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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

DICAS - DEZEMBRO


‘’Assistimos no ano que termina a forte aposta do Presidente José Eduardo dos Santos na estabilidade das instituições, na perspectiva de continuarmos a caminhar rumo a consolidação do Estado democrático e de direito, em que o pluralismo de expressão continue ser uma realidade exercida e praticada por todos os segmentos da sociedade’’ Ministro angolano da defesa ao JES,  PR de Angola

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010




FELIZ NATAL E ANO NOVO PROSPERO
KINZINZI
Carinhosamente agradecemos:-
Leitores
Críticos
Amigos
Familiares

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SILVA MATEUS PRONTO A APOSSAR-SE

 silva mateus 80

Esta noticia não é só sensível aos meus ouvidos como de resto de angolanos mas a sua alarmante característica convida a sensibilidade humana a uma serie de questões. Eu não quis deixar inapercebida esta declaração que pode ser vista como simples propaganda de um homem que procura infiltrar-se nas profundidades da loucura, como consideraria certos leitores e especialmente aqueles que acreditem ainda com força e alma ao MPLA.

Numa entrevista ao Semanário Angolense, Silva Mateus que é coordenador da União de Tendências não teve hesitação em proclamar: ‘’hei-de ser o próximo Presidente do MPLA, em substituição de JES’’ por cima exigiu ao homem com microfone adicionando ‘’pode escrever isto’’ Sabe-se que a União de Tendências é uma ala dentro do MPLA que se auto proclama mais democrática; é uma oposição interna dentro do movimento dos camaradas, fiel aos ensinamentos de Nito Alves e da génesis do movimento de Viriato da Cruz.

Quantos são movimentos ou partidos que há décadas opõem-se ao MPLA sem conseguir um espacito para exprimir-se politicamente e realizar acções concretas visíveis aos angolanos? O que se sabe é que os grandes como a UNITA e a FNLA andam a rasca, como se diz ruralmente. Portanto a UT consegue roubar o belo sono ao Dino Matros para não citar JES! Isto pode em algum parâmetro provar que ser coordenador de um movimento que consegue desafiar filosoficamente a ética da história e dos princípios do MPLA, que consegue mesmo levar este coeso partido diante de um tribunal, exige qualidades mentais bem operacionais. Não acredito que neste dia o homem tinha-se como de natureza de Yeltsin envenenado com um coxito de kaporoto para melhor afrontar o jornalista. Com todo o sentido o homem confidentemente exigiu ‘’pode escrever isto’’ Ele falou com serenidade com um realismo que argumenta uma confiança as suas engagements. Eu ainda não vi um maluco que fala assim com tanta certeza, excepto Noa quando da construção da arca.

O que a nova historia de Angola, historia de Angola pós-independência ensina-nos, pelo menos até hoje que quem foi Presidente do MPLA é mecanicamente Presidente de Angola. Silva Mateus (SM) não é caloiro no boite do MPLA, por isso espero que afiou a sua lâmina antes de proferir tais palavras pois não é inocente na maestria do MPLA na manipulação da palavra. SM falou com um coração cristalizado como Cristo diante dos fariseus e de toda a população dizendo que querer como não serei eu o Presidente do MPLA e de ANGOLA. Ele esta falado como quem sabe dos outcomes dos eventos.

Ele falou ‘’em substituição de JES’’ isto implica muito facto. Bem, ele sabe melhor como as coisas funcionam dentro do bolchevismo angolano. JES nunca foi eleito pelos angolanos assim como Agostinho Neto. No MPLA a substituição no poder é feito através a digitação. Neto não poderia substituir alguém uma vez éramos colonizados, dai que foi digitado pelo governo português. JES também foi digitado pelo partido comunista da URSS. Espero que a declaração deste não provoque kanvuanza nas fileiras da UNITA, mas também entre a elite do MPLA. Está ele falar do MPLA em fusão com a sua ala para que seja substituído ao lugar mais cobiçado ou é uma previsão em marcha?

Por enquanto, ninguém sabe dos critérios em uso dentro do MPLA para a cadeira presidencial mas parece-me que esta declaração é uma advertência a população, dizendo que não haverá eleições ou haverá umas farsas eleições para acrescentar as estatísticas de Angola. Onde encontrou SM esta coragem? este argumento? esta confidencia? Será que também visitou kimbandeiros ou falsos pastores que subtraíram-lhe um bom volume de dólares a troca a uma falsificada profecia?

Os sinais políticos já comprovaram que JES ainda não está disposto a deixar a cadeira. Temos incessantemente lido aqui e ali que JES será substituído por este fulano e assados! Para SM levantar-se e declarar isto é porque recebeu uma garantia pela parte do JES, pois a sua extra-confiança confirma isso. E se recebeu de JES esta garantia porque denunciar um pacto de sangue que iria causar danos mentais ao filho herdeiro? Ao primo da Sonangol? ao vigilante vice-presidente? e outros malucos de nível de Lucas Ngonda? Não é suicidário para JES deixar a sua cadeira a um homem não estrangeiro ao MPLA mas muito estranho, que até outros consideram de esquisito?

Em Angola quem é Presidente do MPLA é naturalmente PR e comandante máximo do exército angolano, assim como a democracia angolana coloca-lhe automaticamente como Dono de Angola e o homem mais rico da nação. Este lugar é cobiçado não só por líderes de numerosos partidos políticos mas também por elementos como SM e outros ‘’fantomas’’ que só operam nos escuros.

Ser Presidente em África não exige muitos critérios, onde o mais importante é saber como defender os interesses dos patrões do ocidente e ter a arte de maltratar sua população, coragem de matar e uma força de segurança que cegamente lhe protege e defende. Em África já tivemos muitos malucos no poder como Idi Amin, Yombi Opango etc. Nunca vimos nenhuma escola para presidentes na superfície da terra; então SM! que algo ofertar ao angolano? Talvez seja uma publicidade mal partida!

Ele traz uma surpresa ao desespero do angolano ou mais um bocage do maquis comunista. A resposta reside ali perto, ali no canto de 2012



Nkituavanga II

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A POLITICA QUE ADORMECE



Angola não só trabalha para ser um dia uma potencia continental mas tem como conseguir este valioso estatuto uma vez o mecanismo para a obtenção desta disparidade vai sendo construído calmamente com toda a certeza nos laboratórios do partido-governo. Não são todos os governos africanos que são chupa-sangue mas parece que a maioria prefere nivelar-se aquelas ‘’galinhas que comem ovos’’

Enquanto os governos da Europa se preocupem em criar condições para a sua população e aumentar o nível social da vida, os do hemisfério sul procurem meios e utensílios para acelerar a entrada premeditada da sua gente no inferno. Assim vai-se reparando que não se constrói escolas, hospitais e outras infrastruturas de utilidade prioritária mas vai-se erguendo objectos da economia fútil. Os dirigentes da época pós-independência de cada nação africana não foram tão intelectuais comparando aos de hoje mas souberam preocupar-se na resolução dos problemas do povo. Muitos deles morreram pobres mas ocuparam lugares históricos porque souberam trabalhar patrioticamente e deixaram um legacy nas suas respectivas nações.

O tempo carregou nas suas poeiras a ciência e a tecnologia, por isso a deflagração do murro de Berlim também trouxe a democracia mesmo no continente em via de desenvolvimento. Esta terminologia e todo o seu conceito não foram bem acatados pelo homem político de África, por isso prefere a conotação de subdesenvolvimento. Nesta altura muitos países africanos preferem optar pela cléptocracia. Assim assistimos a um grande desfile de substituição de muitos filhos de dinossauros nas cadeiras presidenciais em várias nações, defraudando estrategicamente eleições sem crepúsculo. Hoje a África é mais mercado de matéria-prima do que ontém porque o próprio africano fez-se fantoche, saqueando toda a economia e transporta-la fora do continente ao benefício daqueles povos que conseguem dar leite as suas crianças. Mesmo pela loucura, há vários dirigentes que tem correntes de palácios no velho continente, bancos e empresas para além de frotas de luxuosos caros, enquanto sabem todos o cenário que viveu o imperador J.B Bokassa em relação a sua orneada cadeira.

Angola que se dizia um país do futuro próspero deixou de ser aquilo que alguém preconizou teoricamente. Tendo toda a riqueza que se abunde no seu subsolo, queira como não, Angola já perdeu aquela visão. Angola entrou na corrida estratégica de adormecer a população dando a cada cidadão o título de ministro de assuntos inúteis. O que pretende ou aspire a população já não faz parte da agenda da governação. Angola vai copiando todos os países que caíram no fracasso económico e que lançaram suas populações nas erosões infernais. Esses optaram primeiro na teoria de dividir para melhor reinar; este Angola tem falsamente tentado sem sucesso. Depois seguiram o rumo de esbanjo económico, pilhagem sistemática coberta numas nuvens da corrupção; nisto Angola está mergulhado até sob a olhada silenciosa da comunidade internacional. Esta fase a mistura química é feita no investimento em produções de atributos venenosos. Assim Angola esquece como outros antecessores construir escolas para crianças preferindo gastar milhões nas eleições que nunca serão justas e democráticas e cujos resultados são premeditados. Mesmo sem guerras vai-se investir fortunas num exército sofisticado que só protege uma família e que não tem nada com o resto da população, isto é pilhafricanismo. O que produz o desenvolvimento duma pátria encontre o conforto nas lixeiras nos laboratórios do parlamento e da governação. Estas instituições estabelecem o mecanismo para adormecer caoticamente a população. Isto Angola já entendeu e esta praticando. Como? Angola vai aproveitar desta brecha de desleixo político que colocou no seio da juventude (alem dos herdeiros), dando-lhe mais facilidade nos passatempos. E assim que se nacionalizou como património cultural as famosas maratonas de música implementado cuidadosamente nos bairros, onde existe muito mais facilidade de obter drogas e lançar-se numa prostituição juvenil bem calculada. Queira como não Angola vai doravante investir muita fortuna construindo fábricas de bebidas alcoólicas. Esta única via vai forçar o desempregado nela mergulhar sem pensar. O eixo Angola-Brasil é uma via eficaz na comercialização da droga proveniente de América Latina. Nos bairros mais recuados de Luanda, bairros onde a elite e famílias nunca residem, onde não há luz nem água e prevalece a lei da selva tipicamente angolanizada, a juventude dança até afogar-se nos copos da kapuca/kaporoto. Como em toda África, os pais desempregados já não tem poder sobre esta juventude, dando mais já não aguentam pagar os estudos desta. Nesses bairros também a juventude é abandonada entre as mãos de novos dinossauros religiosos animados com o espírito glutinoso. O político que tanto explorou esta juventude encontrou outras formas de explorarão abandonando-a ao solto de raposos pregadores de bênções para acabar os restos de ossos mesmo sem carnes em nome da religião.

 Enquanto isto se desenvolve no terreno, os herdeiros vão estudando para exercer amanha a chefia dos actuais manda-chuvas, pais crocodilos. A juventude foi entregue a maratona e cerveja enquanto a criança acusada de feiticeira é abandonada a sorte da rua. Quem será o futuro de Angola?


