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sábado, 22 de dezembro de 2012

DESCAMINHANDO NA DEMOCRACIA



Não gostaria hoje de emprestar a definição da democracia no dicionário como tenho habitualmente feito. Talvez acarretaria esta definição na consciência dos velhos que na prática a viveram no dia-a-dia, inspirados pelas linhas culturo-ideológicas do reino do Kongo. Mesmo os mais clássicos da política das ruas, nos ditos Parlement Debout sabem que para evaluar um sistema democrático, há virtudes imperativas que devem constar no cesto da democracia, tais como:

  1. Direitos humanos: - violações contra os direitos primários do ser humano. Impedir um povo usufruir esses direitos.
  2. Liberdade da palavra (mídia/imprensa): – dirigir uma nação constituída por surdos e mudos forçosamente amoldados pela ditadura. Manter cativeiro a consciência de um povo.
  3. Justiça independente: – um povo e instituições que respiram a lei, onde a injustiça e impunidade não tem expressão. Onde a lei funciona.
  4. Sem Corrupção: – promover o roubo e injustiça. A dominação da maioria pela minoria tendo um poder material e financeiro que mantêm cativeiro todo sistema governamental.

Há mais valores sociopolíticos que atestam a existência da democracia de um regime que dirige um povo, uma porção da terra partindo da consciência e vontade do líder, o próprio balanço numérico dos recursos humanos nas instituições governamentais e ministeriais, nas comissões eleitorais e o comportamento de elementos chamados a proteger a população, bens e estruturas; os chamados elementos da segurança, da policia e das forças armadas.

Evoluir na burocracia ministerial

Com um espaço de 1246000 km² e uma população estimada de 18 milhões de habitantes, tendo uma divisão territorial de 18 províncias, Angola necessita um organigrama ministerial que permite eliminar a burocracia, combater a pobreza e criar parâmetros para o desenvolvimento socioeconómico tanto cultural do povo. Infelizmente a própria cultura do trabalho nos países em via de desenvolvimento tem sempre colocado um ministro na postura de patrão, com autoridade de comandar e não de servir. Assim maioritariamente os ministros angolanos alinham-se na mesma regra de acumular riquezas, mulheres e concubinas, luxuosos carros, casas e vultuosas contas bancárias no estrangeiro. Em cima de tudo são políticos, empresários e sócios ao mesmo ritmo e tempo.

Em Angola, ministros são nomeados e exonerados pelo PR que os digitam num ciclo vicioso, trocando rotativamente pastas sem portanto produzir um resultado duradouro. Entre eles uma punhalada é seleccionada para aderir ao ciclo da confiança presidencial, que se posiciona em cima da lei. Geralmente em África todos os ministros não têm a mesma consideração, poder ou direitos; tudo dependendo da fidelidade ao Partido e especialmente ao PR.

Em Angola, a própria divisão da estrutura organizacional de ministérios reforça a burocracia. Os componentes desta se familiarizam neste aparelhado núcleo defendendo-se com garras sem exprimir-se profissionalmente de modo a cativar a apreciação do povo. Não se coloque aqui a equação de negar o bom trabalho que se tem desenvolvido pelo governo. Portanto a resolução de conflitos na divisão organizacional daria outra flexibilidade na obra porque vejamos:

Ministério de Estado e Chefe da Casa Civil: numa Angola não reconciliada, onde a pertença partidária tem um papel preponderante na política da exclusão social e no tribalismo, onde as organizações de massas apartidárias ou inclinadas a oposição não são aceites, este ministério não tem lógica da existência. Ele subsiste somente para o benefício de determinadas pessoas, indivíduos ou grupos escolhidos. O que tem feito este ministério para que a sociedade civil seja aceite com certo peso na Assembleia Nacional. A quando um postulante apartidário a presidência? Que mecanismo tem esse para contribuir ao topo da hierarquia?

Ministério de Estado e Chefe da Casa da Segurança: Este seria uma secção ministerial ou departamento dentro do ministério da Defesa ou do Interior! Aqui trata-se de assunto que afecta um bom reduzido número de angolanos. Ele tem uma missão desviada e concentrada a protecção do PR, sua família e bens. Inexplicável é a misteriosa função que este ministério desempenha nos países em via de desenvolvimento, quando seria irrelevante no mundo democrático. Por consequência ela reitera e defende então um sistema puramente ditatorial. Como ultima bastião da protecção presidencial, é um ministério plenipotenciário mas parasitário que com exagero chula mais capital da nação. Este ministério incarna sempre as características da entidade que protege.

Entre o Ministério do Planeamento e Desenvolvimento territorial e o Ministério da Administração do território como o Ministério da Administração Publica e Segurança Social as tarefas são bem repartidas mas tem uma interjeição operacional que vai causando conflitos. Apresentam conflitos na posição que ocupam na estrutura organizacional do governo que é vertical mas tem matematicamente subconjuntos que se interferem.

Depois de mais de 30 anos, o angolano não possui ainda um documento identificativo próprio de um cidadão livre. Os ditos bilhete de identidade, o vulgo BI são trocados conforme a mudança climática. Os passaportes mudam mensalmente de fisionomia. E triste ver os nossos velhos nas aldeias a morrer solteiros uma vez nas comunas o casamento cívico não tem expressão. Vive-se ate hoje nas estatísticas de assumpção.

Existem outros ministérios importantíssimos cujas funções requerem resolver primeiramente certas equações existenciais. Seria necessário um Ministério da Justiça quando a lei não funciona? Quando existem elementos que vivem em cima da lei e que as ordens superiores não cessam de chover? Um Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria não tem lógica quando cidadãos são classificados por grupos e classes sociais, onde se pratica um tribalismo estatal e injustiça. Ministério de Transporte: pensou se aqui no transporte em Luanda ou em Angola? Transporte nunca significa a Taag (que é um sucesso) por favor. Comunicação social do governo ou do partido? sua definição não esta clara, tem atribuições controladas e é fonte de decepções. Ainda tem dois ministérios decisivos: Ministério da Energia e Aguas e o do Ambiente. Angola tem suficientemente águas para aprovisionar a sua população e fornecer uma energia a cada aldeia e sanzala. A resolução da questão de Energia e Agua vai melhorar a esperança da vida da população e acarretar o bem-estar social. Actualmente prevê-se que num futuro próximo haverá escassez de Agua no planeta e ela poderá ser o motivo de guerras económicas na terra. Angola que deseja entrar no industrialismo deve proteger-se contra ataques ecológicos da indústria e de monopolistas. A protecção das suas florestas mas também lutar contra certos elementos nocivos: poeira, fumo, barulho e outros efeitos hereditados do conflito armado. Não se concebe como temos por exemplo o Ministério de Agricultura onde não se pratica (em Luanda) actividades agrícolas, e tantos…Luanda tem reclamado uma descentralização ministerial.

Existem ministérios que se classificariam por nulos ou injustificados, visto suas funções, influência territorial, magnitude ou descrição do trabalho. Um cómico Ministério dos Assuntos Parlamentares que seria um simples departamento. O Ministério do ensino Superior é muito mais prematuro tê-lo quando o Ensino básico não tem alicerces apropriados. O ministério da Assistência e Reinserção Social quando Angola carece dum bom programa social.


O dito governamento democrático

Observando o governo de Angola que opera no ultimo mandato de JES como PR (2012-2017), eleito oficialmente primeira vez pela nação há muito para gaguejar e sequelas que provam talvez está-se caminhando numa via errada ou talvez numa boa via mas em direcção contraria.

Ate a presente data não se sabe o que pretende o PR, não se sabe as pretensões do partido no poder. As duas instancias nunca se pronunciaram claramente nesta situação e nunca se posicionam embora declara-se ‘’comunismamente’’ sobre uma faíscada metamorfose sofrida de um dia ao outro: do comunismo a democracia, sem conhecer períodos de transição. Tudo está desacertado e absurdo, quando deixa-se o povo adivinhar, especular e procurar descobrir o que se oculta na consciência do PR e do partido no poder. Muitas vezes os coloridos discursos não pactuam com praticas.

