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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

LUPA BIBLICA: A ALEGRIA DA VERDADE

Para a sua sobrevivência, o homem é obrigado a combater a natureza de forma a domina-la e assim vai posteriormente transformando-a. Neste processo o homem deve organizar-se para produzir o necessário e os imperativos para criar o que se chama o bem-estar social. Uma vez esta preocupação ocupa um espaço na sua consciência, o homem sai do egoísmo humano para tornar-se autêntico humanista. Quando se inclina sobre o humanismo, vê-se a capacidade organizativa de um grupo de homens que trabalha por um objectivo comum. Este grupo de homens pode viver numa mesma civilização, na mesma etnia ou que seja, mas compartilha um ideal e forma uma sociedade mesmo vivendo em diferente espaço territorial.

Como sabe-se que o homem deste século necessita as condições básicas ou primárias a sua volta para poder dar ou contribuir o melhor de si e também receber em troca o multiplicado produto do suor investido. O trabalho do homem só poderá influenciar a sociedade uma vez que haja desenvolvimento de meios de produção, das infrastruturas, da ciência e tecnologia, das condições sócio-morais etc.

As relações sociais desempenham uma função decisiva pois o sucesso de cada sociedade depende do relacionamento positivo entre os elementos que constituem a mesma sociedade e sobretudo entre dirigentes e dirigidos. Por isso elabora-se uma ideologia que vai definir as concretas estratégias com directivas que garantem o sucesso, seguindo o planificado. As concorrências/competições formam uma parte que ajuda o crescimento tanto moral como material. Isto é o que na política se chama oposição. A oposição existe porque em toda sociedade existe o que chamamos lei filosófica da negação.

A concretização de qualquer plano nunca foi fácil, e não se materialize num curto prazo como muitas vezes se pretende. Tudo isso exige investimentos e sacrifícios tanto colectivos como individuais. Só que a visão ou ideal não é, nunca deve-se manter como segredo de um determinado grupo de dirigentes que domina-la perfeitamente usando outros, que trabalham sem conhecimento da causa. Esta falta de mecanismo de comunicação vai causando conflitos dentro do sistema organizativo; mesmo se as intenções forem positivas. Uma visão bem esclarecida é sempre facilmente bem empregue.

Prov 12:25
A solicitude no coração do homem o abate, mas uma boa palavra o alegra.

A responsabilidade da classe dirigente é de aglomerar condições favoráveis ao homem para melhor manufacturar. Essas condições não devem ser unicamente materiais quando se considera o homem como parte beneficiária do sucesso da mesma sociedade. Porque no desenvolvimento duma sociedade não se conta só as condições de um limitado grupo de elementos. Os resultados obtidos na produção, baseados na contribuição das condições materiais devem ser antecipados pela contribuição das condições morais disponíveis para o homem na produção e na vida em geral.

Muitas vezes o responsável político ou económico pensa erradamente e como corruptamente que as condições materiais a volta do homem podem manter-lhe sossegado e concentrado a produção. O conhecimento da visão é sempre necessário ao homem que trabalha para o seu cumprimento. Este vai constituir como elemento estimulador para o sucesso. Isto em relação a uma sociedade produtora mas quanto a sociedade como grupo de indivíduos que compartilha o mesmo ideal, que procure em conjunto um desenvolvimento socioeconómico e o bem-estar social a transição correcta da informação tem um papel assim decisivo.

Para uma nação, devemos sempre realizar que os discursos que concernem o estado da nação são importantíssimos, uma vez são elementos estimuladores e estipulativos. Sabe-se que nas condições primárias para a vida normal do homem (trabalho, estudo, alojamento, salário compatível, alimentação) adiciona-se o direito a boa saúde, direito ou liberdade a palavra, direito a informação, direito a família e paz. Para estes efeitos, o homem precisa duma boa palavra. Pela boa palavra entende-se a verdade. A verdade é uma virtude que traz a semente do amor, da paz, liberdade e justiça, porque a verdade tem um elemento purificador na sua composição. Uma vez soubemos que os nossos planos são bons e que as nossas intenções são positivas não vejo como esconder a verdade quando procura-se atingir o progresso. Não é que a boa passagem de informação aniquila especulações, polémicas e futilidades?

