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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O ESPIRITO DE 11 DE NOVEMBRO

O 11 de Novembro é uma data tão significativa na historia do povo angolano. Ele marca o nascimento duma nova nação no seio do continente africano e no universo terrestre. O homem angolano iniciou uma nova experiência como ser humano entre outros; direito esse que lhe foi negado pela colonização. Querendo como não, diria felizmente este ano festeja-se o quadragésimo ano da soberania angolana. Digo felizmente porque cada um tem a liberdade de pensar como cidadão livre e as divergências de opiniões não retirem a alguém o direito a cidadania.

Temos todas as razões de celebrar esta oportunidade; baseando-se de facto que a esperança da vida do angolano circunda a volta dos quarenta, então é motivo de festejo. Não se nega aqui as realidades no terreno, e não se deve jogar a hipocrisia, sabendo que temos botado fora de casas familiares e da sociedade multitude de crianças que vão poluindo as ruas de grandes cidades. Umas vitimas da guerra, outras da suja-nova politica religiosa e algumas de condição egoística de dirigentes angolanos. Também não se vai esquecer de tantas crianças que dia após dias morrem famintas no Kunene e noutras partes desta grandiosa pátria. Diz-se que ''o africano tem uma curta memoria'' mas sabe-se bem que o angolano tem a qualidade de reflexão politica que muitos não tem ainda. Isto proporciona um equilibro que permite-nos celebrar mais uma década da nossa existência. Quarenta não deixa de ser uma buzina que alerta-nos sobre a rápida aproximação à cinquenta; que marca o meio século cuja maioria de países africanos vergonhosamente já atingiu sem portanto desfrutar bases primarias para um bom estar socioeconómico. Foram quarenta anos que um grupo de escravos libertados sob o jugo egipcíaco andou em circulo pelo deserto de sofrimentos e misérias mesmo tendo mais de que cheques brancos.

Economicamente Angola não é dos melhores ou fortes entre os africanos mas também não é o pior ou fraco. Angola tem cometido o pecado de fiar-se sempre no seu petróleo e diamantes, enquanto éramos os mais privilegiados para assimilar a experiência cubana. Nisto, contando primeiro com o seu recurso humano! Dias e noites nunca se parou de avisar e alertar que os dias de vaca gorda nunca se eternizam e que Angola estava não muito longe para iniciar períodos de vaca magra; cá estamos hoje! Perdeu-se o tempo domesticando anacondas e jacarés, então paga-se hoje com lágrimas.

O 11 de Novembro é um tempo de fazermos balanço tanto individualmente como colectivamente. Ė um tempo de comunhão: reconciliar-se e reforçar os laços de fraternidade jogando fora o tribalismo, a exclusão social e todo tipo de discriminação que tem roendo nossa nação. Este é o tipo de espírito que deve animar o angolano, especialmente a juventude.

O nome de Angola é como o nome duma certa família cujos membros devem continuamente proteger e defender. Porem há sempre aqueles que por ignorância, tolice, desobediência, gula da gloria ate mesmo por vaidade própria sujam e corrompem a reputação desta. Enquanto isto acontecer o restante de membros vai levantando-se energicamente para dar uma nova imagem, defender sua integridade e restaurar o respeito e honra da mesma. Não é que roupas sujas lavam-se no seio da família? O futuro ainda é prospero para Angola. Ainda há tempos de reparar os erros de quatro décadas. Todo angolano não é laranja podre no saco. Angola tem ainda seus melhores filhos e as esperanças não secaram. As pessoas de boa vontade e com boas iniciativas podem ainda sentar a volta duma mesa e debater tudo para o interesse deste povo. Temos ainda tempo de oferecer algo decisivo para aquela criança da rua. Mesmo sem petróleo e diamantes pode-se construir uma nação forte mas só com homens conscientes, de corações cristalizados capazes de dirigir fortes instituições. As reformas são formas para melhorar ou inovar aquilo que tinha falhado, errado, falsificado ou mesmo mal partido. O perdão também existe para os que tem qualidades de reconhecer seus erros, culpas ate pecados gravíssimos. Só os que reconhecem seus erros podem neles aprender porque todos temos o direito à erros mas não à escândalos.

Acredito eu que se Angola continue confiar e apostar nas suas escolas partidárias que preparam as crianças, jovens e mães/mulheres a conviver na descriminação, tribalismo e todo tipo de segregação, a nossa nação nunca conhecerá a Reconciliação. Deve-se acabar com todos laboratórios políticos que manipulam a consciência de uns a rejeitar outros só porque defendem ideais diferentes. Para uma Angola coesa, unida deve-se abolir a OPA, LIMA, JMPLA, JURA, JFNLA etc. Deve-se criar uma única só organização para crianças, uma só para a juventude e uma só para mulheres mantendo diferentes partidos políticos para patriotas maduros de fazer escolhe do destino ou inclinação politica seguindo seus gostos, já que formulara-se uma consciência angolana. As ideologias e ensinos destas organizações segregativas estão à base de divisões que se vive continuamente no país sabendo bem que Angola tem uma historia manipulada e falsificada. Elas fazem parte da herança da guerra ideológica que alimentou a guerra desde 1975. Só resolvendo isto Angola poderá ser ''um só povo uma só nação''.

Procura-se angolanos com boa vontade para dirigir o bom destino da nação. Vamos escolher e manter aqueles que merecem.  Já temos a prova que discursos bonitos não resolvem nada mas precisa-se criatividade no colectivismo. Aproxima-se o descalabro e deve-se reagir positivamente. Tal como a paz sem unidade é tão falso, a unidade sem amor é falsíssimo.

 

Nkituavanga II

 

 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

ANGOLA DE MARIA DA BICHA A ZUNGUEIRA

A historia não se escreve mas vive-se; ela escreve-se a si mesma é por isso quem tenta escreve-la o faz possivelmente com erros. A historia de um povo narra-se; a historia não se corrige mas completa-se e complementa-se. A historia é na realidade a experiência de um individuo num certo tempo em certo situo.