Segundo a agenda do MPLA existem realmente motivos para seguirmos a democracia? O que tem-se feito no seu seio para formar novos quadros democráticos para amanha dirigir o partido e a pátria? O que se fez com os actuais dirigentes que são calejados comunistas para se metamorfosear-se em democráticos? Acredita-se portanto que não tem qualidades de camaleões! Será que durante o partido único, demonstraram capacidades e consciência de bons dirigentes? Qual jeito tem esses para levar a nação percorrer esta longa caminhada? O que ate hoje demonstraram para ser conotados com a democracia? Porque então tanta hipocrisia? Assim o Mpla seria do povo, mas o povo nunca foi do Mpla, da Fnla ou da Unita.

Será que o PR tem uma consciência democrática? JES crê mesmo na democracia? Deve-se na democracia africana eternizar-se no poder para ser bom líder. Ainda é hoje, o nosso JES patriótico como era ontem? Se analisarmos hoje as características de um patriótico, e de um democrático em que canto poderemos colocar o homem forte da nação angolana? Tem ele uma palavra de honra nos seus discursos. Sim, o tempo mudou e as coisas mudaram, por isso homens também mudaram mas a mudança não implica obrigatoriamente um progresso. Em que pólo do movimento da mudança pode-se localizar Angola? No progresso ou regresso. Bem digamos que a economia cresceu mas que tal da vida social do angolano. Que tal da vida nas aldeias do Kunene; sendo a província mais pobre de Angola. O PR sendo o Garante da nação e defensor da Constituição, tem reflectido na preparação politica do angolano a democracia. Isto se viveu quando foi inculcado o comunismo na consciência do povo durante tempos de conflitos armados. Qual hoje a preocupação primordial do nosso PR? e da oposição? A PRESIDENCIA! Esta mesma presidência que dividiu-nos em 1975. Sabe-se portanto que para dirigir um país africano não é necessário ser um mágico mas só pode lá dirigir quem é capaz de fazer milagres!

Existe a noção da democracia na nossa Assembleia Nacional? Serão os nossos deputados democráticos ou foram/são preparados para que sejam democráticos. Os verdadeiros democráticos operam na justiça e defendem os interesses nacionais. Os poucos democráticos da oposição de ontem são hoje corrompidos, lutam para objectivos monetários e tráfico de influências. Na AN a matéria básica é o oportunismo e mais-valia. Deputados capazes de violar a Constituição nunca são patriotas. Deputados que permitem a revisão frívolo da Constituição e concordam-na com qualquer manipulação dando vantagens a certos indivíduos são chupistas.

A falta da mentalidade democrática faz com que praticamos a democracia sem democráticos; optamos assim por uma democracia sem democracia. Eis a razão que tem-se uma CNE que nunca é independente, que tem uma camiseta partidária com uma maioria que só cumprem ‘’ordens superiores’’ cimentadas nas injustiças e coroadas por fraudes. Esta carência da democracia será também a constante causa de conflitos entre o Presidente e o Vice-presidente de Angola. Esses dois plenipotenciários, com o mesmo poder da decisão, têm um Job descrption mais conflituoso da nação. Um é figura do estilo enquanto outro é estilo da figura. 

Mesmo o diabo, nunca manda seu filho ao rio cartar água, quando ele vai então plantar cacos no caminho do mesmo rio. Assim o filho de Angola esta exposto pelo governo e oposição! As declarações políticas não fazem uma governação/nação democrática mas sim as aplicações dos princípios democráticos.

Muitos dos nossos valores culturais e tradicionais eram mais democráticos ante o modernismo que a actual politica tem integrado no quotidiano da nação exposta a ridículo. A modernização emprestada de angolanidade tem causado conflitos no comportamento do povo, perdeu-se o nosso proteccionismo cultural e basculhou-se erradamente na mundialização, sem entender o conceito deste. E preciso que se faça algo (governo e oposição), senão a democracia vai afastando-se cada vez de nós, convidando um sistema mais bruto, de injustiças, de desespero e miserável.


Nkituavanga II

sábado, 15 de dezembro de 2012

LUANDA HOJE: O GRITO DOS SILENCIADOS



Luanda, que seria a capital angolana continuar sendo a capital da república de Luanda conforme a curta visão daqueles que se intitulam dirigentes. O que se passa actualmente em Luanda não se identifica com a lógica social na vida de qualquer nação neste século XXI. Identifica-se actualmente duas condições que se vive numa açoteia socialmente oposta. Soubemos que a aparência da paisagem física é ilusionária como a própria história manipulada persevera sendo gravada nas arreias a beira-mar.

O que se convive em Luanda é um clima de contradições sociais numas geofísicas conflituosas. A actual urbanização de Luanda desenhada pelas assopradelas das loucas forças da natureza tem em qualquer forma preconizado e determinado uma divisão sócio-administrativa da vida na capital. Socialmente Luanda se divide em duas partes: o centro e as periferias; que seria também interpretado numa lógica banal como a capital da capital contra as províncias da capital. Tanto no centro como nas periferias de Luanda existe um clima sociopolítico que vai definir duas sociedades, dois mundos distintos paralelamente opostos, numa definitiva prolongação sem interjeição.

Há silêncio no centro de Luanda, a capital. Depois das vertigens eleitorais, a moralidade da nação sucumbiu num silêncio abismal. Os partidos políticos recorreram a uma nova etapa da guerra-fria tipicamente angolana. Uma guerra ideológica diferente a de posicionamento ideológico e poder de 1975. A pílula amarga das eleições deixou um sabor nauseabundo na consciência de grandes partidos, que decidiram um retrocesso as fontes ideológicas. Este silêncio no centro de Luanda obriga os partidos às fontes da inspiração ideológica: a procura de outras estratégias que poderão projectá-los a nova imagem antes as vindouras eleições. Os partidos optaram pelo mutismo, a busca de novos valores capaz de combater as injustiças, corrupção e nepotismo. Assim a Unita vai procurar uma nova dinâmica para ser realmente a verdadeira cabeça da oposição. A morta Fnla, vai no seu lado lutar para ressuscitar a sua alma e salvaguardar-se da maldição chamada Lucas Mpipita. Quanto a Casa-ce emergente, vai organizar-se para substituir na posição cimeira da oposição. O problemático Mpla também vai purificando-se das impurezas da privatização do partido e da questão da liderança tão contestada as escuras. Há silêncio no centro de Luanda condicionado pelo clima político.

A única pergunta subentendida que, predomina no quotidiano angolano, vai poluindo num ciclo vicioso os ares do centro da capital: quem será o próximo PR de Angola? Enquanto noutro pólo, entre os vermelhos alguém esta pensando na liderança partidária. Tudo indica que o jogo será brutal!

Nas periferias de Luanda não há silêncio, mas sim choros e gritos. Há gritos no Sambizanga. O povo esta chorando no Rangel. No Kazenga corre-se rios de lágrimas. Mabor, Kilamba e tantas outras zonas de Luanda estão animadas pelo desamparo, angustia e desespero. Este povo vai acompanhando de perto como a esperança ou o futuro está-se afastando. Chora-se, está-se chorando; que tais das chuvas, cheias, inundações, falta da luz, falta de água, ruas intransitáveis. Há décadas que fomos continuamente alimentandos com promessas alucinárias pelo vampirismo da política angolana. O povo das sanzalas vai chorando mas no centro reina um grande silêncio. Portanto, queira como não, desta vez o grito dos silenciados vai ecoando com grandes clamores o centro, a cidade, nas instituições, nos palácios e ministérios. A comunidade internacional será em altura desta vez de interpretar o sonho do mudo.



Nkituavanga II

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A DEPUTACAO IREAL



Não fomos a escola como se fosse numa deambulação, mas lá fomos com fortes instruções, que permitiram-nos reconhecer o motivo e justificação das pressões que fomos sujeitos, então estudamos não só para garantir um futuro melhor mas também para aglomerar conhecimentos, sabedoria e experiencia. Hoje ganhei, adquiri certa maturidade e tenho vias de conceber coisas a um nível razoável. Portanto a experiencia politicamente caótica que vivo tem projectado-me numa frustração, desespero e tem roubado o sonho do meu futuro. Muitas vezes escolho ficar na sombra do silêncio, infelizmente a minha actual consciência não permita-me. Não é que, num sistema onde reina a injustiça, os silenciosos são os mais covardes como lambe-botas?

Sem sombra de dúvida que Angola é soberana; quer dizer, tem uma independência política, económica, cultural, social. Ela tem uma estrutura que depende da decisão, acção e determinação do angolano. Brevemente dizendo, depende duma visão puramente angolana. Dali foi pela primeira vez e oficialmente eleito o nosso JES!

