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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O ESPIRITO DE 11 DE NOVEMBRO

O 11 de Novembro é uma data tão significativa na historia do povo angolano. Ele marca o nascimento duma nova nação no seio do continente africano e no universo terrestre. O homem angolano iniciou uma nova experiência como ser humano entre outros; direito esse que lhe foi negado pela colonização. Querendo como não, diria felizmente este ano festeja-se o quadragésimo ano da soberania angolana. Digo felizmente porque cada um tem a liberdade de pensar como cidadão livre e as divergências de opiniões não retirem a alguém o direito a cidadania.

Temos todas as razões de celebrar esta oportunidade; baseando-se de facto que a esperança da vida do angolano circunda a volta dos quarenta, então é motivo de festejo. Não se nega aqui as realidades no terreno, e não se deve jogar a hipocrisia, sabendo que temos botado fora de casas familiares e da sociedade multitude de crianças que vão poluindo as ruas de grandes cidades. Umas vitimas da guerra, outras da suja-nova politica religiosa e algumas de condição egoística de dirigentes angolanos. Também não se vai esquecer de tantas crianças que dia após dias morrem famintas no Kunene e noutras partes desta grandiosa pátria. Diz-se que ''o africano tem uma curta memoria'' mas sabe-se bem que o angolano tem a qualidade de reflexão politica que muitos não tem ainda. Isto proporciona um equilibro que permite-nos celebrar mais uma década da nossa existência. Quarenta não deixa de ser uma buzina que alerta-nos sobre a rápida aproximação à cinquenta; que marca o meio século cuja maioria de países africanos vergonhosamente já atingiu sem portanto desfrutar bases primarias para um bom estar socioeconómico. Foram quarenta anos que um grupo de escravos libertados sob o jugo egipcíaco andou em circulo pelo deserto de sofrimentos e misérias mesmo tendo mais de que cheques brancos.

Economicamente Angola não é dos melhores ou fortes entre os africanos mas também não é o pior ou fraco. Angola tem cometido o pecado de fiar-se sempre no seu petróleo e diamantes, enquanto éramos os mais privilegiados para assimilar a experiência cubana. Nisto, contando primeiro com o seu recurso humano! Dias e noites nunca se parou de avisar e alertar que os dias de vaca gorda nunca se eternizam e que Angola estava não muito longe para iniciar períodos de vaca magra; cá estamos hoje! Perdeu-se o tempo domesticando anacondas e jacarés, então paga-se hoje com lágrimas.

O 11 de Novembro é um tempo de fazermos balanço tanto individualmente como colectivamente. Ė um tempo de comunhão: reconciliar-se e reforçar os laços de fraternidade jogando fora o tribalismo, a exclusão social e todo tipo de discriminação que tem roendo nossa nação. Este é o tipo de espírito que deve animar o angolano, especialmente a juventude.

O nome de Angola é como o nome duma certa família cujos membros devem continuamente proteger e defender. Porem há sempre aqueles que por ignorância, tolice, desobediência, gula da gloria ate mesmo por vaidade própria sujam e corrompem a reputação desta. Enquanto isto acontecer o restante de membros vai levantando-se energicamente para dar uma nova imagem, defender sua integridade e restaurar o respeito e honra da mesma. Não é que roupas sujas lavam-se no seio da família? O futuro ainda é prospero para Angola. Ainda há tempos de reparar os erros de quatro décadas. Todo angolano não é laranja podre no saco. Angola tem ainda seus melhores filhos e as esperanças não secaram. As pessoas de boa vontade e com boas iniciativas podem ainda sentar a volta duma mesa e debater tudo para o interesse deste povo. Temos ainda tempo de oferecer algo decisivo para aquela criança da rua. Mesmo sem petróleo e diamantes pode-se construir uma nação forte mas só com homens conscientes, de corações cristalizados capazes de dirigir fortes instituições. As reformas são formas para melhorar ou inovar aquilo que tinha falhado, errado, falsificado ou mesmo mal partido. O perdão também existe para os que tem qualidades de reconhecer seus erros, culpas ate pecados gravíssimos. Só os que reconhecem seus erros podem neles aprender porque todos temos o direito à erros mas não à escândalos.

Acredito eu que se Angola continue confiar e apostar nas suas escolas partidárias que preparam as crianças, jovens e mães/mulheres a conviver na descriminação, tribalismo e todo tipo de segregação, a nossa nação nunca conhecerá a Reconciliação. Deve-se acabar com todos laboratórios políticos que manipulam a consciência de uns a rejeitar outros só porque defendem ideais diferentes. Para uma Angola coesa, unida deve-se abolir a OPA, LIMA, JMPLA, JURA, JFNLA etc. Deve-se criar uma única só organização para crianças, uma só para a juventude e uma só para mulheres mantendo diferentes partidos políticos para patriotas maduros de fazer escolhe do destino ou inclinação politica seguindo seus gostos, já que formulara-se uma consciência angolana. As ideologias e ensinos destas organizações segregativas estão à base de divisões que se vive continuamente no país sabendo bem que Angola tem uma historia manipulada e falsificada. Elas fazem parte da herança da guerra ideológica que alimentou a guerra desde 1975. Só resolvendo isto Angola poderá ser ''um só povo uma só nação''.

Procura-se angolanos com boa vontade para dirigir o bom destino da nação. Vamos escolher e manter aqueles que merecem.  Já temos a prova que discursos bonitos não resolvem nada mas precisa-se criatividade no colectivismo. Aproxima-se o descalabro e deve-se reagir positivamente. Tal como a paz sem unidade é tão falso, a unidade sem amor é falsíssimo.

 

Nkituavanga II