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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Carta Aberta Ao Sr. Sianga Kivuila Samuel Abilio, Vice Ministro do Ambiente

É mesmo com respeito e alta consideração que lhe redige estas escritas; primeiro, visto a sua capacidade intelectual que tanto admiro, segundo visto a posição de dignitário que ocupa no seio duma nomenclatura desarticulada dirigente do destino duma nação é finalmente visto suas preocupações de acabar com a exclusão social que o seu povo kikongo tem sido sujeito. Por enquanto determinação e poder financeiro são de qualquer origem atributos que não lhe faltam.

A ignorância e a ingratidão são dois grandes factores visíveis que o nosso governo como partido reinante esta omnipresentemente conotado, marcado e identificado. Esta acentuada cegueira política faz com que a contribuição de tantos conterrâneos sejam desonrados e negados, provocando exonerações prematuras e premeditadas até relocações as baixas divisões no sistema governativo. Não gostaria exortar áqui como fui pessoalmente testemunho no óbito junto à Chevron, da sua destituição na direcção da Sonangol onde prestou por décadas e décadas um serviço incomparável e insubstituível. Entende-se que o Sr. foi assim vítima do vírus ‘’bom trabalhador’’ tanto como outros bakongo, que seria desnecessário áqui enumerar. Talvez ninguém tenha a coragem de lhe botar flores pelo serviço consagrado a nação mas permite-me hoje aclamar-lhe a voz alta que foste algo bom demais nesta posição, nesta empresa. Infelizmente foi-lhe não por poucas vezes indicado e demonstrado a sua posição no cimo da hierarquia e de como a queda que já lhe espiava iriam basculhar o processo. É a vital lógica do Kimvuka kia salu e a dialéctica de Angola Popular!

Todavia aprecia-se formas e como tem-se lutado para ver o seu Cuilo Futa sair desta miséria. Todo autóctone angolano tem tido o mesmo sonho e a inquietação de ver a sua terra natal emergir fora da pobreza que a ‘’lei da selva’’ angolana dite-nos. Eu não tenho vergonha de considerar ainda hoje o meu povo de oprimido porque a realidade no terreno prova exactamente isso. Que tenhas coragem ou não, mas temos a certeza absoluta que esta realidade e verdade só podem ser aceite e declarada nos lugares isolados onde as paredes são surdas. Eu admiro o seu magic touch pondo todo o seu know-how, com a juventude da sua bela comuna de Cuilo Futa, no município de Maquela do Zombo e na província do Uíge tem esforçado para num futuro próximo desenvolver esta zona vítima de uma política discriminatória. Da consultação ao trabalho, da informação a acção, de vários planos agendados: colheitas de víveres e roupas, distribuição de materiais escolares, medicamentos até mesmo a visão de construir uma nova cidade e a municipalização da comuna, são louváveis dedicações! Este exemplar estratégia pode ser alvo de ódio para uns, mas, não deixe de inspirar todos!

Meu Super Vice! também não entendo como seria Maquela do Zombo a sede municipal de grandes comunas como Béu, Cuilo e Sakadika, que geograficamente para quém se dirige ao Uíge, são postos mais avançados. Estas comunas são economicamente mais rentáveis e militariamente bem posicionadas. A razão existe! mas o segredo reside ainda entre as mãos do colono, senão que talvez a presença das minas de Mavoio diz algo. O simples facto de possuir uma estrada não é factor determinante; assim não teríamos comunas no sul de Angola.