Parlamento! Parlamento! Parlamento é uma instância, uma instituição governamental que tem abalado meus conhecimentos, por isso vou emprestando conhecimentos alheios para expor a minha barafunda.

O dicionário didáctico define ‘’Parlamento: a câmara legislativa, aos países de regime constitucional’’. Parlamento é simplesmente a instituição (instalação, material e pessoal operativo) que na nossa terra chamamos por Assembleia Nacional (AN). Na sua forma mais restrita a Assembleia Nacional pode se limitar pelas instalações onde os deputados (parlamentários) têm debatido questões decisivas a nação. Quando se fala em questões decisivas trata-se de um envolvimento de profundas analises partindo da fonte as consequências de importantes documentos sobre as leis, normas e princípios que vão constituir a constituição da nação e outros temáticos sobre os direitos e deveres da cidadania. O parlamento não é só casa de debates mas também de sugestões, criticas construtivas, onde as divergências produzem um bom e duradouro produto de fina convicção que garante o progresso da nação. O parlamento é então o sítio de produção, oficina, lavra, gabinete do deputado ou laboratório para a transformação de Angola.

Recorremos agora ao mesmo dicionário para explicar quem é deputado? ‘’Deputado: que faz parte da deputação (reunião de pessoas encarregadas de missão especial. Delegados). O que é eleito para representar a nação no parlamento’’. Para facilitar a compreensão, vejamos o que o dicionário explica sobre ‘’Delegado: substituto; comissário. Aquele em quem se delega’’ Um delegado não deixa de ser um enviado. Alguém quem vai representar outros com um definido. Um delegado nunca defende a organização com suas próprias ideias. Como encarregado numa missão, o delegado recebe da sua estrutura/núcleo recomendações para o debate, tendo capacidades de fazer prevalecer a opinião da organização para que as medidas conclusivas trazem sucesso, progresso a organização/sociedade. Ele deve possuir capacidade de convencer seus homólogos em debates, partindo dum estudo, analises sobre o assunto submetido a aprovação. Ele e mais do que um porta-voz.

Ao atravessar o hemisfério sul para o norte como do paralelo oriental para o ocidental verifiquei que um deputado é eleito. Ele é raramente digitado como tem sido habitualmente em Angola. Deputado tem uma missão que defende, protege durante o seu mandatário (bem definido). Em vários países deputados tem jurisdição. Jurisdição é o espaço territorial, uma porção limitada da terra/população. Um deputado defende os interesses duma certa zona, que vai levando a transformação e progresso.  Um deputado recolhe da população da sua jurisdição tudo que é necessidade, desejo ou que se precisa para elevar o nível da vida. Esta responsabilidade cria uma conexão, uma familiarização entre a população e o deputado. É da população que o deputado recolhe e infiltra suas informações e conhecimentos. Existe uma correspondência biunívoca entre a população e o deputado, entre as necessidades populacionais e o ideal partidário.

Observando o estilo da deputaria angolana os olhos fitam numa decepção. Não vamos esquecer que Angola é livre. Só que um povo martirizado por longos anos precisa um governo assentado no seu seio, colaborativo. Isto valorize o povo e prova que o mais importante é resolver os problemas do povo. Eu não vejo como a preocupação dos meus primos que vivem a mais de 500 km da capital poderá um dia chegar a nossa AN. Tudo indica como limitado é a visão do governo mal-intencionado e omnicansado de Luanda.

Aproveito esta brecha de saudar os esforços do governo na construção de novos edifícios do parlamento. Infelizmente os nossos burocratas deputados, pois a nossa AN que carece de tecnocratas, vão tornar com toda certeza estes por centros de business para um clube de fieis seleccionados, escolhidos e digitados que só defendem a vontade de um só elemento com o titulo de patrão, chefe, e que vão cumprindo ordens superiores.

É lastimável que ate hoje não se pode adquirir desde as comunas e municípios documentos de identificação nacional (diferentes certificados, bilhetes etc). Mesmo assim, a obtenção destes documentos nas grandes cidades necessitam ainda grandes piruetas e bichas; é incrível! Este também constitui o sinal da fragilidade administrativa, falta de boa vontade e patriotismo que vem reinando há mais de trinta anos.

A falta de aproximação e instalação de deputados no seio do povo prova que o país não está disposto, não quer adoptar a democracia. Que o governo não tem confiança a sua população, que é tão desconsiderada. Este comportamento é meramente o iceberg da corrupção e da ditadura, porque a visão do povo ficará eternamente despromovida e de nula importância. O deputado angolano defende e representa o ideal do seu partido e não da nação, isto também patrocina a divisão de classes, tribos, regiões etc. promove a politica da exclusão social, a injustiça e o desequilibro económico.

Tanto no parlamentarismo como no presidencialismo ou em qualquer sistema/estilo que se preconize criar a aproximação da deputaria as populações não altera na funcionalidade, valorização e benefícios.



Nkituavanga II

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

CHEIRA ESTRANGEIRO, PA!



Muitas vezes lê-se noticias que aumentam a nossa curiosidade. Uma vez que a minha curiosidade é estimulada procuro sempre averiguar se o produto informativo que vou digerindo tem uma qualidade nutritiva que não vai causar transtornos na minha consciência. Assim numa tarde quando no repouso do meu corpo, procurei mastigar certas paginas no portal popular de Angola, deparei-me com uma informação sobre a decisão do PR angolano de reduzir o numero de generais do exercito, aposentando assim quatro ou cinco dezenas destes em troca a uma vultuosa soma de dez milhões de dólares ($ 10 000 000) a cada.

O excesso de generais no exército angolano em termo numérico não prova a eficácia mas a desordem ou uma forma de anarquia nas forças. Este exagero prova como o mecanismo para ascensão as patentes é fruto da corrupção: amiguismo, troca de promessas, troca monetária, promoção de uma ala armada fiel ao partido no poder etc. A noticia deste carácter era esperada há anos logo apois o fim da guerra. O angolano não sente-se orgulhoso, nem seguro numa situação, condição e circunstancia onde haja a presença de um general. A maioria destes, se comporta muito mal, com um acento agudo na indisciplina. São vaidosos, falam intimidando, ameaçam e actuam com barbaridade, vivem fora e encima da lei como na selva etc.

Colocando o desenvolvimento histórico das nossas forças com a actual situação militar é mesmo imperativo que se faz uma dinâmica diminuição ao numero de oficiais superiores partindo de generais. A iniciativa do PR foi simplesmente a correcção de erros cometidos, já que tudo era feito a base emocional e político. Infelizmente não achei correcto o processo pelo qual será empregue esta redução. Então pensei utilizar o fio da correspondência eléctrica ligando a um amigo, que é membro do partido da situação para retirar as impurezas nesta informação. A minha curiosidade foi concentrando na soma, pois para mim dez milhões ultrapassa as fronteiras do exagero. Ate pensei que o jornalista enganou-se talvez da chifra, aumentando alguns zeros, ou pensara talvez que se tratasse de kwanzas.

A minha grande surpresa da jornada é que o amigo noutro lado declarou: ‘’dez milhões de dólares, não são nada para um general angolano! Falou serenamente e terminou com um sorriso como se uma criança dissesse bom-dia ao pai. Tentei de repetir a minha pergunta uma segunda vez e uma terceira, mas a resposta não alterou: dez milhões de dólares, não são nada para um general angolano! Queria discutir com o meu amigo do MPLA sobre o salário de um general e este abafou! Não sabias que os generais controlam o monopólio da massiva entrada de estrangeiros em Angola? Sabes quanto se cobra por cada cabeça que entra em Angola? E quanto custa a protecção para suas permanências? Neste biscate, eles fazem mais de dez milhões, que JES promete oferecer! Afinal os generais angolanos são também milionários? Como?

Vejo hoje porque os estrangeiros fazem o que acham em Angola. Ainda conheço nenhum país do mundo onde estrangeiros trabalham armados se não fosse Angola. Gritei numa noite quando vi guardas ou elementos civis guardando como sentinelas uma fábrica de leite nas áreas de Cuca. Quantas vezes eu não pude nada comprar porque as ditas lojas foram fechadas quando nos meados das 12 horas os empregados (muçulmanos e estrangeiros) estão orando. Sim, são empregue estrangeiros enquanto angolanos ficam eternamente desempregados. Esses estrangeiros farão ainda muito. Fala-se da realidade e não xenof…quando tudo cheira estrangeiro.