No percurso da sua historia a mulher angolana conheceu duas vividas experiências. Actualmente é uma experiência de todos angolanos mas arremessada da forma mais marcante na vida da mulher. O homem viveu uma experiência única, invariável e continua enquanto a mulher que é o berço da família angolana tem experimentado no seu osso e carne uma caminhada dolorosa numas expectativas regressivas cujas promessas dos ilusionistas vão carregando ao abismo do desespero.

Os grandes maquiavélicos da historia que souberam como destruir uma nação, souberam eliminar silenciosamente e paulatinamente a mulher endurecendo suas condições socioeconómicas apagando seu lugar de destaque no seio da sociedade. Infelizmente esta regra, queira como não, é aplicada contra a angolana que vive numa sucessão da pobreza à miséria, do desemprego ao sofrimento, do desleixo ao abandono experimentando com persistência uma tortura moral na sua amargurada vida.

Os sábios observadores que entendem como se faz a leitura do tempo angolano descobriram que a mulher de Angola que sobreviveu os sofrimentos do comunismo e do partido/governo único safou-se porque soube aproveitar esquematicamente o que o sistema colocara indesejavelmente na disposição da sociedade: A BICHA.

Maria da Bicha não foi uma novela, fabula ou sonho; era uma realidade visível e palpável na sociedade angolana. Ao homem desta época foi bloqueado toda capacidade criativa e inovativa e toda iniciativa no mercado laboral, produtiva dependendo simplesmente as orientações da ditadura proletarizada. A economia da guerra não oferecia um salário capaz de aguentar o sustento completo da família. Maria da Bicha era uma mulher metropolitana porque no campo rural nunca havia bichas. Queria aqui dizer que o dirigente angolano sempre confundiu Luanda com Angola. Ele sempre limitou estrategicamente Angola por Luanda. Tem uma visão escura crendo que Luanda é Angola por isso desde aqueles tempos nunca meditaram de abastecer as bualas, comunas, raramente os municípios. Maria da Bicha não podia deslocar-se as comunas para vender seus produtos uma vez que as deslocações eram possíveis com permissão de ''guia de marcha'' que não era fácil adquirir para desempregados. Algumas curiosas com ''boas relações ou cunhas'' iam comprar nas bichas em províncias e possivelmente lá vender; por enquanto os bilhetes da Taag não eram fáceis (comprar, confirmar, reconfirmar e as listas de espera no Aeroporto eram ilimitadas).

A mulher angolana identificou-se por Maria da Bicha, não porque gostava de bichas mas a condição foi-lhe imposta pela dureza da sociedade. Condição esta que também lhe foi imposta pelo dirigente do partido único incapacitado de abastecer o mercado comercial. Foi uma escolha de seguirmos a via politica que optamos e temos de assumir a nossa responsabilidade; de mesma forma que aconteceu com a guerra em Angola. Maria da Bicha não tinha liberdade de comprar nem vender porque era controlada pela segurança comunista. Maria da Bicha foi ate impedida de praticar kitanda, pois era chicotada nas praças, apanhada nas ruas, não deveria ter cantina ou lanchonete. Tinha filhos a cuidar e outros nas escolas e um marido enviado constantemente nas frentes de combate. Muitas entre elas foram parar na comarca de Petrangola ou Viana. As poucas mais teimosas ficaram desgastes. Maria da Bicha sacrificou a sua vida para sustentar a família uma vez o homem não pude faze-lo. Há uma pouca minoria que conseguiu distinguir-se mas apenas aquela tendo conexão com o partido: eram filhas de... ,mulheres de... ,famílias de...Mesmo assim Angola tinha mulheres lideres, mulheres nas instituições, mulheres politicas e militares, mulheres operarias etc. Realmente Maria da Bicha passou toda a sua vida de bicha em bicha só porque o salário do marido era insuficiente numa sociedade em escassez de produtos alimentares e um mercado vazio em bens industriais. Ela foi a defensora e ganha-pão da família angolana, embora considerada de irrelevante pelo dito Partido de trabalho.

A chegada da dita democracia angolana ajudou a mulher a transladar na sua profissão não desejável. Neste sistema deu-se certa abertura para praticar a kitanda mas com que preço? A kitandeira podia ser operacional mas sua actividade foi ultrapassada pela zunga, uma vez que todo mundo necessita de vender e os poucos clientes com grandes poderes de compras, tem agora ''asas'' e esperem que os produtos vem ao seu encontro.

A mulher angolana esperou pelo melhoramento da situação mas suas esperanças caíram no buraco uma vez viu o seu marido condenado ao desemprego em detrimento aos alheios. A bruta concorrência na kitanda viu-se infiltrada com a participação de alheios que trouxeram novas formas de vender produtos andando duma ponta da cidade a outra, nas ruas, nas repartições, ate no meio das estradas engarrafadas. Hoje em dia vende-se produtos especiais nos quartos, sala de banhos, nas discotecas, cinemas, no comboio etc.

Zungueira aproveita uma ocorrência quase castigo da sociedade, que vai usando como oportunidade para colocar a sua experiência, a sua antiga arte, desta vez renovada e inovada. A mulher angolana não teve grandes brechas para estudar como outras africanas visto a limitação diabólica do colonialismo. A independência trouxe esta possibilidade mas o sistema comunista não tinha capacidade na resolução de problemas angolanos. A mulher angolana como jovem é dedicada e tem características e vontade de instruir-se, preparar-se profissionalmente. Ela tem a gula de frequentar grandes instituições educacionais uma vez possibilidades são disponíveis. Ela preocupa-se sempre entrar no casamento com boas bagagens intelectuais, já que o seu homem embora desempregado tornou-se exigente. O homem da democracia angolana não ficou com braços cruzados mas vê-se com possibilidades limitadas como no comunismo. A boa sociedade é só para os angolanos escolhidos e não para os chamados. A porta para um futuro melhor já anda impenetrável para o homem angolano. Essa condição tem estimulado a mulher a refugiar-se na zunga. A Zungueira tem certas liberdades que permite-lhe circular livremente o território nacional; já não há guerra e as minas tem hoje poucos efeitos. Ela viveu uma porção da vida em abundância aproveitando as poucas migalhas que caiam nas mesas de gatunos que saciavam as riquezas angolanas, que caiam das gavetas de tribos de...,famílias de... ,segunda e terceira mulheres de...Ela usa hoje o que acumulou neste tempo do ''boum económico, da economia crescente'' para montar um pequeno negocio vendendo primeiro nas ruas, depois a toda cidade passando pelas comunas, penetrando municípios. Quando o negocio é florescente então dá-se uma pequena olhadela nos portos, aeroportos e postos fronteiriços.

