Nas folgas que a oportunidade de cada dia tem-me oferecido vou prestando atenção ao meu povo: como vive nos contrastes da vida entre aqueles que tem facilidades de tocar o céu uma vez vivem nas arranhas-céu e aqueles que vão se torturando nas picadas de Luanda só para colocar um ossito entre os marfins. Muitas vezes não é fácil uma vez uma grande parte da nossa população foi forçada a viver nos esquecidos ‘’buraco’’ em diferentes províncias onde prevalece a lei da exclusão social imposta pelo governo que prontifica-se num sonho de defender os interesses do povo até 2025. Muitas vezes as minhas lâmpadas não deixam escapar gotas de incertezas quanto vejo crianças do Cunene a morrer com fome, enquanto alguns vão gabar-se sobre a riqueza de Angola no planeta onde vão sobrevoando.
O culminante apogeu da minha observação está sempre centralizado na pessoa do nosso dirigente máximo. Aquele homem publico que tem o poder de velar pela vida do angolano. Aquele homem que o comunismo de ontem elogiou por vários títulos: o arquitecto da paz, pacificador, unificador, aquele que idolatrizemos com slogans e canções: JES o povo está contigo etc. desenvolveu-se em mim uma curiosidade de seguir de perto a movimentação dos destacados lideres do governo, da classe politica, de tudo que fazem, o que dizem, onde vivem, quantas quatorzinhas mandem, que marcas de carros conduzem, em que países viajam etc. Infelizmente certos elementos fanáticos tentam incansavelmente retirar-me esta habilidade que divinamente recebi e tornar-me por um autentico cego angolano. JES foi há muito adorado pelo angolano. Este mesmo angolano está hoje declarando: 32 é menos? Ou melhor 32 é muito! Isto é tomada de decisão: um exercício, um dever natural e divina. Não é isto que a democracia exige?
A maturidade e disponibilidades de hoje oferecem oportunidade de seguir de perto e bem analisar os discursos do guia da nação porque neles pode-se localizar pelo menos uma noção inspiracional e proporcionar uma gota da esperança. Um discurso sobre o estado da nação é a maqueta do programa governamental, que deve ser apreciada e ansiosamente esperada pelo cidadão.
O discurso do homem da situação do partido da situação foi uma nódoa preta numa folha preta. Nunca se verificou anteriormente uma decepção deste grau porque a falha nesta mensagem é visível mesmo aos radicais cegos. Neste discurso o nosso JES não estava na sua pele porque as palavras foram articuladas com um ruído de ferrugem; faltou-lhe a lubrificação habitual. Talvez o nosso PR não está passando bons momentos da sua vida ou da sua carreira presidencial. Este discurso foi elaborado a base duma mensagem antiga e não foi revisada senão apenasmente retocou-se menores pormenores, porque vejamos:
Estamos ainda em 2011 e vai-se reflectindo nas eleições de 2012 mas o nosso querido PR apresenta-nos uma estratégia de longo prazo até 2025, quer dizer 3 sucessivos quinquenários. Aqui coloca-se a consciência do povo num balanço. Sabe-se que se planeou esta ‘’loucura’’ em relação ao angolano analfabeto, mas também foi arquitectado como mastigar a consciência dos poucos intelectuais. O MPLA procura como sempre menosprezar a oposição rejeitando qualquer possibilidade dumas eleições justas e livres: uma advertência cheia de arrogância. Não somos tão democráticos que qualquer ‘’vencedor’’ de 2012 venha continuar o mesmo programa. Esta mensagem traduz uma veracidade dizendo que: apois JES será igual aos 32 anos eduardistas.
Os pontos focados trazem uma mensagem contraditória e prova que o nosso PR esta aquém da realidade angolana. Permitem-me dizer com todo o respeito que o homem forte angolano está desinformado ou talvez esteja confuso. Há apenas quatro meses JES tinha declarado que o MPLA não tem solução a pobreza angolana uma vez não é a causa/promotor da mesma. JES está se auto desafiando pois sabe que não se pode garantir a unidade de um povo que ainda não é unido.
O nosso JES promete coisas impossíveis. Digo isto porque o partido da situação teve sempre uma preferência a sua politica da exclusão social perante angolanos, principalmente a juventude e a marginalização de muitas províncias e etnias. Não se pode anunciar os resultados sem preconizar o mecanismo da abolição da política exclusivista.
Pensar do angolano da classe baixa, aquele que não teve parente no Dolosie, Brazaville e nas matas, aquele que não usa a camisola vermelha-preta nunca foi a responsabilidade do MPLA. Pensar daqueles angolanos que pensam contrariamente a ideologia do partido do trabalho, daqueles que não se identificam com o totalitarismo angolano não consta nos manifestos do governo de Angola. Pensar naqueles que deram suas vidas por uma causa que nos foi dito era justa é hoje problemático para o M. Mesmo as antigos combatentes são hoje seleccionados!
Neste discurso tem-se uma forma irónica de falar dos direitos da democracia quanto ao mesmo tempo vão-se dilacerar muitos jovens manifestantes em varias cadeias da capital. Enquanto o direito a manifestação é só dado aos preferidos. Fala-se ou tenta-se falar duma angolanidade cuja definição tem alterado constantemente.
Da mesma tónica vai-se falar da promoção da economia, quanto o rendimento económico serve para engrandecer as contas bancárias dos europeus e dos membros do circuito fechado da liderança angolana. Um discurso conflituoso misturado a uma demagogia de ontem sem portanto discernir que o ontem já passou e que as pessoas não podem continuar a viver na visão de ontem. A técnica empregada neste discurso não é comparativa as dribles de Ndungidi, nem do Chingito, Vicy, Lufemba, Akua, Mantorra e outros.
Os previstos resultados não conjuguem de forma nenhuma a realidade que se vive e os esforços que se evidencia. Mesmo mantendo o mesmo partido e governo no poder, o tempo nunca poderá corresponder as expectativas do povo. Eis a razão que a juventude vai gritando: 32 é muito. Falando da substituição, desta vez o gosto é amargurado e cheiroso.
Dificilmente digere-se esta repetitiva mensagem uma vez apresenta características de uma cábula para não culpabilizar o autor desta plagiária politica. O conteúdo deste discurso foi formulado ‘’de pés’’ pois nele não se reveja o nosso Presidente Dos Santos e menos o futuro do angolano. JES foi digitado a bater na mesma tecla mas num tempo e espaço muito variados, e o ritmo atraiu tudo.
Nkituavanga II