Existem muitos angolanos que também vivem legalmente além fronteiras. Eles não fazem tudo que acham, respeitem leis e vão beneficiando direitos conforme leis estabelecidas mas comparando aos nacionais não há descontentamento. O caso de Angola é mais do que….


Nkituavanga II

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

PARABENS! CAMARADA PRESIDENTE



Angola vai gastando milhões de dólares na realização das eleições, não para eleger o futuro dirigente numero um da cabeça dos destinos deste grande povo mas sim para descobrir com que determinação iria o MPLA distribuir as percentagens para os futuros deputados que irão maioritariamente representar no Parlamento a vontade de um elemento. Nas nossas previsões, do início deste ano já tínhamos avançado sobre a vitória antecipada do MPLA neste 2012. Isto não porque temos uma esperteza mas simplesmente porque entende-se evidentemente o sistema do jogo do MPLA, que não se desmarca da mascarada de Putin-Medvedev.

Parabenizar o novo presidente angolano não tem nada haver com JES! O governo vai reagir conforme a vontade de JES, assim como o próprio MPLA. Mais uma vez o coração do angolano será como um tijolo fracturado, sua boca encherá-se de amargura e dos seus olhos escorregarão rios de lágrimas para ainda esquecer da erupção de ranhos que…

Parabéns Manuel Vicente! A colocação dos pontos nos is, não era simples para o JES mas o mais importante e mais decisivo já foi concluído. Apanhar da poeira (entende-se fora do partido) MV e colocar-lhe na segunda posição na lista do M era o crucial ponto par onde repousa a rotunda rodoviária de Angola. Uma vez JES conseguiu de eliminar todos os pretendentes a esta posição; ganhou-se a luta. Porque a luta para as eleições de 2012 não era contra a fragilizada oposição politica angolana mas si dentro das próprias células ou nomenclatura do movimento bolchevico de Angola. Para JES a oposição era e resta ainda insignificante; prova disso, repare como soube manipular a dupla Kabangu-Ngonda para facilmente declarar a FNLA de defunta. Assim fez com o Parlamento e assim continuará a fazer com o governo e aos restos de partidos ditos políticos. Isto tudo JES facilmente conseguiu usando a sua arte de hipnotizar.

A posição de MV na lista do M garante realisticamente a sua substituição como Presidente da Republica. Coisa dita, coisa feita! E JES poderá calmamente ocupar a posição do presidente vitalício do MPLA. A grande equação está resolvida e espera-se pelo tempo uma vez já se eliminou contra-tempos. Em Angola é claramente estafado, pois foi altamente declarado que JES vai se candidatar como símbolo de garantia porque actualmente fora de JES, não há outro elemento do MPLA capaz de vencer as eleições. Dois anos depois da sua vitória, JES irá então como de habito exonerar-se no cargo presidencial para nomear o primo Manuel na mesma cadeira. O cenário é já traçado! Parabéns, Presidente MV!

O que realmente está em jogo, ou pretende-se proteger não é a vida e futuro de milhares de angolanos mas sim a fortuna da família Dos santos e a continuação da mesma família no comando da hierarquia eco-politica da nação.  Aqui não se trata nada de interesses nacionais mas sim dinásticas e privadas. A eternização de JES deveu-se a este facto. Não havia um fiel de confiança que poderia proteger a fortuna da família. Gloria aos deuses que ofertaram MV.

A coitadinha oposição jogou nas ilusões, uma vez de antemão sabia que as eleições, tanto o MPLA não mudar de visão e sair do seu ego, nunca serão democráticas. Ela vive das migalhas que o partido do trabalho tem-lhe garantido. O M é dono da casa, Ele arruma-la, organiza e domina nela. Ele subvenciona financeiramente a mesma oposição, que ironicamente combate contra ele. Isto quer dizer que os membros da oposição recebem do partido-estado, comida e bebida, salários, casas e carros, e tudo para ser operacionais. Tendo meios limitados e controlados pelo partido-governo, a oposição não tem expressão politica, capaz de fazer face ao patrão. A resolução deste statut-quo é a chave para uma Angola equilibrada tanto politica como economicamente. Senão! estaremos simplesmente dançar o prolongamento do eco duma batuque que já não está tocando, pois furou.

Parabéns MV! Estamos curiosamente esperando as percentagens que serão dadas a FNLA e a Unita. Do resto é brincadeira, mas oxalá que não se torne por brincadeira do macaco! Parabéns, pela pequena vitoria de JES mas grande congratulação para a grande vitoria de MV, o futuro presidente de Angola. Ser eleito pela primeira vez também constitui um sonho do JES.

Que bom aclamar sobre uma vitoria antecipada!


Nkituavanga II

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

SE O MPLA FOSSE UM HOMEM

O facto de apresentar duas distintas características, o MPLA não seria por assim considerado como monstro, mas também não faltaria de ser visto como alguém que viveu traumas. Digamos isso porque o Movimento dos camaradas conheceu duas historias que num só homem projectaria a imagem de um frustrado ou talvez um esquizofrénico. Isto justifica-se pelo facto do MPLA da primeira hora, aquele que veio das matas e instalou-se logo no poder sob comando de Agostinho Neto teve uma historia muito aquém daquilo que se vive hoje nas fileiras deste, que ao longo de tempos se metamorfoseou que nem o camaleão pude. Se este não tivesse o mesmo nome, identidade e fisionomia diria-se que fosse dois diferentes indivíduos. Portanto a psicologia como o espiritualismo podem comprovar a existência de indivíduo tendo duas personalidades. Como a nossa experiencia politica e económica prova que o MPLA de hoje não tem nada do comum com o MPLA do passado. Espera-se que a conclusão desta observação não venha implicar a autoria pertencer a oposição e muito menos a Unita.

O MPLA não é realmente um ser humano como se verifique. É simplesmente uma organização político-militar, é hoje um partido constituído por diferentes elementos tende  cada características próprias. As analíticas características deste homem não têm nada de comum com as competências, acções e palavras, especificamente deste ou daquele membro ou dirigente. Como um todo, o MPLA tem suas formas e maneiras de agir e reagir, comportar-se e comprometer-se, prometer, discursar, influenciar, dirigir, e dominar; eis o que projectamos nesta miniatura.

O MPLA que veio das matas teria (tinha) um comportamento de camponeses, mesmo tendo no seu seio intelectuais/assimilados, felizmente as matas eram reservadas por uma minoria que combateu com armas na mão, enquanto uma boa maioria pululava grandes cidades como políticos (Kinshasa, Brazzaville, Dolosie, Algéria etc) e grandes academias militares da KGB em vários países comunistas. Este movimento soube readaptar sua filosofia de village-boy em metropolitano. Desde primeira hora este senhor (Mpla) tinha mania de sozinho dirigir. Era um camarada cobiçoso mas também egocêntrico. A sua passagem as escolas bolchevicas faz dele um grande manipulador. Eis a razão pela qual preferiu diabolizar outros movimentos para sozinho dirigir o destino do povo angolano. Para satisfazer o seu ego implementou mecanismo satânico (dividir para melhor reinar), mesmo consciente que semeava assim o tribalismo, mas preferiu usar a sua vantagem ideológica para justificar-se perante a nação assim como no plano internacional, denominando outros por fantoches, carcamanos, ate canibais. Como todo bom comunista este rapaz foi bem apetrechado em matérias politicas do marxismo. De lá foi dotado de habilidades que fez dele um bom estratégico político cuja propaganda e mobilização provaram aptidões. Embora, fisicamente, de frágil natureza, o jovem Mpla sempre se preocupou de robotizar-se com uma musculatura apta de dominar e controlar pressões; fortificou o seu braço armado adicionando também uma DISA, especializada em violência e brutalidade de dizimar anyhow qualquer oposição.