A zunga representa hoje a imagem de Angola. Segundo o nível de Angola a zunga não deveria ser uma profissão; seria um biscate de vergonha. Para confundir a visão de lideres de Angola, a Zungueira é hoje famosa mesmo carregando sofrimento pelas costas. Por isso ate homens optaram pela esta alternância profissional e poluam sem vergonha as ruas da China, Turquia, Namíbia etc. Em Luanda e partes a Zungueira é corrida, insultada e surrada, seus produtos deitados ou dados aos cavalos da policia. Governantes criaram mercados intermediários sem balancear com o índice populacional, índice do desemprego nos bairros etc. O grande mercado é situado alem do alcance da própria Zungueira, solução dada com inveja. A Zungueira tem mais opções que Maria da Bicha, que tinha um marido trabalhador com um salário insatisfeito. A Zungueira tem um marido condenado ao desemprego pois o mercado laboral está inundado por chineses e outros protectorados de generais.

Hoje a única forma de combater a Zungueira é fechar completamente o mercado de dólares enquanto o próprio governo precisa-los para a sua reserva e business. Hoje ate alguns políticos praticam uma forma de zunga por isso temos muitas contas perdidas em vários bancos da Suíça, Portugal, Brasil, contas espalhadas em varias ilhas de paraíso planetário.

Queiram como não a zunga é uma solução forte para varias famílias angolanas. Ela não é uma tola profissão mesmo assim pensam alguns. Algumas pagam impostos e resolvem mais problemas mesmo sem dizer que ''o mais importante é resolver os problemas de certo povo''. Afinal a Zungueira também tem conselhos a dar aos intelectuais angolanos.

O que a zunga tem dito-nos: seguimos !
https://youtu.be/4oq8yyhbMfw


 

Nkituavanga II

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O DEDO QUE SUFOCA OS BAKONGO

Tendo em conta a sua superfície (1246700 km² o quarto maior país do continente), a sua população (20 milhões de hab), com uma densidade populacional de14.8hab/km²), a riqueza do seu solo, hydro-fluvial, vegetal e climática, a sensibilidade e maturidade politica da população, as necessidades e ambições populacionais diria que nenhum partido angolano tem hoje capacidade de dirigir solitário Angola ao seu prospero destino. Esta realidade que posso defender e demonstrar em varias ópticas pode ser discutida, debatida mas queira como não, terá sempre um resultado inalterável. Por mais de três décadas, o poderoso partido da situação tem afrontado esta realidade mudando sucessivamente estratégias de falências, que  cada vez mais vão expor publicamente suas debilidades a vista crua e nua.

A única realidade que o politico angolano tem forçadamente negado e ignorado é que: ''um dedo não pode lavar a cara'' na melhor e simples forma que qualquer analfabeto e sábio velhote angolano pode perceber e explicar. Esta é a cristalina e única realidade, que tornou-se monstruosa ao MPLA, que tem combatido-la com sua infernal teimosice mesmo somando falhas e escândalos. Como dedo médio, o dedo do meio é também o maior de todos, o MPLA tem procurado incessantemente dirigir sozinho esta grande nação. Ele está em melhor posição, tem um tamanho que outros não tem por isso pensa que pode sozinho lavar a cara sem o concurso de outros. O partido comunista que se democratizou dum dia ao outro guardando a sua bandeira comunista procurou alcançar seus desejos egocêntricos aplicando duas estratégias que foram insucessos. Primeiro, logo fez uma partida rápida com intenção de sozinho lavar a cara isolando-se de outros. Por consequências sabe-se bem, para que se lave a cara os cinco dedos tem de se agrupar fechando as brechas, apertando-se uns aos outros para melhor cartar e conservar a agua, levando-la ate a face para depois esfregar em harmonia. Esse isolamento não surgiu efeitos no tempo do partido único e não dará efeitos amanha. Ele lutou em vão para eliminar os outros, finalmente foi forçado pela natureza de reconhecer outros embora que continuou afastado de si. Depois de tantas inefectivas tentativas, ''ele mudou a sua arma de ombro'' passando pela segunda fase. Ele aceitou (com amargura no coração) de cooperar com outros dedos, de acordo as orientações superiores, dando-lhes espaço ao seu lado. Assim passou-se pelo plano B, que constitui de atenuar o poder operacional de outros quebrando-lhes no meio. Esta tola vaidade é só para aglomerar honras inúteis mas sacrificando uma inteira nação.

os bakongo de Angola que contribuíram bastante no enriquecimento da historia do partido da situação sofrem hoje as consequências duma injustiça não justificada. Os bakongo, o dedo polegar embora afastado de outros dedos tem sempre desempenhado um papel decisivo na lavagem desta face/pátria. Os bakongo paguem hoje pelo facto de beneficiar esta posição divina (nortenha) nesta mão chamada Angola. Portanto o polegar suporta, ajuda e socorre o trabalho de qualquer dedo na mão. Não é um povo perfeito, que tem seus erros como outros mas que merece consideração. O que este povo vive hoje não é comparável. Vejamos: ate hoje não se sabe como e que originou este castigo. As três províncias do norte (Cabinda, Uíge e Zaire) vivem as consequências da politica da exclusão social traçada pelo partido da situação. A presença Americana e outras por razoes económicas, a própria riqueza petrolífera e a existência de vários movimentos que reclamam a independência do enclave fazem com que Cabinda tenha um estatuto especial, mas não deixa de ser kikongo. Essa guerra fria absurdamente implementada pelo partido da situação contra os bakongo não é nova.  A agudização desta invejosa crise partiu da Sonangol onde deplora-se certos erros estratégicos que foram cometidos por técnico desta Empresa provocou a ira do líder máximo, que fortemente apertou o botão para ''limpar'' técnicos bakongo próximo da direcção. Como ''o azarado  nunca vem sozinho'' esta medida foi-se alargando as outras empresas. Em 2010 deparei-me com este dossier sobre o desmantelamento do ministério das minas, o vulgo ''ministério dos bakongo''. Neste ano por ordens superiores lançou-se a caça contra os quadros superiores bakongo desta instituição . Foi nesta ordem de coisas que o próprio ministro o Dr. M.A foi exonerado e varrido assim com toda a sua nomenclatura ministerial. Também tenho recebido lamentações e oiço choros visto que hoje em dia a promoção de bakongo no ministério da defesa tornou-se raríssima e quase impossível.