Nkituavanga II

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DA ESCURIDAO PARA NASCERMOS NA CLAREZA

Angola já conheceu um grande líder visionário, que infelizmente sendo homem cometeu erros como todo o ser humano mas que teve preocupação de poder um dia reparar seus cometidos erros. Não gostaria agora classificar certas coisas pois não foi bem definido se for por engano próprio, ou por estratégia partidária ou talvez foi uma sabotagem da parte dos inimigos da pátria; esses falsos colegas da revolução com uma agenda diferente do partido, que Este acabou por basculhar noutra parte da existência onde reina o silêncio. Este homem considerado por centenas de angolanos como Pai da nação escreveu e declarou uma vez que ‘’nascemos na luta, crescemos na vitoria’’ que eu interpretaria também como ‘’nascemos no escuro e crescemos na clareza’’ porque assim também entendo a mensagem do Guia Imortal.

A luta do povo angolano não era só contra o colonialismo português mas contra todo o angolano que tinha uma mentalidade fantochada, contra os impedidores do progresso do povo africano, contra a kazukuta e corrupção. Fez-se a luta usando todo o poder que humanamente foi-nos conferido, todo poder financeiro que a economia angolana dispôs as mãos do povo, de todo material que se pode adquirir em troca ao suor e sangue dos filhos da pátria até quando o inimigo foi derrubado. Mesmo assim a luta angolana continua na consciência do angolano que não consegue reabilitar-se moralmente, visto que os parasitas internos da nomenclatura bolchevica continue desenvolver-se arruinando as estruturas da gestão administrativa do aparelho governamental. A nossa grande luta é hoje contra a corrupção estatal que infecta a mentalidade da nação de forma a expandir suas raízes as populações, aproveitando-se da sua fragilidade educacional, da sua pobreza, do tribalismo e outras sequelas herdadas do colonialismo.

Crescer na vitória não só se limitava na obtenção da independência mas visionou-se também a mudança de mentalidade, na reconstrução nacional e sobretudo a reconciliação do povo. Crescer na vitória é também desenvolver mecanismos políticos que ajudem a nação a conhecer um desenvolvimento económico e social, desde a criação duma nova dinâmica no estudo, trabalho e produção. Angola que se diz um país de próspero futuro tem andado a lentos passos mas sem direcção, uma vez a politica que é uma força de liderança perdeu a direcção, visão e até mesmo a ética. O angolano já não está crescendo na vitória até diria-se que vai caminhando as derrotas. Derrota porque dia apois dias, as esperanças do povo vão mergulhando com pânico nas turvas e violência de um serpenteado rio turbulento. Como já não se precisa armas para reordenar a caminhada deste povo, então precisa-se vozes de corajosos que podem aclamar alto o que se precisa e se necessita. Mesmo rico em termo de minerais, Angola não é um país de transformação industrial, de produção e de criação de serviços para não se pensar em inovação. A economia angolana (petrolífera) em si não é segura embora que apresenta sintomas positivos. Estes sintomas são puramente e simplesmente passageiras uma vez a economia não assenta nuns alicerces economicamente fortes (boa gestão e administração, falta de transparência e visão, ma gerência financeira, distribuição injusta, falta do patriotismo, crise na liderança, aproveitamento da mão de obra nacional etc). Um governo que se pretende e se proclama democrático que não consegue combater a corrupção não pode criar mecanismos para recuperar uma economia. E o nosso governo nunca apresentou uma energética resposta no combate a corrupção, porém é mesmo acusado pelos tenores políticos de fomentar e fortalecer as bases da corrupção. Ainda mais que os discursos a nação não trazem uma matéria capaz de incentivar, e, reforça a prova desta falta da direcção e visão. A linguagem política deste tempo já não necessita uma orneada mensagem a base literária mas precisa de transmitir coragem e sensibilidade tendo reais planos e estratégias daquilo que se pretende realmente conquistar na produção e na distribuição. Até hoje em Angola conta-se bocas que ‘’mastigam’’ porque a maioria padece com fome mesmo quando os dados estatísticos provam (irrealmente) um progresso económico. Não vai eternamente manter este povo mesmo com o seu nível de analfabetismo no obscurantismo porque diz-se ‘’a noite mesmo se for prolongado, o dia acabará por chegar’’

Não é por acaso que aparecem hoje homens com coragem de reclamar o que se necessita. Isto é natural e é uma lógica do tempo que nenhuma revolução consegue de abafar. Qualquer que seja o nosso estatuto, a nossa força, vamos se conformar com o que se deseja pois em conjunto poderemos ainda como no passado derrotar forças da injustiça. Hoje é mesmo vergonhoso, pois ontem combatemos contra toda a máquina da injustiça e hoje somos estimuladores deste sistema sistematicamente caduco. Os angolanos vão vendo claro porque não se pode camuflar eternamente informações pois até mais que se sepulta a verdade maior será a curiosidade de desenterrar o que se escondeu. A espiral da nossa história já avançou e nunca irá regredir porque a luz da consciência angolana já é iluminada. O tempo de dominar com aldrabices já passou. Enquanto pode-se ainda recuperar o tempo perdido porque não se aproveite as oportunidades dadas para corrigirmos os erros? Não é que a cronologia das histórias revolucionárias de vários povos prova-nos que nenhuma arma pode se forjar contra a vontade do povo? E qual é hoje a vontade do povo angolano? Ao este povo foi prometido o bem-estar social. Talvez também por imprudência que não se parou gabar-se diante de todos como Angola é rica e é o país de célebre futuro. Este povo vê e assiste as vantagens que se oferecem diariamente aos estrangeiros (não pretendo aqui que o angolano é contra o estrangeiro). Um povo que não consegue emprego tem contado as numerosas casas, prédios, fazendas, fabricas, contas bancárias que o dirigente do governo-estado acumula na terra para além daquilo que se lê nas rubricas de R. Marques e outros autores angolanos que uma ou duas vezes desbobinam certas verdades irreversíveis que os oportunistas ‘’escondem’’ no alem fronteira.

Enfim o angolano já não vive no obscurantismo porque já se soprou o vento da democracia. Quem não aproveita este barco, ora morre afogado, ora é lançado a beira-mar a espera do inesperado. A máquina do progresso já está movimentada, nenhum povo quer ser atrasado. Ninguém quer viver primitivamente, e isto Neto prometera aos angolanos de Cabinda ao Cunene. Ficará ultrapassado só aquele que quer se proclamar inimigo do povo. Aquele que ainda pensa que a pilhagem continuará mesmo quando o filme acabar! No contexto actual, parece-me que aqueles viciados que vieram monopolizar e apoderar-se mais tarde do MPLA já não tem propostas para endireitar a ideologia do partido pois sofrem do vírus de conflito de interesse. Esses colocaram o partido no triângulo das Bermudas e estão preparados morrer sorrindo. Isto faz com que as incessantes rotações ministeriais já antecipadamente cheiram podre.

Já se viu a luz em Angola e todos sabemos distinguir e melhor escolha fazer entre a escuridão e clareza pois nascemos na primeira e crescemos na segunda.

Nkituavanga II

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O GRITO DO LEAO

O leão como todos sabemos é o rei de animais mesmo que não existe oficialmente em nenhuma mata um reino estabelecido de animais. Esta razão mitológica só existe talvez nas fábulas e contos. Esta mesma razão tem também existido nas nossas tradições ou culturas. Só a constituição física e biológica não poderiam colocar o leão na cadeira presidencial da dinastia animal porque num estudo sobre a selecção metabólica do organismo entende-se que o leão de África não tem a mesma constituição física e energética em relação ao seu conterra de outras matas mesmo no continente e muito mais ainda em diferentes continentes. Enfim mesmo o leão cativeiro do jardim zoológico mantém ainda inapercebidamente este título.

Foi junto aos velhos durante a aprendizagem da nossa cultura que foi-me instruído sobre a existência de três (3) razões que levam o Rei da selva a rugir. O leão não é infelizmente temido por todos animais da selva porque encontre sempre dificuldades em dominar os lobos e hienas como outros animais mais inteligentes ou gigantes. Contudo o leão tem uma forte forma de aterrorizar, ameaçar e intimidar qualquer tipo de animal. Sendo o rei é o mais terrificante, o seu grito obriga todos os animais da selva a retirar-se silenciosamente as suas residências mas vejamos:

1.O leão uma vez faminto lança um grito de advertência ou o famoso hino da fome para assim convidar seus companheiros a caça. Este berro encoraje a juventude sabendo que aproxima-se a hora de almoçar mas que deve-se buscar carne fresca nos arredores. Um famintoso leão é mais perigoso e seu grito vai causando pânico entre animais nas beiras do rio ou lagoa, na floresta e até as montanhas devido a ferocidade acompanhante desta.

Qualquer que seja o grau da apetitosa fome do rei, todos animais não recuperem imediatamente suas tocas, cantos e ninhos. Uns são tão diminutivos e insignificativos como insectos que não importaria ao rei da sela devorar. Também sabe-se que alguns corajosos tentar recuperar a todo o custo o que foi pelos leões caçados. Eis a razão que grupos de lobos e hienas fiquem espreitando até mesmo por certos leões a debanda. Uns pássaros teimosos alimentem-se até de piolhos do corpo do leão. Afinal o leão também duma forma a outra tem tido medo! E qualquer como, precisa de alguém!

2.O macho normalmente joga a preguiçosa porque cabe a fêmea maior responsabilidade de caçar. Assim o macho e jovens aproveitem o tempo de descanso prolongado na frescura do solo. Logo que acordem, o rei grita vaidosamente para esticar seus músculos, abrindo ao máximo o seu focinho numa contracção muscular que permite uma circulação da energia em todo o corpo e assim liberta-se ao cansaço.

Qualquer que seja o grau da sua vaidade, muitos animais de grande tamanho e em rebanho não desistem as suas actividades mas concentrem-se mais vigiando os pequenos para não se afastarem do grupo. Assim poderão controlar e proteger-lhes perante quaisquer ameaços. O grupo de elefantes, gorilas, búfalos até pequenos grupos de leopardos, tigres e curiosos macacos ficam deambulando no terreno.

3.Para além da fome e cansaço o leão tem também rugido só por questão de vaidade. Ele sabe que é o rei da selva mesmo que não merece-lo. A sua candidatura a cadeira imperial é natalícia porque no reino da selva só se vive na ditadura e que as eleições já foram banidas. A sua mania é ser super consciente que é o único candidato natural e insubstituível no trono da selva. Seus pequenos ajudem-lhe manter a ferro a sua liderança mas os mesmos fazem e desfazem sob a silenciosa observação do rei e da comunidade internacional. O leão é sempre destronado pelo outro leão, por isso o rei nem acaba de envelhecer na casa de repouso pois muitas vezes é expulso do grupo, ou abandona com vergonha o grupo preferindo viver longe e fora da humilhação.

Como o resto de animais, o LEAO nunca vive eternamente!


Nkituavanga II

terça-feira, 30 de novembro de 2010

DICAS - NOVEMBRO

‘’ É que hoje olha-se para os partidos como via para alcançar um estatuto económico’’ LOPO DO NASCIMENTO, Antigo primeiro-ministro.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ANGOLA UMA POBREZA NA RIQUEZA

É que Angola é um país que tem aproximativamente 15 milhões de cidadãos distribuidos em dezoito provincias, com uma densidade populacional de 14 habitantes por km². Na geopolítica, Angola ocupa hoje um espaço destacado nos assuntos africanos especialmente na região centro-austral, onde tem participado no estabelecimento da paz subcontinental e noutros programas regionais. Angola que já produz mais que 2 milhões de barris de petróleo por dia é a primeira produtora continental, efetivo membro da OPEP. Angola é militariamente e economicamente uma potência regional, embora que tem falhado seus objectivos políticos, na marcha da democracia e nos respeitos de direitos humanos mas tem sido uma força na SADC.