Com o tempo o jovem vai ganhando novas experiencias e a história da sua vida vai tomando um percurso muito tortuoso. Houve mudança na liderança e a nova direcção segue a mesma via mas por how long? Dai que a personalidade do nosso cota começa misteriosamente sofrer mudanças. Talvez o novo sangue injectado é a causa! Ele sofreu uma perfusão de sangue, rejuvenesceu-se a sua estrutura mas também a via da sua história tomou um rumo diferente, perdendo assim o seu carisma. O novo personagem do Mpla joga com uma táctica muito diferente aos dos revolucionários. Ele andava com armas e ideologia, mas este engravatado jovem conta com a esquemática brutalidade da sua segurança. Ele sofisticou suas acções visto que foi abençoado com uma economia sã que privatizou. Este jovem tem tudo que a riqueza oferece, não prestando contas a ninguém. Na pobreza o Mpla era o amigo, aliado, cúmplice do povo mas na riqueza manda-se li*** o povo numa gaiola psicológica e tormentos. Ate porque o mundo já não é o mesmo; hoje fala-se em democracia, mundialização, privatização, fala-se em dólares e não em kwanzas: novas palavras, novas modas, novo estilo, enfim tudo é novo. Já não se vive nas casotas mas em arranha-céus e palácios, já não se faz bichas no Jumbo mas no Nosso Super ou Champs Elisees em Paris, já não se conduz ladas soviéticas mas luxuosos Mercedes, abandonou-se as praias de Mussulo porque encontraram outras nas baias brasileiras, já não se viaje a RDA ou Cuba (pois o murro de Berlin já rebentou), o dinheiro já não se deposite no Banco Popular de Angola, mas sim em Londres, New York, Paris e Lisboa. O MPLA cresceu! tem empresas e bancos privados, lotes de esplêndidos carros, viaja-se de boeing pessoal, repousa-se nos altos mares em iates privados, curte-se ate quatorzinhas e se pratica pedofilia livremente. Assim o MPLA tem tudo; dirige um parlamento privado, tem a sua própria comissão eleitoral, partidos privados, tribunais e ministérios privados, tem ele o poder de dar e retirar. Ele acaparou-se de um divine superpower que poderia hoje construir uma segunda torre de Babel. O cota que gosta de atenção é rico e famoso não só em Angola mas no mundo, embora sob a reivindicação dos 37 anos pelas moscas (entende-se, angolanos). O village boy veste-se bem, cheira o odor do perfume egipcíaco. Ele procura sempre aparecer bonito, usando um sotaque misturado entre o brasileiro e português, com uma fraseologia confusa. Ele imagina ser sempre o melhor dos outros, até obriga as meninas do bairro de chamar-lhe por ‘’Dr. Mampela’’. O impostor não abandonou a sua teimosia comunista mesmo quando outros amigos do conclave tem abandonando o naufragado barco, e não consegue hoje fazer novos amigos. Ele nunca ouve conselho de outros pois acredite saber tudo e nunca precisa de outros. Nunca aceita que o seu barco vai afundando-se, pois desfruta sempre a melhor argumentadura. Como sabeis: o excesso da teimosia faz perder a visão. O velho Mpla é um player que pensa ser imortal e que Angola é um plantio que herdou da sua família.

Como o seu bolso é grande (dinheirito), o Mpla é gigante, incontornável estratega. Ele é optimista; nunca espera por uma derrota em qualquer situação. ‘’O dirigente não aldraba mas finta’’: assim justifica-se quando é acusado. Ele se considera de perfeito, que não sabe perdoar. Para o Mpla cada dia é domingo por isso em qualquer circunstância nunca chore! Até porque há bodes diariamente no seu quintal mesmo quando o vizinhado esta enlutado. Ele tem má influência em África, mas tem distribuído presentes por ali fora do continente, onde é conhecido por multimilionário.

Brevemente concluiria que este jovem ricaço MPLA, que perdeu a visão inicial tem hoje poucas boas qualidades. Ele preferiu ser violento, vaidoso, gabarola, teimoso, economicamente insensível, grande mentiroso e bom cenarista, separatista, mulherengo e impostor, desprezando homens nos seus arredores. A sua maestria como manipulador o coloca continuamente numa posição de vencer quaisquer eleições no solo angolano. Visualizando todas as características deste homem, é possível que se lhe atribuísse um corpo físico; vaga, esta que deixaríamos aos outros de colmatar.

Se fosse uma rapariga, como seria então a Unita? Se fosse viva, como seria a defunta FNLA?


Nkituavanga II

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

LEMBRANCA DOS TEMPOS


Mesmo quando constrangemos a nossa inteligência para esquecer certas pessoas, a nossa consciência pode duma forma a outra sublevar-se contra a nossa deliberação, ai vai projectando aquilo que temos esforçado a depuser; assim recordei-me deste grande Servo de Deus, que nunca pertenceu a classe de corruptos religiosos!  

Que a sua memoria vive para sempre!

EM FOCO



Luanda - Frei João Domingos, o profeta do nosso tempo, no seu estilo crítico, afirmou na sua homilia de hoje (Domingos), que Jesus viveu ao lado do seu povo, encarnando todo seu sofrimento e dor, conhece a realidade do povo e os nossos políticos e governantes não, porque só estão preocupados com os seus interesses, suas famílias e próximos.
"Não podemos nos calar mesmo que nos custe a morte"

Description: http://club-k.net/images/stories/frei%20j%20domingos.jpg
Disse ainda que por causa de muita corrupção e injustiça inviabilizam o andamento do sector judiciário que se pode demonstrar nos entraves aos processos quando eles são os réus. Por isso, muitos governantes que têm grandes carros, numerosas amantes, muita riqueza roubada ao povo, são aparentemente reluzentes mas estão podres por dentro.

Diante deste quadro, o Frei chamou atenção aos angolanos para não se calarem, "que continuem a falar e a denunciar as injustiças, para que este país seja diferente", asseverou o Frei João Domingos. A sua recomendação foi mais longe ao dizer que não podem ser calar mesmo que nos custe a morte, assim como aconteceu com muitos angolanos, a exemplo de Jesus.

Nos exemplos de injustiça, expropriação e desvalorização do povo apresentou os desalojamentos forçados, que são feitos para beneficiar um pequeno grupo de generais e outros membros do grupo dominante!

Tendo em conta a crise de valores em que o país se encontra, o frei … recomendou aos angolanos sem excepção para que pratiquemos os valores que Jesus Cristo recomenda: solidariedade, justiça, amor, honestidade, dedicação ao outro, seriedade, paz, a vida, etc.

Curiosamente, não se esqueceu do CAN, que na sua perspectiva de nada vale se não temos bons jogadores, empenhados. De nada vale também se o povo sofre e passa fome, porque o valor de uns países vale pelas pessoas e não pelos diamantes, petróleo e outras riquezas.
Recorde-se que a homilia tinha como tema a identidade de Jesus que se sintetiza na superação do sofrimento, no bem e não na dor como algumas pessoas erradamente pensam.

Baptista das Neves (Fonte: Club-k.net)


domingo, 22 de julho de 2012

A CATANA E A RODA DENTADA NOUTRO LADO DO ANGULO



A vida é um jogo, é uma quebra-cabeças… assim se elucidava no episódico brasileiro, o Bem Amado. A vida é curta dizia um poeta infamado. Enfim a vida nos oferece muitas lógicas que se pode definir em varias maneiras dependendo do ângulo da observação pelo qual estamos posicionados. Na minha realidade, tanto de muitos a vida se enrola numa cronometragem da história, geografia e cultura. Pois ela é a narração do percurso ou perfilo de determinados eventos em certo tempo, num espaço qualquer conforme autênticos hábitos ou costumes.
                                                                                                            
Tanto nos momentos felizes como de maus souvenirs, a vida não falta de brindar-nos com ilusões. Essas ilusões esporádicas acompanhem talvez esses dois pólos citados da vida, mas elas também advezes surgem isoladamente. As grandes aventuras, as revoluções, muitas manifestações e outros dinamismos de grandes envergaduras e impactos arrastam consigo verdadeiras ilusões. A experiencia atesta que só uma minoria aproveita e beneficie positivamente os efeitos destas ilusões deixando uma grande maioria reflectindo amargamente sem fim o que ela recolheu nesta. Neste contexto, os cães caçadores podem melhor explicar; pois são sempre agradecidos com ossos por enquanto seus donos se engordurem com melhores pedaços de carne.

Diria eu que em qualquer movimento existe sempre um visionário. Portanto a visão fica sempre o foco ou eixo da concentração da organização/movimento. Em muitos casos, sobre tudo nas organizações com pouca disciplina, mal estruturadas ou desorganizadas, onde a visão é uma propriedade privada que o visionário, dono ou líder transporte nas suas calcinhas, ou nos seus bolsos, a visão perde a sua essência logo que haja mudança de ambições. Neste tipo de organizações, a visão morre uma vez que o visionário, líder ou dono cessa de viver. E caso for substituído, este, combate contra a visão que tinha anteriormente defendido. Este é a moda comum em África!

