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sexta-feira, 24 de março de 2017

MPLA, CLUBE DE MILIONARIOS

 Ainda me lembro claramente a entrada oficial e triunfante do MPLA em Angola, embora que noutra óptica esta entrada se fazia paulatinamente em vários pontos do território. Tanto o MPLA como outros movimentos históricos da época da revolução, que culminou com a independência de Angola, fizeram suas entradas do mesmo formato estratégico. Os que presenciaram estes ingressos tem testemunhado com euforia glorificando o resultado dos esforços do povo angolano. As imagens arquivadas daquele passado presente eram também uma fonte que preparou ricamente o angolano na narração verdadeira da sua historia, partindo deste acontecimento especial do nascimento da nossa republica. Falo do passado presente para simplesmente caracterizar aquele passado real que conhecemos naquele presente ou nas alturas que não se podia narrar a nossa historia com manipulação ou deturpação. Nesta altura havia uma consciência angolana que não tinha sido invadida pela competição rudimentar e gula na conquista egoísta do poder entre angolanos de diferentes fracções politicas.

Sabe-se que os três movimentos da luta para libertação vieram das suas bases político-militares que se situavam fora das fronteiras angolanas. Uma vez que o governo colonial deu a luz verde a entrada a estes; uns entraram cautelosamente em porções para melhor defender e proteger a sua unidade e identidade. Outros já tinham alguns grupos infiltrados no território, começaram emergir na superfície político-militar duma colónia em transição a Republica. Como já disse no inicio a entrada dos movimentos foi uma alegria nacional, porque a conquista era algo precioso que foi comprado com o sangue de muitos angolanos. Entende-se que um ou outro movimento fez a sua entrada glorificada numa determinada zona ou província da sua preferência ou digamos da sua vantagem em termo de segurança, acolhimento ou do selo da identidade étnica.

Os movimentos trouxeram ideologias e políticos, estratégias e exércitos. Cada tinha nos seus cofres a sua bagagem de direitos, responsabilidades, missão, objectivos, visão etc. Esses movimentos eram diferentes em conteúdo e características. De comum só tinha a angolanidade e pobreza.

Falando de angolanidade queria dizer que tinha uma boa mentalidade de criar uma nação angolana para angolanos. Eram movimentos autênticos angolanos para servir Angola ao beneficio do angolano. Alem das suas propagandas, os três movimentos já eram derivados e conotados com uma pequena semente de tribalismo camuflado. As representativas eram normais como em todo universo, tendo uma dominação maioritária duma determinada etnia, misturada as outras etnias de forma insignificativa.

Falando da pobreza, não gostaria de minimizar as capacidades destes movimentos na sua organização ate ao sucesso. Partiram de nada para conseguir ajudas financeiras, contribuições ate empréstimos de vultuosas somas que aguentaram operações e pessoais etc. O equipamento militar de cada movimento, mesmo nesta altura era contabilizado por milhões. Sim, eles tinham contratos e promessas excelentíssimas que custavam biliões! Duma outra forma esta riqueza era abstracta, pois no concreto trouxeram malas vazias; sem liquido. Vieram pobres, mas digo: pobres! Neto não era milionário e muito menos seus aliados. Holden não veio milionário, como seus pupilos. Savimbi e a cúpula também trouxeram riqueza nenhuma. A única riqueza que todos esperavam era Angola porque seria a pátria mãe, património de todos, fonte de tudo para os angolanos. No seu tempo com a pasta do plano ou do partido JES também não era rico e muito menos a sua família.

A nossa historia ocorreu como foi arrastada pelos marés do egocentrismo de homens com coração tortuoso e mau visão. A mata pegou o fogo e o desabando surgiu, cada foi salvando a sua pele conforme a sua vitoria ou derrota. Assim o poder ficou com o MPLA. Soube-se oficialmente que o governo português não tinha deixado um cofre com milhões como ultimamente fez em Macau. O pouco que tinha deixado diz-se volatilizado nas mãos de um dirigente da FNLA muito conhecido devido as propagandas do tempo, que eu não gostaria de aqui citar (SB). Infelizmente hoje a ironia foi descoberto, pois este individuo nunca foi entregue aos tribunais.

O movimento marxista ficou longos e longos tempos dirigindo Angola com um braço de ferro. Dirigiram Angola como suas casas, desconseguindo ate ao fim acabar com a pobreza do angolano. Finalmente, foi-nos avisado, confirmado abertamente e claramente que o MPLA não tiraria Angola da pobreza, porque encontrou Angola pobre e que (eles) o MPLA não tinha capacidade para tal fazer.

Eu tive uma bela oportunidade nos anos passados de participar em duas reuniões de membros do partido, dirigidas pelo antigo Secretario Geral do MPLA em dois diversos países europeus. A coisa que mais me escandalizou nestas participações foram as declarações repetitivas que este fez tanto ali como ai dizendo que: ''Angola é rica e faremos de nossos membros ricaços'' A intenção segundo o plano do MPLA é de fazer dos seus membros milionários. Infelizmente hoje que escrevo estes trechos, temos uma nova direcção e possivelmente teremos uma nova Republica com nova visão.

Eles já eram ricos com a intenção de formar novos ricos. Eles preconizaram dirigir eternamente Angola saqueando a esquerda e direita. Nestas reuniões o SG disse ''tanto que vivemos nunca um dia Angola será dirigida pela UNITA ou CASA'' Essas mesmas palavras oiço constantemente da boca de Kangamba. Na realidade e experiência, eles vieram pobres mas saíram riquíssimos, deixando cofres vazios sub pretexto de ''baixo preço do petróleo'' O MPLA é um clube só de milionários, para milionários. Esses comunistas são conscientes sobre o sofrimento do povo, porem carecem a mínima vontade e capacidade para alterar esta situação, mesmo assim pensam perpetuamente serem mestres da terra angolana. Eles ate imaginam serem deuses; que eternamente viverão, por isso vão vivendo em cima da lei. São governantes que vieram servir suas barrigas e suas famílias. Eles jamais pensaram ao angolano, eis a razão pela qual já não se diz MPLA é o povo. Vieram sem cofres; para não dizer que vieram com cofres vazios, portanto saíram com bancos quase em todo universo. São os mais ricos de Africa, tem carros, aviões, frotas de barcos e casas etc. E o povo continua lagrimando com pobreza nos bairros de Luanda enquanto eles joguem ''a orelha surda'' nas grandes praias do Brasil. Foi assim que traímos a nossa pátria a aqueles que ontem aplaudíamos, só porque vieram com caras bonitas.

A grande questão que gira a consciência angolana: João Lourenço, o novo presidente do clube de Milionários Promovidos pelos Ladroes de Angola e (provável) futuro Presidente será para Angola um anjo ou um demónio?

 

Nkituavanga II