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terça-feira, 25 de agosto de 2009

NAO ATIREM, NAO ME MATEM! CONTA O NUNDA

DESCRICAO DIFAMATORIA OU VERIDICA

A descrição da morte de Jonas Malheiro savimbi pelo general das Forças Armadas Angolanas, Geral Sachipendo Nunda retranscrito desde o Semanário Angolense reflete muito a desejar e é simplesmente pura propaganda e especulação mas também não passa por um acto de bajulação.

Não sendo especialista em qualquer ramo militar mas a narração do general talvez sofreu uma influência narrativa, pois trata-se duma mensagem retransmitida. Se os verdadeiros narradores (de quém o nosso general ouviu) desta cronometragem sobre o massacre sofrido pelo savimbi não possuem sensos e se presenciaram ou mesmo foram activos participantes, então um general de um exercito politizado deveria ter uma noção sobre a deontologia militar, porque mesmo com qualquer qualidade que lhe for conotado pelo governo, Savimbi foi uma personagem dura e bruta, que não deveria berrar ou lançar tais gritos infantis ‘’Não atirem, não me matem’’ O governo sempre apresentou-nos um Savimbi bárbaro, sem coração mas áqui apresenta-se um medroso. Isto exige refflexão!

Caso que o nosso general não participara a esse acontecimento da última hora da vida de Savimbi, acredita-se que colecionou informações especulativas emvez de transmitir uma informação pesquisada. Para além da debilidade que o general apresenta na exposição desta informação, deveria ter-se em conta a sua especialialidade nos assuntos militares; no que concerne a divulgação da informação que se classifica como ‘’top secret do governo’’. Baseando-se de facto que a informação será obtida pela UNITA como convite a explicadura pública. Assim a Unita é chamada a não esconder-se ou guardar o que foi-se considerado como segredo do estado ou do partido, tanto aos uns como aos outros.

Outra questão que o general não apercebeu-se que uma vez divulgada de forma explicativa, a informação sobre a morte de Savimbi deve-se também esclarecer aos angolanos a misteriosa morte de general DEMBO, quase na mesma altura e nas circunstâncias escuras.

Do ponto de vista militar sabe-se que não se mata um soldado capturado vivo e que não oferece resistência e sobretudo que oferece o sinal de abandono (mãos ou bandeirinha branca levantadas). Assim a Unita defendeu-se sempre dizendo que Savimbi foi assassinado. Agora depois do dramático relato do general pergunta-se: Foi o Savimbi assassinado ou tombou resistindo? Os que tiveram a possibilidade de ver de perto o corpo do Savimbi mesmo os que viram claras imagens podem comprovar que a ferida no pescoço prova que a bala provenia da posição que indica que foi-se atirado do alto. Talvez fosse do próprio Savimbi ou da pessoa que estava numa montanha ou numa árvore ou talvez que subisse numa coisa para elevar-se mais que Savimbi. Savimbi foi enterrado urgentemente para colmatar muitos secretos, cubrir muitas informações e segredos. Uma vez que foi capturado porquê não se deu a possibilidade de julgamento publico?

E se Savimbi foi realmente massacrado como relatou o nosso bravo general, então dê-se a possibilidade a familia de abrir um processo contra os assassinos.

Ainda há muitas perguntas para responder!


JDNsimba©2009publ/088

OS EFEITOS ANTAGONICOS DO DISCURSO DE OBAMA NA REALIDADE ANGOLANA

O QUEBRAGELO DE HILLARY

Depois da visita de Hillary Clinton espere-se agora pelo apito final, que será a visita oficial de Barack Obama em Angola. Não esqueceis que Angola é um parceiro economico de América e os dois povos são amigos mesmo em divergências. Obama não virá por áqui visitar as belas praias e comer nos restaurantes de Luanda para culminar a sua visita com umas bungulas nos fervecentes boites da capital, mas em missão de serviço! começando por um discurso para estimular os músculos das nossas relações. A visita de Clinton que foi um fiasco para os angolanos não reflectiu nenhuma imagem da futura visita de Obama pois os discursos de Hillary foram decepcionados para os angolanos que esperavam uma mensagem arrepiadora que causaria pânico na sociedade política de Angola. Ela foi easy tendo um soft touch nas suas presentações. A realidade é que Clinton foi emocionalmente afetada pela gratuita coiffure que lhe foi dada em Kenya.

O PALCO DE BARACK OBAMA

Antes a sua chegada em Angola, Obama já tinha desde Gana enviado ondas aos dirigentes africanos no seu discurso. Dirigentes angolanos já tem na sua consciência o género e estilo de discursos que Barack poderá prociferar. Contudo vejamos como os promenores dos acontecimentos e o conteudo do discurso de Gana pode afectar Angola.

Em Gana a recepção introdutiva ao discurso de Obama antecipado pelo Presidente John Atta Mills, foi feita com o som da trompeta. Obama elogiou o som comparando-lo ao do Louis Armstrong. A sala vibrou-se com sorrisos, gargalhadas e emoções multicores uma vez a pausa discursal simbolizou a apreciação da música ou da cultura ganense em geral.