Os inoficiosos choros do Embaixador (N)dombele B.Mbala tem dupla justificação. O facto de ser digitado naquele buraco chamado ministério das relações exteriores justifica o carácter operacional do partido da situado. O Sr. Ndombele nunca fez parte dos filhos bem amados de bakongo. Ele sempre fez parte daqueles cães (não pejorativo) quando tem o seu osso não quer ver alguém se aproximar e torna-se mesmo raivoso. Uma vez que foram aceite no MPLA puseram uma nova pele, rejeitando a bakongo. Isto não é racismo mas covardia. Pelo facto, a sua idade avançada já não pode defender-lhe contra a injustiça politica de reforma do seu partido. Ele aproveita esta razão de combate ou exclusão de bakongo, que sabia de antemão e nunca denunciou para justificar hoje o que deve ser normal no seu caso e de outros. O Sr. Ndombele está bem informado das poucas ocorrências que aqui detalhei com as quais se tem conformado. Ele tenta usar esta razão nesta hora do seu declive ao abismo laboral para ganhar a paixão de bakongo que nunca procurou nem precisou. Desculpe mas o tempo da sua reforma já chegara.

Sendo familiar do falecido Sr. Luvualu, o Sr. Ndombele sabe muitíssimo bem que na era do Pr. Agostinho Neto, especialmente nos seus últimos momentos da vida, que os homens mais confiantes do circulo de Neto eram Lúcio Lara, Iko Carreira, Pascoal Luvualo e Ambrósio Lukoki. Esses tinham capacidades e qualidades de substituir o Saudoso Neto. Lara durante toda a sua vida politica preferiu sempre dirigir numa posição subentendida, embora que fosse o homem a puxar os fios. Iko não devia devido a sua participação activa nos acontecimentos dramáticos em relação a historia politica e revolucionaria em Angola. Tirando estes a supremacia do poder politico do partido de trabalho ficaria com Ambrósio Lukoki, que também era a escolha de Neto, já que Luvualo tinha certas limitações cientificas. Claro que o Sr. Ambrósio Lukoki não ascendeu ao poder só pelo facto de ser kikongo. O Sr. Lukoki apresentava um CV três mil vezes rico em todos planos que o cidadão JES na altura ministro do plano. O Sr. Ndombele sabe sem sombra de duvida, como qualquer angolano que existe ainda um segredo código negro do MPLA penalizando os bakongo e que nenhum cidadão kikongo pode ascender ao trono de poder em Angola. Tudo isso e mais dados que não se desbobinou aqui provam essa guerra fria e continua contra os bakongo em Angola.

Que o Sr. Ndombele não condena ninguém quando enfiou-se o seu próprio dedo no olho. Mas a certeza é que chegou-se a hora de desmantelar os bakongo nas relações exteriores. Actualmente Angola precisa imperativamente a contribuição de todos os angolanos e bakongo continuem firmes a jogar aquele papel positivo para o progresso da pátria.

 
Nkituavanga II

sexta-feira, 31 de julho de 2015

PESCAR FORTUNAS NAS TURBINAS DA PRESIDENCIA

A actual realidade pode ser chocada porque as experiências de cada estão piorando cada vez mais. A própria lei da sociedade capitalista exige isso. Os duros momentos que florescem na vida económica de Angola vão cada vez mais agudizando. As razoes propriamente angolanas são varias partindo da má vontade, corrupção, má gestão, mau sistema politico, má qualidade do coração humano/angolano etc. A experiência também demonstra que não haverá grandes mudanças. E tempo ao angolano ser preparado a espera de momentos mais difíceis. Na altura do ''boom do petrodolar'', o cidadão angolano já sofria. Mesmo quando se gritava altamente que Angola tinha uma economia mais crescente, havia mais centenas de mortes causadas pela fome na parte sul do país para ainda não falar das zonas rurais mais recuadas condenadas a miséria, onde a bandeira comunista só flutua saudavelmente nos períodos eleitorais. Poderá haver uma mudança subtil na economia só daqueles que fazem parte da nomenclatura do sistema, do circulo fechado e da influencia do núcleo, e da tribo em questão.

Vive-se momentos maus e não se prevê nada que num futuro próximo trará sorrisos nos lábios de angolanos. Os estrategas do partido da situação são nesta circunstancia do tempo irrelevantes; já não tem estratégias para a mudança. Seus cálculos e projectos são direccionados para a obtenção de lucros pessoais ou interesses próprios.

O mundo está atravessando um período financeiro muito caótico. A economia do mundo conhece momentos turbulentos nesta crise. Para alem de ocupar, conquistar novas terras ou mercados para explorar, pilhar recursos minerais: vegetais, marítimos, agrários como o subsolo em geral, as hipóteses para o melhoramento são reduzidas, raras ou inalcançáveis. O regresso do Irão no cenário da politica internacional vai ainda complicar pois tem petróleo de qualidade melhor e tem ambições para uma economia melhor. Por isso a batalha da politica de preços no mercado petrolífero será bruta e Angola vai sofrer nisso; independentemente das ocorrências na Sonangola.

