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sábado, 31 de dezembro de 2016

ANGOLA NAVIGANDO NO SILENCIO

 Estamos contando horas e minutos para terminarmos o ano 2016. O processo de terminar um ano é sempre acompanhado com sentimentos de prazeres, porque ganha-se mais esperança para iniciar o novo ano com seus desafios nas novas resoluções. Pois reconhece-se também que muitos começaram connosco o tal ano mas infelizmente alguns não chegaram a finalizar a oferta da vida neste ano. Assim como beneficiários deste ano e do vindouro celebramos esta preciosa oportunidade que foi-nos concedida mas também regozijamos sobre resoluções cumpridas.

O ano 2016 foi violento. Ele começou numa brutalidade que roubou muitos famosos do mundo musical, desportivo, cinematográfico, politico etc. Por muitos, o ano 2016 foi um tempo de choros, sofrimentos, silencio, fome, reflexão, duvidas mas também de cálculos na ausência da paz espiritual uma vez havia incertezas neste mandato anual. Universalmente houve tempestades de choros partindo da morte da cantora congolesa Marie Misamu ate a morte de George Michael passando por vários como Ekumani Papa Wemba, Mohamed Ali, Lucio Lara, David Bowe, Prince, Nancy Reagen, Zsa Zsa Gabor etc. Também muitos pobres ou humildes encontraram a morte em diferentes ocasiões através a planeta: na guerra da Líbia, nas aguas da Turquia, no deserto de sahara e na travessia do atlântico, nos massacres da Síria, os vitimas de Boko Haram na Nigéria, Camarões, Chade mas também no Congo, onde os populares pacificamente reclamaram seus direitos constitucionais para se libertar da ditadura de Joseph Kabila.

Em Angola 2016 foi um ano de muito silencio. Neste ano Angola acabou de celebrar o seu 41. aniversario da independência. Esta celebração foi talvez a primeira ou bem dizer foi o inicio de uma nova experiência na historia penetrando num marasmo económico. Autenticamente como a cultura de Angola e de Africa exigem, celebra-se nas terras dos antepassados bantus com musica, comida, bebida, danças etc. porque uma festa difere-se ao óbito. Cada vez por 40 seguidos anos os angolanos pobres souberam festejar possuindo simplesmente mandioka, kizaka, feijoada, canjika, maruvo etc no entanto quando os muatas banquetearam sempre com pão, queijo, salada, maccaronia, churrasco, whisky, cigarro etc. Assim tanto nos kimbos como nas cidades tem-se celebrado sucessivamente a festa da nossa independência, coroada por um discurso popular de dirigentes tanto a nível nacional, provincial e como comunal. O grande e periódico estimulo é sempre o discurso feito pela PR que alimenta a esperança dos angolanos, que tem sido na base das promessas sobre o bem estar social do homem angolano. Este ano marcou a viragem de Angola na curva habitual, nesta inclinação a entrada aos períodos da vaca magra. Se a barriga vazia não tem ouvidos, penso eu que a mesma não terá energia para exibir um pé de dança, isto senão for sub influencia da droga ou qualquer outra substancia corruptível.  Independentemente da sua vontade, perguntaria eu, foi este ano possível aos angolanos celebrar no silencio! ou bem dizer com fome?

Há bastante que os angolanos vivem no silencio partindo da data que foram decepcionados com os resultados fraudulentos das ultimas eleições. Não é mais surpresa que em Angola actual alem das eleições nada mais faz falar, já não há sujeito excitante para um divertimento popular. A politica continua a ciência para mentirosos, já não é o prato de dia porque tornou-se emporcalha e amargurada enquanto o povo desinteressado. E como o jogo é forçado na sociedade ditatorial; tudo e todos participam mesmo que a batota é infalível, sabendo que o vencedor digitado já foi de antemão eleito.

