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quinta-feira, 14 de maio de 2009

ENGARRAFAMENTO OU AFUNILAMENTO EM LUANDA

Há quém pensa que o problema de engarrafamento de Luanda é um simples problema social. Em qualquer lugar ou posição que esteja permite-me declarar-lhe hoje que este problema não é só social mas económico, político, higiénico e de segurança. Gostaria de vociferar tão alto para que mesmos os governantes cegos possam ver, surdos conseguem ouvir e teimosos aceitem as proposições conclusivas não de uma pesquisa científica mas duma observação barratíssima porque de estudo já se fez só que não há vontade de quém encumbe a responsabilidade de agir na resolução dos problemas do povo.

Este engarrafamento é uma criatura do homem político de Angola, não como resultado duma negligência mas sim duma operação calculada cuja a repercussão será paga não só com o suor do angolano mas até com o sangue como sacrifício aos deuses que garantem-lhes o status quo na governação desta Angola (mercadoria) que se troca. Vejamos que os nossos grandes dirigentes passam pelas mesmas estradas mas regozijam-se dos espectáculos gratuitos que nelas se oferece. Esta falta de sensibilidade demonstra a falta de moral e comprova o laisser-aller espirito de governantes sem piedades. Contudo é um investimento contínuo para proporcionar riquezas infinitas a quem tem o monomania destes contratos que garantem vultuosas comissões, enquanto oferece-se ao angolano os famosos descartáveis.

A resolução deste problemático é simples já que o dinheirão cresce em Angola. Veja-se que o engarrafamento tem como uma das causas o excesso da densidade populacional. Luanda não foi construída para suportar o peso de 4 milhões de habitantes. Entende-se que o governo tem evidenciado esforços na expansão reconstrutiva de Luanda mas tem falhado na resolução da questão da distribuição da mão de obra no território nacional. Uma vez que o governo se preocupe nesta partagem tudo será proporcional. A partida é de instalar ou transferir as sedes ministeriais para as zonas de produção correspondente. Queria dizer localizar por exemplo o Ministério de Agricultura onde se produz café, milho, batata, feijão etc. O Minsitério da Geologia e Minas vai para as Lundas ou Malange. O Ministério da Industria para Huambo ou Benguela. Assim teremos todos os burocráticos da agricultura no Kwanza Sul ou Uige. Da proteção do meio ambiente vai para Cunene mantendo simplesmente a Justiça, Relações Ext, Interior, Finanças e Comercio em Luanda. Esses irão levando suas caravanas de carros e mulheres assim Luanda terá maior espaço livre sem atropelamentos humanos nem engarrafamentos motorizados. O excesso demográfico em Luanda é uma avantagem ao governo preguiçoso que procure resolver questões a sua volta sem conhecer o resto do território com 2/3 da população. Com memória encurtada pensa-se quém ganha Luanda nas eleições ganha tudo!!! Coloque-se injustamente tudo em Luanda, ainda que fosse capital.

O angolano desempregado de Luanda não tem capacidade de comprar uma bicicleta e o trabalhador de base não tem salário compatível para adquirir uma viatura. Quém compram carros são deputados, políticos, altos quadros do partido da situação, empresários e membros de familias elites de Angola. Neste paragráfo resolviamos a questão de engarrafamento limitando atravez um decreto presidencial o número de carros privados de uso pessoal. Assim o Sr. Ministro não terá o carro de serviço, carro para fins de semanas, carro para as visitas no interior do país, carro para praia, carro da esposa, carro das catorzinhas e concubinas etc já que Jacob Zuma é o novo modelo da poligámia oficializada.