Os estrategas do partido da situação estudaram a conjuntura do país, embora caducos entenderam que Angola já não tem probabilidades para melhorar a sua economia. Qualquer que seja o clima ou a temperatura o escassez predomina a economia angolana e os escapes de recuperação são para este governo inatingíveis. O mercado do petróleo angolano está corrompido ate a sua espinha. A transição da economia dolarizada a uma economia propriamente angolana que está sendo feita com intenções egoísticas, com inclinação as multiplicações de lucros da família em questão. A atmosfera politica também já não é a mesma. As crises politicas no seio da família do partido da situação conhecem graves vertigens. A protecção e segurança das instituições estão cada vez mais débeis, perto a anunciar o desabando. A moral politica de membros está quebrada. O poder corruptivo vai enfraquecer-se visto a falta da circulação da moeda habitual, o dólar. Esta condição reviravolta afectou a forma e maneira como esses estratégicos operam. Como a crise abalou toda a economia nacional tem que se localizar em que departamento, gabinete ou gavetas repousa o dólar neste território. Este estudo permitiu aos estratégicos discernir que só a presidência que nunca poderá ''secar''. Secar entende-se por falta, crise, escassez ou penúria.

A nossa presidência está conhecer momentos difíceis. A nossa presidência já não se identifica com a inovação. Ela já não tem aquele poder operacional do passado pois não só perdeu membros calibrados em termos de raciocinar, mas os poucos restantes perderam confiança entre componentes da cúpula. A estratégia do comunismo virou contra a própria maquina do vermelho-preto. Os estrategas do movimento pensaram aproveitar esses últimos momentos da decadência do poder para fazer dividendos. Estudou-se a questão como fazer fortuna e onde encontra-la. Estudou-se então o que neste momento perturba a consciência da cadeira presidencial. O que na realidade rouba a paz na consciência do líder máximo não é a oposição. A oposição que temos já não tem capacidade como tal. Uma oposição que come na cozinha e nos pratos do partido com o qual opõe. Uma oposição que respira dólares que lhe são fornecidos pelo poder. Esta oposição só existe para acompanhar o partido em fim de oficializar seus mandatos, permitindo-lhe renová-los. Uma oposição que senta com o poder na mesma ''komba'' nos lugares incógnitos; por isso nunca poderá estremecer o poder. Ela não é para o poder um tira-sonho. Ela é um elemento parasitário que vive nas veias do poder.

Os estrategas do partido compreenderam que só os estudantes, a juventude e os activistas que tem poder de atemorizar a presidência. Portanto a mesma presidência é actualmente a única fonte que pode ''pagar'' fortunas. A hora é de incertezas com um futuro imprevisível. No desabando cada opera egocentricamente numa inconsciência, onde a traição é moeda corrente. O principio é saudável: ''cada um por si Deus para todos''. Para melhor ''chupar'' a presidência, o triangulo foi facilmente traçado. Da presidência aos activistas passando pelos dólares. Vai-se sacrificar as cabeças de activistas num belo prato a presidência pondo em questão a segurança do estado ou simplesmente da presidência em troca dum preço volumoso em verdes. O cenário foi fácil a desenhar, montar e aplicar. A presidência ficará satisfeito uma vez terá o seu tira-sonho inesperadamente com muita facilidade sob assistência duma oposição parada, cega e muda. A presidência é actualmente o melhor poço para cartar verbas, dividendo e fortunas. A nossa presidência já habituou com esse género de troca, cambio humano. Neste tipo de troca onde está em causa o tira-sonho do PR, a presidência só tem uma mão livre, suave e fraco que vai pagando com olhos fechados. Assim nasceu um golpe de estado imaginado, montado e arquitectado pelos estrategas do movimento da situação.

O que se ignora voluntariamente é que a mentira tem sempre curtas pernas. Os especialistas do partido no poder esqueceram que os activistas tem somente poder de manifestar-se, capacidade de organizar marchas sem portanto possuir habilidades de golpear um estado soberano, um partido rico e politicamente enraizado, um tronco curvo da revolução vermelha. Os pobres activistas angolanos não tem uma base de reforço. Eles não tem uma base de concentração ideológica nem politica. Não tem suporte de nenhum partido. A medrosa oposição escolheu sua equipa ao lado do partido-governo. Os activistas não tem capacidade financeira para sustentar a oposição como o partido da situação tem feito.

Neste momento de parto doloroso, a criança está pronta para sair mas a mãe não tem forças para puxar e precisa-se uma parteira para ajudar. Para os estrategas, o tempo é favorável para fazer dinheirão chupando a presidência. Neste propicio momento é muito lucrativo e encorajado para os angolanos que tiver possibilidades de subtrair certos dólares a presidência visto que os ...

 
Nkituavanga II

quinta-feira, 9 de julho de 2015

MENTIR PARA MAL DORMIR, ACORDAR PARA SER EXPOSTO

 ''A vida é um jogo, a vida é uma quebra-cabeças'' uma forte citação de uma telenovela brasileira que com tempo rasgara os ares pesados que a atmosfera comunista incutia ao povo, enquanto esta dramaturga oferecia-nos a profecia que hoje se vive na nossa terra. A vida é um jogo para aqueles que numa fracção de tempo dormiram pobres e subitamente acordaram ricaços. Ė um jogo para aqueles que com poderes plenipotenciários vivem em cima da lei: manipulam tribunais, alimentam a corrupção e controlam tudo. Em contra partida, a vida é quebra-cabeças para aqueles que são eternamente condenados ao desemprego, que são socialmente excluídos a uma vida sossega, apaziguada e vivem miseravelmente tormentos com migalhas. Aqueles que continuamente sonhem a preto-e-branco pois nunca poderão enviar seus filhos nas boas escolas quando os de outros estudam no estrangeiro, onde também vão tratando suas dores de unhas, tosse e pequenas enfermidades, e fazem suas pequenas compras de mini saias, meias, perucas, bolachas, cebolas, sapatos, sal e peixes.