Este 11 de Novembro foi bem eclipsado pela eleição de Donald Trump no topo da politica americana. Por ironia era necessário a vitoria de Leila Lopes no concurso da beleza mundial para D. Trump descobrir a existência de uma nação chamada Angola. O homem nunca ouviu falar das guerras que colocaram Angola na segunda posição mundial em termo de mutilados de guerra. Nunca soube da violente corrupção que vai derrubando todas estruturas económicas e que deu origem a múltiplos milionários angolanos só em duas décadas. Mesmo assim 2016 ficou insignificativo para os africanos, porque realizou-se que as vazias promessas de Barack Obama nunca seriam cumpridas. Os homens fortes africanos provaram ao Obama que Africa não precisa de fortes instituições mas da miséria.

Do lado da direcção partidária e governamental, o silencio nas festividades foi uma vez mais justificado pela ausência do PR numa das suas visitas privadas e repetitivas em Espanha. Visita esta que também foi interrompida pelo falecimento do seu irmão em Angola (valeu mais que numerosos que morreram com a fome). Em 2016 Angola também perdeu seus filhos que foram vitimas da febre-amarela patrocinada pela negligencia do governo sub o silencio de todos observadores internacionais. Mesmo no falecimento de Fidel Castro, Angola ficou tão diferente como se tratasse de um inimigo do povo, quando este foi um grande herói que comandou as operações de Cuito Canavale e tantas outras proezas que fez em beneficio ao angolano.

O ano vindouro; 2017 a sociedade civil angolana vai conhecer momentos de silencio embora que haverá momentos turbulentos no território nacional. A crise económica de Angola vai crescer e o povo vai pagar na carne e na alma. Neste ano, o sofrimento de angolanos vai agudizar-se, por isso haverá mais silencio. Noutro lado, como já se sabe que haverá eleições, os políticos vão esperando a sinete de alarme para começar suas campanhas. As eleições deste ano serão um evento distinto uma vez trata-se do ano em que a promessa da retirada do PR na chefia da nação para se concentrar unicamente na politica do seu partido seria concretizado. O outro ponto de curiosidade que levantará a poeira repousa sobre a eventual substituição na cadeira presidencial. O barulho, debates e discussões deste ano serão a volta destes dois cruciais sujeitos: eleições e substituição presidencial. Queira como não a oposição só terá um curto período entre 60 a 90 dias para sua campanha enquanto o Mpla/governo/estado tem tido 365 dias por ano. Por consequências depois das ditas eleições também teremos que contar os mortos indesejáveis porque as eleições angolanas produzem sempre vitimas.

Na questão das eleições não há temas novos para debater porque tudo será como de habito; o ciclo vicioso. Os políticos vão debatendo temas explorados e caducos de sempre. A oposição não trará matérias novas e o poder vai utilizar as mesmas estratégias com a cumplicidade de brasileiros e portugueses. As eleições serão a fotocopia de sempre e sombra de si. Nas eleições o MPLA vai utilizar seus músculos financeiros como alicerce da sua supremacia. Mesmo com pouco domínio financeiro o Mpla resta o patrão que ate alimenta a tal oposição. Eu diria que os deuses angolanos não estão em favor nem na diapasão com os camaradas, por isso cada ano em poder ele vai perdendo a sua capacidade financeira assim como a liderança democrática e justa. Este é também o motivo que continuamente vai impedindo patrocinar eleições democráticas e justas. O Mpla histórico ou original criou e estabeleceu bases para reinar mais de meia década em Angola, condições estas que vão sendo destruídas pelas estratégias corruptivas do novo e actual M que vai afastando-se cada vez do seu povo. Muitos militantes do M serão também desapontados já que o partido não está em altura de cumprir com as promessas de enriquecimento de membros praticando uma distribuição injusta do rendimento financeiro e das riquezas da nação. Este ano a corrupção será alojada na Igreja e servos na horta do Senhor servirão como vias de condução desta vergonhosa epidemia.

