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quinta-feira, 7 de maio de 2009

BEU: Nova ponte nova independencia

A reparação da picada que liga Béu ao seu município, Maquela do Zombo é uma surpresa para o povo desta comuna. Vê-se a alegria nos rostos dos residentes desta comuna que festejam esta inauguração da ponte no rio Nzadi. Esta ponte foi sempre um alvo da política absurda entre angolanos. Foi nas turvadas políticas da revolução angolana que em 1976 esta ponte foi rebentada com dinamites e grenadas, ordenada pelos comissários da FNLA, nomeadamente João Matondo e Paulino Ntetani. Este ano foi a última vez que este povo viu carros a circular nestas picadas que ligam Maquela do Zombo as comunas do Béu, Kuilo Futa e Sacadika. A infeliz ponte foi vista como ponto estratégico para impedir o progresso de qualquer força armada a penetrar as terras santas do norte de Angola. Foi assim que a FNLA rebentou-la para impedir o avanço das faplas. As forças do MPLA viriam fazer o mesmo para também impedir a chegada da Unita nestas comunas (Kuilo e Sacadika) partindo do Béu.

Festeja-se a reconstrução desta ponte como uma nova independência porque considera-se como a primeira oferta do governo soberano de Angola ao povo do Béu. Crianças que nasceram nestas localidades depois de 1975 nunca tiveram a oportunidade de ver um carro de tal forma como os natos da mesma época nos musseques de Luanda nunca viram torneiras. Estes esforços evidenciados pelo governo de Luanda com ajuda do Alto Comissáriado para asssuntos dos refugiados HCR que tinha iniciado um programa de acolhimentos de angolanos que voluntáriamente regressam do Congo Democrático. Nova independência porque este povo nunca dependeu do governo e responzabilizou-se pela velação da sua própria vida desenvolvendo actividades comerciais, agrícolas, pesca e caça sem esperando produtos que transitaram armazens provinciais ou mesmo do próprio porto de Luanda ou outrém.

A rehabilitação desta ponte vai activar as actividades locais e vai provocar o regresso de muitos filhos que fugindo a guerra foram-se instalando no municipio, na provincia até em Luanda. O restabelecimento desta vai incentivar a produção no Béu, Kuilo e Sacadika sabendo que pode-se transportar os produtos para Maquela em quantidade volumosa. Esta ponte vai servir de ligação turística ou para visitas familiares de muitos filhos destas três comunas que nas grandes cidade vivem há décadas. Esta eufuria translada não só a emoção mas também a esperança deste povo tão esquecido. Agora grandes homens com ligação governemental poderão visitar seus familiares tais como: o Apostolo Lutumba, A sua Exc Emanuel Kunzika mesmo o vice ministro do meio ambiente Abilio Sianga poderá por lá passar antes de atingir o seu Kuilo Futa e tantos outros, sem vergonha já que nunca pensaram a reconstrução destas zonas. Convidamos todos os natos do Béu que na Europa deambulem para revisitar o Béu, Kuilo e Sacadika. Solicita-se o governo de ajudar muitos irmãos (na transportação) que vivem ainda desempregados e ensardinhados nos prédios de Luanda para que voltem as terras do Béu. Oremos que a iniciativa do governo vai permitir a reconciliação de Angola e a reconstrução da nação. Agora acredita-se que delegências serão feitas para honrar este povo tão esquecido há longas datas.

JDNsimba©2009/5


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