A falta de vias é resolvida com a construção de novos bairros mas infelizmente o que se assiste prova que o dirigente angolano não é bem intencionado porque as novas construções faz-se com a divisão aguda de classes sociais (entre pobres e ricos emergentes). O governante angolano não quer compreender que Angola (Ngola=derrivado de Prince) não é Luanda e Luanda (taxa, imposto pago ao Reino do Kongo) não é Angola. Cria-se em Luanda bairros para ricassos que vão-se desmarcando e afastando-se dos bairros de pobres. Dá-se uma nova imagem a estes bairros mitológicos enquanto os antigos ficaram sem luz ném água até pior que no tempo do tio Joaquin. Não pode-se explicar como em pleno século 21 pode-se construir novos bairros com casas sofisticadas nuns luxuosos condomínios onde não se prevê as canalizações, esgotos, escolas, parques, lugares recreativos ou de desporto. Constroe-se estradas sem condições, isto é com uma esperança de vida inferior de 3 anos porque preveja-se as incessantes lucrativas reparações! Portanto a população nos bairros de Luanda passa o périodo chuvoso usando as botas estilo mata-cobra, forçada a nadar nas inumerosas lagoas emergentes em cada rua da capital com a economia emergente. Na resolução disto; é conveniente dar o poder fiscal as comissões de bairros para controlar as obras que se realizem nas suas jurisdições e que cobrem pelo atraso do serviço, mau serviço e serviços abandonados dividindo o rendimento com o governo provincial. Isto requere um estudo sério mas fácil para realizar. Esta decentralização controlará as empresas que oferecem serviços nestes bairros mas também informar sobre a mediocricidade de outros patrimónios e estradas, que tenham burracos, falta de esgotos, asfaltos descartáveis de pobre qualidade chinesa.

Só nesta questão de engarrafamento nas estradas/picadas de Luanda e de afunilamento da população podemos resolver questões da urbanização, distribuição da mão de obra, unificação populacional, decentralização de poderes, criação de empregos, disciplina rodoviária, inovação nos mecanismos da construção, reabilitação de estradas e pontes, poupança nas despesas de combustível e reparação de meios de transporte, proteção contra epidemias, proteção de vidas, amelioramento da paisagem etc.

JDNsimba©2009pub05

CENARISTA ARMADILHOU-SE EM CENARIOS

Fortes cenários introdutivos

Pensei analisar a lógica da cronologia historico-política do universo político de Angola. Neste processo reflexivo deparei-me com um arquitecto em cenários políticos na pessoa da Sua Exc. Presidente José Eduardo dos Santos. Não gostaria de desaguar áqui a película de montagens políticas e outras estrategias orquestradas por JES tanto em Dolosie (Congo Brazaville) ou na URSS, onde estudou, porque espaço não terei. Não quero áqui envergar uma camisola política mas seguro professionalmente esta faca para não ferir o meu pequeno ser escondido na carapaça duma consciência neglicênciada.
No topo do único partido, o MPLA que década em décadas governou a nação com uma política de ferro, o Eng. JES teve a coragem de impôr de forma audaciosa ao seu main oppositor, o Dr Jonas M. Savimbi uma retirada sabática. Com incertezas ditadas pela evolução no xadres político-militar, este cenário baseou-se numa luta psicológica da mistura entre a frustração e a intimidação. Propôs-se na altura ao guerrilheiro Savimbi um asilo político no Gabão num bungalow nas beirras da praia com garantia de encaixar, numa transferência bancária, dez milhões de dólares USD. Proposta que foi energicamente rejeitada, pois o arsenal politico-militar dos maninhos era ainda volumoso e pesado.
Uma vez que falharam as eleições de 1992, a Unita emagrecida em armamento já que sofrera embargo, em contrabalanço as avantajosas expectativas do MPLA no campo militaro-político, apresentou-se um novo cenário a Unita em forma de choix multiple. Isto foi depois das visitas de duas eminentes personalidades políticas vindas da França e ONU ao ninho do comunismo aparatchick em Futungo de Belas. O presidente Dos Santos apelou ao demunido Savimbi para entregar-se e ser julgado pelo povo. Outra possibilidade ofertada foi a capitulação ou então tombar com as balas dos bravos das gloriosas Faplas. Nestas imposições já não haviam incertezas já que as condições para o sucesso já eram asseguradas. Finalmente, num certo dia Savimbi viria tombar misteriosamente no Moxico numas confrontações. Assim concretizou-se o mais colorido cenário do JES.