Uma boa informação ou uma informação verídica apazigua o coração do homem e cria alicerces da confiança. A boa palavra traz alegria mesmo no momento da fome, uma vez temos informação do que segue-se e ficamos preparado a enfrentar o que o futuro vai trazendo. Tradicionalmente para o africano diz-se que ‘’a boa palavra do chefe paga’’. A mentira ou manipulação não passa mais do que a ‘’cauda do macaco’’.


Nkituavanga
Out2010/002

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O RECRUTAMENTO LEGALISTICO NO RANKING DO GOVERNO

O que realmente se passa em Angola é mesmo fotocópia daquilo que se passa em quase toda a África onde reina o tribalismo, amiguismo e cambalacho de alto nível, onde a liderança é um atributo vitalício para um determinado círculo fechado de famílias com o mesmo denominador comum. Famílias estas que têm a visão de devorar os mais fracos, alimentando-se parasitariamente com o suor da maioria esmagado com o sol, que consume suas energias nas ruas, nos postos de serviços e nas suas empobrecidas residências.

Observando o mapa económico de Angola pergunta-se a sua consciência; se na realidade angolana Deus é mesmo pobre? Se Deus não for pobre então será Angola pobre? E finalmente se Angola não é pobre, diria-se que o governo é pobre! Relaciono estas perguntas ao recurso humano porque sou daqueles que acreditem que o angolano foi por Deus criado e Angola recebeu Deste toda riqueza tanto humana como mineral. Falando da riqueza angolana eu não gostaria de referir-me naquilo que é inexplorado ou que não foi ainda descoberto. Fala-se simplesmente daquilo que esta nação já produz: produto e serviço mas também da capacidade financeira que se transacta legalmente entre angolanos e o resto do mundo. Sem ainda contar os 60% de tudo que evaporem na ilegalidade: roubo, nacionalização privada, privatização familiar, distribuição ilegalmente legalizada, candonga estatal.

Sim, sabe-se que em Angola ainda vive uma população oficialmente forçada ao desemprego. Esta população sem recurso encontre refúgio no entrepreneurship em qualquer mercado que garante o pão ‘’em cima da mesa’’. Estas iniciativas não são encorajadas, uma vez estão estabelecidos nas normas ilegais ou contrarias as recomendações governamentais. Paradoxalmente os efectivos do próprio governo não obedecem as regras que gerem a lei económica, jogando ‘’o duro’’ e até desprezando o seu humilde povo.

Teatro de recrutamento vicioso

Entende-se que estaticamente a repartição de quadros no espaço territorial não é suficiente, por consequência não se deposite ainda confiança ao quadro angolano formado tanto no país como no exterior. Talvez diria que o quadro nacional não tem brechas para colmatar oficialmente a vaga desejada uma vez não tem elos da conexão ao executivo. Este desleixo ao quadro nacional reflecte uma imagem que impede outros quadros de voltar as terras. Por enquanto vê-se que em mais de 30 anos Angola continua usando o mesmo método empírico de recrutamento sem que haja inovação.

O sistema de recrutamento do pessoal tecnocrático vai dando prioridade aos aspectos (i)morais do que tecnocientífico. Esses aspectos morais também não se baseiam no positivismo uma vez assenta-se na cunha, amiguismo/corrupção. Estas anomalias já foram atribuídas lugares dentro do positivismo e fazem parte duma nova ética puramente angolana.

O legalismo no sistema de recrutamento é tipicamente nacionalizado até ao nível mais alto da hierarquia. Assim não se assuste quando as exonerações e nomeações circundam a volta das mesmas figuras. Eu acredito pouco que aqueles que ontem arruinaram podem num futuro próximo benfeitorizar quanto o mecanismo funcional do aparelho não alterou. Dali que surgem as perguntas acima citadas. Como pode-se explicar por exemplo um incapacitado ministro que foi exonerado na defesa poderá dar o melhor de si no Interior ou na agricultura? Mas na realidade angolana vive-se uma rotativa das mesmas pessoas que ontem foram afastadas/exoneradas por negligências, incapacidades, incumprimentos etc. ocupando as cargas importantíssimas sem que fossem recuperadas através formações/estágios. Não se pode justificar como um falhado na cultura venha um dia ocupar o cargo da educação! Estes aspectos estão na base de falhas contínuas, de nominações e exonerações inesperadas. Este teatro vai causando graves vestígios em todas estruturas onde os nomeados nunca têm tempo de preparar-se porque fiquem três meses, entre o tempo da nomeação e da exoneração, nas operações sem puder exprimir-se profissionalmente. Pela experiencia estes emblemáticos já não produzem pois já perderam a potencia de criatividade e não tem outras fontes de inspiração por falta de controlo, concorrência e elementos exemplares aos arredores mas também por excesso de estímulos (mesmo sem labutar).