Noutro plano a história das populações prova a homogeneidade entre o povo do Cuilo e do Béu. A derivação do povo do Béu como do Cuilo encontre as mesmas origens numa mistura entre si adicionando o do Kinkama. Estes povos sempre trabalharam em colaboração, sem concorrência, já que as coisas foram já predispostas. O desenvolvimento do Cuilo e a sua ascendência para o município é algo positivo. Uma vez atingida, a juventude do Cuilo será aplaudida assim a acção do Sr. Abílio será relembrada com garantia de ocupar uma página na história deste povo. A grande preocupação consiste nas vias que se preconizem para esta ascendência. Na verdade que Quarta Mpunza entendera que ‘’quém tem padrinho na cozinha…’’ mas a sua acção usando Kibukidi não completou o significado uma vez escolheu jogar as escondidas, a hipocrisia e no desequilibro. Saiba Sr. que as terras do Béu são santas. Caso não aceite isto, pergunte aos últimos militares da Unita que lá operaram. Caso não reconheça investigue junto a sua igreja IEBA. Trabalhar para a promoção da sua terra é maravilhoso mas porquê amesquinhar outros povos? A despromoção do Béu e Sakadika para comunas de Cuilo Futa é diabólico, e a estratégia maquiavélica! Na sua congregação da IEBA tem-se incessantemente falado de forma justificada da região eclesiástica do Béu. A municipalização do Cuilo pode ilogicamente ser possível e será apreciada mas a despromoção do Béu não será possível nesta década, nem na próxima. Sabe-se que nesta altura tem cobiçado ainda grandes lugares na equipa dirigente mas mesmo ocupando amanhã a posição do Paulo Pombolo ou do Bornito de Sousa a relegação do Béu não será possível. Entende-se que o Sr. tem poderes especiais; já que a sua família integrou-se no clã dos Santos mas Béu nasceu do rio! Caso tiver mandatos para ajudar o norte de Angola sair da miséria, da exclusão social imposta pelo seu governo e pela equipa pelo qual representa tendo a camisola No 9, faz-lo de forma mais activa e cristal. Caso aspire jogar a papelada de Bento Kangamba a escala nacional, faz-lo honestamente.

Caro Sr. Vice ministro, penso eu que neste seu novinho ministério ainda há muito para fazer. Vindo da Sonangol que ainda é a grande empresa poluidora de Angola oferece-lhe muitos espaços para influir. Na República Popular de Luanda ainda há muito para ser feito em relação a ecologia. Luanda é a cidade do mundo com mais poeira e com elevadíssimo número de luxuosos jeeps que colorizam a cidade com o fumo. Em Luanda esquematizou-se oficialmente em todos os bairros as ditas maratonas, que são verdadeiras fontes de barulho. É em Luanda onde a criança não é respeitada, mesmo os pássaros não tem espaços de descanso devido o excesso da música produzida dias e noites pelos carros passantes, discotecas privadas, zungueiros e mercados musicalizados. Em Luanda, as condutoras de alta energia passam nos tectos dos populares. Em Luanda instalou-se no seio da população múltiplos antenas da Unitel que são fomentadores de cancro e outras doenças mortíferas; excluindo ainda a massiva presença de lixo, moscas e mosquitos, cães abandonados e ratos. Há ainda incessantes ruídos produzidos pelos electro-motores que caoticamente alimentam casas e bairros com energia. Resolvendo estes casos, tem-se a certeza que dará mais contribuição aos populares angolanos, especialmente de Luanda onde a acção governamental é mais concentrada. A resolução destes, com certeza absoluta vai garantindo-lhe ainda um lugar muito próximo do PR.

A sua negligência para com Béu, Sr. ministro não é acidental porque é fruto da ingratidão adquirido no seio da sua nova família. Este Béu já oferecera-lhe protecção e tudo na sua infância. Penseis pois nas alturas quando ainda seu pai foi missionário no Kimbuanzinga onde passou um pedaço da mocidade, e tenhas um espírito reconhecedor, deixando de punir um povo inocente. Sabeis que os conflitos de interesse não residem na democracia dos bakongo, já que a opção nacional é outra; talvez que a sua religião autoriza-lhe batotar.

Assim finalizo esta crónica de conselhos, que uma vez posta em obra não danificarão ao Béu mas propulsarão os povitos de Béu, Cuilo e Sakadika ao reconhecimento meritório. Acredito eu que façeis a diferença porque não fazeis parte da massa apodrecida mas da classe intelecto. Respeito e mais respeito ao meu Sr. Abilio.


Nkituavanga II
Agosto 2010/001