Cenários do presente

Hoje vive-se em Angola um dilema imposto pela natureza política que se comenta nos corredores dos edificios do Kremlin angolano: a substituição estratégica do JES pelo presidente da AN o Sr Nando. Esta fonte fofoco-bajuleira chamou a minha atenção, daí as lágrimas da minha caneta escoregam no rosto desta folha para colocar as barras nos ts, para que o leitorat tenha como saboriar o que se cuzinha nos fornos da política angolana. Nos dois anos que antecederam as eleições de 2008, a Sua Exc Presidente prometera uma surpresa aos angolanos. Surpresa que foi altamente interpretada como o retiro do cavalo branco. Finalmente se comprendeu que o Cenarista não é ainda disposto para give-up power. Parece que os filhos de Angola preferem ajudar já que a idade, saúde e outros aspectos psicológicos não permitem muito para que o ngavovo continua no comando.
Os cenários que predominam a situação e a condição do Presidente Dos Santos repousam em poucas lógicas e realidades. O trabalho realizado pelo JES durante mais de trinta (30) anos no poder é que determina o restrito condicionalismo mas a sua sabedoria e o amor patriótico podem jogar um decisivo papel. A hipótese é que sendo angolano JES tem o pleno direito de ficar e viver a sua paz em Angola ou então viver por si oprimido no estrangeiro sem gozar plenamente a sua riqueza. No actual arquitectorial labirinto onde se autocolocou, JES tem de continuar na presidência para melhor proteger a sua fortuna e defender seguramente a sua familia. Esta tarefa simboliza exorcitar-se dos seus demónios comunistas já que o seu espaço de manobra política esta cada vez mais compressado. Actualmente tem poucos confiantes no círculo da influência e mais lobos silenciosos mesmo no seio do Movimento dos camaradas. A sua idade e saúde já colidem com as cláusulas da realidade constitucional seja ela renovada ou aperfeçoada. Ficar eternamente no pico da montanha não é seguro pois a natureza alerta terramotos. Há quém no MPLA esta descontente! Não será possivelmente possível de esmagar contínuamente a oposição nas eleições porque os dentes do jacaré também apodrecem. Haverá dias que as estrategias vão falhando. Nenhum angolano espere que o seu Presidente se converte por um ngundeiro; somos muitos sofisticados para isso. A escolha do Nando como outro elemento capaz de proteger o JES e a familia não vai depender da vontade política da nação ou do partido mas dum cenário montado pelo JES. Existem centenas de possibilidades surpreendentes de ver a cadeira presidencial ocupada pela filha, já que é partidária, tem boas qualidades e experiência na gerência. Esta surpresa não será bemvinda aos outros poderosos clãs da concurrência financeira e política e produzirá instabilidade e anarquia. As ocurências deste futurismo serão uma surpresa a quém declarou ‘’neste momento não há ninguém no MPLA para substituir o actual líder do Partido maioritário’’
Manter-se no presidium sem planos, programas e iniciativas para esperar a chamada ao mundo do silêncio é loucura. Corre-se o risco de sofrer uma crise vasculo-cardíaca visto as pressões da oposição, dos amigos, dos poderosos clãs e do povo, porém abandonar o poder é o último cenário. Para tal tem de se criar condições já que até hoje o MPLA não está disposto nem preparado a permutar-se para a oposição. Não faço uma previsão mas tudo indica caso que venha a perder as eleições tendo a actual mentalidade, poder financeiro, midia (jornais, TV, radio etc), e o total controlo das forças de segurança e militar, Angola corre o risco de assombrear nas hostilidades. Não haverá nenhuma intervenção militar estrangeira já que o mundo por aí fora aprecia ainda os verdes do suor angolano. Viver entrincheirado com a familia no asilo não será saúdavel para a familia, em princípio pela Primeira Dama. A ngunda não é vida para os ricassos, é para os filhos de pobres e os zé-ninguém. Contudo este é a melhor via que o ocidente oferece aos ex-presidentes. Via este, que facilite-lhe recuperar toda a riqueza acumulada pelo pião que regressará com mãos abanadas na sua terra para morrer apedrejados.
Pelo poderio adquirido e constituido tanto políticamente e financeiramente nenhuma estrutura interna pode pressionar o PR Dos Santos a manter-se involuntáriamente no comando. A única quebra-cabeça no MPLA será a divisão da massa financeira em percentagens. Esta divisão será dilémica porque não oferece as possibilidades de fazer as contas. A pressão externa ainda é prematura uma vez o barrómetro do G8 (e não G20) opera com o aperto do dedo da própria população e o angolano ainda não tem a..., para além da cobra que se crie em casa ainda não cresceu. Fazer uma substituição a sério necessitaria uma preparação antecipada de décadas portanto o tempo já não favorece ao Partido da situação porque o povo que ansiosamente tem esperado está-se desmotivando.