A substituição não será fácil uma vez que os candidatos preferidos para este trono são membros da mesma família Eduardista. Nesta altura existe uma guerra fratricida entre os membros desta família onde reina uma desordem caótica. Os outsiders (João Lourenço, Nando incluído Kopelika e Manuel Vicente) já não tem consideração e confiança do Sr. JES e tendo segredos agendas não estão bem animados. Portanto a comunidade internacional como a Comunidade Europeia já orientou ao PR de não fazer de Angola uma dinastia e que o poder não deve se cambiar entre pai e filhos ou vice-versa. Como Jammeh em Gambia e Kabila do Congo (casos de Mugabe e Natanyau são diferentes) tem resistido a comunidade internacional sem sofrer repercussões, JES como heavy weight vai resistir as ordens desta. Portanto a disputa será na escolha do candidato entre a Princesa Isabel, a filha preferida e Zenu o herdeiro natural do Império. De Angola não se espera qualquer resistência da oposição hipnotizada mas o problema é conceptivo: quem o JES quer nesta posição. Ele está claramente mais propenso a escolha da filha, mas esta preferência não é receptiva mesmo no seio da família.

Existe probabilidades que JES mude de ideia, e isso não será surpresa pois não será novidades. Vendo a continuidade em poder de seus colegas de países de Africa central poderá influenciar a sua precipitada ideia. Perder a presidência seria por ele perder o seu bolso pessoal e JES não está preparado a depender do bolso da filha nem tão pouco do filho. ''L'argent appele l'argent'' cantou Pierre Muntuari. Ver este bolso nas mãos alheias é ainda impensável, mesmo se o próximo fosse um anjo que se coloca na presença do diabo! Nesta lógica eduardista, o cão poderá então morder o outro cão. Espero que o angolano neste ano não seja como sempre: estatística. Quero aqui dizer uma voz, ou simplesmente um voto. Que o angolano tenha consideração de homem; ser humano ou vivo, um cidadão livre.

Mobutu uma vez declarou: ''nunca serei ex-presidente'' uma inspiração aos presidentes africanos que continuem não enxergar ate ignorar o destino final de Mobutu Sese Seko. Aconselho sempre aos outros: preparem a historia e não a riqueza.

Aos nossos: feliz ano novo, 2017

 

Nkituavanga II

 
 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

FOI LUKOKI UMA VEZ TRAIDO?


Vamos debruçar um pouco sobre o cidadão angolano Ambrósio Lukoki. Este nome, ou para bem dizer este personalidade tornou-se uma bruta tempestade para alguns e uma suave brisa para outros, porem em vogue não só em média social mas no coração de cada angolano. Ultimamente Lukoki tem abalado a atmosfera informática e politica nomeadamente depois cada congresso do MPLA. Na realidade o senhor tornou-se uma escada que vai ajudando muitos para subir nesta estação; uma pedrinha no sapato de alguém capaz de atrasar a chegada na maratona ou mesmo uma rocha que pode esmagar carreiras de alguns.

Sabe-se bem que, o Sr. Agostinho Neto foi o presidente do MPLA e o primeiro de Angola independente. Durante o seu reinado o Presidente Agostinho Neto reuniu alguns homens de confiança na sua circunferência, como todos tem feito. Este circulo fechado era constituído por 4 membros fieis do partido comunista por longos e longos anos, cito: Iko Carreira, Pascoal Luvualo, Ambrósio Lukoki e Lúcio Lara. Entre estes repousava a confiança da alma de Neto para em casos bruscos e emergentes continuar carregar a bandeira da República defendendo a ideologia marxista e os ensinamentos de Neto.

Iko Carreira ( verdadeiro nome: Henriques Teles Carreira) era e foi ministro da defesa por longos anos. Ele participou na luta da libertação de Angola como companheiro da trincheira como outros. Iko tinha capacidades e qualidades de dirigir Angola como PR. Infelizmente não deveria ocupar tal posição visto um sombrioso litigio a sua passagem histórica no colonialismo, onde participou como tropa deste monstruoso exercito. Ele foi ministro angolano da defesa onde estruturou a organização deste ministério antes de ocupar também a posição de Embaixador de Angola em Algéria. Salienta-se que foi general do exercito e valoroso combatente a quem Neto confiou a chave da defesa territorial nuns momentos difíceis de Angola.