Nesta continuidade do período da crise económica, Angola ainda tem uma economia nacional resistente que continue emergente devido a massiva produção petrolífera e diamantífera que predominam a economia nacional. O país tem uma reserva económica de 18.9 mil milhões de dólares com um crescimento de 15.6 por centos e um propduto interno bruto (PIB) de 6.413,3 trilhões de kwanzas. Pode-se prolongar a lista numérica de dados económicos de Angola. Estes dados tem uma aplicação prática que deveria beneficiar em alguma forma cada cidadão angolano. Estes factos estatísticos são reais probabilidades uma vez que as operações científicas provam a coesão da metodeologia em uso. Portanto os factores históricos, a experiência que se vive neste solo demostra uma realidade muito deceptiva.

Não vai-se falar baixinha porque não é segredo que Angola é um riquíssimo país (só do pouco que se explore). As estatísticas de várias instituições internacionais comprovam a realidade desta potência económica: produção, rendimento, novas descubertas e o poderio financeiro de alguns membros da sociedade político-empresariada. A situação do angolano em geral é mesmo preocupante, e esta preocupação é geral. Vejamos que ela existe entre os políticos da oposição e de organizações caritativas. Há mesmo preocupação entre os membros do partido-governo sobretudo os que fizeram a história do movimento e que contribuiram para que este movimento chegasse a altura e consideração que goza. Há preocupação entre os membros da nova ideologia democratícamente progressiva. Os médicos, professores e outros intelectuais que deveriam constituir a classe media estão preocupados. Esta preocupação vai ganhando terreno entre os estudantes, trabalhadores, desempregados até as quitandeiras. Esta preocupação tem prenetrado as ruas de Luanda, os mercados são poluídos pela preocupação, que está afetando mesmo a linguagem do povo. A preocupação está inventando novos vocabulários populares etc...Talvez só diretores e militares (oficiais) que negam com hipocrisia preocupar-se mesmo observando suas familias padecer com sofrimentos. Portanto há também alguns elementos da oposição que estão mais preocupados pela demorra das oportunidades para desviar os frutos da nação. Angola tem umas classes sociais com caracteristica jactanciosa; constituidas pelos riquíssimos e pobretões, sem uma classe média.
Preocupa-se porque o país é rico mas vive-se miserávelmente enquanto alguém vai aglomerando e acumulando riquezas. O angolano é hoje conhecido no mundo como rico portanto as crianças continuam a morrer por falta de comida. Má nutrição é uma doença presente entre as 18 provincias da nação com graves casos em Cunene. Não se explica como este povo sofre quando o país está angariando infinitas riquezas. Para Angola diria-se que está economicamente no período da vaca gorda mas tem uma população assolada pelo sofrimento, por isto diz-se que a pobreza também tem a nacionalidade angolana. Constroe-se casas (moeda electoral) mais belas em Angola e as mais caras são vendidas em Luanda. Produz-se petróleo de alta qualidade e que se vende à alto preço. A preocupação geral é que se hoje (deduz-se) Angola é rica e tem uma população miserável, que vive numa pobreza em baixo de 1 USD/habitante. A mesma pátria tem elementos multi-milionários, conhecidos entre barrões do mundo. Os tenores do jornalismo investigatório continuam demonstrando com provas indiscutíveis como a classe elite tem acumulado vultos somas em reservas no estrangeiro. Se hoje vive-se uma autêntica pobreza, quando diz-se que somos ricos, como será quando não teremos um rendimento saudável? Quando um dia sermos afectados pela crise económica, o que seria do angolano?

Ainda não se conseguiu até hoje recolocar o nível da vida nas comunas, nas aldeias ao nível que o colonialista deixara. Mesmo a nível de províncias, a condição de vida ainda não é comparativa a da capital. Há paz no território nacional mas vive-se nas comunas de tal forma que no período da guerra em termo de consumação alimentícia, vestimentária e médica.

Hoje por falta da transparência económica a corrupção vai crescendo numa velocidade vertiginosa. A pillagem já não é sistemática pois o grupo afecto ao circuito da influência já se desfez. A pilhagem já tem outra forma de saque pois já não existe mecanismo de controlo. Os políticos são mais concentrados na aglomeração da riqueza dos herdeiros políticos uma vez o país basculha-se duma Republica a uma autentica cléptocracia. Agora cada um exerce a sua influência de forma isolada e coloque a sua coragem ao serviço para continuar a ‘’cartar’’ no poço financeiro da nação sem impedimentos. Angola tem ainda grande influência de manter a comunidade internacional calada uma vez consegue ‘’gazosar-lhe’’ A entrada de angolanos na lista dos milionários africanos é mesmo assustadora.

Nkituavanga II

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

VELHO PAULO TRINTA E CINCO

Mais um 11, onze de Novembro como se dizia na minha buala; mais um ano do aniversario do nosso povo desde que se libertou do jugo colonial. Este 11 de Novembro é em Angola um dia de honra ou de homenagem? Pergunta esta que não consigo responder e que gostaria alguém respondesse porque a lógica da minha percepção oferece-me uma definição fora do normal.

Nesta data, só me lembro mais do nosso falecido velho Paulo trinta e cinco (35). Quando se fala do velho Trinta e cinco no seio do meu povo, nas aldeias do Béu pensa-se então do kibanga. Pensa-se daquelas conversas quentes das noites aos arredores do fogo onde se contava quase de tudo. As conversas do kibanga eram animadas com umas gratinhocas de jingubas, milhos com café kabiba (cafe sem acucar) etc, No kibanga (komba) muitas pessoas foram alcunhadas em relação aos tipos de conversas que produziam ou talvez devido eventos dramáticos que foram sujeitos.

O velho Paulo foi um digno combatente angolano na tropa portuguesa em Macau. Avo 35 elogiava-se da sua representação neste exército do colono, cujo muitos jovens angolanos foram forçados de prestar serviços desde 1935 nesta pequena ilhota da Ásia, colonizada na altura pelo salazarismo. 1935 era a conversa habitual do dia-a-dia do velho Paulo. Assim foi apelido por ‘’35’’ até a sua morte. Hoje Angola completa 35 anos como nação, e, eu pensei muito neste meu velho 35 e as historietas da ilha Macau que contava-nos naquele kibanga onde se devorava ''pratos'' de wangila (geri-geri), mbonde (calulo selvagem) e outros conforme diferentes estacões agrícolas do ano.

Nesta altura ainda pensa-se daqueles angolanos que vivem miseravelmente nas ilhas de São Tomé onde foram reportados pelo regime salazarista. Ainda há angolanos que vivem as consequências do racismo em Brasil, e que gostariam logo a primeira oportunidade voltar as terras mães de Angola. Enquanto muitos festejam hoje o boum económico de Angola e outros esquematizam o regresso de compatriotas da diáspora ou talvez da Zâmbia ou RDC mas ignoram totalmente os gritos daqueles moribundos em São Tome, Brasil e outras partes onde as esperanças vão sumindo com uma velocidade quase triplicada daqueles que em Angola com migalhas ainda vivem. Que a memoria do velho 35 repousa em paz enquanto nos vamos tolerar 35 anos de terríveis gritos.

Completou Angola 35 anos…


Nkituavanga II

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

LUPA BIBLICA: A ALEGRIA DA VERDADE

Para a sua sobrevivência, o homem é obrigado a combater a natureza de forma a domina-la e assim vai posteriormente transformando-a. Neste processo o homem deve organizar-se para produzir o necessário e os imperativos para criar o que se chama o bem-estar social. Uma vez esta preocupação ocupa um espaço na sua consciência, o homem sai do egoísmo humano para tornar-se autêntico humanista. Quando se inclina sobre o humanismo, vê-se a capacidade organizativa de um grupo de homens que trabalha por um objectivo comum. Este grupo de homens pode viver numa mesma civilização, na mesma etnia ou que seja, mas compartilha um ideal e forma uma sociedade mesmo vivendo em diferente espaço territorial.

Como sabe-se que o homem deste século necessita as condições básicas ou primárias a sua volta para poder dar ou contribuir o melhor de si e também receber em troca o multiplicado produto do suor investido. O trabalho do homem só poderá influenciar a sociedade uma vez que haja desenvolvimento de meios de produção, das infrastruturas, da ciência e tecnologia, das condições sócio-morais etc.

As relações sociais desempenham uma função decisiva pois o sucesso de cada sociedade depende do relacionamento positivo entre os elementos que constituem a mesma sociedade e sobretudo entre dirigentes e dirigidos. Por isso elabora-se uma ideologia que vai definir as concretas estratégias com directivas que garantem o sucesso, seguindo o planificado. As concorrências/competições formam uma parte que ajuda o crescimento tanto moral como material. Isto é o que na política se chama oposição. A oposição existe porque em toda sociedade existe o que chamamos lei filosófica da negação.

A concretização de qualquer plano nunca foi fácil, e não se materialize num curto prazo como muitas vezes se pretende. Tudo isso exige investimentos e sacrifícios tanto colectivos como individuais. Só que a visão ou ideal não é, nunca deve-se manter como segredo de um determinado grupo de dirigentes que domina-la perfeitamente usando outros, que trabalham sem conhecimento da causa. Esta falta de mecanismo de comunicação vai causando conflitos dentro do sistema organizativo; mesmo se as intenções forem positivas. Uma visão bem esclarecida é sempre facilmente bem empregue.

Prov 12:25
A solicitude no coração do homem o abate, mas uma boa palavra o alegra.

A responsabilidade da classe dirigente é de aglomerar condições favoráveis ao homem para melhor manufacturar. Essas condições não devem ser unicamente materiais quando se considera o homem como parte beneficiária do sucesso da mesma sociedade. Porque no desenvolvimento duma sociedade não se conta só as condições de um limitado grupo de elementos. Os resultados obtidos na produção, baseados na contribuição das condições materiais devem ser antecipados pela contribuição das condições morais disponíveis para o homem na produção e na vida em geral.

Muitas vezes o responsável político ou económico pensa erradamente e como corruptamente que as condições materiais a volta do homem podem manter-lhe sossegado e concentrado a produção. O conhecimento da visão é sempre necessário ao homem que trabalha para o seu cumprimento. Este vai constituir como elemento estimulador para o sucesso. Isto em relação a uma sociedade produtora mas quanto a sociedade como grupo de indivíduos que compartilha o mesmo ideal, que procure em conjunto um desenvolvimento socioeconómico e o bem-estar social a transição correcta da informação tem um papel assim decisivo.

Para uma nação, devemos sempre realizar que os discursos que concernem o estado da nação são importantíssimos, uma vez são elementos estimuladores e estipulativos. Sabe-se que nas condições primárias para a vida normal do homem (trabalho, estudo, alojamento, salário compatível, alimentação) adiciona-se o direito a boa saúde, direito ou liberdade a palavra, direito a informação, direito a família e paz. Para estes efeitos, o homem precisa duma boa palavra. Pela boa palavra entende-se a verdade. A verdade é uma virtude que traz a semente do amor, da paz, liberdade e justiça, porque a verdade tem um elemento purificador na sua composição. Uma vez soubemos que os nossos planos são bons e que as nossas intenções são positivas não vejo como esconder a verdade quando procura-se atingir o progresso. Não é que a boa passagem de informação aniquila especulações, polémicas e futilidades?

Uma boa informação ou uma informação verídica apazigua o coração do homem e cria alicerces da confiança. A boa palavra traz alegria mesmo no momento da fome, uma vez temos informação do que segue-se e ficamos preparado a enfrentar o que o futuro vai trazendo. Tradicionalmente para o africano diz-se que ‘’a boa palavra do chefe paga’’. A mentira ou manipulação não passa mais do que a ‘’cauda do macaco’’.


