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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

CHOROS DAS SEXTAS



A história da pré-revolução angolana demonstra que a maioria dos meus antepassados não se exprimia em português, facto que não prova que gentes da minha terra eram mudos ou parvos. Por consequência a riqueza da minha cultura bem prova a coerência da comunicação musical e verbal empregue nesta comunidade. A selecção ou escolhe de nomes era um instrumento comunicativo muito decisivo para os bakongo, porque cada nome carrega consigo determinada história duma família, clã, tribo ou duma certa comunidade. Isto é a base em que repousa a importância e o significado de cada nome que se coloque aos descendentes, mesmo aos animais domiciliares.

Para mim possuir um grande nome é mesmo inspirativo: partindo duma simples curiosidade ate embarcar as profundidades do núcleo da investigação. Assim fui nascido com a denominação de Nkituavanga II, já que o meu falecido pai era o Nkituavanga primeiro. Este apelido que se traduz por: que fizemos ou o que fizemos. Ora, uma vez procurei curiosamente, solicitando meu velho para descobrir o que realmente ele fez, ou talvez que alguns pertencentes a família tinham feito. Nunca na sua réplica evocou a palavra ‘’niet’’, se não for deixar escapar dos seus lábios um simples sorriso amigável, que remetia a conversa por uma outra oportunidade. Infelizmente a vindoura oportunidade tão esperada nunca iria surgir uma vez o meu pai viria sucumbir nas matas fugindo a UNITA que havia ocupado as terras santas do norte de Angola, projectando assim a minha vida numa orfanato antecipado. Hoje transbordei a minha curiosidade para com a minha mãe que também prefere enviar-me investigar o significativo deste curioso nome fazendo uma leitura do tempo; que prova?

Que fizemos ou o que fizemos (Nkituavanga) na minha profunda observação e na lógica da minha investigação deveria se terminar com um ponto seja de exclamação tanto da interrogação. Isto dependendo das circunstancias em que o sujeito se encontre ou da posição que o mesmo ocupa na hora da proclamação emocional ou sentimental. No entanto seria anormal e incorrecto o nome de num indivíduo se termine assim com um ponto qualquer. Concretizando a realidade deste nome num cenário prático, quem assim atira este apelido com um ponto de interrogação (Que fizemos?) procura conhecer porque vem sendo punido, quando inocente é. Talvez porque vai sendo continuamente sujeito às queixas ou perseguições quando está carimbado com inocência. A tonalidade com que se invoca este nome prova que o castigo é violento, sente-se a brutalidade onde as consequências são físicas.

Que fizemos! prova que o sujeito está ainda livre mas sofre pressões duma injustiça qualquer. Ele não está acreditando o que se passa para com ele mas a tortura é ainda verbal/moral.

A leitura do tempo nunca foi em nenhuma parte fácil porque o tempo é muito imprevisível. O tempo das actualidades sociais já não respeitem as normas e as regras que gerem a tal sociedade. O tempo social do dia-a-dia do angolano é manipulado pelo político e desfigurado pelos profissionais da arte da bajulação e média, sabendo também que a história do povo angolano vai sendo montado peça por peça nos laboratórios daqueles que detêm o monopólio da mentira.

Quando faço a leitura do tempo fico sempre confuso. Confuso porque não sei qual ponto colocar nesta situação. Eu tenho feito perguntas aos incógnitos e exclamo no vazio. Não tenho quem me responder ou simplesmente não vejo quem me responder. Todos sabem que sou inocente mas preferem o silêncio, e regozijar-se dos meus sofrimentos. Isto é a cobardia do homem mas…

Este meu nome não é a profecia do meu falecido pai? Sabendo que ninguém no seio da sua família cometeu, será que algum lado alguns bakongo cometeram? Injustamente fomos acusados e condenados em 1975 dali digo Nkituavanga? Isto só porque alguém da casa pensou em criar um movimento e iniciar a guerra da libertação. Isto só porque alguém quis ganhar a luta e teve maquiavélicamente uma genial estratégia de diabolizar nosso povo. Para sermos malvistos nas ruas e mesmo nos bairros fomos então em 1992 acusados e massacrados nas nossas casas: dali digo Nkituavanga? Isto só porque temos uma terra que faz fronteira com o Zaire (RDCongo). Isto só porque falamos mal português e fomos nascidos em Cabinda, Zaire e Uíge. Isto só porque cometemos o pecado de vivemos no Mabor e Palanca. Somos acusados porque alguém incapacitado pensa distrair o resto da população dorminhoco!