O futurista cenário do queijo e a faca

Então o que o nosso Presidente deve fazer? Esta pergunta foi facilíssima para propor ao Savimbi mas não é fácil auto-responder. Só o arrivista JES que pode resolver esta equação como tem ainda possibilidades e probabilidades para escolher. O povo angolano já não julga ninguém mas a própria consciência angolana chegou no espaço e no tempo de funcionar com sabedoria. A faca e o queijo, que o povo não toca, estão nas suas mãos! Nesta altura o povo que só entende a política de comer bem , ter o seu emprego, visitar um bom médico, enviar filhos na escola, dormir em paz na sua casa, andar livremente nas ruas sem medo usando a sua liberdade de exprimir-se sem receio, que haja água, luz e toiletes públicos não tem choice. Portanto os trinta anos no poder não ofereceram isso... e realizar este milagre em quatro anos é um cenário exageradamente fantasmático que já requere explanações antecipadas. Sobretudo quando está claro que as inaugurações de pontes e picadas é uma funçéo para os comissários provinciais.
Pode o MPLA survive sem finanças? caso vai-se levar todo o bolo. Por áqui pode-se explicar as declarações visionárias de Melo Xavier. Esta pergunta merece um outro artigo. Contudo a nossa equação requere sacrifícios já que vive-se só uma vez e a preciosa vida nunca é longa.

NsimbaJD©2009pub/05


Linha relacionada:
- Cenario da substituicao de JES sera debatido no congresso (Club-k.net/AM)
-JES pressionado a manter-se na presidencia (Club-k.net).

quinta-feira, 7 de maio de 2009

BEU: Nova ponte nova independencia

A reparação da picada que liga Béu ao seu município, Maquela do Zombo é uma surpresa para o povo desta comuna. Vê-se a alegria nos rostos dos residentes desta comuna que festejam esta inauguração da ponte no rio Nzadi. Esta ponte foi sempre um alvo da política absurda entre angolanos. Foi nas turvadas políticas da revolução angolana que em 1976 esta ponte foi rebentada com dinamites e grenadas, ordenada pelos comissários da FNLA, nomeadamente João Matondo e Paulino Ntetani. Este ano foi a última vez que este povo viu carros a circular nestas picadas que ligam Maquela do Zombo as comunas do Béu, Kuilo Futa e Sacadika. A infeliz ponte foi vista como ponto estratégico para impedir o progresso de qualquer força armada a penetrar as terras santas do norte de Angola. Foi assim que a FNLA rebentou-la para impedir o avanço das faplas. As forças do MPLA viriam fazer o mesmo para também impedir a chegada da Unita nestas comunas (Kuilo e Sacadika) partindo do Béu.

Festeja-se a reconstrução desta ponte como uma nova independência porque considera-se como a primeira oferta do governo soberano de Angola ao povo do Béu. Crianças que nasceram nestas localidades depois de 1975 nunca tiveram a oportunidade de ver um carro de tal forma como os natos da mesma época nos musseques de Luanda nunca viram torneiras. Estes esforços evidenciados pelo governo de Luanda com ajuda do Alto Comissáriado para asssuntos dos refugiados HCR que tinha iniciado um programa de acolhimentos de angolanos que voluntáriamente regressam do Congo Democrático. Nova independência porque este povo nunca dependeu do governo e responzabilizou-se pela velação da sua própria vida desenvolvendo actividades comerciais, agrícolas, pesca e caça sem esperando produtos que transitaram armazens provinciais ou mesmo do próprio porto de Luanda ou outrém.