Nesta mesma vida a educação familiar, escolar e a própria sociedade foram grandes fontes para acumular ricas experiências e know-how que fazem parte do meu património individual. O facto de viver no hemisfério norte como no sul, de habitualmente frequentar os países mais pobres do universo como os mais desenvolvidos permite raciocinar com coesão: sem influencias religiosas, ideológicas, das moralidades turva e corrupta, da fome e das injustiças. Aprendi que o valor do homem não se mede pela profundeza do seu poder financeiro. O sentido da vida não se obtenha pelo poder manipulativo que se tem para cativar outros. E o respeito não é uma graça que se oferece. Ele não vem do seu estatuto social mas merece-se. Por isso temos visto os pequenos, os insignificantes, os pobres ate aqueles que chamamos por simples povos revoltar, se manifestar e ate faltar respeito a este ou aquele que talvez ontem respeitaram incondicionalmente. A lei social da natureza funciona no tempo, nas circunstancias e num espaço respondendo aos problemas do povo, como o dizia Agostinho Neto.

Esses acumulados inspiram-me compreender que não se deve mentir aos seu advogado, como ao seu medico, tanto ao seu pastor. Isto seria a lógica da vida mas a realidade pode ser diferente, amarga e falsa. Hoje vê-se advogados que defendem seus clientes mas já com ordens superiores e predeterminadas para trair estes. Advogados digitados para arruinar a vida de clientes e curiosamente de uma nação. Advocacia tornou-se uma plataforma para enriquecimento ou um trampolim para um futuro lugar no seio da politica ou de partidos. No seu lado, o cliente pode não ter confiança ao seu advogado e procure mentir para ganhar o processo. O cliente procure dominar ou mesmo manipular seu advogado. Quantas vezes refutamos categoricamente visitar um centro medico? Nos casos de doenças ditas ''tabus'' muitas vezes demos falsas informações ao nosso medico. Se pastores fossem realmente homens de Deus não haveria necessidade para as ovelhas os driblar com falsas informações. Como eu diria: ''aquando a pergunta é mal formulada, a resposta pode ser tão aperfeiçoada e apetrechada não serviria para a resolução adequada''.

Uma sabedoria moderna de bakongo diz: ''a mentira para subir toma um elevador enquanto a verdade usa as escadas'' isto implica que a mentira é sempre o primeiro a chegar. Estudando esta sabedoria também entendo que não se deve nem se pode mentir o povo: a população da sua terra/duma pátria. Um povo pode ser tão estúpido mas o tempo opera sempre ao seu favor. Pode ele hoje receber a mentira (como chega sempre primeiro) mas amanha mesmo com atraso, quando chegar a verdade, este estúpido povo como não é cego, vai enxergar e chegar ao ponto de comparar e determinar as diferenças. Ainda mais que a mentira e a verdade não se vestem pela mesma cor. Eis a razão que um antigo presidente americano diz uma vez: ''pode se um dia mentir ao povo mas não se pode sempre aldrabar a este povo''. Infelizmente os ditos intelectuais dirigentes que mentem-nos esquecem uma outra sabedoria kikongo dizendo: ''se mentir não dorme na mesma povoação onde mentiu, porque no dia seguinte será exposto'' A mentira não pode se esconder mais do que 32 dias, por isso no trigésimo terceiro dia é descoberta, exposta, botada no chão e pisada nas praças publicas. Ė claro que a mentira tem vida bem curtinha enquanto a verdade vive para sempre; que nunca pode ser tapada. A melhor comedia que a humanidade pode oferecer-lhe é assistir a uma reunião de mentirosos; que gargalhadas!!! Aquela reunião esquemática de dirigentes da igreja ''pomba b...ca'' no alto mar.

Também tomei conhecimento desta realidade, que não se pode mentir ao seu Criador e a sua consciência. A mentira é uma arma para os fracos mas também é uma arte para os mal-intencionados. Os que habitualmente e naturalmente mentem procurem sempre obter lucros nesta arte sem dar conta que vão um dia perdendo valores, respeito, credibilidade e personalidade. Um homem natural e racional, que derivou do homem sabe que nesta vida não é possível enganar ao seu Criador. Pode se tentar mas nunca resulta pois vai-se basculando numa auto decepção. Ate o próprio diabo nunca tentou mentir ao seu Criador. Ninguém pode mentir a sua própria consciência porque ninguém fiscaliza a linguagem da sua consciência ora treinada pela mentira ou pela verdade. Os profissionais mentirosos são conscientes das suas mentiras e do seu estatuto. Eles sabem como e quando mentem. Podem não aceitar isso publicamente mas sabem, realmente que são mentirosos. A mentira tem uma factura muito desaborosa. O mentiroso procura abrigar a sua mentira e proteger-se sem saber que tem sempre uma cauda que vai traindo-lhe. Notei nesta experiência que os mentirosos tornam mesmo feio de fisionomia facial e os mentirosos tem sempre uma grandeza hipocondríaca.

Ė actualmente irrelevante e absurdo persistir na imaginação que a politica continua sendo uma arte de mentir, dominar e corromper. A politica já não opera como ciência de mentiras. Esta forma caduca de pensar tem ate hoje estimulado multidões de infiltrar-se na politica com objectivo de acumular dividendos numa fracção de ''abrir-fechar'' olho. Uma vez descobertos, perdem sonhos e refugiam-se nas makumbas. Só a verdade garante um lugar seguro de um patriótico na historia da sua nação.

 
Nkituavanga II

quinta-feira, 25 de junho de 2015

O DIREITO DE RACIOCINO

 A liberdade de expressão surgiu no dicionário da política de dia-a-dia como simples slogan que declaramos livremente como se tivéssemos uma memoria do papagaio. E infelizmente triste de ouvir entidades que seriam honrados oferecer-se a luxaria de incutir e impor aos angolanos aceitar que tem a liberdade de expressão. Talvez isso haja no território angolano mas que os angolanos não desfrutam. Permitem-me dizer isso pois entendo que há dirigentes que amam Angola mas que nunca amaram nem gostam os angolanos. Provar isso não exigiria grandes diplomas, só colocar simplesmente o "dar e receber" no balanço e a equação será resolvida.

