Os discursos de muitos dirigentes africanos são sempre aplaudidos pelo povo mesmo sem compreender a mensagem a fundo. Muitas vezes também aplaude-se porque existe no seio da população um estimulo arrancado pelas emoções que a atmosfera do sitio cria, como também criado pela capacidade psicológica de toda a equipa que colabora no pronunciamento indireito deste discurso. Isto acontece quando membros da direcção deste grupo estão camuflados no meio da população. Aqui o jeito da corrupção e manipulação é preponderante.
Como se trata de uma mensagem dirigida não só a um determinado número limitado de indivíduo, então suscita um interesse geral de diferentes dignitários que vão estudando o vocabulário, as temáticas, fraseologia e terminologia, a pontuação etc., enfim toda a gramática numa mistura de sonorização literária. Discursar em Angola tem sempre uma diferente colorização uma vez iniciou-se tudo com um regime comunista, que ainda pensa que a transformação de tudo deve ser obtida desde o exterior: das circunstancias, do meio, das condições. Discursar em Angola foi conotado com um diapasão muitíssimo diferente uma vez os primeiros locutores emergiram nas várias matas angolanas nas escolas da literatura revolucionária.
Há 32 anos que o actual Presidente angolano fez um discurso no seu empossamento perante dirigentes do partido comunista do MPLA. Não se vai por em causa a selecção dos presentes uma vez o país tinha sombreado no marxismo-leninismo e que isto implicava um governo totalitário e monopartidário. Infelizmente 32 anos depois o sistema mantêm-se com a mesma estrutura politica, com o mesmo denominador e os componentes vão rodear no ciclo vicioso de poder entre amigos, primos, cunhados, netos e sobrinhos anulando qualquer influencia eleitoral, pois a substituição faz-se na restrita família do partido da situação.
No seu oficial juramento, JES sublinhou e reiterou sobre ‘’uma substituição impossível mas apenas necessária’’ Agradeço o editor deste vídeo que esticou a minha consciência para reflectir superficialmente nesta mensagem de 32 anos. Se fosse homem este vídeo teria 32 anos e penso que com a mentalidade africana teria mulher e filhos. Seria responsável, como tem-se dito de costume na terra.
Lembreis-vos que na altura do pronunciamento deste discurso, o jovem futuro Presidente era um verdadeiro comunista que prometera seguir fielmente os ensinamentos de Neto. Até jurou não deixar escapar nenhuma vírgula. Como no comunismo nunca houve eleições, a URSS digitou o seu homem da confiança. Eu tenho-me perguntado várias questões pois nesta altura os homens mais próximos de Neto eram Lúcio Lara, Pascoal Luvualo, Ambrósio Lukoki e Iko Carreira. Esses eram os pesos pesados e homens da confiança. Para alem da sua vida privada, o JES era um bom ministro mas nunca teve melhores qualidades profissionais como dos quatro citados. Já se provou que a inclinação russa ao JES deveu-se de facto deste ultimo ser um antigo aluno das escolas bolchevicas. A Rússia tinha uma predilecção política sobre a elevação social da Isabela que nenhum angolano na altura sonharia.
A lógica desta ‘’substituição impossível’’ pode se justificar porque entre Neto e JES nenhum entre eles é fotocópia ou duplicado do outro. Cada um tem suas especificidades e o patriotismo de cada resta incomparável. Portanto a ‘’substituição era apenas necessária’’ Eu não sei como o Presidente colocou neste a palavra apenas, que pode ser interpretada por varias outras palavras como: simplesmente, só, talvez, logo, somente, unicamente. Numa visibilidade irónica, parece que ele não se interessava neste posto! Parece que foi uma substituição não meritória ou talvez forçada. Foi esta substituição uma obrigação partidária para não haver uma cadeira vazia? Não foi uma predilecção da politica de ‘’aquecer o banco? ‘‘ Disse-se ‘’quem avisa, amigo é’’ esta substituição apenas necessária foi um aviso, que a sua escolha seria um desastre. Esta mensagem não interpreta hoje o que se vive em Angola? Colocou-se alguém no poder apenasmente para colmatar o vazio. Nesta razão ninguém pode depois de 32 anos de poder julgar o homem! 32 anos de pobreza, miséria, do desemprego e de condenação para cada cidadão angolano. O insucesso já foi antecipadamente justificado pela profecia no empossamento.
As coisas foram já elaboradas e definidas claramente há 32 anos. No comboio do desenvolvimento político e do leadership angolano nunca vai-se admitir elementos ‘’alheios’’ ao Partido do trabalho. A juventude como a oposição vão continuar ladrando mas a penetração a concha da liderança não é permitido a quem merece mas aos digitados.
Nkituavanga II