Sou muito orgulhoso de ser africano, o continente que por direito natural viu-me nascer e crescer. Orgulhosamente falo do meu continente, observando as suas belas paísagens, suas misturas de cores com sons, até a sua simples morfologia física provem o miticismo dum continente que diga-se ser o berço da humanidade. Embrulho-me na felicidade quando fito superficialmente a invejosa riqueza que nela abunde, talvez ela prove a bondade do Criador. Esta mesma Africa de contradições devore a minha alma quando a observo profundamente; vejo e revejo a sua miséria, pobreza, sofrimento, desolação, emfin a Africa de Mandela e outros, talvez estes provem a mão do diabo em acção.
AFRICA LIVRE
A Africa que hoje avance em idade já não é jovem como tem-se pretendido. Desde o ano da independência (1960) o continente somou poucas victórias na marcha do seu progresso social, político, económico e cultural. Com mais de cinquenta anos de independência, Sudan e Tunisia(1956), Ghana (1957) como primeiras nações independentes (excepto a Liberia e Etiopia) são invitaminosissímas, apresentando grandes vertinosos desequilibros incuráveis entre a cidade e o campo comparando com outras nações da mesma era da independência como Cuba, Chipres e Singapur (1959). Fala-se altamente da democratização do sistema político, que mesmo assim tem mais rugas comparando a democracia africana pre-colonial muito mais antes da conferência de Berlin de 1886. Ghana que é um país de forte cultura autentícamente tradicional tem sofrido uma degradação caótica, visto que não houve mecanismo da proteção cultural e não se investiu-na de forma a suportar as pressões culturo-sociais das tradições estrangeiras e não tem formas estudadas para readaptar-se a mondialização. Tanto Ghana como o gigante Nigeria tem hoje culturas ultrapassadas pelos atributos conotativos exageramente dominante do mundo fora de Africa ou de Africa com uma forte presença negativa, nebulosa, frustrada por falta de uma identidade africana devidamente estruturada.
Reconhece-se que o desenvolvimento político é uma luta que mesmo a Europa consegue difícilmente. A política democrática em funcionamento em Senegal é vista como a luz para outros países africanos. A injusta demorra política na passagem do poder entre Diouf e Wade, uma vez visto de ponto eleitoral diria-se lastimável. A Africa conheceu políticamente homens ou dirigentes da primeira era que foram patrióticos e nacionalistas, qualidades actualmente raras. Já não existe aquela Africa de Jomo Kenyata (Kenya), Julius Nyerere (Tanzania) Kenneth Kaunda (Zambia), Joseph Kasa-Vubu (RDCongo), Marien Ngwabi (Congo_brazaville), Nelson Mandela (Africa do Sul), Agostinho Neto (Angola), S Machel (Mozambique) Kuame Nkrumah (Ghana), de Sekou Toure, Joshua nkomo, Hassan II, Houfouet-Buani, Sadate, Amadou Aidjo etc. Entende-se hoje que o continente vive uma crisa de leadership. Actuais dirigentes tem mais qualidades educacionais que muitos dos precedentes não tiveram. Tem-se hoje mais liberdade diplomática em relação a ontém onde a cooperação entre países ou continentes era segredo da heresia política. Hoje as nações devido a expansão da democracia, a evolução da tecnologia informática, a formação de quadros africanos nas grandes universidades do mundo e o desenvolvimento do sistema da espionagem e da técnica da comunicação não permitem a neocolonização económica de um país de forma isolada. As vozes se levantem cada vez mais mesmo no seio das organizações internacionais tais como ONU, Fundo Monetário Internacional, Greenpeace, mesmo nas Organizações não governementais tem-se levantado mais vozes. Infelizmente a gula do poder se agudizou entre os ditadores onde a monopolização e privatização das economias são o prato mais preferido dos dinossauros africanos. O próprio dirigente político africano fez de Africa um continente miserável.
