abreviar seus planos e visões naquilo que pensava realizar em Angola. Foram formas de expor um ideal a concretizar. Infelizmente o destino não foi alcançado uma vez o tempo não esperou por Ele.

Quando se fala de ‘’Cabinda ao Cunene’’ mesmo aqueles que da nossa revolução herdaram a cegueira conseguem logo inclinar-se na geografia primária, por enquanto os bons profissionais da ‘’arte angolana da mentira’’ meditariam em geografia económica. De Cabinda ao Cunene não só fala da tautologia politica do dia-a-dia mas exprime também uma experiencia histórica colorida com as variedades culturais que fazem de Angola um país multi-cultural.

E quando se fala de ‘’um só povo, uma só nação’’ faz-se então uma transladação geométrica da demografia (população) angolana no espaço territorial (geografia). Este exercício uma vez elaborado com precisão e exactidão, como o projectava Agostinho Neto, resulte por uma compostura compacte, através um verdadeiro processo da reconstrução nacional precedido por uma reconciliação total entre filhos de mesma terra.

Na sua prognosia politica, Agostinho Neto pensou a todos os filhos de Angola, sem distinguir as raças, as culturas, as ideologias, os partidos, as regiões, os idiomas etc. Não quero aqui pretender que Neto foi um santo. Não serei árbitro de julgar a sua politica e expor seus erros. Mas, o homem tinha uma visão! Pelo menos este slogan diz-nos isso. Caso vivesse mais tempo talvez (digo talvez) Angola não seria…

Olheis que, hoje em dia o politico que cerrou fileira em torno da fonte das riquezas angolanas espere pelo seu turno de ‘’cartar’’ uma vez a visão de tempo baseia-se no enriquecimento pessoal, seguido de perto pelo enriquecimento familiar. Eis a razão que o actual político angolano já não se preocupe das mínimas noções da geografia. Quem não sabe, que não pode haver balanço num plano sem que haja um centro/eixo? E o centro só pode ser o meio entre as extremidades. Isto é geometria, que posta no contexto territorial expande o nosso conhecimento num campo onde existem pólos/pontos, que se denominam norte, sul, oeste e este. Vejamos qualquer que seja a grandeza ou magnitude, encontrem-se em qualquer país do mundo os chamados les 4 points cardinaux. Expressando-se sobre ‘’De Cabinda ao Cunene’’ Manguxi sabia que existe em Angola com toda a lógica a parte norte, sul, leste e oeste. E neste apelo reconheceu a falta da unidade entre os angolanos, e viu a necessidade da união por isso chamou a esta unidade.

Na escola do partido também aprendeu-se sobre a lei da negação. Não é isso que a religião descreve como ‘’há um tempo para semear e um tempo para colher’’? Como Angola nunca inventou a sua filosofia, não deve nenhum politico angolano negar a existência em Angola de Cabinda ao Cunene, do México a famosa ilha de Luanda, como de todas as partes do território que constitui este Angola cheio de petróleo e diamantes. O sul não pode existir sem o norte, como não pode haver só o oeste sem que haja o leste

Neste século 21 falar ainda da diferença entre a cidade e o campo é uma vergonha para qualquer homem na posição autoritária ou leadership, com mais acento aos políticos. E muitíssimo absurdo para um político jogar ainda o descriminatory games. Nascemos aos parentes que nunca escolhemos, no território que nunca escolhemos, com a raça que nunca escolhemos. E quem é autóctone na sua pátria não deve ser sujeito a denegrição. Isto é a forma ironizada, ou mesmo mecanismo para forçar outros a abandonar suas identidades, culturas até idiomas. Qual é essa regra que define o civilizado como aquele que come com garfos? Será que o javanês é menos civilizado em relação ao português? A intimidação politica, mesmo nas primitivas terras, já não tem pernas.