Em pouca palavras liberdade de expressão deriva do direito de exprimir-se livremente num espaço com palavras que tem um sentido, uma significação e valor. Por isso no exercício da comunicação, falar/se exprimir é de antemão precedido pelo processo de reflexão e analise. Nesta conjuntura não vejo como algum angolano pode responder a contenda de ter a liberdade da expressão sem primeiramente responder a seguinte questão: será que o angolano tem o direito de pensar? Diria ainda que pensar e ter o direito de pensar são duas distintas referencias.

Abordar profundamente esta questão é muitíssimo riscante pois estimula a nervosidade daqueles que aperfeiçoaram-se na arte de intimidar. Pensar, ainda não deixou de ser uma faculdade humana, natural e normal para cada cidadão tendo um estado são. Este poder de raciocino foi aos angolanos retirado e substituído por uma faculdade mecânica. Não digo isso de forma pejorativa mas prática; visto que alguém procura, tenta e exige-nos pensar de acordo com as orientações partidárias, segundo ordens superiores e seguindo fulanos inconscientes e incógnitos. Talvez haja um artigo constitucional que proíba o direito de uso dos cinco sentidos aos angolanos. Quem sabe?...

Quando os ditos intelectuais duma nação perdem capacidades de diferenciar um governo a um partido reinam trovoadas. Quando alguém se posiciona em cima da constituição, a lei fica abafada e instaura-se a corrupção. Quando um partido está em cima do governo e de todas instituições tudo torna-se disfuncional. Quando se debate no nosso Parlamento assuntos premeditados, já resolvidos, já determinados, já consumados então perde-se o tempo e já não se ganha (salários) mas se rouba (fortunas). O que realmente se passa é um cenário muito desgostoso. Coloca-se indivíduos como deputados discutindo durante longos tempos e anos assuntos que já foram decididos pelos superiores. Neste caso apresenta-se puramente um concerto de uivadores. Debates inúteis e infrutíferos.

De mesmo tem acontecido com as eleições! Porque então esbanjar tanto recurso: força de trabalho, equipamentos, tempos e meios financeiros para algo que não produz efeitos; já que os resultados são premeditados e predeterminados? Para que servem estes protocolos?

Nunca, na nossa terra, fomos consultados mesmo pelos beligerantes tanto pelo partido da situação como pela oposição. Fomos e ainda somos obrigados a fazer coisas injustas, inumanas, cruéis que nunca desejamos. Tanto faz gritando ou chorando de dia como a noite, no cachimbo como no tempo chuvoso ignorem-nos. Sentados numas banqueteiras riem-se de nos. Porque alguém nega teimosamente reconhecer que temos também ''miolos'' para pensar e que ninguém deveria pensar no nosso lugar! Hoje em dias, os pais matam-nos e os filhos enterram-nos. Vão escravizando-nos silenciosamente enquanto vão bruscamente e agressivamente enriquecendo-se, portanto ontem diziam-nos que éramos todos cegos e que não tínhamos morcegos.

Quem ainda tem duvida que pensar é um direito divino? Queira como não; em qualquer território os "karkamanos" tem sempre dias contados!!!

 
Nkituavanga II

sexta-feira, 13 de março de 2015

O BOLO DO MAL-ESTAR

 Viver nos cantos mais recuados numa das províncias mais esquecida de Angola oferece realidades com diferentes sabores que muitos angolanos não acreditariam hoje os tipos de cenários que quotidianamente se viveram. A textura da amargura bicarbonática das minhas experiencias infantis num espaço desconhecido continuem ate hoje inspirando-me compartilhar certos paladares com aqueles por azar do destino falharam, escaparam, desconhecem ou mesmo foram poupados de experimentar.

Em certas zonas comer um bolo não era habitual e diria ate que era um privilegio, para não mencionar que, não era dado a todo mundo, mesmo na época colonial. O completo desaparecimento do bolo na época pois-colonial justificava-se de facto que a nação se mergulhou numa guerra que foi contribuindo ao retrocesso de Angola. Portanto sem saber como, mas, a realidade surpreendeu-nos uma vez quando foi vendido bolos na pequena vila da minha comuna. Numa tarde deste dia animado pela alegria que o balanço entre o sol e o sopro de uma brisa fresca proporcionado pela natureza, o meu pai entrou em casa transportando um pacote que apresentava formas arredondadas com pequenos ângulos variados nos recantos do papel que servia de embrulho. Este embrulho transmitia uma certa telepatia aos observadores convidando uma crescida curiosidade aos filhos de aglomerar-se urgentemente a volta do embrulho. Este mesmo embrulho lançava um saboroso perfume que também cativava a curiosidade de todo que se aproximava na sua periferia de um a dois metros. Uma vez em casa, o dito embrulho foi desnudado com gula pelos irmãos hipnotizados pela boa aroma que brotava do bolo. Deu-se a ordem de partilhar o bolo em família. Muitas vezes predomina um mal nas casas de famílias pobres; quando se come algo especial (como frango) há sempre tendências as crianças de levar a parte (osso apetrechado com uma carne) fora da casa e apreciar os pedaços no ar livre, e muitas vezes na presença alheia de vizinhos. Já tínhamos passados anos e anos sem comer nem cheirar o bolo. Talvez também não houve outra família/casa que tinha esta oportunidade de saborear um bolinho. A rapaziada foi degustando o bolo ate próximo as casas de vizinhos e as voltas de amigos. Por consequência, nas aldeias bantos os moradores ou habitantes tem sempre uma ligação familiar. Assim o bolo comprado neste dia por meu pai causou ‘’engarrafamento’’ na nossa família onde primos e sobrinhos, netos e bisnetos, tios e cunhados invadiram, saindo cada com o seu pedaço na mão, chupando sistematicamente dedos um depois outro numa consciência que foi flutuando no espaço. O bolo foi abusivamente comido pela família paterna sem que haja uma parte guardada para os irmãos ausentes na altura. Os invasores cortaram-no; uns desproporcionalmente e outros exageradamente ate levaram as residências de seus pais. O bolo do PAI foi dividido de forma popular e anárquica como se fosse produto da caça, deixando descontentamento entre irmãos da família, ate choros aos pioneiros. Diz-se neste dia, ate um bisneto ficou diarreiadado…

