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segunda-feira, 28 de março de 2011

O REMEDIO CONTRA A DITADURA


Uma democracia bem aplicada é um mecanismo muito importante pois é a via que permite o desenvolvimento moral de cada indivíduo, este desenvolvimento é simplesmente uma consciencialização crescente, é uma forma moderada no patriotismo. Essas liberdades democráticas oferecem-nos a possibilidade de poder abertamente comunicar com diferentes líderes nas formas sugestivas, criticas, encorajamento sem que sejamos ameaçados pelas forças da segurança nacional, uma vez limitamo-nos na base do respeito aqueles que merecem-lho. Eu gosto de opinar uma vez sinto que os meus conhecimentos podem contribuir positivamente a vida daqueles que gostam de discussões vazias, daqueles que carecem de verdadeiras informações mas também aproveito sempre o conhecimento daqueles que algo positivo podem oferecer. Muitas vezes, como nas semanas passadas, assistimos a uma serie de debates que colocou-me na posição dos silenciosos, porque não tinha a certeza das minhas conclusões embora que eu tinha várias perguntas….

A conversa da actualidade está mais virada a África onde o vento das manifestações vai instalando-se numa corrente que vai arrancar ditadores no poder, começando por Tunísia. Eu prevejo que esta actual geração de ditadores é a penúltima no mundo.

Temos realmente um ditador?

Quando fito a imagem do meu Presidente, fico pasmado pois já não vejo um homem muito calmo, silencioso e muito calculista. Talvez situo-me no canto dos ultrapassados porque vivemos numas circunferências onde a informação deve ser primeiramente mastigada pelos órgãos do partido que tem potência de tudo filtrar antes que seja divulgada pelos órgãos estatais da comunicação social. O próprio personagem do nosso PR é muito místico porque vive numa vultuosa concha que não permite mesmo a fuga de um fio do ar, guardando assim toda a experiencia que acumulou só para si. Este homem poderá deixar atrás uma fortuna talvez líquida mas enquanto socio-histórica, será com tantas dúvidas. Parece o tipo de homens que tudo carregam nos seus sepulcros! mesmo a herança aos filhos vai tornando-se subjectiva! Bem, isto é uma responsabilidade aos profissionais das polémicas.

A capacidade de ver, observar e analisar não tem nada a ver com as preferências partidárias de cada indivíduo, senão da própria vontade e escolha conforme as analises ou decisões calculistas ou premeditadas de cada ser humano. Contudo a verdade não conhece cores e é muitas vezes fora do controlo manipulativo do homem. Assim a ideologia só pode fazer o homem desde que este permite-la de convencer-lhe, dando-a um espaço no seu cérebro. Não é de esquecer que qualquer que seja o tipo da filosofia ideológica, o espaço do tempo filosófico também pode alterar muitas coisas mudando a realidade autêntica numa faixa histórica anteriormente rejeitada, oferecendo-lha todas as características da veracidade. Não é esta lógica que fez do Gadaffi um bom homem e líder de ontem perante europeus para ser hoje um ditador sanguinário? Isto ainda vai acontecer com muitos dirigentes africanos, mas também aos melhores partidos de ontem. Nesta lógica, vejo o nosso MPLA cair nas profundidades de um saco escuro. Há grande pânico nas casas de ditadores!

Ainda há muito para aprender e a actual retirada das águas que abala o globo vai revelar profundos segredos. A discussão não se localize em quem é ou não ditador mas como definir um ditador. Isto vai-se aplicar aos homens mas também aos partidos ou organizações. Debater hoje se o nosso PR é ditador ou não é uma discussão vazia, sem bases, caduca e ultrapassada. Um ditador não só existe nas sociedades capitalistas como pensem alguns homólogos a este debate invitaminoso. Qualquer sociedade existente; seja ela capitalista, marxista ou mesmo socialista democrática como pretende basculhar-se hoje para justificar perante o povo que serão sempre os melhores de Angola e que fora do sistema não há outros melhores. Então a noção de insubstituível também é caduca, irracional e irreal em termo de management das estruturas. Queira como não eu sempre acredito que o homem foi criado e sou daqueles que energicamente rejeitam a teoria da evolução de Darwin. Digo isso porque vejo cada homem com capacidades e qualidades incríveis para oferecer algo positivo a sua sociedade. Portanto foi negado ao homem angolano pelo sistema as possibilidades de provar de que é capaz de produzir, já que a governação foi especializada na aplicação duma política de exclusão social do angolano no seu próprio território em preferência aos estrangeiros. O homem politico desprezou as estruturas nacionais em detrimento as comissões.