Pascoal Luvualu foi o membro fidelíssimo aos ensinamentos de Neto. Luvualu foi formulado como politico desde as células do movimento sindicato que criou com outros. Militou no movimento de forma cega sem exercitar suas limitadas capacidades raciocinativas, assim foi-se tornando fiel comunista. Ele foi o braço mais direito de Neto e homem forte do movimento. Na sua completa prestação politica no movimento serviu como secretario da UNTA (União Nacional dos trabalhares Angolanos) e membro do comité central. O seu amor cego ao MPLA era infinito e continua ainda hoje contagioso no seio da sua restritíssima família. Luvualu fez parte dos bakongo ''avidi'' aqueles que rejeitaram a cultura kongo. Analisando seriamente o que se desejava, Luvualu não tinha capacidades de dirigir Angola embora sua fidelidade.

Lúcio Lara era o grande ideólogo e estratega do MPLA tanto nas matas como na soberania de Angola. Na sua carreira politica serviu como secretario geral do movimento/partido - estado. Ele foi membro do comité central e do bureau politico do MPLA. Este nacionalista tinha capacidades e qualidades de dirigir Angola. Alguém que merecia respeito da parte de Agostinho Neto. Ele leccionou a química. Este foi sempre a poderosa voz do MPLA no ''back stage''.

Finalmente Ambrósio Lukoki, que também foi um membro fiel ao movimento. Ele foi comissário provincial do Uíge, ministro da educação e actualmente embaixador de Angola na Tanzânia. Ele foi secretario geral do partido, membro do bureau politico e do comité central que acaba de recentemente desistir. Reconhece-se ao Lukoki uma inteligência excepcional mas também gabaria na experiência laboral no seio do partido. Lukoki foi também ideólogo do partido em substituição a Lara. Foi também professor universitário e resta o único sobrevivente entre os 4 fieis do circulo de Neto.

O caso Lukoki foi activado e acentuado logo depois da morte de Agostinho Neto na Rússia. Ambrósio Lukoki era a substituição lógica e natural de Neto. A prioridade do tempo para o prosseguimento da ideologia de Neto e da unidade angolana apontavam-lhe como escolha pessoal do Neto na cadeira presidencial. De acordo com todos os cálculos e estudos estratégicos era impensável nesta altura imaginar outra alternância nesta posição. Logo pois da morte do malogrado, respeitando o seu desejo, Lukoki era o único candidato e preferência a presidência da República. Esta preferência foi antecipadamente feita em concordância a da vontade de 3 membros deste circulo fiel.

Num tempo oportuno, Lukoki foi assistindo sem reacção como a presidência escorregou-se das suas mãos. Seus olhos seguiram com atenção a trajectória desta escorregadia presidência e que foi afastando ate repousar nas mãos de JES. Assustado e ultrapassado, Lukoki ficou paralisado de vê-se negado a presidência devido um entre muitos ''código segredo'' do MPLA que estipula e sublinha que: ''nunca, tanto que o MPLA existir, Angola seja encabeçada por um bakongo'' Face a esta lei, o Lukoki viu-se perante uma realidade que nunca soube mas a qual serviu por longos anos. Assim os fungos da amargura começaram brotar no seu coração e consciência. Ele viu-se traído pela própria realidade do seu movimento. Então que fazer? Ficou contagiado pela peste Lukoki e foi combatendo contra a sua sombra ate um dia abandonar a terra dos vivos. O pecado de hoje é que Angola é dirigida a braço de ferro por alguém que naquela altura jurou ''copiar tudo sem esquecer nem sequer uma virgula'' nos ensinamentos do Neto. Ao Lukoki foi vendido pelo MPLA um gato preto num saco preto num quarto escuro e ele vai mordendo-se continuamente a língua ate roer pó.