A rehabilitação desta ponte vai activar as actividades locais e vai provocar o regresso de muitos filhos que fugindo a guerra foram-se instalando no municipio, na provincia até em Luanda. O restabelecimento desta vai incentivar a produção no Béu, Kuilo e Sacadika sabendo que pode-se transportar os produtos para Maquela em quantidade volumosa. Esta ponte vai servir de ligação turística ou para visitas familiares de muitos filhos destas três comunas que nas grandes cidade vivem há décadas. Esta eufuria translada não só a emoção mas também a esperança deste povo tão esquecido. Agora grandes homens com ligação governemental poderão visitar seus familiares tais como: o Apostolo Lutumba, A sua Exc Emanuel Kunzika mesmo o vice ministro do meio ambiente Abilio Sianga poderá por lá passar antes de atingir o seu Kuilo Futa e tantos outros, sem vergonha já que nunca pensaram a reconstrução destas zonas. Convidamos todos os natos do Béu que na Europa deambulem para revisitar o Béu, Kuilo e Sacadika. Solicita-se o governo de ajudar muitos irmãos (na transportação) que vivem ainda desempregados e ensardinhados nos prédios de Luanda para que voltem as terras do Béu. Oremos que a iniciativa do governo vai permitir a reconciliação de Angola e a reconstrução da nação. Agora acredita-se que delegências serão feitas para honrar este povo tão esquecido há longas datas.

JDNsimba©2009/5


Linhas relacionadas

- Com o pe esquerdo nas terras santas do norte de Angola
www.caaei.org/anexos/121.doc
- O nosso Beu das fantasmas
www.caaei.org/anexos/166.doc

sexta-feira, 1 de maio de 2009

DICAS

‘’Graças a Deus vemos o rumo que o país atingiu nos últimos 6 anos da paz do ponto de vista cultural mas continuo ignorante sobre uma intenção deliberada e expressa desse ou daquele dirigente em tomar atitudes descriminatórias contra angolanos só na base de cor ou da etnia’’ -BENÇÂO A. KAVILA NYOKA

‘’O pula corrompe deixando o espaço no tempo para o mbumbo destruir, isto é humanismo político do século do progresso’’ –NSIMBA J.DIAS

‘’O mais importante é resolver os problemas do povo’’-ANTONIO AGOSTINHO NETO

POESIA: O VAZIO

Quero falar mas não há o que escrever
Quero escrever, não há o que dizer
Desenhar, talvez não haja o que descrever
Mastigar palavrões sem som
Então...
Um juramento mudo
Com vogais sem alma
Consoantes sem som

Quero advinhar imagens incolores
Quero vibrar rectilinhas de chuvas
No canto de um mundo mudo
Nas turvas da inconsciência
Sob a bandeirada do fogo
No canto do amarotado fogo


NsimbaJD©2009pub5

CARTA ABERTA a Sua Exc. Rev. Pastor LUIS NGUIMBI, Secretario Geral do Conselho das Igrejas Cristas de Angola (CICA)

Shalom!

Sendo cidadão angolano, cristão e Servo do Senhor, vejo-me na posição, e como dever de qualquer patriota, Sentinela no corpo de Cristo de obrar de forma a participar ao desenvolvimento da minha pátria quer no sentido económico, social ou cultural conforme a inspiração divina, capacidade física assim como intelectual. Todavia a boa vontade nunca tem faltado aos angolanos de qualquer tecido social, independentemente do estatuto que a sociedade oferece baseando-se num ponto de visto político, de oferecer a esta nação o produto do seu suor que não deixe de ser um subconjunto das células do sangue derramado dos antepassados que heroicamente lutaram e defenderam com dignidade esta querida pátria, que procura hoje estabelecer-se como nação democrática depois de longos anos de lutas injustificáveis impostas pelo egoísmo humano do angolano incentivado pela guloseima da oligarquia estrangeira na acumulação da mais-valia. Portanto é na evolução deste processo reflexivo que alguns de nós talvez não temos encontrados órbitas para onde encaminhar a nossa contribuição; visto as experiências individuais dos ocoridos no nosso solo superpolitizado onde as divergências em opiniões não são muitas vezes bem vindas.

Referindo-me a sua pessoa, Sua Excelência não me sinto frustrado nem intimidado de desvaziar o que acho positivo para com a nossa sociedade já que relaciono-me com uma personalidade ecclesiástica cuja a re-eleição prova o savoir-faire no círculo cristão onde o amor, tolerância e perdão são alicerces que garantem uma união coesa para o sucesso em qualquer empreendimento, progresso e mesmo familiarização. Noutro lado, a sua recepção com toda a delegação ecuménica pela Sua Excelência Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos prova também como o meu Sr Reverendo é uma notável voz no seio desta nação e prova o papel decisivo que a Igreja desempenha e a sua consideração nela. Dirigir-me hoje ao Sr Rev não é acidental mas tenho a certeza que Deus, meu e seu Criador guiou minhas mãos para traçar-lhe essas linhas, com simplicidade, pois é também com antecipação que vejo com toda certeza a sua reação, acreditando que é no percurso das mesmas águas que estamos nadando.