A ilusão da visão é que em qualquer revolução ou movimento os participantes, membros, colaboradores contribuem para só elevar a consagração um individuo e os restantes/acompanhantes vão beneficiando pelo reconhecimento deste empossado, que provavelmente omitirá uma maioria. Eis a razão pela qual o sucesso da visão depende do dinamismo do visionário mas do respeito corporativo ao cumprimento da missão. Não deve haver duas visões e não deve haver muitos visionários numa revolução. Por isso na política surgem conspiradores, anti/contra-revolucionários, fraccionistas, rebeldes, fantoches etc.

Da colónia a um País Soberano, desde 1975 Angola foi governada pelo MPLA que tinha como visionário, o seu Presidente Agostinho Neto. Este movimento comunista planificou estrategicamente seus projectos, objectivos de acordo a visão que se parafraseou na bandeira da nação. Entende-se que era uma governação totalitária, dominada pelo partido/estado onde a voz do povo era insignificante. O angolano não tinha direito a decisão nem a escolha. O movimento comunista soube aproveitar a debilidade educacional da população par inculcar-lhe o que o marxismo-leninismo angolano preconizava. Usou-se da bandeira nacional para transmitir uma mensagem que ficaria eternamente na consciência angolana. O MPLA nunca pensou (tanto o antigo como o novo MPLA) e ainda não está preparado de governar Angola partilhando com outros partidos. Como a leitura dos factos e factores históricos não convence-me ainda que o MPLA do Agostinho Neto e do Eduardo dos Santos é o mesmo, continuo acreditar que existe duas distintas histórias e dois movimentos do MPLA (para não falar doutras fracções). Ainda mais que a visão do Pr. Neto não é mesma com a do Pr. Eduardo dos Santos. Os objectivos também são diferentes. A diferença não é só no tempo mas ate no espaço, as ocorrências, as praticas, as realidades, o estilo da governação, e eu não acreditaria que a governação de JES é a continuidade na do AN; seria absurdo. Pouco importa a opinião dos políticos como de jornalistas mas historiadores serão em pleno acordo comigo.

Ao colocar no seio da bandeira nacional, que é hipocritamente a mesma bandeira (dissipada ) do Partido do Trabalho, a catana e a roda dentada o movimento calculista de Neto pensou gravar a angolanidade uma mensagem memorável. Contemplemos:

Primeiro, queria incentivar a bravura do povo angolano que soube heroicamente defender seus direitos. Infelizmente usou-se do 4 de Fevereiro, que é uma data simbólica ao nosso povo. Só que há muitos partidos que hoje reivindiquem o direito desta data, que foi-nos incutido a pertencia ao MPLA. A clarificação histórica sobre esta tão discutida data ainda não foi decidida, uma vez historiadores angolanos não possuem ainda o direito científico de trabalhar sem inclinações. Não se faz verdadeiras palestras, debates e conferências para a esclarecer. E pena que mesmo aos estudantes universitários não se profetisa a verdade. A catana representa na nossa bandeira o espírito do 4 de Fevereiro; a fome da libertação. Libertar-se contra o jugo colonial, contra a manipulação colonial e reclamar a sua identidade angolana. Dá-se ao angolano um encorajamento no espírito de combate; ser combativo para defender seus direitos. Direitos esses que o mesmo Neto viria recusar-nos. Mas a catana representou também a força da produção artesanal: - uma chamada a produção.

A roda dentada é outra forma de motivar o povo ao trabalho ou produção. O MPLA trouxe uma mensagem dizendo que o angolano é um trabalhador da linha da frente, que por meio da produção pode transformar esta nação. Mas optou diferenciar o que se pode alcançar entre uma produção artesanal (simbolizada pela catana) e a produção industrial (simbolizada pela roda dentada). A mensagem foi simples: usa-se a catana onde não inicialmente haver possibilidades e condições (mundo rural) enquanto nas grandes aglomerações haverá indústrias mecanizadas. Isto tudo significaria que pode-se transformar Angola usando catanas ou maquinas onde e como puder.

A visão de Neto sobre a transformação de Angola era então realista? Ilusão ou simples sonhos? Nos últimos dias da sua vida Neto viria entender que a teoria da sua mensagem não tinha uma pratica realista. Não se aplicava o que se proclamava, quer dizer as ambições não correspondiam com a profecia do MPLA/PT. Neto começou a ver o outro lado do ângulo; a faixa mais escura da óptica.

Quanto na visão do novo MPLA ou simplesmente no MPLA do Presidente José Eduardo dos Santos a catana e a roda dentada da bandeira de Angola não tem a mesma mensagem de ontem e não representam as mesmas coisas. O povo angolano conheceu uma longa guerra entre irmãos cujo dividendo da factura foi mesmo incalculável. O angolano não se fez mortelado não só fisicamente mas tanto emocionalmente como moralmente. Ate hoje as cicatrizes ainda tem causadas dores e as lembranças são vivas. Contudo o angolano continua revoltado. Esse revoltado obteve graças ao receber do MPLA armas de fogo que ainda conserva armazenadas nas casas. A sexta-feira sagrante é uma prova, que com todas as eventualidades pode se repetir sem aviso nenhum.

Eu não gostaria de debruçar desta visão do novo MPLA mas a pratica tem dado-nos uma preciosa lição. Na situação actual substitui-se a catana pelas armas (seria copiar a bandeira Moçambicana) para que um futuro 4 de Fevereiro seja mais cruel, violento e agressivo que o passado? Incentiva-se aos nossos irmãos de combater com armas na mão sem portanto dar-lhes uma preparação moral ou politica, seja psicológica para não causar danos injustificados. Pelo menos que saibam que já não temos colonos; que não estamos a combater contra o colono. Ate seria inútil uma vez temos forças armadas e mercenários que temos enviados nas terras longínquas. A catana continua a encorajar o angolano e incentivar-lhe a barbaria. A catana dita a consciência angolana a derramar sangue dos outros. Pergunto eu se esses outros de ontem ainda não são angolanos? Não se incentiva ninguém a produção onde se crie voluntariamente desempregados!

Muitas coisas mudaram porque a historia desenvolveu mas a mesma mensagem da bandeira angolana continua flagelar a consciência do angolano. Alguém queira que se repetisse o 4 de Fevereiro. Já não se pode nada dissimilar! A catana serve para derramar sangue, e não da produção. Quem apelamos a produzir? Vejamos ainda a roda dentada

A roda dentada foi uma forma de implementar algo que activa a produção e o novo MPLA veio energicamente com a política da exclusão social. Qualquer demográfico angolano lhe diria hoje que em Angola vivem mais angolanos desempregados que estrangeiros. Há províncias em Angola onde o trabalho continua um sonho inalcançável. O novo MPLA tem mais preferência aos estrangeiros condenando a sua população a miséria. A roda dentada é hoje uma chamada de atenção ao desemprego. Não se justifica como pode haver estrangeiros motoristas, guardas, empregados de limpeza etc enquanto o cidadão não encontre emprego. A minha opinião não tem nada com xenofobia mas descrevo uma realidade que se vive na terra. Respeito a opinião de quem pensar que sou frustrado. Portanto só precisamos de cooperantes onde não podemos!!!

Ate faria a comedia de deduzir um dia que a presença da estrela na bandeira de Angola representa a gasosa que se paga em todos sectores em qualquer business.

Vamos construir uma Angola nova, onde não haverá injustiças. Vamos mudar por favor esta bandeira onde continuamente derrama o sangue do angolano condenado ao desemprego. Vamos construir uma nação onde não haverá lugar a catanada/massacres e desemprego.



Nkituavanga II

sexta-feira, 6 de julho de 2012

NA CONTINUIDADE DAS BURLADAS ELEICOES



Tanto nos meios restritos como na sociedade angolana em geral fala-se infinitamente das eleições. Esta palavra não é velha/antiga no dicionário angolano, pois a colonização portuguesa não só negou-nos este direito, sendo encarada por raça inferior, mas proibiu-la penetrar a consciência angolana. Muitos de nos temos falado quotidianamente sobre as eleições de forma papagaia, conquanto que temos vivido e sofrido suas consequências. Quando se fala sobre eleições em qualquer espaço geográfico do globo, a articulação desta palavra impulsiona a consciência com um aprazimento que espalha um faiscado cheio de esperança, de desejo, confidencia, crença, antecipação e expectação. Ate mesmo quando não percebemos o verdadeiro sentido e significado da mesma.

