Sabe-se que os três movimentos da luta para libertação vieram das suas
bases político-militares que se situavam fora das fronteiras angolanas. Uma vez
que o governo colonial deu a luz verde a entrada a estes; uns entraram
cautelosamente em porções para melhor defender e proteger a sua unidade e
identidade. Outros já tinham alguns grupos infiltrados no território, começaram
emergir na superfície político-militar duma colónia em transição a Republica. Como
já disse no inicio a entrada dos movimentos foi uma alegria nacional, porque a
conquista era algo precioso que foi comprado com o sangue de muitos angolanos.
Entende-se que um ou outro movimento fez a sua entrada glorificada numa
determinada zona ou província da sua preferência ou digamos da sua vantagem em
termo de segurança, acolhimento ou do selo da identidade étnica.
Os movimentos trouxeram ideologias e políticos, estratégias e exércitos.
Cada tinha nos seus cofres a sua bagagem de direitos, responsabilidades, missão,
objectivos, visão etc. Esses movimentos eram diferentes em conteúdo e
características. De comum só tinha a angolanidade e pobreza.
Falando de angolanidade queria dizer que tinha uma boa mentalidade de criar
uma nação angolana para angolanos. Eram movimentos autênticos angolanos para
servir Angola ao beneficio do angolano. Alem das suas propagandas, os três
movimentos já eram derivados e conotados com uma pequena semente de tribalismo
camuflado. As representativas eram normais como em todo universo, tendo uma
dominação maioritária duma determinada etnia, misturada as outras etnias de
forma insignificativa.
Falando da pobreza, não gostaria de minimizar as capacidades destes
movimentos na sua organização ate ao sucesso. Partiram de nada para conseguir
ajudas financeiras, contribuições ate empréstimos de vultuosas somas que
aguentaram operações e pessoais etc. O equipamento militar de cada movimento,
mesmo nesta altura era contabilizado por milhões. Sim, eles tinham contratos e
promessas excelentíssimas que custavam biliões! Duma outra forma esta riqueza
era abstracta, pois no concreto trouxeram malas vazias; sem liquido. Vieram
pobres, mas digo: pobres! Neto não era milionário e muito menos seus aliados.
Holden não veio milionário, como seus pupilos. Savimbi e a cúpula também trouxeram
riqueza nenhuma. A única riqueza que todos esperavam era Angola porque seria a
pátria mãe, património de todos, fonte de tudo para os angolanos. No seu tempo com
a pasta do plano ou do partido JES também não era rico e muito menos a sua
família.
A nossa historia ocorreu como foi arrastada pelos marés do egocentrismo de
homens com coração tortuoso e mau visão. A mata pegou o fogo e o desabando
surgiu, cada foi salvando a sua pele conforme a sua vitoria ou derrota. Assim o
poder ficou com o MPLA. Soube-se oficialmente que o governo português não tinha
deixado um cofre com milhões como ultimamente fez em Macau. O pouco que tinha
deixado diz-se volatilizado nas mãos de um dirigente da FNLA muito conhecido
devido as propagandas do tempo, que eu não gostaria de aqui citar (SB).
Infelizmente hoje a ironia foi descoberto, pois este individuo nunca foi
entregue aos tribunais.
O movimento marxista ficou longos e longos tempos dirigindo Angola com um
braço de ferro. Dirigiram Angola como suas casas, desconseguindo ate ao fim
acabar com a pobreza do angolano. Finalmente, foi-nos avisado, confirmado
abertamente e claramente que o MPLA não tiraria Angola da pobreza, porque encontrou
Angola pobre e que (eles) o MPLA não tinha capacidade para tal fazer.
Eu tive uma bela oportunidade nos anos passados de participar em duas
reuniões de membros do partido, dirigidas pelo antigo Secretario Geral do MPLA
em dois diversos países europeus. A coisa que mais me escandalizou nestas participações
foram as declarações repetitivas que este fez tanto ali como ai dizendo que: ''Angola é rica e faremos de nossos membros
ricaços'' A intenção segundo o plano do MPLA é de fazer dos seus membros milionários.
Infelizmente hoje que escrevo estes trechos, temos uma nova direcção e
possivelmente teremos uma nova Republica com nova visão.
Eles já eram ricos com a intenção de formar novos ricos. Eles preconizaram
dirigir eternamente Angola saqueando a esquerda e direita. Nestas reuniões o SG
disse ''tanto que vivemos nunca um dia
Angola será dirigida pela UNITA ou CASA'' Essas mesmas palavras oiço
constantemente da boca de Kangamba. Na realidade e experiência, eles vieram
pobres mas saíram riquíssimos, deixando cofres vazios sub pretexto de ''baixo preço
do petróleo'' O MPLA é um clube só de milionários, para milionários. Esses
comunistas são conscientes sobre o sofrimento do povo, porem carecem a mínima vontade
e capacidade para alterar esta situação, mesmo assim pensam perpetuamente serem
mestres da terra angolana. Eles ate imaginam serem deuses; que eternamente
viverão, por isso vão vivendo em cima da lei. São governantes que vieram servir
suas barrigas e suas famílias. Eles jamais pensaram ao angolano, eis a razão
pela qual já não se diz MPLA é o povo. Vieram sem cofres;
para não dizer que vieram com cofres vazios, portanto saíram com bancos quase
em todo universo. São os mais ricos de Africa, tem carros, aviões, frotas de
barcos e casas etc. E o povo continua lagrimando com pobreza nos bairros de
Luanda enquanto eles joguem ''a orelha surda'' nas grandes praias do Brasil.
Foi assim que traímos a nossa pátria a aqueles que ontem aplaudíamos, só porque
vieram com caras bonitas.
A grande questão que gira a consciência angolana: João Lourenço, o novo
presidente do clube de Milionários Promovidos pelos Ladroes de Angola e (provável) futuro Presidente será para
Angola um anjo ou um demónio?
Nkituavanga II