Áqui não há elusões, porque o Sr Revendo como eu, sabemos sem sombra de dúvida que o ano 2008 é o ano de paz para os angolanos. 2008 foi divinamente declarado ano de inicio duma nova etapa histórica, numa nova dimensão na presença do Senhor Deus. Sabendo certamente que a presença de Deus é anunciada e notificada pela invasão da paz, amor e vitória na sua circunferência, uma vez esta está disposto a obedecer.

O ano 2008 é o ano das primeiras eleições livres em Angola. Neste ano vai-se corrigir os erros cometidos entre angolanos tanto em 1975 como em 1992. Um ano no qual Angola vai lançar o seu primeiro passo certo e gigante na penetração da liga das nações democráticas. As eleições, uma vez justas e livres permitirão aos angolanos esta penetração e darão um novo dinamismo nas esperanças.

A experiência política de Angola em relação as eleições é mesma amarga porque originou umas páginas cicatrizadas na memoria histórica deste dicionário. Contudo as eleições deste ano serão diferentes porque:

1. O angolano que foi decepcionado em 1975 e 1992 cresceu com o tempo e ganhou uma certa maturidade política.

2. Houve grandes mudanças dos componentes na liderança e no todo no seio do xadres do movimento político.

3. A história de Angola já tomou um rumo diferente já que as visões dos partidos políticos evoluiram e mudaram de expetativos. O político fez um estudo profundo baseando-se pelo preço pago na faturação da guerra. Este já apercebeu que o heroíco povo necessita um certo respeito.

4. Angola necessita uma democracia onde a lei será respeitada e a constituição não seja propriedade privada de individuo ou duma organização. Angola já se inseriu no vento da mundialização onde o progresso depende da boa vontade de leadership, patriotismo, livre decisão e trabalho sério etc. Angola penetrou numa via de único sentido ao progresso onde voltar atraz será científicamente empírico, políticamente suicidário, económicamente fatal, socialmente utópico e espiritualmente demóniaco.

E porquê não se coloque o ponto 5, justificando a ação cautelosa da igreja na aniquilação de confusões, na preparação espiritual de eventos anulando a ação do inimigo desda atmosfera invísivel.

Para mim o inicio deste ano se anunciou de forma positiva com grandes projetos e no desejo de crescer nas minhas tarefas no fulcro da paz e alegria. Gostaria de ver este meu desejo realizar-se para cada cidadão desta heróica pátria, portanto os acontecimentos de Pakistão (o assassinato de B. Bhutto) e as atrocidades nas terras de J. Kenyata (Kenya) raptaram-me a serenidade e deixaram-me perplexo. As imagens dramáticas destas carnagens que desfilam no espelho da minha caixa televisiva apoderaram-se da minha paz desta noite fria do inverno e submeteram a minha consciência no refugio do mundo de reflexão onde não só presenciei a densidade da obscuridão desta noite de pensamentos mas que também forçou-me a penetrar o espaço bíblico a procura duma saída para que Angola não conheça esta tragédia. Foi neste mar de pensamentos noturnos e intercedendo deparei-me com a personalidade do Reverendo Nguimbi para desaguar o que acredito na realidade foi uma semente que o Senhor semeou no meu coração para o bem de Angola.

Eu não gostaria que Angola revivesse as experiências de 1992 onde a caça ao homem foi uma vitória política do angolano contra o angolano, enquanto observadores internacionais assistiam com gargalhadas comendo saladas feitas com o sangue do angolano e por cima com bolsos cheios de verdes deixaram o povo em óbito sem luto. Jamais Angola será sujeito de gargalhadinhas, caso o angolano entenda e decide o seu destino.

Sabeis, sua Excelência que Angola só pode ser erguida pelos angolanos sub a direção do seu Criador.

