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domingo, 22 de julho de 2012

A CATANA E A RODA DENTADA NOUTRO LADO DO ANGULO



A vida é um jogo, é uma quebra-cabeças… assim se elucidava no episódico brasileiro, o Bem Amado. A vida é curta dizia um poeta infamado. Enfim a vida nos oferece muitas lógicas que se pode definir em varias maneiras dependendo do ângulo da observação pelo qual estamos posicionados. Na minha realidade, tanto de muitos a vida se enrola numa cronometragem da história, geografia e cultura. Pois ela é a narração do percurso ou perfilo de determinados eventos em certo tempo, num espaço qualquer conforme autênticos hábitos ou costumes.
                                                                                                            
Tanto nos momentos felizes como de maus souvenirs, a vida não falta de brindar-nos com ilusões. Essas ilusões esporádicas acompanhem talvez esses dois pólos citados da vida, mas elas também advezes surgem isoladamente. As grandes aventuras, as revoluções, muitas manifestações e outros dinamismos de grandes envergaduras e impactos arrastam consigo verdadeiras ilusões. A experiencia atesta que só uma minoria aproveita e beneficie positivamente os efeitos destas ilusões deixando uma grande maioria reflectindo amargamente sem fim o que ela recolheu nesta. Neste contexto, os cães caçadores podem melhor explicar; pois são sempre agradecidos com ossos por enquanto seus donos se engordurem com melhores pedaços de carne.

Diria eu que em qualquer movimento existe sempre um visionário. Portanto a visão fica sempre o foco ou eixo da concentração da organização/movimento. Em muitos casos, sobre tudo nas organizações com pouca disciplina, mal estruturadas ou desorganizadas, onde a visão é uma propriedade privada que o visionário, dono ou líder transporte nas suas calcinhas, ou nos seus bolsos, a visão perde a sua essência logo que haja mudança de ambições. Neste tipo de organizações, a visão morre uma vez que o visionário, líder ou dono cessa de viver. E caso for substituído, este, combate contra a visão que tinha anteriormente defendido. Este é a moda comum em África!

A ilusão da visão é que em qualquer revolução ou movimento os participantes, membros, colaboradores contribuem para só elevar a consagração um individuo e os restantes/acompanhantes vão beneficiando pelo reconhecimento deste empossado, que provavelmente omitirá uma maioria. Eis a razão pela qual o sucesso da visão depende do dinamismo do visionário mas do respeito corporativo ao cumprimento da missão. Não deve haver duas visões e não deve haver muitos visionários numa revolução. Por isso na política surgem conspiradores, anti/contra-revolucionários, fraccionistas, rebeldes, fantoches etc.

Da colónia a um País Soberano, desde 1975 Angola foi governada pelo MPLA que tinha como visionário, o seu Presidente Agostinho Neto. Este movimento comunista planificou estrategicamente seus projectos, objectivos de acordo a visão que se parafraseou na bandeira da nação. Entende-se que era uma governação totalitária, dominada pelo partido/estado onde a voz do povo era insignificante. O angolano não tinha direito a decisão nem a escolha. O movimento comunista soube aproveitar a debilidade educacional da população par inculcar-lhe o que o marxismo-leninismo angolano preconizava. Usou-se da bandeira nacional para transmitir uma mensagem que ficaria eternamente na consciência angolana. O MPLA nunca pensou (tanto o antigo como o novo MPLA) e ainda não está preparado de governar Angola partilhando com outros partidos. Como a leitura dos factos e factores históricos não convence-me ainda que o MPLA do Agostinho Neto e do Eduardo dos Santos é o mesmo, continuo acreditar que existe duas distintas histórias e dois movimentos do MPLA (para não falar doutras fracções). Ainda mais que a visão do Pr. Neto não é mesma com a do Pr. Eduardo dos Santos. Os objectivos também são diferentes. A diferença não é só no tempo mas ate no espaço, as ocorrências, as praticas, as realidades, o estilo da governação, e eu não acreditaria que a governação de JES é a continuidade na do AN; seria absurdo. Pouco importa a opinião dos políticos como de jornalistas mas historiadores serão em pleno acordo comigo.