Nkituavanga
Out2010/002

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O RECRUTAMENTO LEGALISTICO NO RANKING DO GOVERNO

O que realmente se passa em Angola é mesmo fotocópia daquilo que se passa em quase toda a África onde reina o tribalismo, amiguismo e cambalacho de alto nível, onde a liderança é um atributo vitalício para um determinado círculo fechado de famílias com o mesmo denominador comum. Famílias estas que têm a visão de devorar os mais fracos, alimentando-se parasitariamente com o suor da maioria esmagado com o sol, que consume suas energias nas ruas, nos postos de serviços e nas suas empobrecidas residências.

Observando o mapa económico de Angola pergunta-se a sua consciência; se na realidade angolana Deus é mesmo pobre? Se Deus não for pobre então será Angola pobre? E finalmente se Angola não é pobre, diria-se que o governo é pobre! Relaciono estas perguntas ao recurso humano porque sou daqueles que acreditem que o angolano foi por Deus criado e Angola recebeu Deste toda riqueza tanto humana como mineral. Falando da riqueza angolana eu não gostaria de referir-me naquilo que é inexplorado ou que não foi ainda descoberto. Fala-se simplesmente daquilo que esta nação já produz: produto e serviço mas também da capacidade financeira que se transacta legalmente entre angolanos e o resto do mundo. Sem ainda contar os 60% de tudo que evaporem na ilegalidade: roubo, nacionalização privada, privatização familiar, distribuição ilegalmente legalizada, candonga estatal.

Sim, sabe-se que em Angola ainda vive uma população oficialmente forçada ao desemprego. Esta população sem recurso encontre refúgio no entrepreneurship em qualquer mercado que garante o pão ‘’em cima da mesa’’. Estas iniciativas não são encorajadas, uma vez estão estabelecidos nas normas ilegais ou contrarias as recomendações governamentais. Paradoxalmente os efectivos do próprio governo não obedecem as regras que gerem a lei económica, jogando ‘’o duro’’ e até desprezando o seu humilde povo.

Teatro de recrutamento vicioso

Entende-se que estaticamente a repartição de quadros no espaço territorial não é suficiente, por consequência não se deposite ainda confiança ao quadro angolano formado tanto no país como no exterior. Talvez diria que o quadro nacional não tem brechas para colmatar oficialmente a vaga desejada uma vez não tem elos da conexão ao executivo. Este desleixo ao quadro nacional reflecte uma imagem que impede outros quadros de voltar as terras. Por enquanto vê-se que em mais de 30 anos Angola continua usando o mesmo método empírico de recrutamento sem que haja inovação.

O sistema de recrutamento do pessoal tecnocrático vai dando prioridade aos aspectos (i)morais do que tecnocientífico. Esses aspectos morais também não se baseiam no positivismo uma vez assenta-se na cunha, amiguismo/corrupção. Estas anomalias já foram atribuídas lugares dentro do positivismo e fazem parte duma nova ética puramente angolana.

O legalismo no sistema de recrutamento é tipicamente nacionalizado até ao nível mais alto da hierarquia. Assim não se assuste quando as exonerações e nomeações circundam a volta das mesmas figuras. Eu acredito pouco que aqueles que ontem arruinaram podem num futuro próximo benfeitorizar quanto o mecanismo funcional do aparelho não alterou. Dali que surgem as perguntas acima citadas. Como pode-se explicar por exemplo um incapacitado ministro que foi exonerado na defesa poderá dar o melhor de si no Interior ou na agricultura? Mas na realidade angolana vive-se uma rotativa das mesmas pessoas que ontem foram afastadas/exoneradas por negligências, incapacidades, incumprimentos etc. ocupando as cargas importantíssimas sem que fossem recuperadas através formações/estágios. Não se pode justificar como um falhado na cultura venha um dia ocupar o cargo da educação! Estes aspectos estão na base de falhas contínuas, de nominações e exonerações inesperadas. Este teatro vai causando graves vestígios em todas estruturas onde os nomeados nunca têm tempo de preparar-se porque fiquem três meses, entre o tempo da nomeação e da exoneração, nas operações sem puder exprimir-se profissionalmente. Pela experiencia estes emblemáticos já não produzem pois já perderam a potencia de criatividade e não tem outras fontes de inspiração por falta de controlo, concorrência e elementos exemplares aos arredores mas também por excesso de estímulos (mesmo sem labutar).

Até quando vai-se apostar nos quadros que temos? Esses que foram formados a trinta anos estão envelhecendo sem que o sistema deposite neles a confiança como ‘’qualquer pai dê aos seus filhos’’. O quadro nacional é frustrado porque as ambiciosas esperanças já envelheceram e não tem o relógio a espera. Os sonhos da maioria padeceram prematuramente só porque não tiveram relações familiares com o governo ou no círculo da influência. Dai que se aplique injustamente em reverso ‘’o filho da cobra é cobra’’

Se um ministro/embaixador exonerado de manha pode-se encontrar a tarde numa praia é porque não tem preocupação, arrependimento até ‘’mandem lixar’’ porque todo fat boy é consciente que já existe uma vaga reservada com antecipação para ocupar brevemente. Será que o sistema já apodrecera e não temos coragem de conceder ou então estamos caducos e não conseguimos adaptar-se do sistema? Nesse caso porque o ano da formação de quadros? E/mas até quando o ano de enriquecimento pessoal?

O recrutamento de quadros do topo da hierarquia governamental (secretariado de estado, ministro, governador, embaixador, directores de grandes empresas) é feito dentro de um circuito restrito de homens pertencente a uma elite (divinamente e) selectivamente auto-proclamada. Neste circuito só se realize permutações de piões, tendo um eixo que coordena as mudanças. Inexplicadamente o turbinado eixo ferruginoso de Angola ficou danificado. A realidade angolana prova que a exonerações e nomeações formam uma correlação composta nas estruturas da liderança por isso não pode se separar já que esta última segue logo a primeira depois de um breve espaço já determinado. O novo sangue que A. Neto profetizara injectar no aparelho do governo-estado jamais acontecerá, mas a substituição hereditária entre os pais e filhos vai-se interligar numa rectilínea ideológica dentro da luxuosa concha da nomenclatura governamental.

Ate áqui os resultados de várias substituições nunca propulsionaram a economia do povo num movimento em progresso pois corrompeu o núcleo principal da consciência angolana dando origem a uma incontrolável corrupção que vai alimentando sonhos de dinossauros políticos e crocodilos económicos. Não se vai negar os elogios da nossa economia tão emergente que se ''marketise'' por ai enquanto a miséria prevalece e a pobreza persiste.

A lei da negação entre o velho e o novo tem uma definição diferente na lógica filosófica de Angola porque o velho nunca se afaste cedendo lugar ao novo. O novo envelhece sem percorrer o tempo angolano.


Nkituavanga II
Out2010/03

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

POESIA: TOCOU O MEU SINO

Descansaria folgadamente na minha bacia
Aquecida pelos seios da pequena turbina
Rispidamente soou o comboio em fuga
De relâmpago escorreguei as escadas da minha toca

Subitamente abri a porta sem ver a sua sombra
Onde passou aquela que tocou a minha campainha
Sinto o seu calor, perfume sem ver meu futuro
Quem arrastou a minha esperança e roubou o meu tesouro

Minha picotada bacia cheira amargura
Tenho agora ouvidos atentos e olhos revoltosos
Já não durmo sem ver aquela que tocou a minha campainha
Desconheço o cansaço mesmo o aquecedor congela-me
Espero pelo meu futuro, o hino da minha liberdade

Foi uma bênção conhecer as promessas, nelas postulei
Fiquei esperando pela direcção do seu surgimento
Alertado fui da sua visita, esperei com confiança espreitando ruelas
tocaste a campainha da minha alma e cantaste o hino de meu ser
Meu ministério, meu investimento nos meus empobrecidos arredores
És as bênções da minha existência

terça-feira, 28 de setembro de 2010

DICAS - SETEMBRO

’A concretização do nosso bem-estar depende do nosso trabalho, do nosso esforço e do nosso sacrifício’’ - MANUEL JUNIOR, Ministro de Estado e da Coordenação Económica

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

BEU EM LUTO

Faleceu ontém (24 de Setembro) no hospital militar de Luanda o nosso querido irmão, amigo Eng. DAVID PATU. Esta inesperada notícia vai arrastar as esperanças de muitos filhos de Béu nas águas turvas uma vez, ela surge uma semana depois de perdermos o querido irmão Eng. R. Nkutuala. Seus pais (Papa Senga-Senga e Mama Nzanza, no Mpombo) dedicaram suas vidas servindo na Igreja IEBA, onde o próprio David também foi corista da Luz do Mundo.

Mano David era um amigo pessoal da infância. Ele estudou connosco na escola primária EBBF/Kisenso onde era muito conhecido por ‘’Petit Poussin’’. David foi meu colega da turma no Béu onde fomos preparados pelos brilhantíssimos professores António Quiala e Jorge Dukulo. Passou também pela mesma turma comigo na Escola preparatória do Uíge antes de instalar-se em Luanda.

Em Luanda, David não só estudou connosco no Kiluanji mas também foi o nosso grande capitão da equipa de futebol (Triangulo Vermelho) que conquistara em 1979-81 as taças da Promoção, Municipal e Provincial por Serie de Luanda. Este capitão de grande coração representou também o desportivo da Gabela. Mano David era um meio campista muito tecnicista que sempre jogou com dedicação pois soube como acarinhar a bola com mágicos toques. Ainda me lembro daquele jogo que fizemos numa noite no estádio do São Paulo derrotando a Construção do Zombo por 5-1. Como foi num período de provas escolares/exames, Mano David (e Avelino Mabele) preferiu perder suas provas para representar a camisola No 8 que com dignidade portava.

Nos últimos dias da sua vida tive a oportunidade de estar ao seu lado. Mano David era técnico superior do ministério da geologia e minas. Depois de servir nas fileiras militares, completou bravamente o curso da geologia na Universidade A.Neto com altos méritos. Como se fosse ontem, ainda me lembro das suas palavras, dizendo: Ô puto! é mesmo pelas graças do Senhor que me encontro consigo, porque desde que fui promovido no serviço, a minha saúde degradou e a medicina não consegue descobrir o problema’’. Este grito de desamparo não foi só do meu amigo David mas também de muitos outros que embora posicionados vivem com medo, ameaços de colegas de serviços. Hoje as fontes inoficiosas declaram que o David foi envenenado. Que dizer? Que fazer? E o que acreditar?

A verdade é que os jogadores, cantores, engenheiros morrem como os generais e ministros também. Vamos todos um dia morrer, cada um na sua vez, no seu tempo e duma forma diferente. Ele deixa aos filhos uma educação inabalável pelo facto que foi disciplinado, exemplar, inteligente, justo e lógico

As minhas condolências a família enlutada.
Que a memoria do David repousa em paz!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

LUPA BIBLICA: O RESPEITO DA LEI

Como sempre tem-se definido a lei como um conjunto de medidas jurídicas que regula a marcha progressiva do homem na sociedade. A lei é um despertador e regulador da consciência do homem, que o interpela a fazer o bem e evitar assim o mal, convidando este a organizar-se para não só desenvolver a sua vida mas pensando nos próximos, ou sociedade/universo.

