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domingo, 23 de fevereiro de 2014

MPLA, DO PARTIDO A TRIBO

Desde a sua (suspiciosa) fundação ate hoje, o MPLA conheceu uma história própria que não só evolveu com o tempo mas que causou e sofreu também grandes metamorfoses no núcleo e na fisionomia do Movimento. Partindo do Movimento revolucionário para a libertação a passagem ao Partido do trabalho, e ate que se transforma duma sigla a uma entidade propriamente denominada MPLA, acumulou-se atributos históricos que com o tempo provaram e caracterizaram o seu perfil, funcionamento, historia, destino, objectivos, tesouro e reputação.

Vejamos uma coisa: um Partido Político (latim pars, partis = rachado, dividido, desunido) ‘’é um grupo organizado, legalmente formado, com base em formas voluntárias de participação numa associação orientada para influenciar ou ocupar o poder político’’ conforme a definição de wikepedia.

Enquanto Tribo é definida pelo mesmo dicionário como sendo: (do latim tribu) ‘‘o nome que se dá a cada uma das divisões dos povos antigos, possuindo um território e com algum tipo de comando, possuindo em comum a mesma ancestralidade’’

Para especificar certos atributos socioeconómicos, nas sociedades africanas numas certas limitações que caracterizem uma tribo, diria-se que ela pode ter diferentes línguas que vem da mesma raiz linguística, e que nos remotos, os anciãos ou a geração contemporânea compartilha a mesma geografia social. Pode ser um conjunto de famílias, e mesmo de clãs que tem denominadores comuns tanto na língua, hábitos ou costumes, e elos matrimoniais.

Com um reduzido grupo constituído pelos braços políticos e militares, que veio instalar-se no novo território soberano de Angola em 1975, o Mpla colocou-se logo a disposição da pátria negando qualquer colaboração com outros movimentos revolucionários que também lutaram pela independência. Tendo uma ideologia socialista na bagagem, o movimento comunista optou a dirigir o destino da nação num estilo totalitário; sem concurso de outros que qualificara de fantoches. Foi uma longa governação sob a ditadura proletariado, num território poluído pelas guerras que dizimaram dezenas e centenas de filhos de Angola. Foi um Partido que se montou com todas peças marxistas a procura obrigatóriamente colocar-se no meio da população sofredora. Pareceu-nos como se a independência trouxe com ela uma certa maldição; porque Angola conheceu miséria e sofrimento, não havia esperança e o pior foi que não havia saídas, porque careceu-se também sabedoria politica. Por enquanto o factor guerra era um rico argumento que tudo justificava. De outro lado, partindo das matas o Mpla teve uma preferência de criar uma cobra no seio do partido como da nação. Com o tempo, as mudanças politicas do universo forçaram o Partido do trabalho optar pela democracia, uma vez o barco do progresso estava visível e a única oportunidade era nele saltar. Optar pela democracia não foi uma opção escolhida mas forçada pelos próprios ventos da democracia que abalaram o universo, depois da queda do murro de Berlim.

A mudança ou transferência da mata a cidade não fomentou tantos transtornos na consciência desses revolucionários como foi caoticamente provocado na passagem do marxismo a democracia. Isto porque seus membros beneficiaram de uma observação da Rússia e Cuba mas especialmente duma auto-espionagem nas estruturas internas do Movimento como do Partido. A presença tanto física como ideológica do Agostinho Neto também arrepiava, pois as consequências sofridas pelos ditos fraccionistas eram uma lição do proletariado. O histórico Mpla ou o Mpla movimento tinha uma consciência. O Partido do Trabalho nasceu logo com crises de perca de memória. Aqui os anti-candonga tornaram-se candongueiros. O marxismo começou enfraquecer-se apresentando sinais de rebentamento. A propaganda da oposição armada também desempenhou uma função capital denunciando ‘’os segredos sujos’’ do partido de JES. E o tempo permitiu que o povo visse a verdadeira natureza do cameliao.

A função de um partido político é de desempenhar um importante rolo no seio do governo, de unificar o povo num conjunto que tem controlo deste. Ele desenvolve linhas políticas favoráveis e avantajosas, que interessem seus adeptos mas também a população que poderá influentemente organizar para que votasse ao seu ideal candidato, baseando-se do seu programa. Um partido não é um estado mas um participante activo aos programas do governo em todos os níveis, colaborando quanto necessário com outros partidos para o progresso ou desenvolvimento da consciência nacional. Um verdadeiro partido aceita a oposição, aproveitando sua s falhas para lançar seu programa coeso para o sucesso.