Obama discursou acerca da situação de Gana mas também abordou muitos pontos sobre Africa dando uma mensagem profética de forma direita, incendiária e confrontativa. Obama não teve papas na língua dirigindo-se aos irmãos africanos mas também deu uma bofetada sem mão aos dirigentes ditadores do continente, confirmando ainda que ‘’o futuro de Africa depende dos africanos’’. Obama quere que cada jovem e dirigente africano assim como cada nação tomasse a sua responsabilidade a sério sugerindo mesmo para substituir-se na posição de sujeito principal ou actor pronunciado no seu discurso. Obama disse doutra forma que ‘’o futuro de Angola depende dos angolanos’’ porque disse ele que Angola não precisa de homens fortes mas de fortes instituições, pois instituções não podem ser propriedades privadas de um indivíduo. As forças de qualquer instituição desenvolvem-se no seio da juventude. Esta juventude só cresce com as oportunidades que os líderes, a governação e dirigentes disponibilizem ao serviço da nação. Obama clamou por uma juventude cheia de energia, talento e esperança, que pode reivindicar o futuro.

Barack não hesitou de admitir que o colonialista como patrão criou conflitos mas não é responsável pela actual destrução das economias no Zimbabwe, Congo, Angola, Gabão, Camarões, Líbia etc Em Africa vive-se hoje o tribalismo, patronagem e nepotismo. Angola não foge desta realidade continental porque os líderes reproduzem o mesmo produto, já que são máquinas fotocopiadoras da mesma marca, fabricadas pela mesma empresa.

Lembrando-se da fragilidade de leadership africano em termo político, Obama permetiu-se oferecer uma recapitulação da estrategia política em quatro esferas decisivas pelos quais depende o futuro do continente negro: DEMOCRACIA, OPORTUNIDADES, SAUDE e PACIFICAS RESOLUCOES DE CONFLITOS. Nestas esferas, Ele concentrou-se mais na primeira que é a Democracia, visto as grandes lacunas políticas que se verifica na mentaliade africana. Este discurso uma vez pronunciada nas tribunas da União Africana veria-se as cabeças de avestruzes endinosauriados africanos se enterrar em baixo das carteiras, mesas até subsolo.

Reiterou Obama: Democracia é um governo que respeita a vontade do seu povo. Isto é mais de que só organizar eleições. Também é sobre o que acontece nas eleições. Qual lição, mesmo para com os surdos! Neste século onde o sucesso reside na capacidade e transparência das instituições tendo um forte parlamento, uma força policial honesta e independentes juizes. Uma imprensa independente, um vibrante sector privado e uma sociedade civil são coisas que garantem a vida a democracia porque isto é que importa no dia-a-dia da vida dos homens.

Qual seria a mensagem de Barack Obama diante da Assembleia Nacional de Angola? Será uma mensagem para reforçar a amizade ou um indireito pedido de esmolas do nosso petroleo? As verdades profetizadas no palco ganense não serão bemvindas no parlamento angolano. O JES não vai cruzar as mãos e observar Obama dar uma lavagem sem sabão aos seus púpilos da AN. Então tem-se de procurar meios e formas de obrigar o homem mais forte da política americana de mudar o seu estilo de discursos. JES teve uma audacia de solicitar de forma imperativa ao Presidente Jacques Chirac numa carta gritando: ‘’retirez vos plaintes!’’. Entende-se que Obama não é Chirac como a França nao é EUA mas saibeis também que JES atravez Pierre Falcon subvencionou as eleições americanas ao favor de W.Bush. JES fez dançar o Boris Yelsin várias vezes. Sarkozy foi facilmente silenciado logo à entrada a sua presidência. Para não falar de Kabila que joga bola no quintal de JES para elegrar a criançola. Obama parece mais sofisticado para ser manipulado pelo JES mas quém sabe? Lembreis-vos que JES desconseguiu dominar o Mbeki e ficou estático perante Mugabe. Espera-se esta violenta mensagem apostólica de Barack num discurso desbobinativo. Que venha em Angola falar sobre a liberdade de expressão, direitos humanos, corrupção, anarquia administrativa, violência militar, assaltos a economia, eternidade no poder, eleições furtadas, divisão de riquezas pelo circuito da influência, tribalismo nacionalizado, política da exclusão, imaturidade política, arrestações arbitrárias, agressões pelo militarismo, as classes sociais dos previlegiados, as contas bancárias no estrangeiro, do empobrecimento de pobres, da intimidação de generais etc. Parece-me que o governo angolano não é disponivel de ver-se humilhado pelo discurso de Barack, assim a vinda de Obama depende do tipo de discurso que pretenderá ‘’vomitar’’ na AN. Tudo agora dependerá da flexibilidade de JES e do dobramento de Obama.

O simples facto de marcar uma data para a visita de obama em Angola, iria causar mortos antecipados e prematuros. Muitos líderes serão postos à lupa e desvestidos da pele de dólares que cobrem a sua nudez. A pressão nos discursos de Obama é frontal e confrontal. Este estilo foi empregue no discurso de Mobutu nas nações Unidas de 1974 que provocou a ruptura política no colonialismo português, mundo de apartheid e que culminou com as independências nas colonias portuguesas. Um discurso agressivo e franco que humilhou os portugueses, sul-africanos antes de abandonar a sala. Será o PR Eduardo capaz de influenciar a mensagem de Obama? Poderá Ele infiltrar a consciência de Barack para simplificar e mesmo mudar a sua mensagem? Ou será Obama capaz de manter a sua dura filosofia, eloquência e a sua habitual mortífera (para ditadores e corrputos) mensagem? Poderá Barack rejeitar qualquer tentativa manipulativa de JES. Um jogo em que duas autoridades serão em fria confrontação mas dura. Também poderá Obama ser contemplado por um cartão vermelho; assim gritaria JES, Niet, Niet e Niiiet!