Ao colocar no seio da bandeira nacional, que é hipocritamente a mesma bandeira (dissipada ) do Partido do Trabalho, a catana e a roda dentada o movimento calculista de Neto pensou gravar a angolanidade uma mensagem memorável. Contemplemos:

Primeiro, queria incentivar a bravura do povo angolano que soube heroicamente defender seus direitos. Infelizmente usou-se do 4 de Fevereiro, que é uma data simbólica ao nosso povo. Só que há muitos partidos que hoje reivindiquem o direito desta data, que foi-nos incutido a pertencia ao MPLA. A clarificação histórica sobre esta tão discutida data ainda não foi decidida, uma vez historiadores angolanos não possuem ainda o direito científico de trabalhar sem inclinações. Não se faz verdadeiras palestras, debates e conferências para a esclarecer. E pena que mesmo aos estudantes universitários não se profetisa a verdade. A catana representa na nossa bandeira o espírito do 4 de Fevereiro; a fome da libertação. Libertar-se contra o jugo colonial, contra a manipulação colonial e reclamar a sua identidade angolana. Dá-se ao angolano um encorajamento no espírito de combate; ser combativo para defender seus direitos. Direitos esses que o mesmo Neto viria recusar-nos. Mas a catana representou também a força da produção artesanal: - uma chamada a produção.

A roda dentada é outra forma de motivar o povo ao trabalho ou produção. O MPLA trouxe uma mensagem dizendo que o angolano é um trabalhador da linha da frente, que por meio da produção pode transformar esta nação. Mas optou diferenciar o que se pode alcançar entre uma produção artesanal (simbolizada pela catana) e a produção industrial (simbolizada pela roda dentada). A mensagem foi simples: usa-se a catana onde não inicialmente haver possibilidades e condições (mundo rural) enquanto nas grandes aglomerações haverá indústrias mecanizadas. Isto tudo significaria que pode-se transformar Angola usando catanas ou maquinas onde e como puder.

A visão de Neto sobre a transformação de Angola era então realista? Ilusão ou simples sonhos? Nos últimos dias da sua vida Neto viria entender que a teoria da sua mensagem não tinha uma pratica realista. Não se aplicava o que se proclamava, quer dizer as ambições não correspondiam com a profecia do MPLA/PT. Neto começou a ver o outro lado do ângulo; a faixa mais escura da óptica.

Quanto na visão do novo MPLA ou simplesmente no MPLA do Presidente José Eduardo dos Santos a catana e a roda dentada da bandeira de Angola não tem a mesma mensagem de ontem e não representam as mesmas coisas. O povo angolano conheceu uma longa guerra entre irmãos cujo dividendo da factura foi mesmo incalculável. O angolano não se fez mortelado não só fisicamente mas tanto emocionalmente como moralmente. Ate hoje as cicatrizes ainda tem causadas dores e as lembranças são vivas. Contudo o angolano continua revoltado. Esse revoltado obteve graças ao receber do MPLA armas de fogo que ainda conserva armazenadas nas casas. A sexta-feira sagrante é uma prova, que com todas as eventualidades pode se repetir sem aviso nenhum.

Eu não gostaria de debruçar desta visão do novo MPLA mas a pratica tem dado-nos uma preciosa lição. Na situação actual substitui-se a catana pelas armas (seria copiar a bandeira Moçambicana) para que um futuro 4 de Fevereiro seja mais cruel, violento e agressivo que o passado? Incentiva-se aos nossos irmãos de combater com armas na mão sem portanto dar-lhes uma preparação moral ou politica, seja psicológica para não causar danos injustificados. Pelo menos que saibam que já não temos colonos; que não estamos a combater contra o colono. Ate seria inútil uma vez temos forças armadas e mercenários que temos enviados nas terras longínquas. A catana continua a encorajar o angolano e incentivar-lhe a barbaria. A catana dita a consciência angolana a derramar sangue dos outros. Pergunto eu se esses outros de ontem ainda não são angolanos? Não se incentiva ninguém a produção onde se crie voluntariamente desempregados!

Muitas coisas mudaram porque a historia desenvolveu mas a mesma mensagem da bandeira angolana continua flagelar a consciência do angolano. Alguém queira que se repetisse o 4 de Fevereiro. Já não se pode nada dissimilar! A catana serve para derramar sangue, e não da produção. Quem apelamos a produzir? Vejamos ainda a roda dentada

A roda dentada foi uma forma de implementar algo que activa a produção e o novo MPLA veio energicamente com a política da exclusão social. Qualquer demográfico angolano lhe diria hoje que em Angola vivem mais angolanos desempregados que estrangeiros. Há províncias em Angola onde o trabalho continua um sonho inalcançável. O novo MPLA tem mais preferência aos estrangeiros condenando a sua população a miséria. A roda dentada é hoje uma chamada de atenção ao desemprego. Não se justifica como pode haver estrangeiros motoristas, guardas, empregados de limpeza etc enquanto o cidadão não encontre emprego. A minha opinião não tem nada com xenofobia mas descrevo uma realidade que se vive na terra. Respeito a opinião de quem pensar que sou frustrado. Portanto só precisamos de cooperantes onde não podemos!!!

Ate faria a comedia de deduzir um dia que a presença da estrela na bandeira de Angola representa a gasosa que se paga em todos sectores em qualquer business.