Este fim da semana muitos vão festejando, mas nos estamos fechados nas casas tentando responder: O que fizemos? Este fim da semana perdemos em Luanda os nossos filhos, irmãos, netos, sobrinhos, primos enfim parentes só porque alguém preferiu acusar-lhes de toda a maldade e colocou um adjectivo condenativo nas suas vidas devido os interesses político-económicos. Todos bem sabem que somos inocentes mas escolheram a via do silencio deixando os bakongo no sofrimento, e vão alegrando-se da sua eterna condenação.

Será que meu pai soubera que um destes dias seremos falsamente acusados e eternamente condenados. Será que meu pai sabia que nenhum dos actuais (eternais) dirigentes tossira palavra para rectificar a condenação? Mesmo os comparsas da equipa governamental cruzarão as mãos rindo-se dos bodes expiatórios?

Num deste fim da semana houve massacre de bakongo que ninguém pode negar mas cujo resultado do inquérito ficou nas gavetas do governo como sempre. Esta memória resta impagável na consciência dos comanditários, dos actores mas também do povo sacrificado.

Que as lágrimas dos bakongo entoam, Nkituavanga!


Nkituavanga II





quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

VERGONHOSAS ELEICOES NO CONGO


Muitas vezes somos convidados a explicar certas coisas em formas comparativas para facilitar os problemáticos de poder cativar as revelações. Isto muitas vezes não tem nada haver com a capacidade intelectual do individuo, sabendo que fomos todos sujeitos ao brainwasching process duma revolução cuja ideologia era de dividir para melhor reinar.

Observando o mapa geográfico de África vê-se logo um grande espaço territorial colocado em cima (ao norte) de Angola que na realidade é maior a esta. A RD do Congo, o ex-Zaire de Mobutu é o país que tem uma fronteira terrestre que cobre quase a metade da fronteira não marítima de Angola. O Congo não só é maior (com 2 345 000km²) que Angola mas é também mais povoado (estimada + de 60 milhões) e mais rico em termo de mineral (coltão, cobre, diamante, urânio, (floresta equatorial, okapi), petróleo etc.).

Historicamente o Congo ajudou, participou e colaborou sem sombra de dúvida para a independência de Angola. Não se vai negar as influências negativas deste, mas não implicaria rejeitar hipocritamente o positivo. Congo albergou a FNLA, MPLA e UNITA no seu território, onde quase a maioria de dirigentes não só transitaram mas viveram. Não foi o famoso discurso de Mobutu nas tribunas da ONU que alarmou o mundo sobre o comportamento nefasto dos portugueses e compadres em África? Que acelerou as independências de muitos países incluído Angola.

NOUTRO LADO

O grande revolucionário e filósofo Frantz Fanon, uma vez declarou: ‘’a África tem a forma duma pistola cujo gatilho é no Congo’’ nesta realidade geoestratégica eu vejo e tenho declarado que: Angola é o ferro em meio arco da pistola que cobre o gatilho dando-lhe protecção e manobra para circundar’’. Pondo esta declaração com os acontecimentos de hoje numa mistura das minhas concepções, vejo um grande filme surpreendente que vai se desbobinando no mundo.

Os congoleses conheceram uma ditadura de mais de 30 anos, facto que fez que hoje a juventude congolesa se espalhe no mundo. Congo é actualmente reconhecido oficialmente como único país do mundo que tem cidadão em cada nação do globo. Num passado próximo o congolês foi então visto no mundo como BMW (Bier (cerveja), Music (musica) e Woman (mulher; designando mulherengo). Esta fraqueza de ontem vai-se paulatinamente transformando por uma força. Então o BMW de ontem fez-se hoje combatente.