Até quando vai-se apostar nos quadros que temos? Esses que foram formados a trinta anos estão envelhecendo sem que o sistema deposite neles a confiança como ‘’qualquer pai dê aos seus filhos’’. O quadro nacional é frustrado porque as ambiciosas esperanças já envelheceram e não tem o relógio a espera. Os sonhos da maioria padeceram prematuramente só porque não tiveram relações familiares com o governo ou no círculo da influência. Dai que se aplique injustamente em reverso ‘’o filho da cobra é cobra’’

Se um ministro/embaixador exonerado de manha pode-se encontrar a tarde numa praia é porque não tem preocupação, arrependimento até ‘’mandem lixar’’ porque todo fat boy é consciente que já existe uma vaga reservada com antecipação para ocupar brevemente. Será que o sistema já apodrecera e não temos coragem de conceder ou então estamos caducos e não conseguimos adaptar-se do sistema? Nesse caso porque o ano da formação de quadros? E/mas até quando o ano de enriquecimento pessoal?

O recrutamento de quadros do topo da hierarquia governamental (secretariado de estado, ministro, governador, embaixador, directores de grandes empresas) é feito dentro de um circuito restrito de homens pertencente a uma elite (divinamente e) selectivamente auto-proclamada. Neste circuito só se realize permutações de piões, tendo um eixo que coordena as mudanças. Inexplicadamente o turbinado eixo ferruginoso de Angola ficou danificado. A realidade angolana prova que a exonerações e nomeações formam uma correlação composta nas estruturas da liderança por isso não pode se separar já que esta última segue logo a primeira depois de um breve espaço já determinado. O novo sangue que A. Neto profetizara injectar no aparelho do governo-estado jamais acontecerá, mas a substituição hereditária entre os pais e filhos vai-se interligar numa rectilínea ideológica dentro da luxuosa concha da nomenclatura governamental.

Ate áqui os resultados de várias substituições nunca propulsionaram a economia do povo num movimento em progresso pois corrompeu o núcleo principal da consciência angolana dando origem a uma incontrolável corrupção que vai alimentando sonhos de dinossauros políticos e crocodilos económicos. Não se vai negar os elogios da nossa economia tão emergente que se ''marketise'' por ai enquanto a miséria prevalece e a pobreza persiste.

A lei da negação entre o velho e o novo tem uma definição diferente na lógica filosófica de Angola porque o velho nunca se afaste cedendo lugar ao novo. O novo envelhece sem percorrer o tempo angolano.


Nkituavanga II
Out2010/03

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

POESIA: TOCOU O MEU SINO

Descansaria folgadamente na minha bacia
Aquecida pelos seios da pequena turbina
Rispidamente soou o comboio em fuga
De relâmpago escorreguei as escadas da minha toca

Subitamente abri a porta sem ver a sua sombra
Onde passou aquela que tocou a minha campainha
Sinto o seu calor, perfume sem ver meu futuro
Quem arrastou a minha esperança e roubou o meu tesouro

Minha picotada bacia cheira amargura
Tenho agora ouvidos atentos e olhos revoltosos
Já não durmo sem ver aquela que tocou a minha campainha
Desconheço o cansaço mesmo o aquecedor congela-me
Espero pelo meu futuro, o hino da minha liberdade

Foi uma bênção conhecer as promessas, nelas postulei
Fiquei esperando pela direcção do seu surgimento
Alertado fui da sua visita, esperei com confiança espreitando ruelas
tocaste a campainha da minha alma e cantaste o hino de meu ser
Meu ministério, meu investimento nos meus empobrecidos arredores
És as bênções da minha existência