Nunca gostei de assumir uma posição baseando-me simplesmente nas efémeras emoções.
Pouco gosto de escrever algo na posição de narrador e ao mesmo tempo autor.
Esta postura muitas vezes toma uma inclinação com uma tonalidade orgulhosa, e
se não tiver cautela opta-se uma postura de ''sabe-tudo''. Portanto colocar a
sua sabedoria a disposição de um leitorat oprimido, sem voz, tendo um raciocino
nacionalizado pela ditadura é verdadeiramente uma missão que acho preciosa.
A certeza do tempo e das práticas prova que João Lourenço (JLo) será
definitivamente o próximo Presidente de Angola. Angola se prepara para suas eleições,
e continuar depois se desenrascar certamente para um futuro caótico. As
garantias da sua vitoria pouco convincente se decifra brevemente de tal forma:
Sabe-se bem que J.Lourenço vai sem lascas vencer as eleições de 2017.
Vencerá porque é membro do MPLA, que tem tido 365 dias por ano da propaganda,
quanto outros só terão 90 dias sob batotas para realizar o impossível. Vencerá,
não porque é melhor que outros, ou populoso que outros, ou mais capacitado que
outros mas simplesmente porque as eleições foram e serão sempre fraudulentas,
injustas e não democráticas. Vencerá porque as eleições angolanas são sempre
premeditadas com um vencedor antecipado. Vencerá porque o MPLA tem como partenariados
a Rússia e Brasil que são autênticos peritos com mecanismos e sistemas
computarizados especializados nas fraudes eleitorais. Pensem como a Rússia
afectou as eleições de Trump!!! Vencerá porque as urnas já estão sendo
aquarteladas e fichas preenchidas em vários lugares tanto no país como nas
vizinhanças; claro como de habito. O MPLA colocará a sua disposição todo o seu
musculo financeiro, equipamentos e estratégias dominantes mas também a riqueza da
família Dos Santos que jurou defender a qualquer preço. Vencerá porque tem o
controlo total de todas instituições partindo da própria CNE, que é mais um
compartimento do bolso do M. ''As
eleições africanas são organizadas para serem vencidas'' reitero aqui uma
citação de Omar Bongo.
Uma vez, o destino de Angola posto nas mãos ditatoriais de JLo, a
obscuridade vai-se abater agressivamente nas terras angolanas. O que faz
confirmar isto não se baseia em emoções ou inclinações politicas, mas chamando
o cão pelo seu nome, diria que herdou um regime nepotista e ditatorial onde as
probabilidades de mudanças não são viáveis pois se jurou pelo pescoço de JES.
Por isso, este próximo candidato oferece alternativas insignificantes na
mudança da gestão. Vejamos o porque:
JLO tem um estatuto complicado, que eu trataria como hybrid. Ele é profissionalmente militar, com patente de general. Ao
mesmo tempo, o Sr. é civil, empresário e politico membro do MPLA (Milionários
Promovidos pelos Ladroes de Angola). Queria dizer que tem um posicionamento de
morcego; que não pertence a família de ratos nem de aves. Nesta sua posição
torna-se difícil operar eficientemente tanto como militar ou como civil. Alem
disso em nenhuma boa constituição de qualquer Republica no mundo, disciplinada,
organizada e democrática aceita-se esta dupla titularidade biótecnica em função
no topo de um governo que quer ser produtivo. Lembreis-vos que em Angola o
exercito não é independente ou apolítico, continua ainda partidário servindo cegamente
o MPLA. Esta complexidade oferece autênticas frustrações!
Por enquanto é ministro da defesa. O que se sabe foi-lhe incumbido esta função,
não só pelo facto de ser fiel ao seu partido mas também com a missão de
continuar obras iniciadas pelo então general João de Matos. Angola ocupa uma posição
estratégica em Africa central e possui um exercito que no contemporâneo tem
maior capacidade para manter a paz na região. Sendo também vizinho do Congo,
Angola tem a nobreza missão de manter e controlar a situação no Congo, impedindo
assim infiltrações de outras influencias. Depois do general João de Matos, o
general Miala era o outro habilitado para responder adequadamente nos problemas
do Congo. Na ausência destes dois generais, só João Lourenço pode responder ao
tempo nos problemáticos deste gigantesco vizinho nórdico que Angola tem.
Infelizmente João Lourenço não foi capaz de resolver a crise do Congo uma vez
obteve esta posição quando Angola capitulou logo de imediato numa crise económica:
o preço do petróleo baixou e a Sonangol Ltd vive turbulências voluntariamente
semeadas. Na sua experiência como governador não teve um resultado tecnocrático
notável.
Este candidato não tem carisma para a cadeira presidencial como teve nos exércitos.
Seus discursos não são apetrechados como deveriam. Este ponto é discutível
porque os discursos em geral são feitos por outrem mas a postura, concentração,
coolnes, audácia, articulação e
outros aspectos determinam o estilo de um presidente. Corre-se o risco dele copiar
o modelo frio de JES e optar por um estilo europeu: afastado do povo, sem
conviver os problemas do povo embora que tenha um reconhecimento as culturas
africanas. A sua aparência (ditadora) diz muito mas pode ser enganosa. Há
possibilidades de adoptar certas características mas o tempo e posição não
facilitam aprendendo os atributos que carece visto que esta cadeira
presidencial promete competição em acumulação de poderes e fortunas.
João Lourenço herdou um barco furado que vai lentamente afundando, tendo motores
encravados, com peças ferrugentas e animado
com desespero nos prazeres. Ele terá uma responsabilidade prioritária de mais
se concentrar com problemas internos do partido, tal como a hierarquia de
Angola posiciona o MPLA em cima do povo e de tudo. Eis a razão que hoje já não
se diz ''o MPLA é o povo'' mas também
''o mais importante é resolver os
problemas do povo'' A sua missão tem mais de 85 % de probabilidades para
falhar uma vez ela já é corrompida. Há mais lutas internas do seio deste
partido: lutas de posicionamento, lutas de enriquecimento, lutas de
estruturamento, lutas tribais, lutas de redireccionamento etc. A sua autoridade
será confrontada e posta em questão pelos mais poderosos do partidos e mais
ricos de clãs e famílias que actualmente dirigem Angola.
Porem todo este conceito é reforçado pelo argumento do próprio MPLA. Tal
como Sidika Dokolo interpelou que em Angola, de Kabinda ao Kunene só a princesa
Isabel é o único quadro capaz de dirigir a Sonangol Ltd, assim como o MPLA nos
fez crer e eternamente aceitar que JES resta insubstituível e candidato único
habilitado para dirigir o país. Isto na visão do MPLA quer dizer que mesmo JLo
não tem capacidade para liderar Angola. Então pouco ou nada se espe....nesta
grandiosa contenda.
Reconheço que em nenhum caso a minha opinião seja determinativa , ou que
tenha qualquer influencia nos resultados eleitorais em Angola. Uso simplesmente
o meu direito para compartilhar as analises que acho coerentes visto o que se
vive, e que também se preconizam para uma Angola sofredora cujo faço parte. Vou
negando o sofrimento, e lutaremos todos contra esta miséria, que prometeram ser
incapaz de acabar; pois já tinha enraizado antes da sua (M...) chegada em
Angola (ou Luanda?).