O Congo acaba de sair do período eleitoral e entrou numa revolução tumultuosa que vai cristalizar a consciência da humanidade numa exposição onde os bons vão se separar dos maus. Permite-me dizer que nunca houve eleições justas no mundo, porque mesmo nos países desenvolvidos, as eleições foram sempre conotadas com fraudes. Assim como já se viu na Alemanha de Helmut Kohl, Na América de Jorge Busch, Na Rússia de Putin, No Zimbabwe de Mugabe, em Angola de JES etc. O que se passou no Congo não se pode considerar por eleições! Foram na realidade as eleições mais sujas do planeta. Nelas foram apanhados boletins de voto antes e mesmo depois do período eleitoral. Surgiram boletins sem a figura do Tshisekedi, candidato do povo. Outros apareceram com um postulante desconhecido a mais. Carros da ONU foram surpreendidos cheios de boletins de votos já marcados, digitando Kabila. Foram apanhados boletins armazenados em muitos edifícios de igrejas. Kabila cometeu a imprudência de ganhar 100% numa província, justificando que o povo vive do tribalismo. Na cabeça do CENI (comission electoral mational et independante = ao CNE angolano) colocaram um pastor co-fundador do PPRD (partido de Kabila, que se candidatou como independente só pelo facto de não ser fundador deste e intenciona criar seu próprio MPLA congolês).

Tanto em 1992 como em 2006 houve eleições fraudulentas em Angola, onde se verificou a obra do músculo escuro do MPLA na manipulação da consciência do cidadão. Primeiramente houve grandes batotas e cambalachos nas campanhas e propaganda. O MPLA fez-se dono de todo equipamento, apropriando-se de tudo desde simples ar atmosférico, tempo, vidas de angolanos, rádio, televisão, bancos, meios de transporte e todas as infrastruturas que serviam para o evento. Angola conseguiu de esconder fantochadas urnas aquarteladas no Congo, Namíbia e em diferentes quartéis militares só para garantir a vitória dos comunistas. Esta mesma prática Angola usou em 2006 para garantir a cadeira presidencial ao Joseph Kabila kanambe.

Hoje o mesmo Kabila ganhou ilicitamente as eleições mas teatralmente depois uma vitória que se diz convencida, enche as ruas com 25 000 mercenários vindo de diferentes países como Ruanda, Uganda, Tanzânia, Angola, Zimbabwe e África do Sul para alem das forças da ONU. As ruas de Kinshasa são invadidas pelos tanques e tropas armadas ate aos dentes caçando uma população indefesa. Legalmente Kabila ficou na terceira posição e reconhece sem dúvida que houve irregularidades.

Kabila que fez um juramento na presença de uma população reduzida e numa esquina ao lado de um quartel militar encontra resistência nesta rivalidade presidencial com o populoso Etienne Tshisekedi. No seu juramento oficial participaram vários músicos e artistas da comédia congolesa e dois outros candidatos a mesma presidência como Kengo Wa Dondo que possivelmente será o primeiro-ministro do governo kabilista. Independentemente de embaixadores, não houve representações estrangeiras se não for os de ONG’s. Angola fez-se representada pelo ministro das relações exteriores enquanto Congo Brazzaville enviou seu ministro de transporte para dignificar Kabila como antigo taxista em Ruanda. O único presidente no mundo que presenciou as aventuras de Kabila foi Robert Mugabe do Zimbabwe. Por seu lado, Tshisekedi foi impedido de jurar como previsto no grande estádio Kamaniola. Este viu a sua residência barricada por uma armada com tanques prontos para ‘’apanha-lo’’ felizmente salvo na última hora numa chamada urgente de Hillary Cliton. Congo é hoje palco da revolução! Talvez Congo será a tal trincheira firme da revolução que Agostinho Neto sonhara.