O partido da situação já deu muito mais lições, infelizmente não há suficientes ouvidos para engolir o mesmo sapo cada dia. O sulano angolano é visto como diminutivo/inferior enquanto vive mais ao norte do sul-africano! Será que os que ontem eram carcamanos são os menos desenvolvidos no globo? Quem foi alienado já não tem poder hoje de alienar os outros. O tempo das ideologias alienadas já passou. O sulano tem as suas origens, tem uma derivação e na concepção africana, a mundialização não é uma aldeia, não é um kimbo. Quem nesta África nasceu, cresceu e vive na grande aldeia chamada mundialização prova que nunca comeu mandioka com chá kabiba (sem açúcar), mesmo se o fez uma vez nas matas ao lado de Agostinho Neto.

Os separatistas comunistas nunca mudam! Nunca serão democratas e pensam na sua hipocrisia ser sempre os melhores. Assim pensava Adolfo Hitler!



Nkituavanga II

terça-feira, 10 de maio de 2011

PELA JANELA SAIREMOS!


A nova dinâmica política que assumiu o controlo do país desde 11 de Novembro 1975, não teve água na boca para declarar; O MPLA é o povo, o povo é o MPLA. Quem ainda não apercebeu-se desta dita, talvez vive ainda as condições sociais do Béu, que se identifica no espaço do século 14. Mesmo assim para facilitar a compreensão de muitos dorminhocos políticos o ilustre militante Lúcio Lara viu-se obrigado uma vez a declarar: ‘’Conquistamos o poder pelas forças das armas, que ninguém tenha ilusões, só o deixaremos pela mesma via’’.

Não é em vão que se pretende fazer a guerra contra o uso do Internet em Angola, pois este constitui um importante instrumento nesta campanha de alfabetização política no território angolano e a caça aos dinossauros no continente. Os sanguinários têm suas formas de explicar suas realidades e de conotar-se a elas. Portanto a contínua permanência ao poder permite-lhes adquirir a substancia (sangue) da sobrevivência no círculo de bunguladores. Dali surge este dilema de eternizar-se no poder como movimento/partido dos sabem-tudo e fazem-tudo. Pelas forças das armas conquistaram o poder e pelas mesmas forças vão dirigindo, impondo suas corrompidas ideologias, saciando tudo que poder, falsificando eleições até implementar a miséria em todo o território nacional. Negam ser chamados por ditadores mas fazem discursos que provam que o são. Esta é a linguagem do MPLA: ‘’quem pela espada mata, pela espada morre’’. A melancólica prova da teimosia na megalomania dos comunistas do MPLA. Nunca aprenderam e nunca vão mudar, por isso não são capazes de trazer mudanças. Até porque já se defenderam dizendo que não são promotores da pobreza em Angola e não são disponíveis a combatê-la e não vão se aventurar opor-se nela. Tal como fazem promessas dormindo, vão fazer discursos dormindo.

Não lutaram para libertar o país do jugo colonial, mas para oferecer algo a elite e suas descendências. A verdadeira causa justa da luta da libertação não era para enriquecer-se escandalosamente para hoje debater no Parlamento da vergonha sobre luxuosos carros e casas. Não foi esta consciência patriótica que fez chorar o Paulo Jorge na véspera do seu desaparecimento eternal, ao ver a consciência do actual deputado, que faz parte desta cambada dos imortais políticos angolanos.

Como é melhor fazer parte desta cúpula? pois mesmo se não conseguir milhões, os filhos serão entre os mais ricos de continentes e países. Os amigos serão sempre ministros e generais vacinados contra a tolerância zero. Os filhos dos verdadeiros heróis são hoje pobres. Suas viúvas nunca foram reconhecidas pois eles lutaram só para acompanhar outros nas luxuosas vidas que o MPLA vai oferecendo aos seleccionados. Não se tem a cor da democracia e nunca se sabe o que é justo e livre. Assim vive-se bem em Angola!

Nkituavanga II

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O QUE SE RECLAMA EM ANGOLA?