Barack fez uma alerta aos ditadores e dinosaures africanos selecionando as areas afetadas pela corrupção históricamente experimental e funcional no continente. ‘’Nenhun país vai criar riquezas se seus líderes exploram a economia para enriquecer-se’’ Visto o Angolagate, Mensalão e outros escândalos financeiros sem denominação que se passa em Portugal, Suiça e noutras partes do mundo envolvendo homens economicamente poderosos que Angola produziu em 30 anos, veja-se com antecedência o que Obama diria aos angolanos. Ele falaria sobre a facilidade ofertada pelo governo na infiltração da droga no território angolano. Tocaria também a brutalidade da policia, da galopante corrupção nos portos angolanos começando por Luanda. Obama também que fora informado sobre ‘’as gasosas’’ que enche a nossa burocrática administração. Barack vai ainda falar audaciosamente sobre os investimentos que se faz por angolanos no estrangeiro quando a nação é devastada pela pobreza que se incarne na consciência da maioria. Finalmente alertou que ‘’a história está ao lado de bravos africanos, mas não com aqueles que fazem golpes de estado ou mudem constituições para ficar no poder’’ Já não se quere neste século quém fica eternamente no poder com protexto que não há homens capazes para a substituição e dirigir como se Deus fosse também pobre.

Será Obama bemvindo em Luanda? Espere-se que a sua visita vai abrir novas páginas na história económica de Angola. Obama é bem esperado em Angola, isto é o actual desejo de cada angolano porque traz sempre uma mensagem esperançosamente estimulante. Uma mensagem que já vai décadas não se ouviu em Angola de Neto.


JDNsimba©2009publ/08

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

EXCLUSAO SOCIAL NO EMPREGO COMO SEMPRE NO UIGE

O princípio filosófico abrevia a vida numa compreensão atómica: ‘’o homem nasce, cresce, reproduz e morre’’ nas ocorrências deste processo existem muitos atributos para que o homem seja realizado tais como comer e beber, estudar, trabalhar, enriquecer-se, se casar, envelhecer etc. Esta lógica é um fatalismo filosófico para cada ser humano em qualquer sociedade. Na sociedade angolana, os parámetros desta realidade foram trocados, assaltados e bloqueados pelos engarrafamentos. Isto porque a sociedade angolana tem uma lógica manipulada cuja a chave encontre-se subpoder do dirigente que determina a rota da evolução da sociedade, das camadas sociais e de tudo.

Sabe-se pela experiência que nos seus belos discursos o MPLA sempre tem prometido o bem estar social de vida aos angolanos. Tantos os discursos como as promessas nunca foram cumpridos. Estas falsas promessas foram sempre feitas emocionalmente sem portanto calcular as condições para criar-las. Assim prometeu-se sub a frustração das eleições a construção no território nacional de milhares de casas para o povo em 4 anos de mandato. Como a ilusão tem curtas pernas, destroe-se anarquícamente bairros da população para construir casas luxuosas para os milionários. Assim, seguindo o seu dirigente máximo, o governador do Uíge prometeu emocionalmente a juventude da provincia a completa recuperação de toda a industria paralisada e empresas abandonadas, e postos à disposição do mercado do emprego priorizando-lhe. Como o tempo não gosta do Partido do Trabalho e o ‘’Sr. Razão’’ do movimento dos camaradas vive em cimiteiros; mandem-nos como de hábito, esperar. Hoje a juventude da provincia cafeícola do norte esta chorando como de custome. Isto porque a política da exclusão social empregue na autróra continua no mesmo lenco assim o ‘’quém tem padrinho na cuzinha’’ vai dominando este mercado de emprego em qualquer provincia angolana.

Nas décadas passadas o governo investiu fortunas na formação desta juventude. Infelizmente o mesmo governo decidiu não aproveitar o quadro nacional formado com suor e gotas de sangue devido a mesma política da exclusão social preferindo cambiar-lhe no asílo pois o quadro formado era filho de kabolas. Hoje, muitas familias difícilmente investem fortunas para colocar filhos nas escolas, dando que tudo se faz em dólares como se fossemos todos americanos. Lamentávelmente muitos destes quadros formados nestas durezas acabam nas ruas praticando a zunga para sobreviver e sem a mínima chance de um dia ajudar seus parentes e filhos. Estes não encontrem furros no sistema por falta de relações já que ninguém pode impulsionar-lhes no mercado do emprego. A lógica: nunca foram colegas dos filhos de dirigentes nas escolas e nunca o serão nas empresas! Portanto os filhos dos nossos dirigentes preparam-se para serem os dirigentes dos nossos filhos e netos. ‘’Nascemos na luta crescemos na vitória’’ disse Agostinho Neto. Pergunto-me sempre nascemos nos ou nasceram eles? De quém na verdade falou o nosso imortal Presidente?

Quém observa esta Angola numa prisma informática não pode explicar como a própria juventude desta nação da economia emergente morre desempregada, enquanto multidões de estrangeiros atraversam dia por dia as fronteiras angolanas já com um emprego assegurado e facilmente penetram o mercado do emprego e finalmente feitos muatas, dirigindo otoctones. Mesmo os que na terra veem sem qualificação e experiência tem hoje o poder de kinkalar-nos nas ruas de Luanda. ‘’O futuro de Angola depende do angolano’’ disse Barack Obama mas a lógica e a prática angolana está dizendo que o furturo de Angola depende do estrangeiro. Esta política da exclusão social vai mergulhando-nos num neocolonialismo económico desta vez gerido pelo próprio angolano. Da forma que a juventude do Uíge chora é de tal forma que jovens de Cunene, Cabinda e de todas as provincias de Angola, incluindo a capital choram. Em Angola fez-se do emprego uma questão de classes!