No seu relacionamento com JES, a relação é simplesmente profissional. Entre os dois existiu sempre um antagonismo silencioso no sentido biunívoco. Servindo a nomenclatura partidária dirigida por JES, ele já foi uma vez exonerado como vitima do caso dito ''caricatura''. Ai está o homem servindo fielmente sem expectativa de auferir algo estimulativo deste movimento. Evidencie-se que foi recuperado antes de 1992 para contive-lhe criar outro partido politico; como fizeram com tantos membros que já não necessitavam. 

 
Nkituavanga II

sábado, 3 de setembro de 2016

A PESTE LUKOKI

A peste é uma enfermidade que surge ou ressurge num determinado tempo cobrindo progressivamente um determinado espaço. Ela espalha-se dramaticamente trazendo um pânico já que o seu poder de contaminação é rápido e ameaçador. Uma peste é a circulação livre de um tipo de micróbio ou bactéria que vai causando transtornos, mortes e outros resultados traumatizantes.  Angola já conheceu a sarna após guerra, o marburg nas regiões do Uíge e recentemente a febre amarela nas voltas de Luanda.

Para alem destas pestes, já houve varias pestilências políticas originadas pelos casos tais como a Kalupeteka no Huambo, Mavungu em Cabinda e a peste 15 activistas+ 2 em Luanda. Falariamos hoje da peste Lukoki. Ultimamente tem-se averiguado um comportamento revoltoso entre os membros veteranos e nacionalistas do MPLA. Como é frequente no seio deste movimento/partido onde predomina a politica de ''sim senhor''; quer dizer quando aceita-se todas ocorrências, planos, propostas e tudo incondicionalmente e mecanicamente. Neste contexto todos membros fieis são alinhados a integrar, incorporar e adoptar tudo sem sombra de dúvida. Este é a única forma de ser fiel ao líder e aos ensinamentos partidários. Portanto com o decorrer dos tempos a maioria fica decepcionada com a realidade que se convive na grande família comunista. Amontoa-se neste caso experiências amargas no percurso de cada. Então muitos que honestamente contribuíram na montagem desta historia ficam tanto fisicamente esgotados como moralmente magoados e revoltosos. Eis a razão pela qual alguns abandonam, outros morrem antes do tempo e certos escondem-se resmungando nas esquinas nebulosas, acumulando riquezas de migalhas que vão caindo em baixo das mesotas. Estes efeitos formam então uma doença, epidemia ou fôlego que gostaria de chamar por PESTE LUKOKI. Alguém terá a curiosidade de saber porque Lukoki? Pensei assim porque Lukoki é talvez o único, que como outros no circuito, observou, falou e enfrentou abertamente vários casos defendendo-nos com argumentos sólidos a uma posição correspondente a filosofia original do Movimento. Ele tem tentado pegar, agarrar o touro pelos cifres sem dobrar joelhos perante este gigantesco mito. Habitualmente todos os membros históricos amargurados do MPLA, logo que entram na terceira idade, recebem a coragem de falar, denunciar ou reclamar mas sem efeitos. Quase todos ficam insatisfeitos com a política do novo MPLA e do seu líder, JES. Coragem este que nunca tiveram/terão na flor e vigor da idade, nos postos de comando ou posições por eles aceitáveis. Talvez haja razão para tal, que se justificaria por poucos restantes dias nas suas existências. Este atrevimento assimila-se com a estratégia do Mugabe: ''ninguém gostaria de perder suas balas no corpo de um velhote''. Assim vão falando sem medo de JES.

Todos amargurados (só velhos, porque os jovens adaptam-se a corrupção e vacinam-se contra a realidade) desabafaram antes de morrer: Paulo Jorge, Mendes de Carvalho, Maria Mambo Café etc só com excepção de Norma Nlamvu e Maria Tonia Pedale. Alguns berraram antes de saltar o barco em perigo como Lopo de Nascimento, Pepetela, Marcolino Mouco etc...Também há ministros, generais e outros lideres que foram forçados a aposentamente. Ate aqui Lukoki não saltou do barco, pivotou somente da cabina da tripulação para se esconder nos porões.