O medroso congolês de ontem se metamorfoseou, pois já não conhece o medo. Com os congoleses, nasceu em vários países europeus uma revolução que faz estremecer as consciências. Em Kinshasa existe hoje muitos reduzidos bolsos da resistência e o ambiente está dominado pelo medo, terror, óbitos, choros, caça e tiroteios etc. Noutras províncias há calma mas em Kananga e Baixo-Congo vive-se o terror imposto pelos cães angolanos da guerra. A tropa angolana já entrou em cena como sempre sem que haja opinião do dito parlamento. O chefe não hesitou para lá mandar seus cachorros mas a única preocupação foi explicar ao genro Sidiki Dokolo que lá se vai proteger os interesses nacionais e impedir a movimentação as forças da FLEC, pensando que este não sabe localizar Kananga no mapa do Congo e Cabinda em Angola.

Na diáspora, penso eu que o congeles vai dando lição ao resto do mundo juvenil africano. Revejo o cenário onde o revoltoso Libório do Bem-Amado estrangula com uma tremenda força a sua ladroeira esposa. Quem poderia imaginar que o jovem Cedrick apetrechado com um patriotismo abandone Angola e regressa ao Congo só para eleger o candidato do povo Tshitshi. Infelizmente o voto do rapaz foi desviado a vantagem do Kabila e Cedrick heroicamente para reivindicar seus direitos ascende seu corpo agasolinado e queima-se. Que bravura? Mesmo se alguém considere por estupidez!

O que foi alcunhado por BMW levanta e mete-se a gritar ao topo da sua voz apelando povos do mundo ao reconhecimento dos seus direitos e respeito a sua escolha. O congolês da diáspora vai manifestando em Londres, Bruxelas, Toronto, Venezuela, África do Sul, Escócia, Cap Town, Jonesburgo, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Paris, Austrália, Washington, Correia etc. A Bélgica, a metrópole colonial vê suas lojas evaporar nos incêndios. As embaixadas congolesas no exterior estão completamente fechadas (excepto em Luanda e Harare). A luta é dura e será longa mas o combatente (que achávamos de Libório) está preparado.

A INSENSIBILIDADE DO OCIDENTE

Perante estas manifestações, os grandes dirigentes guardem o silêncio, As contas já foram calculadas e rejeitam qualquer mudança de plano. Sarkozy da França, Cameroun da Inglaterra, Obama de América adicionando o rei da Bélgica já tem preferências mas as multidões continuam berrando nas suas respectivas portas e gabinetes. O mundo guarda o silêncio quando o congolês/africano vai continuando morrer com as balas das Faplas e Kabila. Para o ocidente nesta altura o negocio é mais importante que o homem; perdeu-se então o sentido do humanismo por causa de diamantes, ouro, petróleo etc.

As mulheres congolesas, as mães lamentaram, choraram os mortos e reflectiram como milhões de mulheres foram e continuam sendo violadas. Elas clamaram ao mundo e o mundo optou pela mudez. Votaram e seus votos foram usurpados. O ocidente, campeão da democracia estampou os seus direitos. Elas decidiram manifestar no recinto da embaixada dos Estados Unidos de América em Kinshasa.

A mulher africana é na cultura do continente um ser sagrado. As mães congolesas levantaram suas vozes e foram a embaixada americana reclamar seus direitos. Elas trouxeram o seu memorandum que foi dificilmente entregue aos diplomatas americanas, que mostravam pouca vontade em recebe-lo. Elas ficaram lá chorar e gritar durante o dia, sem comer nem beber. Lamentaram dormindo, rebolando no chão com dores, pena e choros mas não houve reacção americana e tudo ficou sem efeito.

Logo ao anoitecer, penetra no recinto da Embaixada Americana um grupo armado de militares apoiados com tanques e armas ligeiras tanto pesadas. Lançaram contra as fracas mulheres gases lacrimogéneas, roubaram suas carteiras e telemóveis, tiraram-lhes sapatos e ‘’suraram-lhes’’ ate ao desfiguramento. Outras conseguiram escapar apenasmente com fato de Adão. Isto tudo, foi bem presenciado com sabor pelo pessoal da embaixada americana sem que se fala de agressão neste santuário.

