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sábado, 15 de dezembro de 2012

LUANDA HOJE: O GRITO DOS SILENCIADOS



Luanda, que seria a capital angolana continuar sendo a capital da república de Luanda conforme a curta visão daqueles que se intitulam dirigentes. O que se passa actualmente em Luanda não se identifica com a lógica social na vida de qualquer nação neste século XXI. Identifica-se actualmente duas condições que se vive numa açoteia socialmente oposta. Soubemos que a aparência da paisagem física é ilusionária como a própria história manipulada persevera sendo gravada nas arreias a beira-mar.

O que se convive em Luanda é um clima de contradições sociais numas geofísicas conflituosas. A actual urbanização de Luanda desenhada pelas assopradelas das loucas forças da natureza tem em qualquer forma preconizado e determinado uma divisão sócio-administrativa da vida na capital. Socialmente Luanda se divide em duas partes: o centro e as periferias; que seria também interpretado numa lógica banal como a capital da capital contra as províncias da capital. Tanto no centro como nas periferias de Luanda existe um clima sociopolítico que vai definir duas sociedades, dois mundos distintos paralelamente opostos, numa definitiva prolongação sem interjeição.

Há silêncio no centro de Luanda, a capital. Depois das vertigens eleitorais, a moralidade da nação sucumbiu num silêncio abismal. Os partidos políticos recorreram a uma nova etapa da guerra-fria tipicamente angolana. Uma guerra ideológica diferente a de posicionamento ideológico e poder de 1975. A pílula amarga das eleições deixou um sabor nauseabundo na consciência de grandes partidos, que decidiram um retrocesso as fontes ideológicas. Este silêncio no centro de Luanda obriga os partidos às fontes da inspiração ideológica: a procura de outras estratégias que poderão projectá-los a nova imagem antes as vindouras eleições. Os partidos optaram pelo mutismo, a busca de novos valores capaz de combater as injustiças, corrupção e nepotismo. Assim a Unita vai procurar uma nova dinâmica para ser realmente a verdadeira cabeça da oposição. A morta Fnla, vai no seu lado lutar para ressuscitar a sua alma e salvaguardar-se da maldição chamada Lucas Mpipita. Quanto a Casa-ce emergente, vai organizar-se para substituir na posição cimeira da oposição. O problemático Mpla também vai purificando-se das impurezas da privatização do partido e da questão da liderança tão contestada as escuras. Há silêncio no centro de Luanda condicionado pelo clima político.

A única pergunta subentendida que, predomina no quotidiano angolano, vai poluindo num ciclo vicioso os ares do centro da capital: quem será o próximo PR de Angola? Enquanto noutro pólo, entre os vermelhos alguém esta pensando na liderança partidária. Tudo indica que o jogo será brutal!

Nas periferias de Luanda não há silêncio, mas sim choros e gritos. Há gritos no Sambizanga. O povo esta chorando no Rangel. No Kazenga corre-se rios de lágrimas. Mabor, Kilamba e tantas outras zonas de Luanda estão animadas pelo desamparo, angustia e desespero. Este povo vai acompanhando de perto como a esperança ou o futuro está-se afastando. Chora-se, está-se chorando; que tais das chuvas, cheias, inundações, falta da luz, falta de água, ruas intransitáveis. Há décadas que fomos continuamente alimentandos com promessas alucinárias pelo vampirismo da política angolana. O povo das sanzalas vai chorando mas no centro reina um grande silêncio. Portanto, queira como não, desta vez o grito dos silenciados vai ecoando com grandes clamores o centro, a cidade, nas instituições, nos palácios e ministérios. A comunidade internacional será em altura desta vez de interpretar o sonho do mudo.



Nkituavanga II