Angola que não deixe de ser um Eldorado
para os estrangeiros vai as próximas horas entrar na época das promessas blasonarias
para os autóctones mas caóticas para os nacionalistas. Os períodos eleitorais
deveriam representar o trampolim que projecta a nação, o povo nos ideais
sonhos, passando através um processo que se chama as verdades das urnas. Porem
quando se fala em verdades das urnas, cada equipa participante as eleições tem
a sua compreensão, tácticas, lógica, equipamento e agenda.
A verdade das urnas é um direito cívico
que qualquer estado oferece a sua população para livremente escolher futuros
dirigentes da nação em conformidade a leis constitucionais. A verdade das urnas
é a linguagem gestual de um povo para mandatar seus servos junto as
instituições administro-jurídicas. Cada cidadão tem um direito natural (para
não dizer divino) a decisão e escolha. Este direito é garantido nos estados
onde a lei é respeitada mas quase universalmente se inclui naquilo que se
define solenemente como liberdade de expressão que faz parte dos direitos do
homem/cidadão. A liberdade de expressão deve ser um precedente factor que
seguramente alimenta a verdade das urnas. Um povo que carece da liberdade da
expressão não tem qualquer utensílio para exprimir-se com autonomia nas urnas.
Numa democracia as fortes virtudes como a
verdade e a liberdade devem ser empregue no seu verdadeiro sentido. Não se vai
hoje fazer a mesma pergunta do Pilatos que procurou junto do acusado Cristo saber:
o que é a verdade? A verdade como concepção filosófica não é palpável mas
visível. Mesmo sendo abstracta, ela se concretiza através acções. Ela é o
estado de concordar com facto ou realidade; portanto a realidade pode ser
relativa. Negar os factos nas repúblicas bananeiras também obedece a regra da
selva; onde o mais forte tem sempre razão!
Procurou-se em todas as instalações
sofisticadas das instituições do governo onde reside a verdade, infelizmente
nos edifícios que basculhamos, foram-nos dito que a verdade é uma palavra
desconhecida tanto no espaço governamental como partidário. O facto que muitos
lideres ignoram e que aquilo que desconhecido não em algum lado implique
inexistencia. A verdade pode ser desconhecida em Angola mas ela existe e o nosso
povo precisa-la. A criação de um homem novo, como duma mentalidade nova exige a
verdade. Sem a verdade não pode haver a tolerância zero como sem a seiva a
arvore não pode sobreviver. Para uma mentalidade nova é preciso uma revolução
cultural que depende duma instituição educacional muito forte. Por consequência
não se pode educar na mentira como nas épocas do comunismo angolano.
A luta das qualificações políticas
oferece-nos sempre uma identificação falsa, ela cola-nos um selo que tem
causado decepções mas especialmente divisões. Ela faz deslocar a nossa luta num
terreno estéril, onde a distracção reina e semeia a ruptura da nossa sociedade.
Não fomos então chamados a edificar uma nova sociedade angolana, onde o
denominador comum seria uma mentalidade nova?
Qualquer que seja o caminho pelo qual os
dirigentes da nação conduzem-nos, como para o sucesso de qualquer revolução
angolana, deve transitar obrigatoriamente pela via da liberdade. Uma vez que se
garante e respeite a liberdade de cada cidadão, haverá facilidade de
construirmos uma Angola reconciliada. A reconciliação tem suas bases na
coabitação e não pela exclusão.
A passagem obrigatória de Angola para o
seu desenvolvimento tem de ser através a verdade das urnas passando pela
liberdade da expressão, criando condições para a coabitação como alicerce da
reconciliação e unidade numa mentalidade angolana. Portanto com quem faremos a
nossa democracia?
Nkituavanga II