O desemprego é alimentado por várias razões mas também tem consequências nefastas. Há longo que se vive as consequências do falhanço do ano de formação de quadros. Ainda viverá-se num futuro uma crise devido as lacunas feitas na formação contínua de quadro nacional, da política da exclusão e selectiva. O desemprego que se vive é um investimento governemental que espere atingir seus desejos: que seus filhos sejam amanhã dirigentes dos nossos filhos porque o filho do dirigente foi sempre estudando enquanto o filho de kabola passa a eternidade na zunga. O governo permite-se investir na criação e crescimento de vagabundos. Os ociosos de hoje serão os drogados do futuro, formados na bandidagem pronto à matar por um tubo de cigaro. Eles irão roubando, assaltando e assassinando quando forem mandatados. Porém as meninas vão abraçar a prostituição como única opção. Outras por falta da educação serão indesejávelmente concebidas, irão reproduzindo-se incontrolávelmente para aumentar o números de crianças de ruas.

Sacrificar gerações só para conseguir um objetivo que a própria consciência condena não é sabedoria! Aprende-se com erros mas parece-me que na realidade angolana não se sabe ainda que a mentira ou falsas promessas não fiquem eternamente indescubertas. Temos um território vazio porque a população é muito reduzida e temos recursos em todo o espaço nacional para explorar e transformar, quer dizer há emprego para todos!. Se houve empregos para estrangeiros, deve então haver empregos para otoctones. Questão de vontade, do patriotismo!



JDNsimba©2009publ/082

terça-feira, 18 de agosto de 2009

DICAS

‘’Realizar as eleições presidenciais, mesmo com a actual lei constitucional, não feriria de modo nenhum aquilo que é a estabilidade política, mas até ajudaria o país a poder controlar aquilo que é a situação económica e financeira do país’’ –VICENTE PINTO DE ANDRADE

‘’Eu penso que as instituições bancárias são mais perigosas para as liberdades que o inteiro exército armado pronto ao combate. Se o povo americano permite um dia que os bancos privados controlam sua moeda, os bancos e outras instituições que florescem as voltas dos bancos privarão o povo de toda possessão, primeiro atravez a inflação, depois atravez a recessão até no dia que seus filhos vão acordando sem casas e tectos, na terra que seus pais conquistaram’’ –THOMAS JEFFERSON (1802)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

MIALA, DESIDRATADA PEDRA FACE AO FUTURO

O MIALA DAS PEDRAS

O MPLA nunca precisou do General Miala porque nunca foi uma peça tão importante em constante uso a lubrificação do movimento dos camaradas. Miala foi o primeiro dirigente em alta função na equipa sem pertencer a raça do MPLA; e como vindo duma familia angolana desconhecida. Ele tem prestado serviços ao governo, uma vez havia um partido-estado que ainda prevalece em função por mais de três décadas, isto facilite-nos a colocação da bandeira do M no rosto do general. Contudo não é razoavel orgulhar-se como membro do Partido do Trabalho, pois efetivo nunca foi. A sua penumbra nunca foi bem vista pelos membros do circuito da influência do partido mas nunca representou perigo a estes pois sabiam que nunca infiltrará-se na nomeklatura.

O general Miala foi um filho dócil, que procurou sempre fazer o seu trabalho seguindo as orientações dos chefes. Nunca hesitou em cumprir qualquer missão, que seja perigosa, diabólica, destructiva ou mesmo pacificativa, e mesmo se for para eliminar primos adversários políticos do Mpla. Ele nunca recuou perante obstáculos porque auto-proclamou-se heroi-vivo, pronto a sacrificar-se pelo aquilo que a lógica do M considera por causa justa. O seu know-how causou-lhe tantas dores no seio do exército porque representou sempre uma adversária aos outros generais com grandes ambições. A concurência entre os muatas com altas patentes do exército foi e continua elevadíssima porque cada espere atingir sozinho o apogeu da carreira e ocupar o estatuto de homem da confianca do Presidente da República e Comandante geral do exército. Apesar das dificuldades no seio das forças, Miala conseguiu com um empurrãozito da esposa e do seu saber-convencer e docilidade chegar ao pico da hierarquia militar e até ser o segundo homem mais forte do regime, depois de JES. A batalha para esta posição, num sistema que encoraja este factor nunca conhecerá o fim porque numerosos são os cobiçados e ambiciosos. A lógica desta fatalista filosofia dite que qualquer candidato a esta posição seja combatido, odiado e finalmente devorado quando a oportunidade se apresente.

O MIALA DAS PERDAS

O processo Miala, condenado teatralmente por indisciplina, não tem outra classificação senão um dossier político. Pela posição atingida e conhecimentos adquiridos, Miala deveria saber de antemão o seu destino, porque ninguém pode ou ficará eternamente naquela posição. Enquanto em vida ninguém poderá na familia do MPLA substituir o grande JES, sem a concordância do mesmo. Miala no seu lado cometeu a imprudência de minimisar os dois generais à sua volta. Ele concentrou-se muito a observar o Presidente e seus inimigos sem portanto observar o perigo que os dois confidentes representavam. Formado em psicologia, Miala perdeu o centro da gravidade quando perdeu o centro de focalização. Tudo foi feito para que este tornasse comichoso na gargante e corpo do Presidente. A sua presença inspirava um arrepio, medo, assusto ao Presidente, governo, MPLA como já ao povo. Ele fez-se vedeta, estrela, com muita fama, poder e fortuna. O tempo para sua eliminação já tinha sido decidido mas o Garcia Miala tinha-se tornado cego pela fama, vaidade e hipócrita aceitação.