Diz-se que a lei existe para ser desrespeitada. Esta realidade não é objectiva a todos e não constitui uma lógica aos que têm sabedoria. A interpretação da lei nesta óptica tem encorajado muitos homens na posição de autoridade de formular leis com intenções injustas. No conteúdo da lei geralmente existe os direitos e deveres para cada componente da sociedade por isso a lei estimula os eficientes com reconhecimentos enquanto os malfeitores são punidos conforme o que esta lei estipula.

O homem só não respeita a lei inconscientemente, isto é através um intuito ou reacção estrangeira estimulada pelo egoísmo, selvagismo, ou falta de controlo. A desinformação ou falta de educação e a colecção de informações erradas podem ser causas de desrespeito a lei. Existem aqueles que ocupam posições tanto individuais com familiares ou pertencem a uma sociedade de elites, que funciona em cima da lei. Estes têm o monopólio e o controlo do poder e de todos os instrumentos jurídicos que manipulam a lei e as forças que protegem-na.

Prov 28:9
O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.

No seio duma comunidade ou um grupo de pessoas que pretendem viver de forma organizada e disciplinada tendo um objectivo de desenvolvimento social, económico, político e cultural a obediência a lei é muito imperativo e decisivo. Neste, o estabelecimento da lei deve-se repousar nos alicerces da justiça valorizando todos os componentes da sociedade com igualdade. Isto exige a independência e neutralidade das instituições que fazem a lei. Esta neutralidade deve ser individual como corporativo para formar uma sociedade equilibrada.

Quando a lei é mal aplicada cria-se a injustiça na sociedade. A injustiça por sua vez vai causando danos morais como físicas dando nascimento as revoltas, prisões arbitrárias, manifestações, e novas formas da gestão política como exclusão social, divisões de classes, ditadura, corrupção mas também outras formas de comportamento nocivo como vandalismo, crimes, kazukuta, candonga, recalcitração, anarquia etc. O sofrimento físico imposto pela injustiça altera o comportamento moral do povo: alienação fanaticamente mental para a minoria e amargura para a maioria. Os que não tem coragem de reclamar publicamente vão recuar nos escondidos para chorar com dores. Estes choros podem transcender-se a forma de orações. O choro do povo vai afectando sempre o metabolismo operacional de líderes da nação.

Vejamos o nosso concreto: na realidade a nossa lei não é assim respeitada embora que haja toda a máquina repressiva para fazer cumpri-la. A lei não é respeitada primeiro porque aqueles que inventam as leis os fazem numa consciência corruptiva procurando beneficiar certas pessoas, indivíduos ou grupo determinado de elementos. A lei não é respeitada porque existe uma elite que ainda funciona fora da lei e em cima da lei. O nosso povo, que já entende certas coisas tem muita dificuldade de obedecer a lei porque tem uma visão sobre as intenções empreguem na promulgação desta lei. A nossa lei favorece ao estado enquanto o nosso estado já não é o povo mas um número limitado de homens que regozijam-se com o estatuto de intocáveis. Nela existem cláusulas da injustiça que prejudicam indiscretamente o povo.

Será os choros/oração do nosso povo abominável? Acredito pouco porque o nosso povo foi exposto e forçado a respeitar o que é corruptível. Esta lei preparada a funcionar parcialmente para uns e completamente aos outros não tem uma bênção divina já que não foi construída nas bases da verdade e justiça. Pelo contrário os convites do governo coloquem o povo numa posição sem escolha, onde o desrespeito já foi premeditadamente estabelecido. Até encontramo-nos numa posição onde o próprio governo é que desvia seus ouvidos a lei, por isso seus planos são muitas vezes abomináveis. O governo é uma instituição autoritariamente divina (originalidade) que nos deveríamos respeitar.

A lei na justiça faz com que o povo ouça e suporte o seu governo mas a injustiça vai distanciá-lo da sua liderança. Portanto sem a justa lei não pode haver remodelação da mentalidade e a boa mentalidade é a nossa grande ‘’quebra-cabeças’’ no continente.

Nkituavanga II
Setembro 2010/003

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

OS RIDICULOS MACAQUICES

Não sou um cientista para debater um ponto de visto bem arquitectado há séculos pelos famosos desta arte que o mundo aceitou, acreditou e que ao mesmo tempo foi-lhe incutido. Não sou fomentador de controversas para desafiar cegamente aquilo que os altos estudos tem aprovado. Que fazer? Vivemos numa democracia onde cada tem direito a palavra e espaço de declarar o que acha, mesmo se for errado aceita-se as divergências de ideias. Sendo homem com certas capacidades, revejo-me na posição de observar coisas que me rodeiam, mesmo sem querer pois não vivo numa gaiola isolada de tudo e em tudo. Ainda mais cresci no seio duma sociedade, onde os velhos mesmo limitados estudaram certos objectos, animais e grupos de homens usando métodos empíricos para compreender algo. Assim no meu Béu estudou-se por curiosidade as actividades de macacos.

Curiosamente entendo a minha escolha deste estudo mudo, que tanto mal como vá que não vai, foi transmitido duma geração a outra até hoje em dia. Quem talvez nunca teve oportunidade de descobrir meu povo lá no fundo da região norte de Angola saiba que no Béu dedica-se muito a agricultura, raramente a pesca que é uma actividade mais praticada pelas donas e a caça que se praticava semanalmente em colectividade ou individualmente dia por dia. Também gostaria de partilhar com a nossa juventude aquilo que por falta em Angola de um jardim zoológico, Quissama não oferece.

Na caça colectiva que chama-se makonde temos tido velhos com mais experiencia: que dominam a geografia cadastral das matas, com capacidade de ler os sinais do clima, o comportamento de animais mas também que tenham dominância sobre cães e sabedoria sobre a caça. Esses velhos são chamados de nganga mbwa que significaria deuses de cães ou sábios de cães mas propriamente mestres de cães. Como é sempre imperativo para qualquer caçador de compreender os hábitos de animais porque a caça é um jogo de ‘’esconder-achar’’ simplesmente com arma na mão.

O macaco sendo primata no mesmo grupo com o homem, não só apresenta muitas similaridades com este mas é também sujeito de debates incessantes e interessantes. Sou um daqueles que não consideram o homem de animal e não tão pouco que é produto duma evolução do macaco, embora que tenham células e funções iguais como mamíferos. O que encoraja-me debater este ponto de visto é porque vejamos como o dicionário explique: Primatas ou primates (subst. Masc. Plu) família de mamíferos que compreende o homem e os animais que mais semelhança tem com ele. Baseando-se nesta definição posso sugerir que os macacos não são os únicos animais que compreendem o homem portanto todos animais não são primatas. Ultimamente Paul, o polvo alemão adoptado na Inglaterra fez melhor que o homem/ciência na escolha das equipas vencedores nos jogos de futebol mundial na África do Sul. Felizmente hoje a ciência não argumenta-lo, porque os actuais macacos já não evolvem para homens. Agora talvez já se acredite que o polvo é mais inteligente que o homem-macaco, só porque é capaz de ganhar uma lotaria.

Recentemente um cão duma unidade policial na Inglaterra foi excluído dos serviços policiais porque foi provado que este operava com intenções raciais. Se a ciência pode provar que animais têm tendências ou inclinações raciais, porque já foi-se também provado a mesma em relação a um cavalo da polícia. Nestes, eu tenho perguntando-me ultimamente se não é possível que um dia haja também um cão ou um macaco tribalista em Angola. Esta pergunta é a inspiração da minha escolha aos macacos do Béu ou mesmo de Angola para que amanha alguém considere-me de tribalista/nacionalista.

Os macacos têm grupos laborais como grupos familiares. Macacos vivem em determinadas zonas e dividem-se territórios florestais. Existem vários ou diferentes tipos de primatas como gorilas, chimpanzés, orangutas, babuínos etc assim como há africanos, europeus, angolanos, brasileiros, bakongo, nganguelas, brancos, mulatos etc. Encontre-se macacos no Béu como no Cuilo ou Sakadika mas também em diferentes zonas de Angola como em Cabinda, Lundas, Moxico etc. e estes podem se distinguir conforme as zonas residências. Entendo que é muito mais fácil para um chimpanzé adoptar um outro chimpanzé de que adoptar um babuíno mas também não entendo como o homem nega autenticamente coabitar com seu conterrâneo, seu adversário político.

O comportamento do macaco atrai a curiosidade do homem visto a sua aproximação biológica ao homem mas também a sua adaptação em trabalho e organização. O macaco tem uma família própria que não consegue manter definitivamente como um homem normal porque suas relações familiares podem entre si mudar ou cessar. Assim a filha pode um dia ser mulher; o que aos homens seria incesto. O macaco não conhece incesto, poligamia, adultério ou seja casamento. Melhor que o homem, ainda não foi detectado aos macacos um comportamento homossexual ou de pedofilia.

Na comunidade de macacos há sempre um velho na liderança, tendo sabedoria e força de batalhar. Este tem a responsabilidade de proteger a família e a comunidade. Ele investigue os terrenos para encontrar novas residências onde abundam produtos alimentícios. Em casos de ataques ele organiza o grupo e procure maneiras para defender a comunidade. O macaco velho também tem a responsabilidade de encorajar o processo de procriação, por isso em muitos casos este velho aglomera dentro do grupo mais mulheres que outros, jogando o papel semelhante a um ditador. O experiente velho vai com o tempo perdendo suas capacidades tanto físicas como raciocinais. Uma vez neste estado, os imperativos da comunidade exigem uma mudança natural na direcção. Os nossos velhos aconselharam-nos sempre pondo acento no comportamento misterioso de um envelhecido macaco.

Um macaco velho apresenta sempre um comportamento cheio de intrigues. Primeiro, ele sente-se um pouco ultrapassado e começa a desenvolver dentro de si um procedimento invejoso. Ele olha sempre a rapaziada ou a juventude com olhos de desconfiança. Ele mete sempre em prática uma estratégia comunista da guerra fria, vendo aos jovens como possíveis sucessores no comando do governo da comunidade. Ele fica animado de ira contra estes jovens porque vê neles sucessores na hierarquia familiar, isto implica que ele será posto fora do jogo, perdendo assim toda influência perante as belas mulheres. Este comportamento vai causando transtornos na sua consciência que vai mudando suas acções. A sua mudança vai deixar escapar cargas de desespero ou de instabilidade, por isso vai preferindo intimidações contra os mais fracos.

Um macaco velho no processo de ultrapassagem inventa asneiras, armadilha outros com objectivo de ridiculizar-lhes ou de minimizar-lhes. Como o macaco é um ser irracional vai empregar estratégias obscuras, fazendo campanhas destrutivas contra os machos do grupo. Ele acusa constantemente e falsamente os outros mesmo em assuntos desnecessários. Como a velhice impede-lhe uma movimentação ajustada, então vai repousando com cansaço e vai ganhando peso. Com uma locomoção lenta, as suas técnicas de balançar-se entre diferentes árvores sofrem uma queda em qualidades. Uma vez nesta posição, perde também a capacidade de alimentar os mais pequenos com as melhores frutas da área. Geralmente para se defender continuamente contra este montante juventude, já que não será possível fazê-lo fisicamente vai promulgar decretos para limitar a capacidade observadora e analista desta. Quer dizer, aplica uma técnica para cegar o resto de machos e jovens, fofocando contra este ou aquele. Ele vai contando até aos jovens que esta mulher é sexualmente humedecida só para diminuir a curiosidade destes. Este vai acusando até de forma mais obtusa que este ou tal árvore não produz bons frutos, só para impedir os jovens recolher as frutas da árvore que desconseguiu trepar, e qual coloque a nu a sua incapacidade física.

