A Jamahiriya socialista da Líbia com uma superfície de 1 760 000 km² é maior que Angola (contra 1 247 000) mas tem uma população com uma densidade de 3,5 hab/km². Isto representa quase o terço da nossa população. A Líbia é a maior produtora de petróleo no continente africano com uma produção de 300 000 barris por dia, cujo rendimento tem servido para o financiamento da promoção de Islão e banga para a família presidencial; isto o fashion show do arrogante Ghadaffi na Itália bem prova.
A dramática forma que facilitou ao coronel Muammar Ghadaffi a ascendência ao poder derrubando a monarquia num sagrante golpe militar em 1969 deu origem a uma revolução verde que foi-se angariando poderes a volta de um regime ditatorial e cleptocrático. Em 42 anos no poder, Ghadaffi só conseguiu travar muitos avanços sugeridos ou planejados para o continente em detrimento do avanço da religião islâmica que procurou a todo o custo implantar no continente. Este ajudou na instalação e financiou a construção de um mosque em Angola. Ghadaffi investiu muita riqueza na guerra religiosa no Sudão e Somália como tinha anexado no seu território uma parte chadiana. Ele foi um dos opositores a criação da Liga dos Estados de África Negra (LINA). Porém não vai-se negar que foi um dos activistas na criação da União Africana embora com a mesma intenção da expansão da religião islâmica.
Os últimos acontecimentos da dramatologia líbia têm tendência de culminar-se com um massacre económico e assiste-se já a um genocídio populacional. O coronel Ghadaffi vai desafiando a realidade e está determinado a morrer como mártir, levando ao mundo dos mortos seus filhos, que sempre teve por aliados político-militares, tudo igualmente como H. Saddam. A avalanche já partiu e não se pode travar!
A grande lição
Actualmente é difícil comparar a situação da Líbia com Angola, uma vez as similaridades são poucas. O que se passa presentemente na Líbia se difere totalmente daquilo que acontecera na Tunísia como no Egipto. A posição geográfica da Líbia não permitia evitar o vento destas manifestações, uma vez situada entre Egipto e Tunísia por enquanto Angola está longe deste espaço e tem uma população fatigada com guerras/sangue. Portanto pode-se também concluir que o surgimento deste movimento não tem nenhuma particularidade ou especificação em relação a este país ou aquela nação. Acredita-se que é um fenómeno do tempo porque chegou o tempo de mudanças e alteranças, já que o homem tem sofrido ao longo de séculos. Ninguém pode hoje explicar a origem dos ventos que sopram desde oceanos mas sente-se e vê-se as suas consequências e nelas o africano está postulando.
A única realidade em consideração é que o continente africano necessita mudanças e chegou o tempo para o africano dizer basta a miséria e sofrimento impostos pelos homens egoístas, dirigentes brutos, cobardes, ditadores, bandidos, gatunos, genocidários, assassinos, ameaçadores, esbanjadores e com gula de poder. Chegou o tempo dos sem vozes!
Logo que capturou o poder, Ghadaffi preparou-se para eliminar qualquer possibilidade para um golpe de estado. Ele investiu milhões para preparar regimentos para a protecção presidencial. Ele favoreceu a sua tribo com boas condições sociais mas negligenciou o resto do exército regular, como todo o resto de ditadores tem feitos. Eis a razão hoje que só a sua guarda pode suportar-lhe e a sua tribo continua alinhar-se com o regime. Este ponto prova com uma certa lógica a grande questão tão debatida de Makuta Nkondo. Ghadaffi tentou em vão na última hora encontra um terreno de asilo mas mesmo seus fiéis amigos como Hugo Chavez e Belursconi foram obrigados negar-lhe este direito. O máximo líder da Líbia viu-se isolado de todos e decidiu defender-se até o ultimo suspiro da sua vida. O homem foi sempre arrogante e o excesso da riqueza endoideceu-lhe por isso pensa colocar-se na posição de mestre dando lição ao seu povo e ao ocidente. Ele continua seguir cegamente o poder e disposto a eternizar-se na cadeira presidencial mesmo morto. Também tinha esquecido que nos tumultos, os comunistas russos não ajudam.
A Líbia foi sempre isolada do resto do mundo porque Ghadaffi não permitia a presença da média internacional no seu território. Os órgãos de comunicação social eram uma propriedade privada do ditador que operava como instituição de controlo. A internet e outros meios de comunicação que foram utilizadas para a mobilização desta revolução foram na Líbia suprimidas. Verificava-se que seria impossível manifestar-se hoje sem a massiva presença da média internacional e Ghadaffi impedira a penetração desta no seu solo. Portanto a voz e os gritos do povo da Líbia transbordou as ondas marítimas.
Outra coisa que Ghadaffi pensou anular foi a possibilidade de qualquer eventual manifestação na capital Tripoli, mas foi bem surpreendido uma vez a revolução partiu das províncias. Ele ficou traumatizado pelas reclamações da população e tentou refugiar-se numa toca dando espaço político ao seu filho, Saif Al-Islam Ghadaffi para calmar os manifestantes. Saif que apresentava-se com moderado e reformista tenta jogar a ultima carta mas se perdeu num discurso ameaçador e intimidativo contra a população, igualmente como de Dino Matros. O discurso do nosso Matros deixa transparente o antecipado pânico do MPLA, de dirigentes angolanos e de famílias do círculo da influência. Este apelo não vai repulsar as demonstrações, mas, é um agradável convite as manifestações! O discurso de Saif que precedeu o endiabrado discurso do ditador e arrogante Ghadaffi viria completar-se por acções barbáricas, onde o mundo inteiro assiste ao bombardeamento do povo indefeso pelas forças armadas com artilharia pesada, tanques, blindados e aviões.
Muammar G que em 42 anos no poder trabalhou negativamente está agora recolhendo os frutos das suas obras monstruosas mas procure culpabilizar a América de Obama até Osama Bin Laden. De forma que ordenou no passado a sabotagem do avião de Lockerbie matando mais de 300 britânicos e outros, está ordenando a carnificina das suas populações sem remorsos. O coronel não quer morrer sozinho mas quer primeiramente danificar e destruir completamente toda a economia para deixar atrás um povo numa ruína sem hipótese de vida. Este drogado está disposto a morrer como um sujo kamikaze maluco.
Ghadaffi não foi só negado, rejeitado e abandonado pelo povo que oprimiu durante longos anos mas batalhões militares aliaram-se ao povo. Pilotos desobedeceram ordens de bombardear as populações. Diplomatas que o representaram fielmente abandonaram o barco em naufrágio e levantaram vozes apelando contra as atrocidades de uma desesperada família e desequilibrado presidente.
O comportamento de Ghadaffi demonstra hoje a qualidade de homens que dirigem-nos em África. Esses homens não só vem para dirigir-nos com ferro e fogo mas são dispostos de massacrar quando entender e como quiserem. Eis a razão que nunca conseguiram diferenciar seus bolsos privados ao do estado. Hoje o mundo que ficou silencioso aos massacres económicos perpetuados pelos dirigentes que foram-nos impostos aceita que fomos liderados por maníacos; homens com corações de ferro que nunca pressentiram feelings.
Uma coisa é certa, Angola ainda tem influências no exterior e consegue comprar o silêncio do mundo capitalista para presenciar a um divertimento muito horrível na praça da independência. Isto a governação angolana tem coragem de oferecer ao mundo, mas o angolano tem surpresas como o africano tem determinação. Então tudo é possível…
Who will be the next? The time will tell.
Nkituavanga II