Permita-me emprestar uma lógica do cristianismo que comprova que: a qualidade do homem não garante-lhe o reino de Deus mas a sua relação com seu Criador é que determina o acesso ao reino. Assim as qualidades do dirigente/presidente não defendem-lhe perante manifestações mas a sua relação com o povo é que determina. Há líderes que são bons de natureza mas o que fizeram para o seu povo? Não são as mesmas qualidades que usaram para usurpar as economias? Para investir e acumular fortunas no estrangeiro?

Já não tenho forças de discutir vagamente, já não tenho tempo de convencer, já não tenho milagres para os cegos mas quem não vê que a Rússia já não é a URSS? Quem não sabe que lá houve golpe do estado? (de Gorbatchov ao Yeltzin) mesmo o pobre cubano tem hoje direito a um mobile (móvel). Acorda angolano!

Mais de trinta (30) anos no poder não é ditadura? E ditadura proletarizada? jogo de palavras!!! E porque esta atrapalhação politica? A própria fisionomia do partido prova a falta da tranquilidade nas fileiras dos camaradas. Nesta altura as lutas entre os três partidos não tem as mesmas formas nem objectivos. Presentemente não acredito que a atmosfera política é mais calma no M… em relação aos protagonistas da oposição. A própria linguagem já não tem a mesma tonalidade onde as vozes ecoam com certas perplexidades. As enunciadas de actualmente são mais irrelevantes, por isso intenciona-se ameaçar com tanta ferocidade. Quem ri o ultimo…. (alguém complete esta frase por favor!). Acabou a dança da turma dos ratos porque o gato continental (consciência dos povos) já não está ausente.

Há coisas que podem-se reparar mas o tempo não se repara! E eu acredito pouco (não quero dizer que não acredito) que quem passou toda a sua vida a destruir pode um dia bem reconstruir. Mesmo se fosse um socialista democrático não pode recuperar as ruínas de mais de 30 anos em alguns dias (como carcamanos tem hoje dias contados). Desculpe mas os nossos pastores sabem como os israelitas não deram ao Cristo a oportunidade de reconstruir o templo que levou anos de construção para reconstrução em três dias (parábola que falava do seu corpo). Espero que o africano/angolano também não vai porque dê-se a política o que é da política! Ai está! evita-se a ditadura desde o primeiro dia da ascendência ao poder e não nas últimas horas.

Todos nos sabemos que o inicio para a cura de um doente começa pelo reconhecimento do seu estado. Isto é quando aceitamos que realmente alguma coisa está errada na nossa vida, só assim teremos a coragem de visitar um posto de saúde. A cura contra a enfermidade da ditadura reside então nas mãos do povo. Só reconhecendo o seu estatuto publicamente que um ditador pode activar o processo da sua liberdade. Este processo/medicamento consiste em pedir perdão a este povo, que há longos anos foi sujeito e exposto a um tratamento negativo. Depois de obter (como não) este perdão do povo é que se inicia o processo de afastamento definitivo ao poder e política, sem porem jogar a carta da hipocrisia, que se chama a substituição: deixar o poder aos herdeiros do círculo da influência. Um ditador teve sempre a faca e o queijo na sua mão mas a viragem histórica do momento está devolvendo tanto a faca como o queijo nas mãos do povo que produz o queijo e que fabrica a faca. Foi este processo que salvou Matthieu Kerekou do Benino mas no mundo de hoje já não temos ditadores emancipados ou civilizados.

A salvação da vida não se obtém com vaidade, pois a humildade precede o perdão/sucesso!


Nkituavanga II