Um velho macaco já não se lembra do tempo porque vive numa prolongada fantasia onde as agulhas do relógio estão sem alma. Ele projecta sempre o atrazmente no futuramente esquecendo a única verdade: que o homem nasce, cresce, produz e morre. Ele se auto-proclama Sese Seko (homem eternal) negando mesmo a cor (branca) dos seus cabelos dizendo que é fashion. Ele desafia a lógica do fatalismo social de que Mobutu já não vive, que Bongo já morreu, que a riqueza de Marcos ficou nos bancos suíços sem que a família recuperasse migas. Muitas vezes é sempre um pequeno incógnito (de ontem) que vai se concentrar uns dias numa mata da vizinhança que voltará decisivo e por fim ao reinado do velho teimoso macacão. O macaco velho nunca abandona seu posto mesmo cego, fique até que alguém tire-lhe o poder a força. Ele raramente foge mas prefere ser morto numa confrontação física.

O que mais fascina-me nestas lições ou comportamento de macacos velhos, é como um irracional torna-se cego pelo sabor do poder e como pela teimosia do poder aceita de morrer quando tem possibilidade de retirar-se livremente num terreno para viver em paz os últimos dias da vida. O que me cativa é a nova capacidade irracional que se empregue para diabolizar até alheios sem portanto realizar está-se ridiculizando perante criançolas e mulheres.

Quando o velho macaco desconsegue recolher uma fruta, fofoca aos demais que as frutas desta arvore são amargas’’ diz um provérbio bantu.


Nkituavanga II
Setembro 2010/002

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

AEROPORTO 4 DE FEVEREIRO, O PRIMEIRO PONTO DE CONTACTO

Eu tinha uma visão diferente, como do todo angolano interessado talvez de poder um dia visitar esta bela nação e experimentar certa amargura. A minha visão era mais alimentada pela minha experiencia do passado quando era ainda estudante e trabalhador no Huambo. A minha visão não exprimia algo negativa ou pessimista mas ela traduzia uma realidade que muitos angolanos tanto estrangeiros conheceram. Num passado próximo, visitar Angola era um sonho para quem persegue o progresso; porque discursa-se tanto daquela economia emergente, mas não deixe de ser fonte de frustração para aqueles que gostam da justiça.

A prática de pagar uma gasosa no nosso Aeroporto era habitual e foi-se normalizada com o decorrer do tempo, porque era patern do sistema. Muitas vezes as tais gasosas eram pagas repetidamente sem que importasse os viajantes. Como é de costume; tudo de bom como de mal acaba-se na terra por ser nacionalizado. O que mais aterrorizava a consciência de viajantes foi a desordem que naquele sítio reinava. Não havia disciplina na prestação de serviços caóticos. A lei inoperacional não ajudava para melhorar todo género de tarefa e proporcionar um progresso. A disseminada corrupção não embelezava a linda imagem de um país de próspero futuro. No Aeroporto tudo era possível; feito possível pelos trabalhadores e normalizado pelos viajantes. Ai se roubava os bens ou propriedades de clientes, incluindo assaltantes fora do recinto. Por ai, aqueles que pouco ganhavam pediam esmolas para encher os bolsos, e aqueles que sustentavam concubinas e quatorzinhas ou que tinham projectos para acabar num tempo recorde solicitavam gasosas. Ali era fulcro que regenerava complicações para viajantes. Do passaporte aos cartões de vacinações, de mercadoria as simples bagagens e presentes, tudo ocorria a base de intrigues e falsas multas. Desviava-se passaportes e cartões de embarque. Os trabalhadores eram profissionais em subtrair a bagagem até dinheiro dos passantes. Só a excessiva presença de homens fardados inspirava medo, nojo e repulsão. As constantes descidas e subidas, idas e voltas destes ou daqueles eram uma pressão psicológica, uma forma de intimidação aos passageiros. Enfim mesmo o simples ar de respirar era kwata-kwata.

Sendo o ponto da entrada para quem chega do exterior e saída para quem espere visitar diversificadas províncias, o Aeroporto era espelho duma civilização de insegurança, de desespero, de confusão. Ele reflectia o verdadeiro cambalacho que se desenvolvia entre os deputados na Assembleia Nacional, a corrupção que se cultivava em vários ministérios, a concorrência política em que a elite se alimentava. Era um Aeroporto que não era nada menos uma entrada para o inferno. Este mesmo Aeroporto é hoje algo especial. Algo especial porque simboliza uma identidade nacional digna de filhos de Angola. No Aeroporto, pareceu-me que é hoje a fonte duma política que inspira paz e sucesso. Houve e há grandes mudanças tanto na presença das forças de trabalho como dos meios da produção. Posso com audácia declarar que nele já não se verifica a anarquia do comunismo e porquidão. No Aeroporto sente-se seguro; tanto os trabalhadores como viajantes. Os serviços prestados são óptimos de confiança. Lá os passageiros são vestidos duma camada de segurança, esperança e confiança. Lá parece que caiu a verdadeira bomba da Tolerância Zero que tem falhado no Palácio, no vulgo Parlamento e no seio de todas estruturas ministeriais. Não vou por aqui declarar que fechou-se uma entrada de droga do Brasil, ou de mercadorias humanas que lá ilegalmente transitam para ocupar armazéns no Roque Santeiro, gerir lojas no Sapu, Rocha P. ou no Hoji mas aspire algo especial que na outrora desconhecia-se. Sabe-se que ainda por lá transite vultos de dinheiro usurpado pela elite para engordar contas bancárias na Suíça, Brasil, Portugal, França, Estados Unidos etc sustentar terceiras mulheres e filhos em Londres e Manchester mas que poderão acidentalmente alimentar o terrorismo. Os serviços da imigração atendem agora com alta disciplina e dedicação. Os antigos gatunos que lá arrombavam malas de passageiros sumiram subitamente. Mesmo aqueles assaltantes que nos seguiam do Aeroporto as casas foram colhidos. O nosso Aeroporto oferece hoje um serviço apreciável sem protocolos inúteis, frutos duma burocracia comunista e duma administração falhada.

O que lá se conseguiu instalar ou impor é fruto de um trabalho bem estudado e aplicado com cuidados mas também prova a falta da vontade de dirigentes de alcançar o mesmo em todas as repartições e instituições públicas começando pela Cidade Alta. Neste, já não se vê sinais da candonga, da corrupção, das gasosas, das complicações burocráticas, da linguagem abusiva e mesmo da presença amedrontadora. Lá reina-se o clima de 4 de Fevereiro. Congratulations a quem merece estes elogios!

Nkituavanga II
Setembro 2010/001

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Carta Aberta Ao Sr. Sianga Kivuila Samuel Abilio, Vice Ministro do Ambiente

É mesmo com respeito e alta consideração que lhe redige estas escritas; primeiro, visto a sua capacidade intelectual que tanto admiro, segundo visto a posição de dignitário que ocupa no seio duma nomenclatura desarticulada dirigente do destino duma nação é finalmente visto suas preocupações de acabar com a exclusão social que o seu povo kikongo tem sido sujeito. Por enquanto determinação e poder financeiro são de qualquer origem atributos que não lhe faltam.

A ignorância e a ingratidão são dois grandes factores visíveis que o nosso governo como partido reinante esta omnipresentemente conotado, marcado e identificado. Esta acentuada cegueira política faz com que a contribuição de tantos conterrâneos sejam desonrados e negados, provocando exonerações prematuras e premeditadas até relocações as baixas divisões no sistema governativo. Não gostaria exortar áqui como fui pessoalmente testemunho no óbito junto à Chevron, da sua destituição na direcção da Sonangol onde prestou por décadas e décadas um serviço incomparável e insubstituível. Entende-se que o Sr. foi assim vítima do vírus ‘’bom trabalhador’’ tanto como outros bakongo, que seria desnecessário áqui enumerar. Talvez ninguém tenha a coragem de lhe botar flores pelo serviço consagrado a nação mas permite-me hoje aclamar-lhe a voz alta que foste algo bom demais nesta posição, nesta empresa. Infelizmente foi-lhe não por poucas vezes indicado e demonstrado a sua posição no cimo da hierarquia e de como a queda que já lhe espiava iriam basculhar o processo. É a vital lógica do Kimvuka kia salu e a dialéctica de Angola Popular!

Todavia aprecia-se formas e como tem-se lutado para ver o seu Cuilo Futa sair desta miséria. Todo autóctone angolano tem tido o mesmo sonho e a inquietação de ver a sua terra natal emergir fora da pobreza que a ‘’lei da selva’’ angolana dite-nos. Eu não tenho vergonha de considerar ainda hoje o meu povo de oprimido porque a realidade no terreno prova exactamente isso. Que tenhas coragem ou não, mas temos a certeza absoluta que esta realidade e verdade só podem ser aceite e declarada nos lugares isolados onde as paredes são surdas. Eu admiro o seu magic touch pondo todo o seu know-how, com a juventude da sua bela comuna de Cuilo Futa, no município de Maquela do Zombo e na província do Uíge tem esforçado para num futuro próximo desenvolver esta zona vítima de uma política discriminatória. Da consultação ao trabalho, da informação a acção, de vários planos agendados: colheitas de víveres e roupas, distribuição de materiais escolares, medicamentos até mesmo a visão de construir uma nova cidade e a municipalização da comuna, são louváveis dedicações! Este exemplar estratégia pode ser alvo de ódio para uns, mas, não deixe de inspirar todos!

Meu Super Vice! também não entendo como seria Maquela do Zombo a sede municipal de grandes comunas como Béu, Cuilo e Sakadika, que geograficamente para quém se dirige ao Uíge, são postos mais avançados. Estas comunas são economicamente mais rentáveis e militariamente bem posicionadas. A razão existe! mas o segredo reside ainda entre as mãos do colono, senão que talvez a presença das minas de Mavoio diz algo. O simples facto de possuir uma estrada não é factor determinante; assim não teríamos comunas no sul de Angola.

Noutro plano a história das populações prova a homogeneidade entre o povo do Cuilo e do Béu. A derivação do povo do Béu como do Cuilo encontre as mesmas origens numa mistura entre si adicionando o do Kinkama. Estes povos sempre trabalharam em colaboração, sem concorrência, já que as coisas foram já predispostas. O desenvolvimento do Cuilo e a sua ascendência para o município é algo positivo. Uma vez atingida, a juventude do Cuilo será aplaudida assim a acção do Sr. Abílio será relembrada com garantia de ocupar uma página na história deste povo. A grande preocupação consiste nas vias que se preconizem para esta ascendência. Na verdade que Quarta Mpunza entendera que ‘’quém tem padrinho na cozinha…’’ mas a sua acção usando Kibukidi não completou o significado uma vez escolheu jogar as escondidas, a hipocrisia e no desequilibro. Saiba Sr. que as terras do Béu são santas. Caso não aceite isto, pergunte aos últimos militares da Unita que lá operaram. Caso não reconheça investigue junto a sua igreja IEBA. Trabalhar para a promoção da sua terra é maravilhoso mas porquê amesquinhar outros povos? A despromoção do Béu e Sakadika para comunas de Cuilo Futa é diabólico, e a estratégia maquiavélica! Na sua congregação da IEBA tem-se incessantemente falado de forma justificada da região eclesiástica do Béu. A municipalização do Cuilo pode ilogicamente ser possível e será apreciada mas a despromoção do Béu não será possível nesta década, nem na próxima. Sabe-se que nesta altura tem cobiçado ainda grandes lugares na equipa dirigente mas mesmo ocupando amanhã a posição do Paulo Pombolo ou do Bornito de Sousa a relegação do Béu não será possível. Entende-se que o Sr. tem poderes especiais; já que a sua família integrou-se no clã dos Santos mas Béu nasceu do rio! Caso tiver mandatos para ajudar o norte de Angola sair da miséria, da exclusão social imposta pelo seu governo e pela equipa pelo qual representa tendo a camisola No 9, faz-lo de forma mais activa e cristal. Caso aspire jogar a papelada de Bento Kangamba a escala nacional, faz-lo honestamente.