Vamos construir uma Angola nova, onde não haverá injustiças. Vamos mudar por favor esta bandeira onde continuamente derrama o sangue do angolano condenado ao desemprego. Vamos construir uma nação onde não haverá lugar a catanada/massacres e desemprego.



Nkituavanga II

sexta-feira, 6 de julho de 2012

NA CONTINUIDADE DAS BURLADAS ELEICOES



Tanto nos meios restritos como na sociedade angolana em geral fala-se infinitamente das eleições. Esta palavra não é velha/antiga no dicionário angolano, pois a colonização portuguesa não só negou-nos este direito, sendo encarada por raça inferior, mas proibiu-la penetrar a consciência angolana. Muitos de nos temos falado quotidianamente sobre as eleições de forma papagaia, conquanto que temos vivido e sofrido suas consequências. Quando se fala sobre eleições em qualquer espaço geográfico do globo, a articulação desta palavra impulsiona a consciência com um aprazimento que espalha um faiscado cheio de esperança, de desejo, confidencia, crença, antecipação e expectação. Ate mesmo quando não percebemos o verdadeiro sentido e significado da mesma.

Eleição é o processo de eleger, escolher, seleccionar um cidadão por meios de votos para ocupar uma responsabilidade, posição autoritária e acarretar os destinos duma estrutura, duma organização qualquer para o seu aperfeiçoamento. Neste processo, o eleitor (homem chamado a eleger) deve gozar ou exercer seus básicos direitos; tais como a paz, a liberdade. Isto quer dizer o eleitor não deve consentir influencias externas nem pressões ou outras consequências que podem corromper a sua consciência ou causar danos emocionais como físicos. O cumprimento destes princípios faz com que as eleições tenham um carácter democrático: livre e justo na pacificidade. Nas eleições, o cidadão valorize e use o seu direito de exprimir-se livremente através as urnas. O voto simboliza a livre linguagem do povo pondo em acção a sua decisão através o que se considera por cartão de voto. Este voto segredo e livre será depois transferido a uma ficha mecânica ou electrónica para a posterior contagem.

Depara-se nas terras angolanas com muitos fenómenos sociais que por uma obrigação moral e política exigem que o cidadão seja primeiro educado/enquadrado. Primeiro, o angolano não tem ainda experiencia no que concerne as eleições. Segundo; a maioria da população é analfabeta ou talvez carece de um bom nível educacional que lhe permite eleger sem a ajuda dos terceiros/instituições.

A realização das eleições requer um minucioso estudo para estabelecer as instituições, criar as leis gerentes, planificar o tempo e calendários, decidir sobre a verba e seleccionar candidatos. Nas eleições livres, um estudo demográfico é importante pois nele vai-se (talvez) efectuar o recenseamento populacional e a localização de eleitores por determinadas zonas para que estatisticamente se coloque postos/centros eleitorais.


Experiencias angolanas

Angola soberana foi dirigida desde a sua independência pelo MPLA partido marxista, que inseriu a nação a um regime comunista/totalitário. Durante mais de 20 anos, o povo angolano ficou sem direito de votar uma vez os dirigentes eram digitados/apontados conforme a fidelidade partidária e militância. Assim tanto Agostinho Neto como o seu sucessor José Eduardo dos Santos jamais e nunca foram eleitos.

No fim da guerra civil entre angolanos, o país transitou subitamente e teoricamente do comunismo a democracia ou melhor do totalitarismo ao pluralismo. Houve então mudança do sistema económico mas também politico infelizmente mantendo a mesma consciência. A primeira tentativa de realizar eleições livres e democráticas fracassou depois duma primeira volta coroada pelas burlas e tão contestada, que ofereceria mais tarde a nação uma factura de massacres ate genocídios. Em 2008, 6 anos depois de festejar a morte de JM Savimbi, o país com toda imaturidade proclama sob emoções as eleições carregando os mesmos erros do passado.

As eleições de 2008 não foram organizadas pela classe politica angolana mas foram preparadas, organizadas e patrocinadas pelo MPLA, partido no poder desde 1975. Face a uma oposição desorientada, desorganizada, indisciplinada e inexperiente o MPLA teve facilmente o controlo das operações.

Não se criou instituições independentes para supervisar as eleições. Deu-se grande brecha ao partido no poder de digitar no topo da Comissão Eleitoral seu pião, de estender o seu poder de controlo ate aos grupos de observadores internacionais, que também sucumbiram nas belas promessas do Partido de trabalho.