Eleição é o processo de eleger, escolher, seleccionar um cidadão por meios de votos para ocupar uma responsabilidade, posição autoritária e acarretar os destinos duma estrutura, duma organização qualquer para o seu aperfeiçoamento. Neste processo, o eleitor (homem chamado a eleger) deve gozar ou exercer seus básicos direitos; tais como a paz, a liberdade. Isto quer dizer o eleitor não deve consentir influencias externas nem pressões ou outras consequências que podem corromper a sua consciência ou causar danos emocionais como físicos. O cumprimento destes princípios faz com que as eleições tenham um carácter democrático: livre e justo na pacificidade. Nas eleições, o cidadão valorize e use o seu direito de exprimir-se livremente através as urnas. O voto simboliza a livre linguagem do povo pondo em acção a sua decisão através o que se considera por cartão de voto. Este voto segredo e livre será depois transferido a uma ficha mecânica ou electrónica para a posterior contagem.

Depara-se nas terras angolanas com muitos fenómenos sociais que por uma obrigação moral e política exigem que o cidadão seja primeiro educado/enquadrado. Primeiro, o angolano não tem ainda experiencia no que concerne as eleições. Segundo; a maioria da população é analfabeta ou talvez carece de um bom nível educacional que lhe permite eleger sem a ajuda dos terceiros/instituições.

A realização das eleições requer um minucioso estudo para estabelecer as instituições, criar as leis gerentes, planificar o tempo e calendários, decidir sobre a verba e seleccionar candidatos. Nas eleições livres, um estudo demográfico é importante pois nele vai-se (talvez) efectuar o recenseamento populacional e a localização de eleitores por determinadas zonas para que estatisticamente se coloque postos/centros eleitorais.


Experiencias angolanas

Angola soberana foi dirigida desde a sua independência pelo MPLA partido marxista, que inseriu a nação a um regime comunista/totalitário. Durante mais de 20 anos, o povo angolano ficou sem direito de votar uma vez os dirigentes eram digitados/apontados conforme a fidelidade partidária e militância. Assim tanto Agostinho Neto como o seu sucessor José Eduardo dos Santos jamais e nunca foram eleitos.

No fim da guerra civil entre angolanos, o país transitou subitamente e teoricamente do comunismo a democracia ou melhor do totalitarismo ao pluralismo. Houve então mudança do sistema económico mas também politico infelizmente mantendo a mesma consciência. A primeira tentativa de realizar eleições livres e democráticas fracassou depois duma primeira volta coroada pelas burlas e tão contestada, que ofereceria mais tarde a nação uma factura de massacres ate genocídios. Em 2008, 6 anos depois de festejar a morte de JM Savimbi, o país com toda imaturidade proclama sob emoções as eleições carregando os mesmos erros do passado.

As eleições de 2008 não foram organizadas pela classe politica angolana mas foram preparadas, organizadas e patrocinadas pelo MPLA, partido no poder desde 1975. Face a uma oposição desorientada, desorganizada, indisciplinada e inexperiente o MPLA teve facilmente o controlo das operações.

Não se criou instituições independentes para supervisar as eleições. Deu-se grande brecha ao partido no poder de digitar no topo da Comissão Eleitoral seu pião, de estender o seu poder de controlo ate aos grupos de observadores internacionais, que também sucumbiram nas belas promessas do Partido de trabalho.

Nas eleições de 2002 conseguiu-se infiltrar urnas fantoches desde certos países vizinhos mas em 2008 as fantochadas urnas foram bem armazenadas em vários quartéis militares e em varias instalações da segurança nacional. Reitera-se que para alem dos agentes formados oficialmente para cuidar deste processo eleitoral, o partido-governo tinha preparado paralelamente pessoal militar capaz de realizar o mesmo género de trabalho para garantir a vitória de Movimento Popular e o seu presidente: o prometido foi feito!

Deu-se 45 dias de preparação ou mobilização oficial aos partidos da oposição enquanto o partido da situação tinha iniciado a sua maratona eleitoral já há 2 anos. O MPLA realizou uma campanha muito muscular monopolizando todas as instituições governamentais a trabalhar pela sua conta. Assim muitos representantes de partidos foram impedidos de viajar usando meios de transporte pertencentes as empresas estatais. Pais e encarregados familiares foram ameaçados de perder seus direitos as instituições escolares e de saúde, caso que seus pupilos votassem pela oposição. Sobas foram galhardeados com televisores mesmo vivendo nas zonas sem electricidade. Em troca ao seu voto, velhos patifados receberam motorizadas.

Angola que prometera dar uma lição democrática a outras nações africanas terminou com as eleições mais suja, fraudulenta do continente, onde o MPLA atribuiu aos outros partidos o resultado por si calculado, desejado, da sua preferência e finalmente arrogou-se 80% de vitoria esmagadora ao partido de José Eduardo dos Santos. A comunidade internacional como sempre, silenciou-se, esperando uma vez pela derramação do sangue dos africano.

Os países desenvolvidos como a comunidade internacional já vêm determinados com uma agenda que não consiste pelo respeito de direitos do cidadão nacional, mas para conceder ou manter uma vantajosa continuidade da sua presença manipulativa na economia e politica desta nação. Vem para colocar no poder aquele partido ou marioneta facilmente manipulado, capaz de defender e proteger seus interesses em detrimento dos nacionais. Foi assim que as empresas brasileiras e espanhóis foram contratadas para garantir a vitória do MPLA falsificando ate aos miolos o resultados.


Aproxima-se ainda as novas eleições escandalosas (2012), como diz-se na terra, onde um jogador será ao mesmo tempo capitão e treinador da equipa, colmatando também a função de árbitro: em Luanda/Angola tudo é possível. O vencedor antecipado é conhecido mas vai-se as eleições só para permitir a oposição de fazer a escolha da língua nacional com que vai desta vez utilizar para lagrimejar. Mais um processo protocolar de gastos de dinheiro, quando o angolano não tem como alimentar a sua vida. O MPLA carrega consigo uma tremenda vantagem como dono da mídia (comunicação social TPA, RNA, JÁ, TVZ etc), das finanças, do tribunal e das forças de segurança, policiais e militares e das instalações (infrastruturas).

Quase em grande maioria das eleições tem havido ligeiros fraudes; mesmo nos ditos países desenvolvidos. Na Alemanha de Helmut Kohl acontecera. Em Canada como nos EUAmérica, Jorge W. Bush viu-se na posição de vitorioso fraudulento em duas ocasiões (contra Al Gore em 2000 e contra J. Kerry em 2004). Para tal contrata-se ate grandes empresas especializadas em burlas eleitorais como foi a INDRA espanhol em Angola em 2008 e possivelmente em 2012.

Em muitos casos o partido/presidente no poder, uma vez desesperado procura manter-se no poder, vai estrategicamente utilizar técnicas enganadoras para sobreviver. Esta característica é muito notável aos líderes ditadores, que procurem sempre eternizar no poder. Outros confundem uma república a uma dinastia/reino, apliquem a cleptocracia. Em Angola, o recordista José Eduardo dos Santos já acumulou mais de 30 anos no poder, e prepara-se para passar o batton ao primo, nas alturas.

Nos países onde predomina a corrupção, a desproporcional fraude eleitoral é o utensílio que garante a maioria parlamentar, que vai ditando as leis. A trapaça eleitoral não deixa de ser um mecanismo ou principio contra a liberdade, democracia e civilização. A fraude encoraja a criminalidade, enfraquece a lei e facilita a penetração de valores anti-sociais. A sabotagem das livres eleições permite classificar os inimigos do povo. No caso de Angola consta na lista dos inimigos do povo de Angola:

1. A classe politica governamental (corrompida).
2. A classe politica da oposição indisciplinada e corrompida
3. A classe de generais militares com inclinação politica
4. A classe de líderes religiosos com inclinação politica
5. O eleitor sem (própria) decisão pessoal.

O que a nação não discerne é que o poder de qualquer governo/governação está enraizado na vontade, desejo, decisão, acção do povo. Só que, em…a oposição oferece facilidade as fraudes eleitorais.



