A não existência de um estabelecimento escolar para ‘’Presidentes’’ neste
universo prova que pode-se adquirir qualidades para tal em diversas esferas
técnicas ou profissionais, mesmo buscando aventuras. Não é por isso justificativo
que na constituição angolana se estipula: todo
cidadão angolano tem o direito de eleger ou de ser eleito; desde que reúna condições
necessárias para o cargo. A experiencia ensina-nos que entre os líderes que a
humanidade já criou nenhum nasceu presidente. Exerce-se a função de presidente como
outras com ajuda de um Job description
elaborado. Sabe-se pela lógica que todo presidente é antes de tudo um ser
humano, tendo faculdades como outros com possibilidades de melhor contribuir ou
de falhar e direitos de errar e corrigir.
Bem sabendo que discursar faz parte da arte de governar temos que ter em
conta o tipo e estilo da governação que este mandatário empregue como
metodologia de trabalho. Naturalmente sabe-se que o nosso PR não manda tanta cantura como tem-se procurado exigir a
um shy. JES não é radicado no seio do
povo como a maioria dos presidentes em nações em via de desenvolvimento,
especialmente africanos. Pouco importa as obrigações morais da actualidade, os
gritos de angolanos, JES fala pouco!!!
Para alem das condições arrendais (temperatura, luz, conforte, material e
sonorização e segurança) que foram óptimas, a reacção do entrevistado vai
correspondendo a acção do jornalista. Não vamos julgar ou mesmo condenar o
facto desta entrevista ser indirecta porque razoes existem. Seria também
injusto criticar a posição do jornalista, mesmo que foi péssima, pois ninguém decifra
as cláusulas deste business.
Pela expectativa, diria-se que deixou muito a desejar porque a prolongação
do silêncio era tão silenciosa que o próprio silêncio. Seria normal uma vez que
os políticos angolanos não foram chamados a fazer a leitura do tempo no meio do
povo, senão somente nos sofás do parlamento. O facto de colocar este quebra-silencio
nas mãos da mídia não angolana enxugou o dulçor da fruta. Vejamos que no
decorrer de 45 minutos da entrevista, o jornalista foi bem limitado. Procurou
afastar-se da deontologia jornalística, esquivando importantíssimas questões
que preocupam a inteira nação. Talvez que não dominasse bem o dossier angolano
ou que tivesse medo da máfia angolana. A sua acção demonstrou claramente que
foi uma entrevista ficcional onde a água só seguiu o percurso do rio.
Em toda entrevista houve simplesmente duas perguntas: a primeira e a
penúltima. Do resto foi protocolar! Acredito autenticamente que os locais
fariam melhor, mesmo alem das camisolas partidárias.
Para responder a primeira questão, o Presidente basculhou repetidamente da
esquerda a direita seus olhos fitando incessantemente o seu caderno de notas.
Na sua resposta, Ele não desenvolveu os pontos que anotara mas sim foi
recapitulando no seu caboche o que já
tinha memorizando, repetindo varias vezes duma tarde a outra sem nela
introduzir o sentimento (que se espera) de aperfeiçoar tanto nas promessas como
nas realizações.
Psicologicamente, o Presidente ficou muito mais meditabundo na gramática,
como se tivesse medo de errar. Este ultra concentração usurpou o sentido e o
valor do pronunciado, do patriotismo e da própria serenidade. Assim no discurso,
orneou-se um quadro numa tábua roto, oco e podre com cores permeáveis. A seguir
retomou o controlo da entrevista respondendo facilmente tudo que lhe foi
atirado sem transpiro para agradar o desempregado português e um publico angolano
incógnito. Na sua presentação física, daria-se-lhe a máxima nota. Ele tem vigor de
quem não está disposto a deixar brevemente. Portanto foi triste ouvir como conotou
de forma pejorativa certos jovens manifestantes (de falhados, frustrados). Uma desconsideração
que um verdadeiro Pai não faria aos seus próprios filhos. O nosso PR não foi posé nas suas locuções. Ele ofereceu
muitas aberturas ao jornalista dando-lhe cem e uma possibilidade de bombardear
com mais perguntas e sob questões sensitivas, mas o cara ignorou todas as
brechas.
Na penúltima questão:
Q. que tipo de regime ideológico vigora actualmente em Angola?
R. Uma sucessão nebulosa de palavrões. Umm… de esquerda, umm…democrático,
umm…de centro esquerda… enfim boa fraseologia. Seria muito vulnerável perante
reputados bons jornalistas por ai. Então, indicadores provam pelo menos não é
hoje que: angolanos vão matar a sede.
Assim o PR quebrou um abstracto com o concreto? ou foi um concreto com o
abstracto? Advinha quem poder!
Nkituavanga II