O que se passa hoje com os congoleses pode se passar amanha com o resto de nos. Eu sou solidário com este povo não pelos laços políticos mas pelos factos históricos que compartilhamos mas também vejo algo que outros não vejam. ‘’O galo que se alegre hoje pela morte do pato, será……’’

Ate 2012!



Nkituavanga II


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

2012: MA NOVIDADE SOBRE AS MAS NOVIDADES



Os dias são contados para que se termine o ano 2011. As pessoas estão motivadas para começar um ano novo; pois geralmente um ano novo traz sempre novas esperanças, independentemente das regiões ou circunstancias em que vivemos. O ano 2011, não trouxe felicidade a vida de cada ser humano, mas, foi um ano muito marcante na vida de muitos. Globalmente foi um ano animado com diversos controversos e muitas polémicas politicas.

Neste ano de 2011 agudizou-se a crise ecológica no mundo. O mundo político que com toda a teimosia tem negado este fenómeno foi convencido sobre o perigo que a ecologia representa contra humanidade e o universo. O mundo desenvolvido ou as nações poderosas também conheceram a mesma agudização na crise financeira que tem abalando as economias do norte-sul. Não vamos dizer que os países pobres sofreram ou sofrem desta crise uma vez que nunca conheceram períodos de vacas gordas, e vivem continuamente numas crises eternas.

A poderosa Europa conheceu várias dificuldades contínuas no que diz respeito a moeda única. O famoso EURO ganhou uma face desfigurada uma vez as perturbações financeiras arrastaram as economias de várias nações que fazem partes das costelas do mesma coluna. Os compatriotas gregos, italianos e espanhóis não cessam de lagrimar enquanto os portugueses aproveitaram uma brecha para fazer-se parasitas, chupando um pouco de sumo da economia incontrolada de Angola. Sarkozy da França e Mekkel da Alemanha sacrificaram-se para salvar a economia europeia com sucessivas reuniões de insucessos, quanto Camerões da Grande Bretanha foi travando as rodas da carroça.

A vitória, o prazer da vida e sucesso foram atribuídos aos protesters (manifestantes) que nos países árabes conseguiram colocar um ponto final as vidas de muitos ditadores nos respectivos países. Os manifestantes do Egipto, Tunísia e posteriormente da Líbia foram coroados com flores de ouro mesmo quando o sangue continua derramando nas estradas da Síria e choros no Yemen. Esta celebração se realize sob um olhar silencioso de J.P Mbemba do RD Congo e Gbagbo de Cote d’Ivoire que vão orneando as prisões de Haye/Holanda.

A África vai acabar este ano com muita amargura, uma vez agora é mais claro de que a clareza que as promessas de Barack Obama eram simples discursos para decorar o parlamento da Ghana já que o fazia perante a estátua de Nkuame Krumah. A situação do povo do Egipto ainda não é serena porque ainda há confrontações no Cairo. As ruas de Kinshasa e outras províncias congolesas estão sendo patrulhadas pelas tropas mercenárias de Ruanda e Uganda como de cães da guerra de Angola e de África do Sul.

Assinala-se também a continuação de Samakuva na cabeça da UNITA. A FNLA, a fragilizada monstro de duas cabeças vai continuar a sua vagabundagem com tumultos, mas com um espírito mais patriótico, a FNLA poderá (em 2012) ver a luz no fundo do túnel, uma vez que a entrave chamada Lucas Ngonda já não tem alicerces políticos.

O ano 2012 não traz boa novidade para os povos de África. Em 2012 a África vai conhecer momentos mais difíceis. A África vai recolher as consequências de maus trabalhos realizados pelos filhos do continente: falo de Boutros Ghali e Koffi Annan nas nações unidas e Clinton. A África vai conhecer mais uma crise humanitária que será a continuação dos genocídios da Ruanda e do RD Congo.