Nkituavanga II


quinta-feira, 17 de maio de 2012

DA VERDADE A LIBERDADE PARA A DEMOCRACIA



Angola que não deixe de ser um Eldorado para os estrangeiros vai as próximas horas entrar na época das promessas blasonarias para os autóctones mas caóticas para os nacionalistas. Os períodos eleitorais deveriam representar o trampolim que projecta a nação, o povo nos ideais sonhos, passando através um processo que se chama as verdades das urnas. Porem quando se fala em verdades das urnas, cada equipa participante as eleições tem a sua compreensão, tácticas, lógica, equipamento e agenda.

A verdade das urnas é um direito cívico que qualquer estado oferece a sua população para livremente escolher futuros dirigentes da nação em conformidade a leis constitucionais. A verdade das urnas é a linguagem gestual de um povo para mandatar seus servos junto as instituições administro-jurídicas. Cada cidadão tem um direito natural (para não dizer divino) a decisão e escolha. Este direito é garantido nos estados onde a lei é respeitada mas quase universalmente se inclui naquilo que se define solenemente como liberdade de expressão que faz parte dos direitos do homem/cidadão. A liberdade de expressão deve ser um precedente factor que seguramente alimenta a verdade das urnas. Um povo que carece da liberdade da expressão não tem qualquer utensílio para exprimir-se com autonomia nas urnas.

Numa democracia as fortes virtudes como a verdade e a liberdade devem ser empregue no seu verdadeiro sentido. Não se vai hoje fazer a mesma pergunta do Pilatos que procurou junto do acusado Cristo saber: o que é a verdade? A verdade como concepção filosófica não é palpável mas visível. Mesmo sendo abstracta, ela se concretiza através acções. Ela é o estado de concordar com facto ou realidade; portanto a realidade pode ser relativa. Negar os factos nas repúblicas bananeiras também obedece a regra da selva; onde o mais forte tem sempre razão!

Procurou-se em todas as instalações sofisticadas das instituições do governo onde reside a verdade, infelizmente nos edifícios que basculhamos, foram-nos dito que a verdade é uma palavra desconhecida tanto no espaço governamental como partidário. O facto que muitos lideres ignoram e que aquilo que desconhecido não em algum lado implique inexistencia. A verdade pode ser desconhecida em Angola mas ela existe e o nosso povo precisa-la. A criação de um homem novo, como duma mentalidade nova exige a verdade. Sem a verdade não pode haver a tolerância zero como sem a seiva a arvore não pode sobreviver. Para uma mentalidade nova é preciso uma revolução cultural que depende duma instituição educacional muito forte. Por consequência não se pode educar na mentira como nas épocas do comunismo angolano.

A luta das qualificações políticas oferece-nos sempre uma identificação falsa, ela cola-nos um selo que tem causado decepções mas especialmente divisões. Ela faz deslocar a nossa luta num terreno estéril, onde a distracção reina e semeia a ruptura da nossa sociedade. Não fomos então chamados a edificar uma nova sociedade angolana, onde o denominador comum seria uma mentalidade nova?

Qualquer que seja o caminho pelo qual os dirigentes da nação conduzem-nos, como para o sucesso de qualquer revolução angolana, deve transitar obrigatoriamente pela via da liberdade. Uma vez que se garante e respeite a liberdade de cada cidadão, haverá facilidade de construirmos uma Angola reconciliada. A reconciliação tem suas bases na coabitação e não pela exclusão.

A passagem obrigatória de Angola para o seu desenvolvimento tem de ser através a verdade das urnas passando pela liberdade da expressão, criando condições para a coabitação como alicerce da reconciliação e unidade numa mentalidade angolana. Portanto com quem faremos a nossa democracia?


Nkituavanga II

terça-feira, 27 de março de 2012

ABEL, O OVO DA CASA




Há quem encara isso (CASA) como projecto do mano Abel Chivo. As turvadas não faltem de projecta-lo como uma das pétalas da monstruosa criatura do M. Bem, nascemos na guerra e optamos por uma democracia desordenada, porque é uma compostura acidentada de vários componentes partindo do comunismo, neocolonialismo, democracia, nepotismo com varias fragmentações tais como ditadura, arrestações arbitrarias, injustiças, exclusão social, corrupção, manipulação, enriquecimento ilícito, violências, exonerações e nomeações obsequiarias etc.

Falou-se tanto da tempestade do mundo árabe (window 10/30) como único preço, para salvar os povos oprimidos do mundo subdesenvolvido. Porem a sabedoria senegalesa prova hoje que o africano pode instaurar a paz sem derramar sangue e demolir suas infrastruturas. Valioso é o tempo para muitos, mas talvez seja o tempo de pânico para com os regimes sanguinários. Quando para a cigarra é tempo de cantar, a formiga na sua vez vai armazenando o que poder: assim, Abel Chivukuvuku coloca-se entre o tempo e espaço.

O Abel que já é um dignitário notório no palco político de Angola vai actualmente fazer-se mais admirável nas calmas, mesmo quando a conjuntura permite aos brutos pugilistas de vangloriar-se em detrimento de manifestantes que vão-se agonizar com dores. Pouco importa porque é a lei da selva! Mesmo quando o ladrar não é rugido, faz portanto qualquer efeito aos ladrões.

A CASA que é um plano politico do arquitecto Abel Chivo. O cidadão Abel Chivukuvuku cresceu nas escolas politicas do JMS (Savimbi) como muitos dirigentes da Unita. Há um longo tempo que este ficou impregnated com este plano. Esta gravidez era tão visível que qualquer observador míope deveria notar. O lançamento deste plano surge como CASA que com o tempo poderá se tornar por um PREDIO. A Casa não é realmente um partido político. Ela ainda não foi bem definida mas tem tendência de engrandecer uma vez foi arremessada como semente para testar o terreno. Embora como projecto, sem definição, a Casa vai hesitantemente actuar como uma coligação de partidos e grupos de pressão. Portanto como a semente caiu numa boa terra e no tempo das brisas, ela vai germinando e vai metamorfosear-se por um verdadeiro edifício.

Abel foi sempre bem recebido pelos angolanos, mas constantemente posto em causa no seio da família do galo negro. Uma vez foi-me dado a oportunidade de tossir algo sobre esta personagem. Eu pude simplesmente definir o homem como OVO da Unita e de Angola, acrescentando: se a Unita não souber como acarretar este ovo, poderá quebrá-lo e sujar-se mas que Angola ficaria sem comida. Por consequência na lógica deve-se quebrar os ovos para fazer qualquer desejada omeleta. Hoje vai-se contar os dias para comprovar esta realidade.

Como partido político a CASA poderia reforçar a oposição angolana, caso que se enquadre na visão da verdadeira oposição. Isto implique não ser um satélite do partido da situação e não entrar em guerra-fria com a Unita (como já se verifique). Qualquer ambicioso político do calibre do Abel não poderia viver eternamente na sombra do Samakuva. Tal como Abel, o Daniel Maluka, Adalberto e Gato irão abandonar o barco um apois outro, já que cada destes tem plano, ambições mas que nenhum terá tempo na Unita.

O que será saudável para os angolanos é aproveitar as capacidades do Abel. Para tal a Unita como Mpla devem pautar pelo patriotismo e não pelo tribalismo. O Abel não deve encarar a Unita como a sua principal rival. Como cabeça da oposição a Unita não soube agrupar outros partidos da oposição no seu torno para dar uma nova dinâmica a esta. Ela deu voluntariamente uma brecha ao MPLA para facilitar este ultimo manipular-lhe, recolhendo por seu turno migalhas as escondidas. Tanto a CASA como a UNITA serão doravante chamados a provar uma maturidade politica excepcional. As probabilidades indicam que haverá grandes tropeços entre estes. A Casa tem a santa missão (premeditada) de recuperar a posição da Unita. Estaremos diante de um grande desafio. Desafio porque Abel pretende provar que é melhor que Samakuva. Desafio porque a Unita quer provar que é melhor partido que a Casa. Cada, entre as duas prepara-se para aniquilar a outra como o Mpla tenciona fazer com a Fnla. Assim Angola não beneficiará da expertise da oposição e o MPLA vai navegando livremente sozinho arrastando toda Angola como sempre ao naufrágio.

Por enquanto em 2012 a Casa aspira ganhar algumas cadeirinhas no parlamento para desafiar todas as expectativas nas próximas (sem batota). Isto não será possível nas desordens, pois sabemos que a moto doutro lado é dividir para melhor reinar!

Enquanto cresce a distracção, os filhos vão-se aproximando. Uhm…eh kiula mukoboka kina! (o sapo vai se enfiando!)



Nkituavanga II