O remédio contra este flagelo enraizado no seio da família ainda não foi descoberto.  Por enquanto o fanatismo e o lambe-botismo tem dado efeitos positivos a curto prazo. E os bajuladores vão subindo os degraus da escada caçoando-se da população sofredora!

 
Nkituavanga II

sexta-feira, 6 de maio de 2016

PADRE MORREU A MISSA CONTINUA!

 Foi na noite de sábado, quando de repente deparei-me com uma multidão gritando ''padre morreu, missa acabou! padre morreu missa acabou! padre morreu missa cabou!'' o eco destes gritos foram prolongando-se numa diapasão musical ate aos confins da cidade, fazendo com que muitos metropolitanos ouvissem-lo. Logo que dei a entrada no lar familiar, fui surpreendido com uma curiosa questão: Ô tio, é verdade que quando morre o padre a missa acaba? Bem a pergunta é fácil mas requere muita reflexão sobre tudo quando é feita por crianças pois vivem num universo mais vulnerável.

Numa reflexão madura sabe-se que numa paroquia não pode haver somente um padre. Caso seja assim, os diáconos contemporâneos tem também capacidade de conduzir a missa. Portanto esses gritantes que profetizam na cidade não são crianças!

Tentei responder filosoficamente; '' olhem... bem o pad...é que nesta missão o padrrr...'' fiquei engasgado pronunciando sons prolongados sem sentido fraseológico; tentando ao mesmo tempo cavar algo tranquilizante na minha consciência. Porem dos poros do  meu rosto escapara um liquido morno que procura dificilmente um percurso para escorregar num zig-zag lento. Pensei logo na festa de casamento onde saíra e a experiência pessoal que lá se viveu. E eu disse: ''Olhem, estive numa boa festa onde participei como empregado da cozinha num biscate duma noite''. Esta festa era de bons homens, homens de valor e consideração da nossa sociedade, festa de honrados. Neste convívio havia ministros, generais, grandes quadros políticos da governação, deputados da confiança governamental e outros convidados da sociedade elite da nossa capital. As aparências e as ocorrências indicam que é uma festa para muatas. Uma festa orneada pelo sucesso, prazeres e ambientes. Uma festa perfumada pelos churrascos, barberques, vinhos, champagnes e cervejas e animada pelas conversas politicas sobre as ultimas exonerações e novas nomeações mas também sobre as inúteis inaugurações. Uma vez à outra lançava-se uma piada sobre as sucessivas derrotas da oposição, que causava gargalhadas partilhadas por cada grupúsculo num estilo politicamente calma. Todos de luxuosos fatos e gravatas e todas com longos vestidos boiados limpando o chão a volta duma circunferência que prova a dominação e poderes.

''Quando tudo ocorria bem, alguma coisa aconteceuuuu...'' prolonguei uma vez o termino da minga expressão para chamar atenção e continuei dizendo: ''quando tudo aquecia, a noiva desaparece! Isto é verdade tio? e como? perguntou a criançola. ''Eu não sei como, talvez foi desviada por um antigo namorado. Talvez foi raptada por um politico da oposição. Talvez ficou embriagada e escondeu-se inconscientemente. Talvez ficou cansada e foi dormir sem avisar''. Talvez, talvez, talvez e talvez!