Todas as injustiças socioeconómicas aplicadas contra a África atingirão um ponto culminante onde não haverá possibilidades de esconde-las. O africano está mais consciente e o europeu será determinado de mais conquistar. A luta de compartilho entre os pobres e ricos, entre os mais desenvolvidos e os menos desenvolvidos vai-se agudizar e causar assim umas revoltas e enfim uma crise regional que se vai alastrar para global.

A falta do respeito a vontade do povo africano, também será um outro ponto da partida. Muitos ditadores serão forçados pela pressão popular a abandonar o poder. O Ocidente vai querer proteger seus interesses a ferro e fogo. A injustiça será exposta e a democracia será pisada pelos democratas, dali as vozes vão se levantar.

Em Angola haverá descontentamento do povo porque as exigências do povo não serão respeitadas. O MPLA vai ganhar num músculo fraudulento as eleições como sempre. O nosso PR vai ver o seu prestígio internacional evaporando, porem vai ainda exprimir-se com muita obras. Nada vai se fazer para combater a corrupção no círculo restrito mas JES vai tentar colocar um mecanismo político para acabar com a política da exclusão social, portanto o tempo será uma barreira. Muitos membros influentes do partido da situação vão procurar formas de desistir entre os camaradas. Existe probabilidade que Angola entre em conflito com Ruanda/Uganda, envolvendo o Congo Brazzaville e Congo democrático.


Nkituavanga II



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A INGERENCIA DE ANGOLA NAS ELEICOES DO CONGO


Não há dúvida que Angola já foi uma trincheira firme da revolução em África, enquanto hoje ela não pode se considerar como tal. A história do continente prova que muitos líderes africanos diligenciaram em todas as circunstâncias para que Angola se libertasse do jugo colonial e muitos povos patrocinaram, oferecendo seus territórios e outros meios aos movimentos revolucionários de Angola. Uma vez independente, Angola jogou um papel preponderante para o alcance das independências da Namíbia e Zimbabwe mas também da ANC para findar com o vergonhoso sistema de apartheid implantado em África do Sul. Angola ainda concedeu uma importantíssima ajuda a OLP de Yasser Arafat e do esquecido movimento Saharahiu que combatia nos Marrocos.

Angola que sempre desejou possuir um poderoso exército também enviou seus mercenários para desalojar Mobutu no reinado e ara a instalação do Laurent Kabila no Congo. No Congo Brazzaville também viu-se um depoimento de tanques angolanos rasparem as poucas pequenas cidades recolocando o Sassou Nguessou no poder. Os guineenses que participaram a caça e ao último assalto contra J. Savimbi, viram também as tropas angolanas desfilarem suas ruelas em tempos de necessidades. Angola que procure eternamente um lugar entre os grandes no continente continue enviar seus internacionalistas em todas as frentes de combate que vão surgindo no continente. Esses contingentes militares são enviados por varias missões e em varias razoes nomeadamente amizade e cooperação, lucrativas (financeira, uma vez oferece uma factura incontrolada pelo governo e AN), prestígio moral (para a honra do JES) e capacitação militar (testar o material e estratégias).

A realidade proporciona uma experiencia revelando que a actual formação e capacitação militar das FAA não é comparativa as das FAPLA. O novo exército do MPLA que constitui as Faplas e o exército integrado da Unita tem um equipamento modernizado mas apresenta muitas lacunas e debilidades em termos tácticas uma vez tem um leadership militar (quadros superiores) muito corrompido visto que opera como um mecanismo partidário e politico. Elas perderam a preparação politica e a motivação profissional baseia-se no rendimento monetário e material. FAA não tem a complexidade e homogénea que as Faplas tiveram, mesmo sendo na altura pobre.

Num passado recente, as tropas de Angola participaram direitamente nas confrontações armadas no Cote d’Ivoire apoiando as forças do presidente Laurent Gbagbo. Esta hipócrita participação foi energicamente denunciada pelos angolanos mas oficialmente rejeitada e negada pelo governo de Angola incluindo a Presidência. Finalmente a ‘’gravidez’’ começou apresentar suas formas quando centenas de militares angolanos foram feitos presos e que obrigou o governo de Luanda negociar suas libertações. Assim o que era negado foi exposto a vista do mundo deixando as gloriosas FAA submetidas a vergonha.