O continente não económicamente alterou de situação, onde o justificativo da colonização já não tem bases. Em menos de 40 anos construiu-se a URSS, muitos países asiáticos não são assim velhos. Todavia muitos países viram as suas estruturas económicas completamente destruidas pela 2. Guerra mondial. Incrivelmente até hoje não há uma industria propriamente africana. As infrastruturas quase em 90% de países são as mesmas heranças da colonização. Houve grandes retrocessos económicos em muitos países devido as guerras unjustificadas. Nenhum país tenta se distinguir; onde a falta de água potável e luz são o denominador comum das grandes cidades. Tal como não há escolas nas aldeias da Tunisia, não há hospitais nas comunas de Angola. Não se pode evacuar produtos mesmo de Kumasi para Accra. Não há liberdade da imprensa na Líbia. Nigeria tem as mesmas dívidas como Benin, Somalia, Botwana. No zimbabwe transporta-se o dinheiro nas malas como no Congo etc. A economia africana ainda é propriedade privada de presidentes que em colaboração as multinacionais europeus condenam milhares de vida na miséria. Os ministros alimentam-se da corrupção defendendo políticas absurdas e dirigentes egocêntricos. Os dividendos iniciativas e lucrativas de Africa constroem impérios na europa, Americas e agora na China. A inalterada Africa de 1886 continua como fonte de matéria prima e mercado da mão de obra barrata para outros continentes. Trabalhadores e intelectuais africanos são sistemáticamente preparados para um êxodo rural do campo a cidade que se vai culminar por um asilo politico-económico para Europa ou Eldorados. Tudo foi economicamente planificado e está-se seguindo o rumo padrão, uma vez encontre o encorajemento dos locais dinossauros.
Há países mais jovens como Namibia, Angola, Eritrea, Mocambique que tentam ainda reconstruir mas errando pela nacionalização da corrupção, injustiça, roubo sistemático, a dominação de clãs com poderes financeiros, políticos e das influências presidências mantendo a miséria terrorisando em tudo. Até quando a Africa terá ainda analfabetos? Até quando terremos universitários nas aldeias. Até quando haverá a redireção do êxodus rural. Até quando haverá estádios nos campos. Até quando terremos salários compátiveis. Até quando haverá eleições justas, fair e democráticas. Até quando haverá mandatórios com tempos determinados. Até quando a riqueza africana servirá a Africa. Até quando a lei será respeitada. Até quando, até quando?...
A Erupção de Angola
Quase em todos países africanos, fala-se mais de Angola não como uma trincheira firma da revolução militarista mas duma economia emergente. Deslocar-se em Angola tornou-se um fatalismo sonho real desda Africa Magrebiana, até ao Cabo da Boa Esperança. De portugal ao Brazil conta-se por múltiplos as fileiras para os expedientes pedidos de vistos. Angola tornou-se por um Eldorado africano. A economia angolana baseada na industria petrolífera e diamantífera é hoje um ímano que atrae os gold-diggers enquanto a miséria ainda tem dezimado a sua população alimentada com migalhadas. Angola é hoje projetada como um espelho da nova moda, mas confunde-se Luanda por Angola sendo uma estrategia política da governação cubrindo a incapaciade na resolução de problemas nacionais. Luanda é apenas a capital superlotada com uma população de mais de 4 milhões de habitantes cuja a maioria desempregada e pobre. O governo de Luanda tem desenvolvido um trabalho penuoso na reconstrução das infrastruturas rebentadas e destruídas durante 30 anos de guerra nas zonas frequentadas pelos barrões da política local e de visitantes pro-governementais. Políticamente, o governo espere amelhorar as condições sociais de cada angolano egoísticamente aplicando a mesma política totalitária de ontém. Até hoje Luanda não cimentou ainda o sua fundação política com alicerces da democracia como a transparência, o pluralismo, a reconciliação, a cohabitação, a verdadeira justiça onde a lei funciona, as digervências de opiniões são desconhecidas ou energicamente rejeitadas. Luanda tornou-se num mercado para a mão de obra não refinada do estrangeiro que assiste o suícidio técnico e físico do otoctone. A transformação arquitectoral de Luanda é uma maravilhosa colorização com bidon-villes a ornear os arredores das fabulosas zonas da nova classe politico-social emergente nesta economia da reconstrução regional. Existem ainda muitas promessas que serão cumpridas e que vão relançar Luanda numa plataforma destacada mas que o combate a corrupção ignorada pelo governo já que é estatal é a maior chave. Angola como grande produtora do petroleo no continente ainda vive inexplicadamente de empréstimos(créditos), quando tem uma vultuosa reserva em constante enchimento. Com a actual situação económica de Angola, que tem um grande território com uma população reduzida e um rendimento incalculável deveria-se viver melhor que a França, Japão ou Inglaterra povos com capitais onde a vida é similariamente cara como Luanda. As novas e moderadas construções como moeda de troca para a sobrevivência do governo nos pleitos eleitorais e na continuação no poder é uma bomba em atraso uma vez que se constroe com capital estrangeiro. O ritmo do movimento progressivo da economia política de Angola tem muito a comentar porque vai acentuando a dívida da nação onde a juventude do futuro será condenada num hereditarismo de gerações as gerações.
Se neste momento de boom económico o angolano vive miserávelmente, como será quando Angola conhecer a crise? Neste momento é quase impossível aceitar que morre-se angolanos de fome em Cunene, Huila etc. Em Angola, tudo que brilha não é ouro!
NsimbaJD©2009/05