Caro Sr. Vice ministro, penso eu que neste seu novinho ministério ainda há muito para fazer. Vindo da Sonangol que ainda é a grande empresa poluidora de Angola oferece-lhe muitos espaços para influir. Na República Popular de Luanda ainda há muito para ser feito em relação a ecologia. Luanda é a cidade do mundo com mais poeira e com elevadíssimo número de luxuosos jeeps que colorizam a cidade com o fumo. Em Luanda esquematizou-se oficialmente em todos os bairros as ditas maratonas, que são verdadeiras fontes de barulho. É em Luanda onde a criança não é respeitada, mesmo os pássaros não tem espaços de descanso devido o excesso da música produzida dias e noites pelos carros passantes, discotecas privadas, zungueiros e mercados musicalizados. Em Luanda, as condutoras de alta energia passam nos tectos dos populares. Em Luanda instalou-se no seio da população múltiplos antenas da Unitel que são fomentadores de cancro e outras doenças mortíferas; excluindo ainda a massiva presença de lixo, moscas e mosquitos, cães abandonados e ratos. Há ainda incessantes ruídos produzidos pelos electro-motores que caoticamente alimentam casas e bairros com energia. Resolvendo estes casos, tem-se a certeza que dará mais contribuição aos populares angolanos, especialmente de Luanda onde a acção governamental é mais concentrada. A resolução destes, com certeza absoluta vai garantindo-lhe ainda um lugar muito próximo do PR.

A sua negligência para com Béu, Sr. ministro não é acidental porque é fruto da ingratidão adquirido no seio da sua nova família. Este Béu já oferecera-lhe protecção e tudo na sua infância. Penseis pois nas alturas quando ainda seu pai foi missionário no Kimbuanzinga onde passou um pedaço da mocidade, e tenhas um espírito reconhecedor, deixando de punir um povo inocente. Sabeis que os conflitos de interesse não residem na democracia dos bakongo, já que a opção nacional é outra; talvez que a sua religião autoriza-lhe batotar.

Assim finalizo esta crónica de conselhos, que uma vez posta em obra não danificarão ao Béu mas propulsarão os povitos de Béu, Cuilo e Sakadika ao reconhecimento meritório. Acredito eu que façeis a diferença porque não fazeis parte da massa apodrecida mas da classe intelecto. Respeito e mais respeito ao meu Sr. Abilio.


Nkituavanga II
Agosto 2010/001

COMUNICADO

O nosso portal informativo vai brevemente activar suas publicações sob a nova direcção. Agradecemos o nosso leitorat pela longanimidade e esperança.

Nkituavanga II

terça-feira, 11 de maio de 2010

COMUNICADO

Por motivo de consultação técnica, este portal informativo suspendeu temporariamente suas publicações.

Apresenta-se ao nosso leitorat as sinceras desculpas pelos danos causados.


A redação
Nsimba JD

sábado, 3 de abril de 2010

A INTOLERANCIA ZERO

De costume o nosso portal informativo tem mensalmente publicado umas dicas, mas como pode-se verificar no primeiro trimestre deste ano, devido a uma falta técnica não foi-nos possível fazê-la. Normalmente seleccionamos declarações de um dignitário que colocamos a disposição do nosso leitorat sem que façamos comentários. Este é a nossa preferência, dando espaço aos leitores de desbobinar o que se esconde na consciência destes líderes de opiniões.

Felizmente neste Abril decidimos oferecer uma atenção muito especial nas dicas do líder carismático de guerra, Sua Excelência Senhor Kundy Paihama, actual dirigente dos veteranos. Não se esquece que Kundy fez muito nesta revolução vermelha de Angola, portanto tem incessantemente feito declarações balbúrdias.

Neste momento, depois que o Presidente da República enfaticamente sentenciou a nova estratégia da caça aos bruxos económicos ou aos pequenos dinossauros da economia angolana, a Tolerância Zero tem aterrorizado muitos sapadores e (dês)governantes. Não só pela ignorância ou teimosice que Paihama encontre coragem e relevantes palavras para colocar num prato apresentado aos angolanos de Cabinda ao Kunene, afirmando altamente: ‘’Podemos ocupar uma área qualquer e colocar o que é nosso, ninguém nos vai chatear’’

‘’Podemos ocupar uma área qualquer…, a realidade histórica e politica na pátria onde se aplica uma politica da exclusão social demonstra que o sujeito subentendido que no estudo morfológico é um pronome (nos) não inclui todos os angolanos. Quém em Angola pode possuir tão poderes de ocupar quando e onde quiser? Aqui designa-se exclusivamente um grupo específico de privilegiados, entre os quais Kundy faz parte. Ele é um membro efectivo do clube do Movimento dos camaradas, o mais conceituado partido político ou simplesmente o MPLA/Partido do Trabalho. Ocupar uma área qualquer: traduz a ideia de um dono, um proprietário. A noção da gestão nunca existiu no MPLA porque nunca houve a cultura de prestar contas (controlo) no seio do movimento, partido e da governação. Com a liberdade incondicional e ilimitado Kundy e seus compadres podem sem hesitação ocupar e monopolizar tudo que esteja no solo angolano. Isto implica que nada é do povo, pois tudo é do MPLA. Ora que em todo tempo da revolução foi-nos incutido slogans revolucionários de maldições tais como ‘’o MPLA é o povo o povo é o MPLA’’, ‘’Angola é e será a trincheira firme da revolução em África’’, ‘’A vitória é certa’’, ‘’Nascemos na luta e crescemos na vitória’’ etc. Esses slogans ditos revolucionários tinham um verdadeiro sentido? Ou eram simples aclamações hipócritas convidando o que se vive hoje! Só a parte desta declaração justifica como é esbanjada a riqueza de Angola.

Colocar o que é nosso: a demonstração do poderio financeiro do MPLA. Tudo só é nosso, assim como o diz a lei da terra, por isso que se pode colocar em qualquer sítio no nosso território. Isto é a progressiva e triunfal marcha do MPLA que já não esta na época de nacionalização mas especializou-se a privatização. Eu, Kundy e meus consórcios nunca poderemos ser convertidos por gerentes pois eternamente ficaremos dirigentes e empresários. Ele não está confundido nem confuso mas sabe diferenciar o que é nacional ao que é pessoal, sabendo que Deus colocou nenhum património a disposição do angolano. Sabendo que tudo que se encontre no solo e subsolo angolano pertence ao MPLA, que não tem nada com o povo de Angola e onde nunca haverá espaço para qualquer oposição. Paihama, nesta pregação aceita oficialmente que são os lapidadores de recursos angolanos numa silenciosa observação do Presidente.

Ninguém vai nos chatear como ninguém nunca chateou os colonos. Fomos nos que fizemos a guerra, hoje vamos crescendo e envelhecendo na vitória. Fomos nos que implementamos a nova estratégia de pilhagem económica. O uso do pronome (ninguém), divide o subconjunto do conjunto porque JES não consta neste e o restante de membros minoritários do clube não são incluídos pela razão de ter um poder e direito bem igualizados. Somos nos que detemos o direito de fazer e desfazer e o resto da população não tem voz nem mecanismo para a defesa, explica-se numa outra linguagem, o dinâmico filho de Angola e bravo combatente do MPLA. Ninguém é uma terminologia conotada com o totalitarismo, com a ditadura dita proletariada.

Para observadores como eu, esta elocução prova que a tolerância zero só pode funcionar em relação a certas pessoas, e não pode ser de nenhuma forma um programa de interesse nacional. Acredito pouco, que dócil que é K.Paihama pode desafiar o seu Presidente ou seu programa. Duvido tanto que Paihama é tão ingrato para depois da facilidade que lhe foi ofertada pelo JES, após tantas zungadas nos bancos atrás de um crédito. Kundy não procure por áqui expor a nu a debilidade do seu Chefe, que querendo como não é também nosso. Portanto para proliferar tal ferocidade é porque sabe conscientemente que JES não tem teoremas para contrariar ou desmentir toda a teoria. Talvez Kundy saiba algo especial e segredo que o resto de nos não conhecemos. Talvez tem um misticismo que hipnotiza o Presidente ou que este sabe o poderio do veneno paihámico. O Kundy está altamente declarando que é vacinado contra esta revolução da intolerância Zero. Será o nosso Presidente capaz de dizer basta a palhaçada da nossa governanta. Pode-se na realidade maximizar esta intolerância zero para que se torne por uma verdadeira Tolerância Zero?


JDNsimba©2010publ/041

sábado, 27 de março de 2010

POESIA: O DESESPERO

DESESPERO

A honestidade inveja a humanidade
Aproxima-se cada vez o desespero
O amor detesta o seu dono
Como convencer esta redonda?
Se o próximo arruína sua parte
E a ciência convoca o pior

Já se confunde as belezas
A tonalidade perdeu moral
Os olhos só fitam demónios
A terra revolta contra mares
As ruas negam visitantes

Vem chegando o apocalipse
A benevolência vem de costas
O terror contrarie o vento
E as doenças enfeitam vivos
Catalisando suas nobrezas

Incansavelmente deplorei forças
para combater as injustiças
Entre o homem e a sociedade
Cujo a crueldade embeleza,
Para enfatizar seu destino

Sinto o cheiro amargurado da vida
Apalpo a tristeza vestindo-me
O meu sangue ausenta-se do meu corpo
Até o esqueleto pensa abandonar-me
Que fazer nesta luta já sentenciada,
Onde o pior é meu companheiro.

JDNsimba©2010publ/034


NTALU

Tuadila nate bokomoka
Tuasambila nate boboka

Lukezo watatama kutudiata
Yeto mvidi tu’basula
Kinkala tua m’batika

Menga masabuka
Meno makoloka
Nlembo miazengoka

Nkomi zeto toma nyema
N’kela mieto toma didisa
Boba Lukezo wataluka
Ye nsi y’ Angola yakuluka

JDNsimba©2010publ/034A


SAUKA, NTOTELA!

Ngwidi e ndinga,
Nkondelo mpova
Mvuidi ngindu,
Mvwasulu nvuete
Mbwene mwinda,
Munpambu ndadidi

Kinkutu kieto se wonga
Lusambu lueto se kinsanga
Kadi mu mvwasulu tuazingila
Kilu ye luku se ngolo’eto

Ngutukidi, nsasukidi, ndongokele
Kansi mfwidi bonzo
Vava yaki vuatisa nsuku

Banzumuka, tabula e dianza ye
Saúka ku nsi a vuvu

JDNsimba©2010publ/034B

sábado, 20 de março de 2010

A COMUNIDADE ANGOLANA DE LONDRES EM LUTO

Bruxelas – desapareceu fisicamente ontem (19.03) num hospital da periferia de White Chapel/Londres o cidadão Avelino Makiese, natural de Mbanza Kongo que ainda deixou neste planeta a viúva e 7 filhos (duas já casadas). Dr. Avelino sofreu um ataque cardíaco na sexta-feira que lhe colocou num estado comatoso para a falência depois de uma semana de hospitalização.