No inicio tudo parecia brincadeira, mas com tempo sentimos a presença da bofia fazendo o seu habitual serviço; quase todos éramos suspeitos. Ai já, ninguém entra nem sai. A comida e bebida ficaram amarguradas sem clientes para saborear. Todas as mandíbulas de muatas ficaram paralisadas; mastigar tornou-se proibido pelo destino do tempo. Estabeleceu-se na sala um silencio mortuário onde ate respirar fazia-se com alto auto controlo. Paradoxalmente todas as crianças gritavam em coro: tio é verdade que a noiva fugiu? Ė mesmo verdade que a noiva sumiu? Foi para França ou à América? em Cuba ou no Brasil? Ė verdade tio, a nova fugiu mesmo? ''Esperem, esperem, esperem! Eu não sei se fugiu e eu não disse que fugiu; esperem ainda! Eu continuei insistindo para que a miudeza acalmasse. ''Sabem o que aconteceu? eu ainda disse. Não, responderam todos num grito expectativo. Diz lá tio, o quê aconteceu. O noivo surgiu com uma garrafa de wiscky meia vazia na mão direita e um bom pedaço de churrasco à esquerda dizendo numa declaração forte e bem martelada. Calma! calma!  não se atrapalhem a gaja gosta de sumir. Este não é a primeira vez. Ela, mesmo assim acaba sempre para um dia voltar! Então continuem com a feeestaaaaa! Então rebenta um outro corajoso general: ''afinal a filha da ... customa fugir! vamos dançar mais kizomba, e não queremos cu-duro por aqui!

A festa foi reactivada, tudo normalizou-se como se nada acontecera. Assim hoje em Angola padres vão morrendo mas as missas continuam.

 
Nkituavanga II

 

terça-feira, 15 de março de 2016

ANGOLA ENTRE A PRESIDENCIA E A FEBRE-AMARELA

Caiu uma bomba em Angola de magnitude incalculável. Esta bomba capitulou desde Luanda partindo especialmente do gabinete do PR, que está já causando seus efeitos na consciência do angolano ate da diáspora. Este efeito ''boomerang'' já vai produzindo resultados porque vive-se um ambiente caótico e de debandado tanto nas repartições, nos quartéis e nas direcções de partidos políticos. Toda Angola está concentrada neste assunto en vogue sobre a retirada do PR em 2018 da cadeira mais importante que a colocara com toda família politica e biológica em cima da constituição e da lei em geral. Toda atenção angolana está virada nesta explosiva. Na oposição vai-se procurando estratégias para contiver uma substituição dinástica. Mesmo no seio do partido da situação os menos informados estão mais preocupados estabelecendo listas de substituintes enquanto o PR sentado no seu trono presidencial vai-se rindo destes cenários e no seu lado constituir assim a lista de cobiçados que cansados rezavam sobre a sua prematura partida. Não é este o tempo de descobrir os bons amigos! No lado politico parece que a martelada ''baixar a tensão'' está pegando porque os peixinhos estão devorando os anzóis.

O povo, embora esquecido vai-se auto-desmantelado em partitivos insignificantes grupos: uns festejando esta retirada uma vez já andam cansados, ''39 é muito''. Outros vão chorando da crise económica que está abalando a nação desde que o preço do petróleo baixou dramaticamente, quando a corrupção angolana continua robusta e o esbanjo continua firme entre os membros efectivos da cúpula e da dinastia. A escassez tanto da moeda nacional como de dólares nas ruas de Luanda faz lacrimejar.

O mais alarmante e doloroso choro vai-se alinhando ao lado daqueles ''mais esquecidos'' que actualmente são ignorados tanto pelo governo como pela oposição. Enquanto celebra-se por toda Angola este efeito boomerang simulado pela presidência, milhares de nossos familiares estão morrendo secamente em vários bairros da periferia de Luanda com a epidemia de febre-amarela que vai dizimando a nossa população. Angola está calada ou festejando, enquanto em todos os bairros há choros histéricos. Há em Luanda choros de desesperança que vem do osso e carne, do fundo da alma. Há em Luanda gritos secos e invitaminosos de perdidos. Há mortos em centenas nos bairros de Luanda enquanto está-se wrestle em torno do bolo presidencial já roído que será abandonado pelo cidadão JES.

Luanda está em perigo, pois a febre-amarela está matando. A cólera e malária ainda estão resistindo e as campanhas de ''awarreness'' não tem músculos para convencer os cépticos e religiosos mal informados. Temos 4, 5 ate 6 óbitos por ruas porque a febre-amarela está eliminando seriamente desde 2015.

 

Nkituavanga II