A questão de mudança da política governemental era capital. Como conselheiro privado e amigo pessoal do Presidente, Miala tem sugerido ao JES novas estrategias de governação de forma a permitir ao pequeno povo de desenvolver-se economicamente e socialmente. Miala comparou a riqueza acumulada pelos dirigentes com o sofrimento do povo. Miala quiz que Angola continuasse com um governo totalitário sem a UNITA e FNLA, até organizou macanismo para acabar com estes. Miala contava no apois-Eduardo, onde poderia jogar um papel decisivo no desenvolvimento de Angola. O General sabia com toda a firmeza militar que seria ele o homem para proteger a continuação do Eduardismo apois dos Santos. Não foi com má intenção que alertou o Presidente sobre o cambalacho que se fazia com o dinheiro subvencionado pela China. Noutro lado os generais confidentes não aguentavam ver as medalhas invisíveis de que Miala foi corroado: aniquilação a Unita de Savimbi, a caça do Mobutu que culminou com Kabila no poder, silenciou os bakongo sobre a sexta feira sagrente, fez esquecer aos angolanos o dossier Mfulupinga etc. A sua arrestação foi o plano B implementado à última hora por isso apresentou muitas debilidades. O dossier sobre o inexistente golpe de estado contra dos Santos foi constituido nos gabinetes das forças, sem um estudo minuciosamente planificado. Miala já era wanted sem prémio nos recintos do exército só que tinha que se agir militariamente. Como o plano A tinha boas bases, ninguém se preocupou colocar um preço sobre a cabeça do Miala. No plano A constava: Envia-se o general Miala em missão do serviço no Congo Democrático, com um fuzileiro invisível as suas peugadas. Enquanto os fieis generais vão na retaguarda organizar uma falsa revolta activa em Luanda em nome do Miala que no entretanto seria abatido no Congo, e depois acusado de rebelde. (In)felizmente Miala recusou deslocar-se na altura e como o relógio dos ocorridos já estava trincando, então houve uma substituição emergente do plano A para o B. A tropa formada para este operação ficou inválida por isso foi demitida na última hora. Finalmente no incoerente plano B também não houve sucesso uma vez o dossier foi mal arrastado pelos ventos até que se exigiu no tribunal testemunhos de altos oficiais das forças armadas e sobre tudo Pierre Falcon que viria transtornar tudo. A presença de Pierre Falcon como witness traria um longo debate e seria colocar o dedo na ferida porque o angolano nunca irá entender como este homem obteve a nacionalidade e o estatuto de diplomata representando a nação.

A duvidosa saída em curto prazo já anunciada é mesmo esperada por muitos com muita esperança e por poucos com muita decepção. Contudo a lei deve-se respeitar, o homem fez o seu tempo merecido e tem direito a sua liberdade prometida pela mesma lei. A sua familia espere ver-lhe ocupar a sua posição com respeito. Alguns angolanos amargurados ainda pensam que virá logo ocupar (por milagres) a posição cimeira. A verdade é que Miala já não é general porque tem um estatuto duvidoso. Oficialmente não se sabe bem se é civil ou militar mas o facto de ser condenado pela lei militar e despromovido como militar são provas que o homem deve ainda viver sub as leis da kuemba. Como não era político não se vê como irá mergulhar nas águas do MPLA, porque o MPLA não normalmente usa uma limão já chupada. Contudo Miala fará como de custome no MPLA: (re)tornar-se empresário. O nome de F.Garcia Miala já constava na lista de dirigentes angolanos tendo uma fortuna superior a 100 milhões de dólares e tem casas no estrangeiro. Miala foi ao lado de Elisio de Figueiredo um dos angolanos beneficiadores de vultuosas milhões de dólares do Angolagate. Terá uma luta sem trégua para recuperar sua fortuna e bens confiscados pelo sistema, já que é o primeiro líder de alto nível a sofrer esta medida punitiva.

O facto de sair saudável será uma benção, porque já apresenta sinais de desidratação física como moral, pois o género de trabalho que se dedicou tem tido uma realidade: matar ou ser morto. Miala que sobreviveu o plano A e B do governo terá de aproveitar o que a natureza lhe oferecerá mas que tenha cautela contra o reservado plano C. O dossier Miala ajudou muitos angolanos a descubrir muitos segredos do MPLA e do governo. Foi uma revelação para muitos de nos conhecer o tipo de homens que dirigem-nos e que tipo da governação temos. Ele revelou também muitas características do nosso Excel. Presidente. Habitualmente em casos destes o homem sairá já morto-vivo porque, ou terá trombosa, ou envenenado porque teme-se que vem um dia escrever um livro desbobinando todo o segredo. Talvez será posto a clemencia dos bandidos que liquidaram o malogroso Mfulupinga.