Hoje corre-se o risco de repetir a mesma vergonha de Cote d’Ivoire uma vez já se repara a presença de tropas angolanas na região do Bas-Congo, neste tumultuoso período eleitoral. Angola que se preocupa com a situação no Congo vai jogar a mesma hipocrisia de ontem declarando oficialmente que está ausente no teatro militar naquele país vizinho. Evoca-se em Angola a questão de Cabinda e a longa fronteira que Angola compartilha com o Congo como motivos da preocupação mas Angola vai ignorando que as actuais eleições no Congo tem um carácter paralelo as promessas deste povo. A presença das FAA no Congo vai ainda complicar a situação uma vez as tropas de Ruanda e Uganda já estão massivamente no terreno. Existem probabilidades que estas forças venham fazer um face-a-face muito desastroso no solo alheio.

Em caso que haja um levantamento do povo contra qualquer eventual fraude a sua vontade, seria uma dupla vergonha para as tropas angolanas com altíssimos riscos de perder o seu estatuto e sujar a sua reputação. Quando as forças estrangeiras são capturadas já não se desmente e isto já se experimentou no Cote d’Ivoire. As tropas angolanas são bem conhecidas pelos povos da região do Baixo-Congo e suas movimentações nestas regiões já são assinaladas em Tshela e Songololo.

Nas passadas fraudulentas eleições do Congo (2006) muitas fantochadas urnas, tendo cartões já preenchidas foram introduzidas desde Cabinda/Angola.

Até quando a Africa será unida?


Nkituavanga II

terça-feira, 18 de outubro de 2011

JES BATEU NA MESMA TECLA

  
Nas folgas que a oportunidade de cada dia tem-me oferecido vou prestando atenção ao meu povo: como vive nos contrastes da vida entre aqueles que tem facilidades de tocar o céu uma vez vivem nas arranhas-céu e aqueles que vão se torturando nas picadas de Luanda só para colocar um ossito entre os marfins. Muitas vezes não é fácil uma vez uma grande parte da nossa população foi forçada a viver nos esquecidos ‘’buraco’’ em diferentes províncias onde prevalece a lei da exclusão social imposta pelo governo que prontifica-se num sonho de defender os interesses do povo até 2025. Muitas vezes as minhas lâmpadas não deixam escapar gotas de incertezas quanto vejo crianças do Cunene a morrer com fome, enquanto alguns vão gabar-se sobre a riqueza de Angola no planeta onde vão sobrevoando.

O culminante apogeu da minha observação está sempre centralizado na pessoa do nosso dirigente máximo. Aquele homem publico que tem o poder de velar pela vida do angolano. Aquele homem que o comunismo de ontem elogiou por vários títulos: o arquitecto da paz, pacificador, unificador, aquele que idolatrizemos com slogans e canções: JES o povo está contigo etc. desenvolveu-se em mim uma curiosidade de seguir de perto a movimentação dos destacados lideres do governo, da classe politica, de tudo que fazem, o que dizem, onde vivem, quantas quatorzinhas mandem, que marcas de carros conduzem, em que países viajam etc. Infelizmente certos elementos fanáticos tentam incansavelmente retirar-me esta habilidade que divinamente recebi e tornar-me por um autentico cego angolano. JES foi há muito adorado pelo angolano. Este mesmo angolano está hoje declarando: 32 é menos? Ou melhor 32 é muito! Isto é tomada de decisão: um exercício, um dever natural e divina. Não é isto que a democracia exige?

A maturidade e disponibilidades de hoje oferecem oportunidade de seguir de perto e bem analisar os discursos do guia da nação porque neles pode-se localizar pelo menos uma noção inspiracional e proporcionar uma gota da esperança. Um discurso sobre o estado da nação é a maqueta do programa governamental, que deve ser apreciada e ansiosamente esperada pelo cidadão.