Neste dia reinou na nossa casa um ambiente de murmures e descontentamento provocado pelo bolo que implantou um completo mal-estar na família. A revolta tomou conta da atmosfera moral da casa e quebrou nela a boa comunicação de sempre. Na altura, eu não sabia nada sobre o dia das mães. Se fosse hoje deduziria que fosse neste período pois a minha MAE pensou comprar no dia seguinte um bolo para acalmar as consciências. Seus cálculos que eram segredos foram-se concretizando quando no dia seguinte dirigiu-se a mesma vila e conseguiu adquirir um bolo de menor tamanho, que levara em casa. Isto é o amor da mãe para com os seus. Foi com tantas calmas que o bolo revisitou a minha família num espaço de 48 horas. Desta vez cada comeu a sua parte com sossego sem que haja atrapalhamento nem intervenção dos externos. O bolo da mãe trouxe paz e entendimento. Ele trouxe união e reforçou o elo familiar. O bolo da mãe não alarmou os vizinhos da aldeia, da comuna, do município, da província nem de outros continentes. Hoje coloco-me obrigatoriamente na posição de estupidamente crer que o bolo da mãe foi nacional enquanto o do pai foi internacional. O bolo da mãe foi consumido nos perímetros familiares, quer dizer não se comeu fora da casa!!!

De quem será o bolo que vejo ai, se compartilhar entre lobos, raposas, hienas, chacais e todos carnívoros que poluem nossos matos ancestrais?

 

Nkituavanga II

sábado, 21 de fevereiro de 2015

ANGOLA DE SOFISTICADA CANDONGA

Num período como este é um pouco difícil pensar em certas coisas, acontecimentos e fenómenos que vamos vivendo no dia-a-dia da nossa sociedade. Fazer uma reflexão sobre a candonga tornou-se empírico, talvez caduco. Isto porque já ninguém pensa em candonga, muito menos falar nela. Esse deveu-se não porque ela já sumiu na nossa sociedade mas pelo fato que alguém tem trabalhado no sentido de normalizar aquilo que ontem era anormal, combatido tanto pelo governo e pela sociedade em geral.

A candonga existe no nosso meio. Ela ainda vive e bem porque está sendo alimentado não só por indivíduos mas também pelas instituições, não só privada mas sobretudo estatais. A candonga é bem praticada mas num estilo muito mais sofisticado; fora da moda e do habitual. A candonga desenvolveu-se, metamorfoseou-se, ela tomou e se vestiu de outras cores e luzes. Ela encontrou outros praticantes e transferiu-se da classe baixa a classe mais articulada.

A candonga é um fenómeno sociocultural, socioeconómico que nasceu de forma instintiva na consciência do povo angolano uma vez a procura e a oferta ficaram longamente desequilibradas. A candonga é o processo pelo qual o povo cria meios de sustento aplicando-se numas actividades comerciais que garantem lucros volumosos. Ela é um processo que não obedece as regras estabelecidas pela autoridade, que também não aprova esta pratica. Ela é a forma como o angolano estimulou a sua capacidade entrepreneurial para criar uma plataforma de troca de produtos, ou de venda para sustentar a sua família. A candonga era uma prática ilegal, combatida com toda energia pelo estado marxista angolano. A candonga estimulou também outras práticas no seio da sociedade tais como o desvio de fundos e roubo de produtos nas empresas do estado. Nos tempos, muitos candongueiros foram presos. Muitos angolanos praticantes desta foram também mortos nas prisões, outros atrevidos morreram nas minas em varias fronteiras angolanas. Outros ficaram até hoje desaparecidos que nem o governo tem explanação, embora que estes estavam sob custódio do governo em varias prisões, quartéis e esquadras. Há quem perdeu seus bens em detrimento a uns oficiais que hoje poluem os palcos de ricos angolanos.

Muitos entre aqueles que ontem praticaram este processo tomaram outros rumos das actividades laborais. A candonga hoje tem outros praticantes, aqueles que ontem souberam energicamente e brutalmente combater os praticantes. A candonga é já uma modalidade que facilmente enriquece os praticantes. Eles fizeram com que esta actividade seja oficialmente praticada pelos meigos do clube da alta sociedade, pela elite e tribos valorizadas da nação. Ela ganhou uma conotação positiva e já não cheira kimbombo.

A candonga é hoje praticada nos grandes gabinetes. Ela foi oficializada pela corrupção que perfume a nação. Seus melhores adeptos são os ‘’coluneiros’’ em gravata, que viajem em primeira classe e muitas vezes discutem os problemas angolanos. Outros foram projectados na lista dos heróis de Angola; que não sabemos com que critérios. Esses ajudaram a candonga cobrir-se com a bandeira da nação. A candonga angolana anda também de casaco, talvez tem patentes e possivelmente vive nos palácios! Esta mudança fez com que o angolano já não fala deste fenómeno. Ele passou do negativo ao positivo e foi normalizado até elogiado na consciência angolana.

Espero que alguém tenha piedade da nossa economia e entenda que este processo não é normal mesmo que as actuais circunstâncias forcem-nos a recebe-la como se fosse. Este assunto deve ser abordado diferentemente e botado fora da nossa sociedade. Como dizia um antigo Comissário Provincial de Luanda ‘’quando é praticada por uma kitandeira fala-se alto ate na mídia mas quando o autor for autoridade, ninguém fala’’ Existe alguém nas fileiras disponível para provar-nos como a candonga é hoje boa e criar dividendo nas caixas do governo? O que hoje faz dela aceitável? Quando foi ela exonerada e posteriormente empossada? por quém e em que decreto? A candonga não é saudável, é um parasitário sustentado pela improdutividade e protegida pela corrupção e injustiça.

O bem mal adquirido, não…

 

Nkituavanga II