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sábado, 16 de abril de 2011

JES: SEREIS ETERNAMENTE POBRES!


Não é que tinhamos em Angola um PR visionário? Este presidente projectou sempre suas visões em slogans para melhor inserir a mensagem na consciência do povo. Assim uma vez declarara: nascemos na luta, crescemos na vitória! Este abreviado recado pode ser interpretado em várias formas, dando diferentes opções. Numa clarividência política, exprimia-se sobre as causas da nossa luta e as consequências ou efeitos preconizados como objectivos finais.

Partindo daquela data que o MPLA obteve possibilidades de comunicar tanto clandestinamente como direitamente ao povo angolano, trouxe-nos sempre uma mensagem da esperança, usando métodos e mecanismos bolchevicos. Este movimento/partido apresentou-se sempre como uma força que luta ao lado e com o povo para ultrapassar os obstáculos de forma sistemática prometendo resultados positivos ou simplesmente mudanças. O MPLA fez-nos crer que o comunismo era a melhor ideologia social que garante o bem-estar ao povo. Que era o movimento que tinha a melhor visão, melhor sistema político e que mais se preocupava e melhores soluções possuía.

A verdade é que o MPLA lutou contra um sistema colonial que condenou o povo angolano a pobreza. O partido da situação tem sempre lutado contra a política da exclusão social e contra o divisionismo tribal imposto ao angolano. Nos conhecemos um MPLA que se dizia ser o povo e que na sua politica o povo é que manda. O movimento era a melhor alternativa não só para o angolano mas também para o africano. Não é assim que éramos a trincheira firme da revolução em África? Dali socorremos os povos da Namíbia, África do Sul para suas independências. Partimos depois para implantar a paz económica em São Tome e Cabo Verde. Também fomos derrubar governos de Lissouba no Congo Brazaville e de Mobutu na Republica do Congo. Angola foi uma alternativa para restabelecer a paz em Bissau e ainda ontem lutamos lado a lado com Gbagbo. A verdade é que com o MPLA sempre estivemos ao lado da razão. Infelizmente hoje a historia vai provando-nos que o comunismo foi simplesmente a exploração do povo pelo politico.

O bem-estar social que nos foi tanto prometido é hoje envergado com uma toalha da corrupção comunista. Tudo que se vive hoje, não implique que o visionário de ontem pecou algum lado mas talvez foi um lapso de tempo e mau gosto na interpretação das visões dos fieis seguidores, por isso diz-se hoje que a pobreza no solo angolano já existia desde tempos remotos. Eh pa, vamos ver uma coisa! O angolano sempre viveu pobre mas foi-lhe constantemente prometido o bem-estar social. Essas ilusões de ontem foram sempre apresentadas como realidade do tempo e veracidade do futuro porque alguns estratégicos prometeram-nos maravilhas. Aceita-se que hoje Angola é soberana, embora que não tenhamos certas liberdades. Portanto a pobreza que se vive hoje é pior daquilo que se viveu na época colonial. A política colonial era mais clara pois o angolano não era considerado como ser humano. Na sua promissiva mensagem o MPLA nunca prometeu o bem-estar social para alguns angolanos mas para o angolano em geral. Porem não se sabe como explicar o engrandecimento económico de certos vizinhos do bairro, colegas da escola ou do trabalho, especialmente os partidários. Hoje a pobreza é para a maioria enquanto uma minoria regozija nas grandes praias do mundo com a massa do suor angolano. E temos a coragem de declarar indirectamente que nunca prometemos melhorar a condição do angolano! Dali o treinador deitou a toalha no ringue. Esta coragem de admitir a incapacidade do partido da situação publicamente deveria ser feita com um discurso direito e simples.

O MPLA aceita hoje depois de 30 anos que não tem capacidade de combater a pobreza em Angola pois não foi ele que trouxe-a. Ele nega hoje todas as promessas do bem-estar social prometidas aos angolanos, negando suas posições anteriormente assumidas. Mesmo assim esperem que alguém os vote, porque conta-se distribuir estrategicamente cervejas, camisolas, dando motorizadas aos sobas e outras promessas endiabradas como sempre. Este treinador deita a toalha no ringue já que o seu pugilista já não tem gasolina no peito mas procura acusar o árbitro no fim do combate dizendo que só deitou uma toalha vermelha (pouco importa a cor da toalha), então este não tinha direito de terminar o combate. Ele espere que seu pupilo vence a todo custo. O MPLA deitou as luvas no chão mas quer manter-se eternamente no ringue. A ironia é clara que: nos nunca iremos terminar com a pobreza angolana mas vamos manter-nos no poder. E que as promessas sobre o bem-estar social não eram para todos, especialmente não para o povo. Desbobinar esta fraseologia não necessita manipular as opiniões e compreendê-la não exige ser do lado da oposição!

Não esqueceis que o colonialismo foi a causa da pobreza em Angola mas que a corrupção agudizada, a pilhagem económica, as distribuições desiguais do rendimento, a politica cleptocrática, a exclusão social, a injustiça e egoísmo são as graves causas que o partido da situação adicionou e ampliou na nossa sociedade. Sim conhecemos a guerra mas muitos bilionários angolanos surgiram depois de acordos da paz, cuja maioria pertence a classe dos generais e políticos.

Se um jornalista da meia-tigela como eu, posso discernir estas palavras, então não sei o que resta aos profissionais da média angolana para entender que a verdade não tem cores. Isto não é propaganda, nem tão pouco demagogia!

É verdade, nascemos na pobreza, crescemos eternamente na miséria.



Nkituavanga II