A nova dinâmica política que assumiu o controlo do país desde 11 de Novembro 1975, não teve água na boca para declarar; O MPLA é o povo, o povo é o MPLA. Quem ainda não apercebeu-se desta dita, talvez vive ainda as condições sociais do Béu, que se identifica no espaço do século 14. Mesmo assim para facilitar a compreensão de muitos dorminhocos políticos o ilustre militante Lúcio Lara viu-se obrigado uma vez a declarar: ‘’Conquistamos o poder pelas forças das armas, que ninguém tenha ilusões, só o deixaremos pela mesma via’’.
Não é em vão que se pretende fazer a guerra contra o uso do Internet em Angola, pois este constitui um importante instrumento nesta campanha de alfabetização política no território angolano e a caça aos dinossauros no continente. Os sanguinários têm suas formas de explicar suas realidades e de conotar-se a elas. Portanto a contínua permanência ao poder permite-lhes adquirir a substancia (sangue) da sobrevivência no círculo de bunguladores. Dali surge este dilema de eternizar-se no poder como movimento/partido dos sabem-tudo e fazem-tudo. Pelas forças das armas conquistaram o poder e pelas mesmas forças vão dirigindo, impondo suas corrompidas ideologias, saciando tudo que poder, falsificando eleições até implementar a miséria em todo o território nacional. Negam ser chamados por ditadores mas fazem discursos que provam que o são. Esta é a linguagem do MPLA: ‘’quem pela espada mata, pela espada morre’’. A melancólica prova da teimosia na megalomania dos comunistas do MPLA. Nunca aprenderam e nunca vão mudar, por isso não são capazes de trazer mudanças. Até porque já se defenderam dizendo que não são promotores da pobreza em Angola e não são disponíveis a combatê-la e não vão se aventurar opor-se nela. Tal como fazem promessas dormindo, vão fazer discursos dormindo.
Não lutaram para libertar o país do jugo colonial, mas para oferecer algo a elite e suas descendências. A verdadeira causa justa da luta da libertação não era para enriquecer-se escandalosamente para hoje debater no Parlamento da vergonha sobre luxuosos carros e casas. Não foi esta consciência patriótica que fez chorar o Paulo Jorge na véspera do seu desaparecimento eternal, ao ver a consciência do actual deputado, que faz parte desta cambada dos imortais políticos angolanos.
Como é melhor fazer parte desta cúpula? pois mesmo se não conseguir milhões, os filhos serão entre os mais ricos de continentes e países. Os amigos serão sempre ministros e generais vacinados contra a tolerância zero. Os filhos dos verdadeiros heróis são hoje pobres. Suas viúvas nunca foram reconhecidas pois eles lutaram só para acompanhar outros nas luxuosas vidas que o MPLA vai oferecendo aos seleccionados. Não se tem a cor da democracia e nunca se sabe o que é justo e livre. Assim vive-se bem em Angola!
Nkituavanga II