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quinta-feira, 14 de maio de 2009

ENGARRAFAMENTO OU AFUNILAMENTO EM LUANDA

Há quém pensa que o problema de engarrafamento de Luanda é um simples problema social. Em qualquer lugar ou posição que esteja permite-me declarar-lhe hoje que este problema não é só social mas económico, político, higiénico e de segurança. Gostaria de vociferar tão alto para que mesmos os governantes cegos possam ver, surdos conseguem ouvir e teimosos aceitem as proposições conclusivas não de uma pesquisa científica mas duma observação barratíssima porque de estudo já se fez só que não há vontade de quém encumbe a responsabilidade de agir na resolução dos problemas do povo.

Este engarrafamento é uma criatura do homem político de Angola, não como resultado duma negligência mas sim duma operação calculada cuja a repercussão será paga não só com o suor do angolano mas até com o sangue como sacrifício aos deuses que garantem-lhes o status quo na governação desta Angola (mercadoria) que se troca. Vejamos que os nossos grandes dirigentes passam pelas mesmas estradas mas regozijam-se dos espectáculos gratuitos que nelas se oferece. Esta falta de sensibilidade demonstra a falta de moral e comprova o laisser-aller espirito de governantes sem piedades. Contudo é um investimento contínuo para proporcionar riquezas infinitas a quem tem o monomania destes contratos que garantem vultuosas comissões, enquanto oferece-se ao angolano os famosos descartáveis.

A resolução deste problemático é simples já que o dinheirão cresce em Angola. Veja-se que o engarrafamento tem como uma das causas o excesso da densidade populacional. Luanda não foi construída para suportar o peso de 4 milhões de habitantes. Entende-se que o governo tem evidenciado esforços na expansão reconstrutiva de Luanda mas tem falhado na resolução da questão da distribuição da mão de obra no território nacional. Uma vez que o governo se preocupe nesta partagem tudo será proporcional. A partida é de instalar ou transferir as sedes ministeriais para as zonas de produção correspondente. Queria dizer localizar por exemplo o Ministério de Agricultura onde se produz café, milho, batata, feijão etc. O Minsitério da Geologia e Minas vai para as Lundas ou Malange. O Ministério da Industria para Huambo ou Benguela. Assim teremos todos os burocráticos da agricultura no Kwanza Sul ou Uige. Da proteção do meio ambiente vai para Cunene mantendo simplesmente a Justiça, Relações Ext, Interior, Finanças e Comercio em Luanda. Esses irão levando suas caravanas de carros e mulheres assim Luanda terá maior espaço livre sem atropelamentos humanos nem engarrafamentos motorizados. O excesso demográfico em Luanda é uma avantagem ao governo preguiçoso que procure resolver questões a sua volta sem conhecer o resto do território com 2/3 da população. Com memória encurtada pensa-se quém ganha Luanda nas eleições ganha tudo!!! Coloque-se injustamente tudo em Luanda, ainda que fosse capital.

O angolano desempregado de Luanda não tem capacidade de comprar uma bicicleta e o trabalhador de base não tem salário compatível para adquirir uma viatura. Quém compram carros são deputados, políticos, altos quadros do partido da situação, empresários e membros de familias elites de Angola. Neste paragráfo resolviamos a questão de engarrafamento limitando atravez um decreto presidencial o número de carros privados de uso pessoal. Assim o Sr. Ministro não terá o carro de serviço, carro para fins de semanas, carro para as visitas no interior do país, carro para praia, carro da esposa, carro das catorzinhas e concubinas etc já que Jacob Zuma é o novo modelo da poligámia oficializada.

A falta de vias é resolvida com a construção de novos bairros mas infelizmente o que se assiste prova que o dirigente angolano não é bem intencionado porque as novas construções faz-se com a divisão aguda de classes sociais (entre pobres e ricos emergentes). O governante angolano não quer compreender que Angola (Ngola=derrivado de Prince) não é Luanda e Luanda (taxa, imposto pago ao Reino do Kongo) não é Angola. Cria-se em Luanda bairros para ricassos que vão-se desmarcando e afastando-se dos bairros de pobres. Dá-se uma nova imagem a estes bairros mitológicos enquanto os antigos ficaram sem luz ném água até pior que no tempo do tio Joaquin. Não pode-se explicar como em pleno século 21 pode-se construir novos bairros com casas sofisticadas nuns luxuosos condomínios onde não se prevê as canalizações, esgotos, escolas, parques, lugares recreativos ou de desporto. Constroe-se estradas sem condições, isto é com uma esperança de vida inferior de 3 anos porque preveja-se as incessantes lucrativas reparações! Portanto a população nos bairros de Luanda passa o périodo chuvoso usando as botas estilo mata-cobra, forçada a nadar nas inumerosas lagoas emergentes em cada rua da capital com a economia emergente. Na resolução disto; é conveniente dar o poder fiscal as comissões de bairros para controlar as obras que se realizem nas suas jurisdições e que cobrem pelo atraso do serviço, mau serviço e serviços abandonados dividindo o rendimento com o governo provincial. Isto requere um estudo sério mas fácil para realizar. Esta decentralização controlará as empresas que oferecem serviços nestes bairros mas também informar sobre a mediocricidade de outros patrimónios e estradas, que tenham burracos, falta de esgotos, asfaltos descartáveis de pobre qualidade chinesa.

Só nesta questão de engarrafamento nas estradas/picadas de Luanda e de afunilamento da população podemos resolver questões da urbanização, distribuição da mão de obra, unificação populacional, decentralização de poderes, criação de empregos, disciplina rodoviária, inovação nos mecanismos da construção, reabilitação de estradas e pontes, poupança nas despesas de combustível e reparação de meios de transporte, proteção contra epidemias, proteção de vidas, amelioramento da paisagem etc.

JDNsimba©2009pub05