UM CONSELHO AMIALANIZADO

Se fosse meu amigo, eu sugeria ao Miala de primeiro arranjar uns dois anos no estrangeiro para aproveitar um tratamento médico e repouso. Isto não deve se realizar em Angola, mas como militar não será fácil encontrar esta brecha. Viajar fora de Angola é um privilegio que não terá porque assume-se que vai logo evaporar-se na primeira tentativa. Por consequência terá de resolver com seus sócios comerciais como Amorins e outros para descubrir em que nível o business se encontre. Como gosta de ajudar ou realizar trabalhos benevolentes ou caritativos aconselharia-lhe seguir o exemplo de Chissano: trabalhar por uma igreja. Digo isso porque entendo que se Miala ainda vive não é a sua inteligência ou ‘’seus paus’’ mas foi a vontade do Senhor (falo desta verdade como maluco, esquecendo o intelectualismo) e trabalhar para Ele será uma forte garantia já que vai-se cuidar dos seus affaires sem roubar, castigar ou matar o seu povo. Dedicar-se a política será suicidário e não é aconselhável. Nas forças armadas também, depois de perder posição e trabalhar sub comando dos adversários será um calvário.

Qualquer pessoa que fita aos olhos do ex-general descobre como o homem é frustrado, coberto duma camada de humilhação pois perdeu a ferocidade da mira que tivera e ao mesmo tempo sente-se uma mistura da inoncência com a raiva. A verdade é que não terá vida apaziguada em Angola. Sofrerá grandes pressões morais que podem ainda causar grandes danos físicos e mentais.

Embora isto, o homem merece a sua liberdade depois de anos na gaiola!


JDNsimba©2009publ/083

POESIA: AFRO-DITADOR

Sou o incontestável soba da violência
Vivo em cima da lei, fazendo e disfazendo
A constituição por mim foi inventada
Que altero nas circunstâncias quaisquer

Sou na minha sanzala o muata de tudo
Nomeio, exonero, subvenciono e derrubo
Em mim a riqueza germina
Que desbanjo em ocasião qualquer

Sou o rei na dinastia da corrupção
Dou vida a quém quizer, como achar
Eternamente vivo no inalcansável cimo
Anarquia, pânico, pobreza, sofrimento e morte em mim nasceram

Sou o sanguinário que no silêncio chupa a esperança africana
Sou o vampirista ditador que devora a economia africana
Sou o prósper parasita alimentando-se da inconsciência africana


JDNsimba©2009publ/084

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

AFRICA: OS EFEITOS PRE-CENARICOS DO DISCURSO DE OBAMA NA REALIDADE ANGOLANA

A visita do Presidente dos EUA, Barrack Obama aos 10/11 de julho 2009 em Gana foi um factor histórico muito marcante para o continente africano. Histórico porque foi a primeira de um Presidente afro-americano em Africa sub-sahariana. Marcante porque causou muito descontentamente no continente já que no cenário internacional foi-se debatido sobre a escolha de Gana sobre Nigeria. Angola que esteve fora desta competição reagiu ao colocar-se inoncentemente neste cenário do plano internacional numa inconsciente discussão nacional.

Logo à chegada no território da antiga Costa de Ouro, a delegação diplomática e familiar de Obama foi surprendida. Obama viria logo no seu discurso admitir em alta voz como foi ‘’touched’’ pela presença do Presidente John Atta Mills acompanhado com o seu antecessor Kufuor que calorosamente os receberam. A presença de Jerry Rowlings também foi vivificada na sala. Quantas vezes os comissários provinciais negaram receber uma delegação da oposição, um líder de um partido da oposição, na nossa terra? A realidade angolana tem a sua lógica! Ainda não se consegue resolver pequenos problemas e assiste-se contínuamente as trocas de bicos entre os fanáticos do Mpla e da Unita, depois duma montagem bem sofisticada.

Reconhece-se que o governo de Angola trabalhou de forma secreta para ganhar um reconhecimento internacional. O Presidente José Eduardo dos Santos, sendo o ‘’maziantico’’ (entende-se por mais antigo) no poder em Africa central ambiciona jogar um papel preponderante no continente como Mobutu, Omar Bongo, Mandela, Mbeki etc. Ver esta estratégica posição ser ocupada por um macebo na política de Africa central pelo Rwandês Kagame simplifica a autoridade de JES ao nível continental. A realidade é que para além de Sekou Touré da Guinée, nenhum outro presidente marxista ocupou esta posição da dominação regional/continental, que Kadaffi procura ainda ocupar. Este sonho irealizável de JES apresenta-se quase inacessível uma vez que: 1. O factor tempo já não favorece ao nosso idoso Presidente. 2. O factor ideológico já que os marxistas angolanos incluindo JES não aspirem democratizar-se. 3. A não pertência à CIA é um factor muito decisivo. 4. As características internas e políticas do e a volta do Presidente não facilitam, notamente ser timido, ter um processo judicial sobre o 27 de maio. 5. O levantamento de vozes altas de dirigentes e intelectuais angolanos junto a União Europeia demonstrando o descontentamento as práticas politiqueiras da actual governação, reforçado pelos relatórios pessimistas de organizações internacionais que actuem no terreno. Por consequência o nosso Zedu é um bom candidato, devido o seu poderio financeiro que lhe garante a facilidade de manipular e o seu poderio militar que facilita-lhe implementar a paz. Dos Santos ocupa uma key position entre os países da SADC.