Nas eleições de 2002 conseguiu-se infiltrar urnas fantoches desde certos países vizinhos mas em 2008 as fantochadas urnas foram bem armazenadas em vários quartéis militares e em varias instalações da segurança nacional. Reitera-se que para alem dos agentes formados oficialmente para cuidar deste processo eleitoral, o partido-governo tinha preparado paralelamente pessoal militar capaz de realizar o mesmo género de trabalho para garantir a vitória de Movimento Popular e o seu presidente: o prometido foi feito!

Deu-se 45 dias de preparação ou mobilização oficial aos partidos da oposição enquanto o partido da situação tinha iniciado a sua maratona eleitoral já há 2 anos. O MPLA realizou uma campanha muito muscular monopolizando todas as instituições governamentais a trabalhar pela sua conta. Assim muitos representantes de partidos foram impedidos de viajar usando meios de transporte pertencentes as empresas estatais. Pais e encarregados familiares foram ameaçados de perder seus direitos as instituições escolares e de saúde, caso que seus pupilos votassem pela oposição. Sobas foram galhardeados com televisores mesmo vivendo nas zonas sem electricidade. Em troca ao seu voto, velhos patifados receberam motorizadas.

Angola que prometera dar uma lição democrática a outras nações africanas terminou com as eleições mais suja, fraudulenta do continente, onde o MPLA atribuiu aos outros partidos o resultado por si calculado, desejado, da sua preferência e finalmente arrogou-se 80% de vitoria esmagadora ao partido de José Eduardo dos Santos. A comunidade internacional como sempre, silenciou-se, esperando uma vez pela derramação do sangue dos africano.

Os países desenvolvidos como a comunidade internacional já vêm determinados com uma agenda que não consiste pelo respeito de direitos do cidadão nacional, mas para conceder ou manter uma vantajosa continuidade da sua presença manipulativa na economia e politica desta nação. Vem para colocar no poder aquele partido ou marioneta facilmente manipulado, capaz de defender e proteger seus interesses em detrimento dos nacionais. Foi assim que as empresas brasileiras e espanhóis foram contratadas para garantir a vitória do MPLA falsificando ate aos miolos o resultados.


Aproxima-se ainda as novas eleições escandalosas (2012), como diz-se na terra, onde um jogador será ao mesmo tempo capitão e treinador da equipa, colmatando também a função de árbitro: em Luanda/Angola tudo é possível. O vencedor antecipado é conhecido mas vai-se as eleições só para permitir a oposição de fazer a escolha da língua nacional com que vai desta vez utilizar para lagrimejar. Mais um processo protocolar de gastos de dinheiro, quando o angolano não tem como alimentar a sua vida. O MPLA carrega consigo uma tremenda vantagem como dono da mídia (comunicação social TPA, RNA, JÁ, TVZ etc), das finanças, do tribunal e das forças de segurança, policiais e militares e das instalações (infrastruturas).

Quase em grande maioria das eleições tem havido ligeiros fraudes; mesmo nos ditos países desenvolvidos. Na Alemanha de Helmut Kohl acontecera. Em Canada como nos EUAmérica, Jorge W. Bush viu-se na posição de vitorioso fraudulento em duas ocasiões (contra Al Gore em 2000 e contra J. Kerry em 2004). Para tal contrata-se ate grandes empresas especializadas em burlas eleitorais como foi a INDRA espanhol em Angola em 2008 e possivelmente em 2012.

Em muitos casos o partido/presidente no poder, uma vez desesperado procura manter-se no poder, vai estrategicamente utilizar técnicas enganadoras para sobreviver. Esta característica é muito notável aos líderes ditadores, que procurem sempre eternizar no poder. Outros confundem uma república a uma dinastia/reino, apliquem a cleptocracia. Em Angola, o recordista José Eduardo dos Santos já acumulou mais de 30 anos no poder, e prepara-se para passar o batton ao primo, nas alturas.

Nos países onde predomina a corrupção, a desproporcional fraude eleitoral é o utensílio que garante a maioria parlamentar, que vai ditando as leis. A trapaça eleitoral não deixa de ser um mecanismo ou principio contra a liberdade, democracia e civilização. A fraude encoraja a criminalidade, enfraquece a lei e facilita a penetração de valores anti-sociais. A sabotagem das livres eleições permite classificar os inimigos do povo. No caso de Angola consta na lista dos inimigos do povo de Angola:

1. A classe politica governamental (corrompida).
2. A classe politica da oposição indisciplinada e corrompida
3. A classe de generais militares com inclinação politica
4. A classe de líderes religiosos com inclinação politica
5. O eleitor sem (própria) decisão pessoal.

O que a nação não discerne é que o poder de qualquer governo/governação está enraizado na vontade, desejo, decisão, acção do povo. Só que, em…a oposição oferece facilidade as fraudes eleitorais.



Nkituavanga II