Uma lógica popular sustentada pelas experiencias politicas no continente africano estabelece que: um homem pobre não deve ascender a presidência, porque corre-se o risco de se atrapalhar com a fortuna e destacar-se como melhor ladrão da nação. Muitas vezes a realidade do tempo prova-nos que o homem é limitado porque vimos o Mandela na África do Sul, mesmo Agostinho Neto em Angola.
Esta lógica que eu consideraria por uma mentalidade vai sugerindo que só o rico pode ser um bom presidente. Felizmente esta mentalidade não especifica ou diferencia em que sistema sociopolítico da nação ela ocorre. Isto, tal como a verdade não ter cores, a gatunagem não também conhece cores, por isso os comunistas roubam tanto como os capitalistas.
Os ventos da democracia que vem soprando, carregam consigo uma lição, que em nenhuma república do mundo jamais poderá-se aceitar um presidente vitalício, pouco importa o seu poderio, seu estatuto de ditador, sua máquina da opressão, sua fortuna acumulada, seu jeito de corromper, seu vinculo com a comunidade internacional etc. Não só a presidência de dinossauros será posta em causa mas também a habitual estratégia de substituição dentro da família. Uma república não deve ser vista como um Império, dinastia ou uma monarquia onde os filhos de presidentes vão substituir-se uns apois outros. Os Kabilas, Bongos, Eyademas e outros foram talvez os últimos a beneficiar desta absurda clemência. Uma substituição meritória é diferente porque o sucessor prova possuir as qualidades necessárias para dirigir patrioticamente um povo. Esta substituição meritória também não deve acontecer como intercâmbio de poder onde o predecessor familiar delapidou toda a economia e creio este caso nunca será vontade de um povo algum, mesmo se extemporâneo for. Normalmente os parentes ou familiares que se alinha para suceder a um ditador pai, primo ou tio tem sempre tendência de continuar a obras do antecessor. Ele vai procurando defender os interesses obscuros da família e proteger os malfeitores que colaboraram no esbanjo.
Num regime ditatorial pouco importa as qualidades de filhos, sobrinhos, primos e netos que aspirem, pretendem se infiltrar na presidência pela via da substituição. Não é transgressão nenhuma pertencer a uma família de um bom ditador mas a colaboração as ofensas do ditador familiar é um crime. Esta substituição no seio da família nunca foi livre e justa mas uma imposição do falhado presidente de acordo a sua preferência.
Há um bom tempo que se fala deste cenário em Angola. A substituição dentro de um partido obedece sempre aos critérios estabelecidos pela lei interna que rege sobre o partido. Todo partido tem normas para eleger e como seleccionar seus candidatos. Mesmo quando se faz seguindo sentimentos e sob emoções da atmosfera partidária, ela é aceitável uma vez funciona dentro de um aparelho restrito. O tratamento que se fornece a uma nação tem de ser esclarecida assim as eleições livres e justas expliquem e exprimem o desejo de um povo. Assim o surgimento de qualquer dirigente no posto mais elevado da nação merece explicações. E estas explicações devem reflectir o desejo do povo. Caso que se respeite este princípio, então entendo que deve-se utilizar seu direito como cidadão de exprimir uma opinião inteiramente livre.
O MPLA fez em Angola o que pude. No MPLA tanto na Unita como Na Fnla há como em qualquer organização bons e maus dirigentes. O partido da situação tem homens com qualidades de bem dirigir Angola. Se o partido não consegue os descobrir, o nosso povo tem a capacidade de enumerar-lhes com muita facilidade. Diria-se que em 10 anos o angolano não perdeu muito, mas comparando com a riqueza acumulada pela classe dirigente e o rendimento nacional, especialmente do MPLA, concluiríamos que a perda do angolano é colossal, e este tempo é de respeitar este povo dando-lhe liberdade de escolher o seu presidente.
Angola exige uma mudança, umas reformas e pouco importa de que lado virá. Portanto Angola já não precisa de sombrear sob a presidência de um outro dinossauro. Todos aqueles que ilicitamente acumularam fortunas já não são bem vindos a presidência de Angola. Estes, sejam da oposição ou do actual governo porque a pilhagem não se fez só no MPLA, embora que teve mais facilidade. E na minha opinião, nenhum dirigente angolano que pertenceu a elite do círculo presidencial pode hoje colocar, impor ou substituir no trono presidencial seu filho, primo, sobrinho ou neto. Isto seria substituir uma borboleta por uma ninfa/crisálida.