Há mesmo tumultos no espaço terrestre! Mas isto deve-se ao facto das ocorrências sociais que exigem tomar viragens rotativas de180 graus. Todavia as pressões tanto internas com externas, tanto individual como colectiva estão conjugando o mesmo verbo que exige metamorfoses. E soubemos todos que o movimento espiral da história não é regressivo, por isso a leitura dos sinais do ‘’time and seasons’’ é decisivo para a sobrevivência das pátrias, dirigentes e entidades.

Que acontece tudo que está acontecendo porque alguém tinha já profetizado que ‘’pode-se mentir um dia um povo mas não se pode mentir este todo o tempo’’. Esta realidade está hoje prevalecendo e vai-se transformando filosoficamente por uma verdade. E todos sabemos que a verdade nunca é quebrada, disfarçada ou escondida. Assim os lideres que habituaram-se a quebrar leis e dobrá-las estão hoje expostos e ameaçados pela verdade e não pelo povo.

Angola é aquele cego que ao Pedro e João tinha pedido uma esmola. Esses como não eram apetrechados com teorias da demagogia e discursos tautológicos, não negaram vergonhosamente dizer que ouro e prata não tiveram, mas com simplicidade deram o que tinham; a cura a enfermidade. Felizmente ao cego angolano, que durante longos anos se prometeu o bem-estar social, os santos justificam-se hoje com antecipação não serem promotores da pobreza. Não se deu ao angolano o ouro nem prata mas deu-se-lhe uma pedra qualquer. Isto só quem é desumano ou animado por espíritos fantasmáticos pode fazer.

O que realmente se pode proporcionar hoje ao desesperado angolano? Vejamos que o nosso povo já não vive nesta altura com promessas ilusionistas, pois mesmo analfabeto consegue ler os sinais do tempo. Tal como as analfabetas kitandeiras conseguem fazer negócios trocando dinheiro em todas as formas que o business exige, assim vai o nosso povo interpretando esses sinais do tempo. Muitas vezes o cego não precisa de esmolas para sobreviver, e muito menos pedir essas aos surdos. O facto que o cego não vê não implica que é estúpido.

O angolano precisa menos compartilhar os diamantes com a elite. As necessidades do tempo não exigem ao angolano de possuir essa riqueza mas precisa daquela cura que lhe foi tanto prometida. Pedro e João não temos, mas santos temos/tinhamos. Esses santos prometeram ontem as maravilhas, enquanto sabiam que não tinha capacidades de realizar as promessas. O angolano tem uma riqueza na sua cultura. O seu recurso humano já é uma fortuna mas o que tem lhe faltado é paz, liberdades pois foi-lhe negado todas as oportunidades. Acreditamos que a paz e liberdades valem muito mais do que milhões nos bancos estrangeiros. Até porque ‘’conta-se com o ovo que está na sua mão, de que com aquele que ainda repousa na galinha’’ como diziam os nossos ngavovos. Que prometeu o fogo vai recolher queimadas, isto é a lógica e princípio da produção. Diria Abraão ao rico: ‘’este é o tempo para o pobre Lázaro de viver o sossego que nunca conheceu na terra enquanto você vai recolher o…’’

Nesta hora os verdadeiros filhos de Angola não precisam mais promessas mas da paz e liberdades mas para isso é necessário aqueles cidadãos capacitados e confiados estejam nos respectivos lugar onde poderão fornecer o que se exige. Alguém continua esquecer que a eternização não se realiza no domínio físico. Os que investiram no domínio físico não terão lugar e nunca farão parte da próxima máquina operacional da governação angolana. Angola precisa de patriotas que contribuem para o avanço e desenvolvimento da pátria sem conflitos de interesses, onde a corrupção, demagogia e egoísmo serão irrelevantes.

O que se reclame hoje em Angola é a paz e liberdades. Portanto homens que garantem estes, precisa-se pois com caducos têm-se um atraso de três décadas. Esses ensinaram-nos a dar passos em retrocesso mas impuseram-nos pensar que progredíamos e fomos acustumados com relatorios/balancos positivos.


Nkituavanga II