Falando hoje do Mpla, encontre-se uma imagem muito diferente cuja historia não tem haver com aquela do movimento e do Partido do trabalho. Hoje o Mpla tem novas formas de gerir e dirigir o país. Tem novos dirigentes que continuam emergir não das escolas do partido mas digitados com critérios inexplicáveis, escolhidos nas famílias de elites e nas preferências de homens com influências no círculo da alta liderança. Negam as concurrencias loyais e rejeitam toda proximacao.

Hoje já não se tem aquele Mpla que se infiltrou e se apoderou do povo Kimbundo com que se identificava como movimento nacional e partido de angolanos. O Mpla criou suas estruturas, com nova ideologia, tem suas fontes da inspiração e do recrutamento do seu efectivo ideológico. Hoje o Mpla já não fala a língua do povo. Tem a sua própria língua de comunicação. Tem uma filosofia indefinida e indetectada, que só líderes da proximidade sabem classificar. O Mpla tem a sua linguagem, que não é Kimbundo nem português, o seu modo de vida enraizado na luxúria, tem seus aspectos morais, diplomáticos e estruturais, e formulou uma historia própria que os ideológicos do partido como Lúcio, Lukoki, nacionalistas do tamanho de Mendes, Lopo não sabem explicar e muitos deles vão abandonando por decepção e morrendo por desgostos.

Assim como tem-se mudado a imagem de Luanda, se mudou as acumulações financeiras, se mudou também a politica de gerência. O proteccionismo do MPLA em vários domínios não facilitou a população reconhecer a visão deste. Este cegamente calculado proteccionismo continuou sobrevivendo nas bases da política da exclusão e do selectismo. Assim sofreram este, não só os povos do norte de Angola (conotados a UPA FNLA), como do sul (conotados a UNITA) mas também os próprios do centro (conotados hipocritamente ao MPLA). A exclusão social contra seus povos causou um isolamento e ruptura entre o MPLA e a população abandonada ao desemprego, pobreza e sofrimento enquanto nos alicerces do movimento caro ao Viriato da Cruz criou-se círculos de influência no poder. Esses privilegiados descobriram as debilidades do ‘’chefe’’ e lançam-se a caça da fortuna; pilhando tudo que Angola pode germinar e produzir. Sabe-se bem, quando o barco perde a direcção, há sempre confusão, debandado, massacres, torturas, saques, fugas, portanto distingue-se sempre na ultima hora um grupo de aventureiros prontos a procurar soluções para remediar mas define-se também heróis que desejam catapultar com o navio no seu naufrágio.

Como partido, o Mpla conseguiu seus objectivos de governar Angola. Ele fez muito para mudar a imagem de Angola, especialmente de Luanda. Fez tudo para reconstruir Angola; tarefa não fácil. Ele teve a vontade de realizar e realizou muitos empreendimentos embora que careceu-lhe experiencia. Falou-se constantemente da reconciliação nacional infelizmente procurou unificar-nos na divisão, com agenda tribalista. O Mpla se caracteriza como dois tipos de galinha. A primeira, o Mpla com história revolucionária, foi a galinha que deixe-se queimar protegendo seus pequenos. A segunda, o Mpla de hoje que continua sendo a galinha que chupa ovos. Este Mpla é visto pelos angolanos, e no exterior como tribo rica, multimilionária, que dirige uma nação capaz de produzir 2 milhões barris de petróleo/dia, tendo uma população que vive com menos de 1.00 dólar por dia, cujos dirigentes enchem salões de Bingos no Mónaco. Foi em 1992 que o povo perdeu a sua esperança neste grupo; porque as cascas de amendoins comidas nos fundos das águas têm paulatinamente subido nas superfícies.

Assim nascemos na luta e crescemos na frustração pois na família fomos criados em conjunto com cobras que foram digitados como filhos da casa. Nos crescemos ignorando que os nossos são realmente cobras. Essas cobras cresceram e vão multiplicar-se acreditando que são filhos da casa mas cobras… Os nossos pais da revolução ficaram sem vozes. Já não tem como dizer-nos que os irmãos não são filhos mas cobras; já que participaram nesta lavagem cerebral do Mpla contra os angolanos. Talvez a morte console estes e aqueles que partem pois há tendências que a tribo desse um salto, num futuro próximo para monarquia.


Nkituavanga II