Angola que não pertence entre os africanos ‘’pesos pesados’’ como Nigeria, Senegal, Africa do Sul etc tem estado a esquecer até ignorar a história política de Africa. Angola vai forjando o seu caminho entre os grandes usando o peso da sua economia, do seu militarismo e do seu orgulho. A chegada de Obama começando por Angola seria aplicar creme a pele da nação que iria catapultar no topo do palco entre as mais lindas e amelhoraria a imagem de JES no plano internacional, por enquanto a visita do russo Medvied não teve efeitos. Angola é mais conhecida no exterior devido a guerra. No estrangeiro quando se fala de Angola, vê-se logo a figura de Savimbi, da guerrilha e de tudo conotado com a guerra. Depois da copa do mundo de 2006, a equipa de Palanca Negra lubrificou a imagem de Angola. O boom económico fez de Angola um ímano que atrai todas as barratas, as oligarquias, multibarrões, empresários e todos os desempregados do mundo. Obama seria um ferramento de alta qualidade para a publicidade de Angola.

Não se procura por áqui pesquisar ao fundo o discurso de Obama. Seguindo bem o seu contéudo depara-se com um argumento abreviado na sua elocução que a razão da escolha da Gana baseiou-se pelo facto que este país tem um credencial democrático que Nigeria não tem e muito menos Angola. O facto de Angola participar no G8 da Italia não prova as qualidades de crescimento ecopolítico do país, não prova a mudança cultural, ideológica, não prova uma luta contra a pobreza e corrupção. Ali Angola não conseguiu seduzir a opinião dos participantes mesmo com ajuda de Belarsconi, D. Barroso etc.

Houve razões secundárias que Obama tomou em consideração. Visitar Angola como primeira nação sub-sahariana seria trair o ideal que Barrack tem sonhado, tem profetizado e espere concretizar já que a realidade angolana é escandalosamente divergente a este.

Outro factor pre-cenárico que se passou na sala do congresso foi o entoamento de slogans em forma musical. Os presentes sentiram a mensagem nos ossos e começaram cantando: ‘’somos melhores que quenianos, e se o queniano pode’’ Foi uma comparativa emocional e dolorosa numa parte mas também uma mensagem estimulativa, dependendo na escolha de cada. Eles queriam dizer ‘’se Obama, um queniano pode algo fazer, então o ganense pode fazer melhor’’ Prepara-se que um dia Obama venha em Angola. Esta visita não é ainda ireal e tudo vai-se fazer e sabe-se bem que a visita de Hillary Clinton anuncie algo especial. Será o angolano capaz de cantar a mesma? Poderá o angolano comparar-se ao queniano? Obama traz uma visão muito diferente, que Africa precisa de adotar mas será Angola capaz de entender esta visão e mudar o seu rumo? Poderá Angola captar a mensagem e materializar a visão com efeitos concretos?


JDNsimba©publ2009/083

LUPA BIBLICA: O PRESIDENCIALISMO 2

Continuando com a série sobre o presidencialismo na lupa bíblica, vai-se hoje debruçar sobre o sub-tema da concentração de poderes não só no presidencialismo africano mas em leadership geral. A experiência conta!

CONCENTRACAO DE PODERES

Sabe-se que o poder é possuir autoridade sobre outros, baseado na função que desempenhe. Ter a capacidade de influências usando leis, regras que defendem a sua posição autoritativa. Quém tem poderes dados pela função, tem força extraordinária e invisível que protege-lhe. A função é um ministério ou um conjunto de acções, normas operacionais, actividades constantemente desenvolvidas no seio duma organização que produz um resultado socialmente aceite e proporciona um progresso técnico ou moral. A função garante um título, que corresponde com a qualificação ou experiência de exercício desenvolvido numa carreira professional.

Qualquer sociedade humana ou animal precisa duma hierárquia para que haja disciplina, organização e ordem que garantem o sucesso conforme o desejo. Como se sabe qualquer actividade laborial ou função se realise seguindo certa descrição de cargo a cumprir. Todo trabalhador que opera fora desta descrição comete uma indisciplina e não atinge a meta produtiva traçada, já que isto provoca conflitos.

A concentração de poderes enquadra-se na acumulação de tarefas, funções, de títulos e de várias actividades muitas vezes que opoem-se causando uma conflituosa improdutividade ou resulta por um produto de pouca qualidade. Para melhor falar da concentração recolheria o que se passou com Moíses, um antigo profeta da Biblia. Vós sabeis Moíses foi um grande líder histórico, embora que foi presidente sem este título. Ele foi um instrumento utilizado para libertar os israelitas na catividade no Egipto. Moíses foi grande e bom dirigente com altas qualidades indescriptíveis.

Moíses foi general do exército do Faraó que adicionou vitória apois vitórias. Moíses dirigiu um numeroso povo, saindo do Egipto de forma milagrosa até quase a entrada à terra prometida. Moíses não era um supra-homem, tinha seus erros e carateristicas. Vejamos o segunte:

Exodo 18:13-26
13 E aconteceu que, ao outro dia, Moíses assentou-se para julgar o povo; e o povo estava em pé, diante de Moíses, desde a manhã até à tarde. 14 Vendo, pois, o sogro de Moíses tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto, que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde? 15 Então disse Moíses ao seu sogro: E porque este povo vem a mim, para consultar a Deus; 16 Quando tem algum negócio, vem a mim, para que eu julgue entre um a outro, e lhes declare os estatutos de Deus, e as suas leis. 17 O sogro de Moíses, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. 18 Totalmente desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo: porque este negócio é mui difícil para ti; tu, só, não o podes fazer. 19 Ouve, agora, a minha voz; eu te aconselharei, e Deus será contigo: Sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as coisas a Deus; 20 E declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer. 21 E tu, dentre todo o povo, procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborrecam a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez; 22 Para que julguem este povo, em tempo todo; e seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a leverão contigo. 23 Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás, então, subsisttir; assim, também, todo este povo em paz virá ao seu lugar. 24 E Moíses deu ouvidos à voz do seu sogro, e fez tudo quanto tinha dito; 25 E escolheu Moíses homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, maiorais de dez, 26 E eles julgaram o povo em todo o tempo; o negócio árduo trouxeram a Moíses, e todo o negócio pequeno julgaram eles.