Prov 14:1
Toda a mulher (Igreja) sábia edifica a sua casa (Angola), mas a tola derruba-a com as suas mãos.

Sal 127:1
Se o Senhor não edifica a casa (Angola), em vão trabalham os (angolanos) que edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela (Igreja).

Para que haja sucesso deste processo eleitoral até a paz duradoura é preciso anular com antecedência as fontes de confusão no seio da nação usando métodos harmoniosos. Sendo parte do Corpo de Cristo, a nossa luta é contínua mas que não seja carnal. A igreja tem de desempenhar um papel muito decisivo para ajudar o desenvolvimento no seio da nação. Neste périodo a Igreja deveria participar activamente na mobilização (apolítica) das suas massas, guardando a sua neutralidade no sentido de exclarecer a importância das eleições e o dever patriótico de cada cidadão (campanha educativa).

Prov 24:3-4
Com a sabedoria se edifica a casa, e com a inteligência ela se firma: e pelo conhecimento se encherão as camaras de todas as substâncias preciosas e deleitáveis.

O cristão angolano que faz parte duma população de maioria analfabeta pode ter enormes dificulfdades de discernir o significado de eleições. Ele não tem decisão na escolha, devido a falta de informação sobre o profilo de candidatos e partidos. A Igreja como instituição divina (e não governemental) deve ajudar a cidadania na sua livre tomada de decisão, sem influenciar-lhe de forma política ou manipulativa.

A militarização dos partidos políticos em Angola constitue um perigo constante aos princípios da democracia e a politização das forças armadas, segurança de estado e o corpo policial é um outro denominador evidente que constitue ainda um grande perigo nesta fase de eleições, capaz de ameaçar a paz duradoura que Angola merece e quebrar a esperança da unidade dos seus filhos.

Para tal acredito que Deus interpelou a minha consciência de rezar para a paz de Angola. Sabendo que dois são melhores que um; nesta visão penso que somente a intervenção adequada da Voz do Reverendo pode expandir esta ação no território angolano (Daniel 9:1-19) em:

1. Organizar mensalmente uma reunião de orações entre pastores e outros servos localizados em Luanda. Estes encontros serão uma vez em cada mês com agenda de interceder para vários sujeitos que podem constituir barreiras para o sucesso e paz apois eleições (amor, perdão do que aconteceram em 1975 e 1992, união entre partidos, unidade entre angolanos, oração contra o ocultismo, idolatrismo e tribalismo praticados desde então, sabedoria aos populares na tomada de decisão na escolha de candidatos, orar contra o banditismo político, invejo, competições internas etc.)

2. Decidir sobre a escolha de um dia nacional para orações (parece-me que tenho um testemunho interno que deve ser entre junho/julho). Que todas igrejas independetemente das doutrinas venham rezar só para salvagurdar a paz angolana (que não se procure um dia feriado).

3. Que o Reverendo realize palestras nas provincias para que a mensagem seja ouvida de um ponto ao outro e que toda Angola seja ajoelhada no dia decidido.

4. Caso a CICA tiver estruturas nas provincias, então que as provincias (nas cidades) tenham reuniões mensais de pastores e servos seguindo a agenda de orações conforme as instruções do Secretariado Geral para que haja uma só voz produzindo um resultado com eficácia.


A minha carta aberta simboliza uma solicitação com súplicas na partagem deste “peso” angolano que devemos todos levar para o beneficio do povo de Angola. A paz de Angola já foi proclamada e vai dorenavante depender da ação do próprio angolano, e a Igreja é chamada a tomar iniciativas estratégicas já que tem força e poder de determinar os acontecimentos e a direção da nossa nação.

Mais uma vez receba áqui meu Excelentíssimo Reverendo os meus respeitos e altas considerações pela atenção, compreensão e energia, e que Deus continua abençoando-lhe, sua familia e a nação que espiritualmente lidera não só para o Reino dos Ceus mas também para o progresso socio-económico e como soberánia política. Que o Senhor guie seus passos, Amen!

Seu servo

Nsimba JD
09 de Janeiro 2008


(Consulte por favor)
O denominacionalismo religioso no seio do Cristianismo
www.caaei.org/anexos/85.doc

A Igreja bíblica para o progresso de Angola
www.caaei.org/anexos/120.doc