O malogrado formou-se em França onde se doutorou com excelência em estratégia política nos meados de 80, depois de acumular uma longa experiencia em Gabão onde leccionara. Dr. Avel foi muito activo na política angolana, que dominou com perfeitos conhecimentos. Ele foi fundador e Presidente da Associação de bakongo de Angola nos Reinos Unidos (ABAR) e também foi co-fundador e arquitecto principal de Kinvuka, movimento que fundou com o velho Ladeira e o Presidente Videira Bokula.

Apresentamos as nossas sinceras condolências a família e amigos. Que a sua alma repousa em paz.

JDNsimba

sexta-feira, 19 de março de 2010

ANGOLA NUM INFINITO ROTATORIO

Não é que a vida é uma sucessão de altos e baixos no percurso do nosso dia-a-dia. Isto então implica uma mudança de tempos, climas, circunstancias e dramas conforme a direcção evolutiva em que o homem se depara. Portanto será incompreensível se as circunstâncias da vida não alteram durante todo o dia, toda a semana, todo o mês, ano, décadas e décadas. Dali o homem angolano como eu será chamado a implorar os deuses dos seus antepassados para que uma mudança seja operada. Ou talvez o sujeito corre-se o risco de ser considerado disto ou daquilo pela curiosidade familiar ou mesmo infantil, dos candengues que observam nos arredores. Já ouvimos sobre cotas azarados, cotas miseráveis, cotas salada-russas etc só porque alguém entendeu que estes vivem uma sucessão de círculos viciosos nas suas vidas. Uma vida sem alterações, sem mudanças, aquela vida de certos angolanos que foram refugiados, nasceram filhos refugiados e hoje tem netos refugiados enfim de gerações a gerações serão refugiados; mas porquê. Assim é a vida das maiorias que de gerações a gerações pertenceram as classes dos últimos, dos miseráveis, dos desempregados, dos criados, dos falhados, de pobres até da lixeira social. Aqueles que, parece-me, vieram ao mundo para acompanhar outros ou talvez assistir na festa dos outros.

Vejo como o nosso mundo angolano caiu no vazio, onde confunde-se tudo. Tudo é confuso porque já se perdeu a visão tudo é funy and unclear. Sem uma boa visibilidade não se pode visualizar para alcançar a visão. Já não somos brutos mas andamos brutamente, pois perdeu-se a noção da lógica, perdeu-se a ética de tudo e o javardice invade a nossa cultura, que é a nossa mente. Todos estamos correndo as grandes erosões, sepulcro das nossas almas perdidas. Assim estamos vivendo em Angola num labirinto de perdidos. Contudo aceita-se viver alegremente na miséria só porque lá cheira o bem-estar na meia-culpa.

Hoje acredita-se em lendas e fábulas em que somos obrigatoriamente expostos pelas conversas baratas de amigos e vizinhos que contam-nos de grandes obras arquitecturais que se levantem em Luanda. Também não somos cegos para tudo negar ou teimosos para tudo refutar, porque em qualquer lado acredita-se nos esforços que o governo local tem desempenhado. Só que em toda essa maravilha, alguma coisa esta mesmo errada para não dizer podre, já que o nauseabundo não cessa de escapar. Sabe-se bem que a economia da maioria é comer bem, ter um bom lugar para dormir, conseguir enviar seu filho a escola, ter um salário que ajude-lhe aguentar o mês pondo refeição a mesa, visitar seus familiares em Malange mesmo que não se consegue visitar os de Kazenga. O povo não fala a linguagem de arranha-céus, das contas bancárias, de férias em Portugal, de fim da semana nas praias, nas cervejarias etc.

Alguma coisa vai mal e já cheira rato. As incessantes mudanças não são saudáveis e cheiram podre. Um país não é uma partida de xadrez, onde peões são movidos em volta entre si na mesma peça de tábua. Mesmo Karpov e Kasporov não ficaram jogando eternamente. De um jogo ao outro, são as mesmas peças que vão vagabundeando na dura tábua colorida com pequenos quadros numa divergência de cores. Não é um jogo de xadrez onde as figurinhas já ‘’comidas’’ voltarão facilmente a superfície da tábua já no jogo a seguir. Um homem tem consciência e não é manipulado tão facilmente que um cachorro. E pena e horrível quando um jogador apresenta sempre a mesma jogada de um jogo ao outro. Isto prova uma debilidade estratégica: falta de visão, falta de preparação, falta de maturidade, falta de conhecimento, má visibilidade, falta de interesse na aprendizagem e falta de gula no progresso.

De 1992 até hoje Angola estagnou na sua segunda República, que conheceu duas eleições, um só partido no poder, três governos e dezoito sub-governos. Os diferentes governos dirigidos por primeiros-ministros e vice-presidente podem se considerar agora por sub-governos devido as sucessivas mudanças operadas na peça de xadrez mudando os mesmos ministros de um posto para outros. Isto impede qualificar esta por uma terceira república. Limitei a minha contagem porque não quis considerar as pequenas mudanças de menos de quatro ministros rexonerados e renomeados. Angola está girando na rotunda das impossibilidades políticas. As mudanças já não trazem o desejado ou talvez o desejo do povo. Parece-me, quem controla as peças, está satisfeito como as jóias obedecem-lhe mesmo sem produzir um efeito. Aqui vê-se mesmo que a mão está demorando na panela, como diria meu falecido velho, é porque desamparou-se ao duro osso, responderia minha velha. Já não se sabe o que temos e o que tem-se procurado. Angola não tem falta de recursos humanos. O espaço territorial é grande e suficiente para todo o cidadão angolano como mão-de-obra, actor ou contribuinte. Este espaço ofertado aos estrangeiros não deve ser refutado aos autóctones, tendo direito a vida. E tempo de optar pelas soluções diferentes como a coabitação política, unificação governamental, coalizão política, a vizinhança política e vamos eliminar a politica da raposa, a politica da exclusão social, o pluralismo no totalitário porque já quase uma década que estamos no calabosso do circulatório político. Colocando somente um actor, que antes de ontem era ministro da defesa, ontem do interior, hoje na policia e amanha na segurança, não é besteiro? Angola já inventa sistemas políticos de governação? é mesmo maravilhoso!

Parece-me que a cegueira está dominando-me, por isso, tenho verificado (talvez erradamente) que em Angola exonera-se definitivamente os que melhor trabalho prestem a nação para nunca mais reaparecer em nenhum palco ministerial. Portanto aqueles maus governantes/gerentes conhecidos pelo povo, e que publicamente se gabem das suas fortunas de origem inexplicáveis continuem firmemente na trincheira da revolução angolana; desaparecem um dia para reaparecer noutra semana ainda com mais power, influence and stability.

A tolerância zero não deve limitar-se só em finanças mas deve ser politicamente generalizada. Muitos habituais já tiveram mais de três postos ministeriais e somaram falhas, já não deveriam constar nas listas mesmo fossem maquisaristas, revolucionários, heróis até co-fundadores mas Angola continua provando que é uma República dum planeta não localizado e do século desconhecido.

Até áqui parece-me que a marcha (giratória) de Angola não tem destino embora que a acompanhante música é boa. As ocorrências dos tempos bem justificam esta experiencia, uma vez há tempos de cantar para uns que são os mesmos e tempos de chorar para outros que também são os mesmos.


JDNsimba©2010publ/033

quinta-feira, 11 de março de 2010

LONDRES, CASA DE REPOUSO OU MORTUARIO?

A estadia do Vice-presidente angolano, já duas semanas num hospital de Londres, faria talvez parte do segredo do estado segundo a visão política do nosso governo, mas uma inquietação para o ordinário povo angolano. Fernando da Piedade Dias dos Santos, o mais conhecido por Nando está sofrendo duma trombose facial.

Para me proteger contra um eventual apedrejamento do frustrado angolano gostaria de pedir perdão devido a escolha do título desta informação. Um titulo que carrega uma tonalidade que muitos poderão caracterizar com o negativismo ou pessimismo. Partindo do ponto de visto que Londres ocupa hoje a posição de casa de repouso, que Berlin oriental, capital da antiga Republica Democrática Alemã (RDA) desempenhava, quando nossos dirigentes comunistas lá iam passar ferias ou gloriosos momentos de repouso sabático. O comunismo padeceu tanto em Angola como a DDR desapareceu. O dirigente comunista de Angola descobriu novos gostos nos céus ingleses.

Muitos dirigentes políticos estão permanentes em Londres, passam mais tempos em Londres que em Luanda, provando assim a debilidade do resultado politico das suas actividades. A constante presença de líderes angolanos em Londres tinha sido mais noticiada, visto a demonstração da força financeira destes na aquisição de produtos de altas qualidades. De Londres, mudaram para Manchester onde ainda se verifica a massiva presença de dirigentes do MPLA nos weekends, tendo aviões aguardadas no estacionamento VIP do Aeroporto desta cidade. Uma coisa é certa em Berlin o dirigente angolano vinha e voltava qualquer que seja a condição, em vida…

Conscientemente falando, a Inglaterra consta entre os países mais desenvolvidos do mundo tendo desenvolvido uma medicina cientificamente entre os melhores. Tem uma tecnologia médica bem desenvolvida. Seus médicos são entre os melhores embora que a maioria de hospitais ainda preserva um aspecto arquitectural da antiguidade. O sistema nacional de saúde (NHS) tem sido controversamente muito politizado por isso o tratamento oferecido na Inglaterra não corresponde a capacidade médica que Ela é capaz de ofertar. O tratamento tem um nível muito baixo comparando mesmo aos pobres países vindo do bloco comunista. Isto devido a negligência política e burocrática e desrespeito a pobre população que usa dos serviços de NHS. Para os ricaços a Inglaterra oferece um tratamento de qualidade refinada, uma vez business ocupa espaço em tudo como pode-se dizer onde há massa há coração.

De facto por experiencia sabe-se melhor que fora das qualidades que a medicina Inglesa pode fornecer, Angola não tem uma experiencia rica com este pais. Por isso penso eu que Londres não é uma casa de repouso como dirigentes angolanos pretendem acreditar. Eu não gostaria de penetrar nas profundidades de muitas coisas porque ‘’é melhor respeitar os nossos mortos’’. Mas se formos a verificar sobre o último defunto que se teve em Londres, veríamos que houve muita negligência do pessoal do hospital porque não havia (suficiente) dinheiro para tratar o moribundo. Não havia suficiente verba porque a Embaixada angolana também cometeu falhas neste processo! Se alguém tem melhor razão que eu que o diga mas eu aconselharia aos dirigentes angolanos para que tenham cautelas onde enviar seus doentes. Vejamos que o Maria T. Pedalé (ministro da defesa), de Cabinda morreu em Londres. Foguetão (general do exercito), do Uíge faleceu em Londres. O Ilustre Norma Nlamvu, do Zaire deixou a sua vida em Londres e ultimamente Manuel Quarta Mpunza, do Uíge também morreu em Londres e a maioria com trombose (doença partidária ou doença do MPLA). Desta vez oremos que Nandó volte vivo, até não é do norte de Angola. O que tem-se verificado quando os doentes vêm em Londres não voltem respirando. Será agora Londres uma casa de repouso ou um verdadeiro mortuário? E quem aquele que ainda continue lá enviar doentes?


JDNsimba©2010publ/032