A concentração de poderes encontre as suas causas nas razões intra-pessoais, isto é nas próprias caraterísticas do individuo em posição da autoridade. O complexo de superioridade ou de inferioridade, a falta da segurança tanto moral ou dos acumulativos são estímulos para a concentração de poderes. Os excessos de ambições, muitas vezes de forma egoística dão origem neste estilo de liderânça. As razões externas são ilimitadas e são variáveis conforme a cultura política, as ambições económicas, interesses do círculo familiar ou amigável e de outros dados no meio em que se vive.

Vamos fazer uma descrição superficial do estilo que Moíses utilizou no seu tempo e na sua sociedade. Moíses tinha muitas caraterísticas positivas como homem e líder que não constam nestes versículos em estudo. Moíses era por exemplo um patriota que amou o seu povo, por isso viu-se na posição de interceder várias vezes para salvar a vida deste povo. Moíses foi preparado de modo a sacrificar-se para defender, proteger e salvar este povo mas também levar-lhe ao divino destino.

No versículo 13, vê-se como Moíses por um estilo egoístico ocupou a função de um líder que não precisa de ajuda, porque não vê qualidade no seio deste povo. Moíses empregava todo o tempo necessário a resolver problemas de poucos interesses, insensiveis até menores. A acumulação de poderes não permitia a produtividade porque não tinha suficiente energia, visto a fraca natureza do homem. A equivalência disto na nossa sociedade tem muitos exemplos a citar, quanto por exemplo o Presidente concentra-se a inaugurar pontes, casas, lojas, moínhos; responsabilidade que deveria-se encumbir a um comissário municipal ou provincial.

14 O sogro fez uma observação. Moíses não se considerava de sabe-tudo por isso deu a liberdade a alguém de analisar a situação e permitiu-lhe expor a conclusão do seu estudo sem intimidar-lhe. Moíses sabia que na sua sociedade havia lugar para todos e cada elemento era portador de uma qualidade. Moíses provou também que estava aberto à discussão porque a sobrevida da sociedade é alimentada pela entre-ajuda mutual.

15 Prova que havia uma contradição no estilo de Moíses que num outro lado demonstra uma certa falta de experiência no leadership. Primeiro é que não vê homens com qualidades para ajudar-lhe nesta responsabilidade. Segundo é que entende como cada componente da sua sociedade tem abilidades e capacidades de algo fazer. Como não era egoísta, Moíses deu mais informações ao seu sogro para poder opinar-lhe uma estrategia revolucionária. Não poderia Moíses confiar todo o mundo mas tinha confiança à alguns membros da sua sociedade que sabiam sobre o segredo do estado. Na sua posição Moíses tinha todo o poder de impedir Jetro, seu sogro. Moíses provou uma aptidão em bondade. A bondade é uma qualidade rara no presidencialismo africano porque nela vemos o patriotismo, o desejo de co-habitar, colaboração e co-operação, dirigir por exemplos, confiança e reconhecimento. Ela anula a barbaria, ditadura, anarquia e todo tipo da violência.

15 e 16 Moíses tenta debater um pouco sobre o seu papel e responsabilidade conforme os estatutos ou constituição do seu país. Moíses confia no homem confiando ainda mais a Deus por isso não hesitou falar da constituição. Ele bem fazia o seu trabalho por isso não tinha medo de qualquer golpe de estado.

De 17 a 24 Não foi muito tempo que Moíses conheceu este homem mas aceita ouvir seus conselhos. Moíses tinha uma boa relação amigável ou familiar com o homem, por isso consegue confiar nos seus conselhos. Não só prestou atenção mas também soube valorizar o ser humano. Ele acreditava no homem e tinha um coração receptivo e considerava o que recebera dos outros. Temos que ver também que o sogro não sofria nenhum complexo, nem conflitos por isso não procurou manipular Moíses. Aqui a relação baseia-se no amor e na verdade; não havia hipocrisismo.

BREVE

A concentração de poderes é resultado duma frustração, quando não se confia aos colegas julgando que sofrem duma falta de capacidade, de abilidades e não espere neles um bom resultado porque auto considera-se melhor que o restante. Isto leva a uma burocracia que ao seu turno vai causar a falta de transparência, insegurança moral primeiro antes da física. Esta insegurança é a semente do complexo seja da inferioridade ou superioridade. Então daí o know-all sente-se e coloca-se em cima da lei. Uma vez a pessoa posiciona-se em cima da lei então nasce a corrupção que será protegida por uma cintura ditatorial para defender os interresses pessoais, familiares ou do círculo. Esta correlação de efeitos negativos pode causar uma maldição as generações vindouras roubando-lhes a paz, uma vez endividadas tanto moralmente como financeiramente. O esgotamento físico e moral predomina no mecanismo funcional do líder que acumula funções, poderes e tarefas produzindo um trabalho pouco efetivo em longo prazo.

A Biblia fala do rei Ozias que quis exercer a função sacerdotal; acabou para morrer leproso- 2Cronicas 26: 17-21.

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