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sábado, 3 de abril de 2010

A INTOLERANCIA ZERO

De costume o nosso portal informativo tem mensalmente publicado umas dicas, mas como pode-se verificar no primeiro trimestre deste ano, devido a uma falta técnica não foi-nos possível fazê-la. Normalmente seleccionamos declarações de um dignitário que colocamos a disposição do nosso leitorat sem que façamos comentários. Este é a nossa preferência, dando espaço aos leitores de desbobinar o que se esconde na consciência destes líderes de opiniões.

Felizmente neste Abril decidimos oferecer uma atenção muito especial nas dicas do líder carismático de guerra, Sua Excelência Senhor Kundy Paihama, actual dirigente dos veteranos. Não se esquece que Kundy fez muito nesta revolução vermelha de Angola, portanto tem incessantemente feito declarações balbúrdias.

Neste momento, depois que o Presidente da República enfaticamente sentenciou a nova estratégia da caça aos bruxos económicos ou aos pequenos dinossauros da economia angolana, a Tolerância Zero tem aterrorizado muitos sapadores e (dês)governantes. Não só pela ignorância ou teimosice que Paihama encontre coragem e relevantes palavras para colocar num prato apresentado aos angolanos de Cabinda ao Kunene, afirmando altamente: ‘’Podemos ocupar uma área qualquer e colocar o que é nosso, ninguém nos vai chatear’’

‘’Podemos ocupar uma área qualquer…, a realidade histórica e politica na pátria onde se aplica uma politica da exclusão social demonstra que o sujeito subentendido que no estudo morfológico é um pronome (nos) não inclui todos os angolanos. Quém em Angola pode possuir tão poderes de ocupar quando e onde quiser? Aqui designa-se exclusivamente um grupo específico de privilegiados, entre os quais Kundy faz parte. Ele é um membro efectivo do clube do Movimento dos camaradas, o mais conceituado partido político ou simplesmente o MPLA/Partido do Trabalho. Ocupar uma área qualquer: traduz a ideia de um dono, um proprietário. A noção da gestão nunca existiu no MPLA porque nunca houve a cultura de prestar contas (controlo) no seio do movimento, partido e da governação. Com a liberdade incondicional e ilimitado Kundy e seus compadres podem sem hesitação ocupar e monopolizar tudo que esteja no solo angolano. Isto implica que nada é do povo, pois tudo é do MPLA. Ora que em todo tempo da revolução foi-nos incutido slogans revolucionários de maldições tais como ‘’o MPLA é o povo o povo é o MPLA’’, ‘’Angola é e será a trincheira firme da revolução em África’’, ‘’A vitória é certa’’, ‘’Nascemos na luta e crescemos na vitória’’ etc. Esses slogans ditos revolucionários tinham um verdadeiro sentido? Ou eram simples aclamações hipócritas convidando o que se vive hoje! Só a parte desta declaração justifica como é esbanjada a riqueza de Angola.

Colocar o que é nosso: a demonstração do poderio financeiro do MPLA. Tudo só é nosso, assim como o diz a lei da terra, por isso que se pode colocar em qualquer sítio no nosso território. Isto é a progressiva e triunfal marcha do MPLA que já não esta na época de nacionalização mas especializou-se a privatização. Eu, Kundy e meus consórcios nunca poderemos ser convertidos por gerentes pois eternamente ficaremos dirigentes e empresários. Ele não está confundido nem confuso mas sabe diferenciar o que é nacional ao que é pessoal, sabendo que Deus colocou nenhum património a disposição do angolano. Sabendo que tudo que se encontre no solo e subsolo angolano pertence ao MPLA, que não tem nada com o povo de Angola e onde nunca haverá espaço para qualquer oposição. Paihama, nesta pregação aceita oficialmente que são os lapidadores de recursos angolanos numa silenciosa observação do Presidente.

Ninguém vai nos chatear como ninguém nunca chateou os colonos. Fomos nos que fizemos a guerra, hoje vamos crescendo e envelhecendo na vitória. Fomos nos que implementamos a nova estratégia de pilhagem económica. O uso do pronome (ninguém), divide o subconjunto do conjunto porque JES não consta neste e o restante de membros minoritários do clube não são incluídos pela razão de ter um poder e direito bem igualizados. Somos nos que detemos o direito de fazer e desfazer e o resto da população não tem voz nem mecanismo para a defesa, explica-se numa outra linguagem, o dinâmico filho de Angola e bravo combatente do MPLA. Ninguém é uma terminologia conotada com o totalitarismo, com a ditadura dita proletariada.

Para observadores como eu, esta elocução prova que a tolerância zero só pode funcionar em relação a certas pessoas, e não pode ser de nenhuma forma um programa de interesse nacional. Acredito pouco, que dócil que é K.Paihama pode desafiar o seu Presidente ou seu programa. Duvido tanto que Paihama é tão ingrato para depois da facilidade que lhe foi ofertada pelo JES, após tantas zungadas nos bancos atrás de um crédito. Kundy não procure por áqui expor a nu a debilidade do seu Chefe, que querendo como não é também nosso. Portanto para proliferar tal ferocidade é porque sabe conscientemente que JES não tem teoremas para contrariar ou desmentir toda a teoria. Talvez Kundy saiba algo especial e segredo que o resto de nos não conhecemos. Talvez tem um misticismo que hipnotiza o Presidente ou que este sabe o poderio do veneno paihámico. O Kundy está altamente declarando que é vacinado contra esta revolução da intolerância Zero. Será o nosso Presidente capaz de dizer basta a palhaçada da nossa governanta. Pode-se na realidade maximizar esta intolerância zero para que se torne por uma verdadeira Tolerância Zero?


JDNsimba©2010publ/041