O discurso do homem da situação do partido da situação foi uma nódoa preta numa folha preta. Nunca se verificou anteriormente uma decepção deste grau porque a falha nesta mensagem é visível mesmo aos radicais cegos. Neste discurso o nosso JES não estava na sua pele porque as palavras foram articuladas com um ruído de ferrugem; faltou-lhe a lubrificação habitual. Talvez o nosso PR não está passando bons momentos da sua vida ou da sua carreira presidencial. Este discurso foi elaborado a base duma mensagem antiga e não foi revisada senão apenasmente retocou-se menores pormenores, porque vejamos:

Estamos ainda em 2011 e vai-se reflectindo nas eleições de 2012 mas o nosso querido PR apresenta-nos uma estratégia de longo prazo até 2025, quer dizer 3 sucessivos quinquenários. Aqui coloca-se a consciência do povo num balanço. Sabe-se que se planeou esta ‘’loucura’’ em relação ao angolano analfabeto, mas também foi arquitectado como mastigar a consciência dos poucos intelectuais. O MPLA procura como sempre menosprezar a oposição rejeitando qualquer possibilidade dumas eleições justas e livres: uma advertência cheia de arrogância. Não somos tão democráticos que qualquer ‘’vencedor’’ de 2012 venha continuar o mesmo programa. Esta mensagem traduz uma veracidade dizendo que: apois JES será igual aos 32 anos eduardistas.

Os pontos focados trazem uma mensagem contraditória e prova que o nosso PR esta aquém da realidade angolana. Permitem-me dizer com todo o respeito que o homem forte angolano está desinformado ou talvez esteja confuso. Há apenas quatro meses JES tinha declarado que o MPLA não tem solução a pobreza angolana uma vez não é a causa/promotor da mesma. JES está se auto desafiando pois sabe que não se pode garantir a unidade de um povo que ainda não é unido.

O nosso JES promete coisas impossíveis. Digo isto porque o partido da situação teve sempre uma preferência a sua politica da exclusão social perante angolanos, principalmente a juventude e a marginalização de muitas províncias e etnias. Não se pode anunciar os resultados sem preconizar o mecanismo da abolição da política exclusivista.

Pensar do angolano da classe baixa, aquele que não teve parente no Dolosie, Brazaville e nas matas, aquele que não usa a camisola vermelha-preta nunca foi a responsabilidade do MPLA. Pensar daqueles angolanos que pensam contrariamente a ideologia do partido do trabalho, daqueles que não se identificam com o totalitarismo angolano não consta nos manifestos do governo de Angola. Pensar naqueles que deram suas vidas por uma causa que nos foi dito era justa é hoje problemático para o M. Mesmo as antigos combatentes são hoje seleccionados!

Neste discurso tem-se uma forma irónica de falar dos direitos da democracia quanto ao mesmo tempo vão-se dilacerar muitos jovens manifestantes em varias cadeias da capital. Enquanto o direito a manifestação é só dado aos preferidos. Fala-se ou tenta-se falar duma angolanidade cuja definição tem alterado constantemente.

Da mesma tónica vai-se falar da promoção da economia, quanto o rendimento económico serve para engrandecer as contas bancárias dos europeus e dos membros do circuito fechado da liderança angolana. Um discurso conflituoso misturado a uma demagogia de ontem sem portanto discernir que o ontem já passou e que as pessoas não podem continuar a viver na visão de ontem. A técnica empregada neste discurso não é comparativa as dribles de Ndungidi, nem do Chingito, Vicy, Lufemba, Akua, Mantorra e outros.

Os previstos resultados não conjuguem de forma nenhuma a realidade que se vive e os esforços que se evidencia. Mesmo mantendo o mesmo partido e governo no poder, o tempo nunca poderá corresponder as expectativas do povo. Eis a razão que a juventude vai gritando: 32 é muito. Falando da substituição, desta vez o gosto é amargurado e cheiroso.

Dificilmente digere-se esta repetitiva mensagem uma vez apresenta características de uma cábula para não culpabilizar o autor desta plagiária politica. O conteúdo deste discurso foi formulado ‘’de pés’’ pois nele não se reveja o nosso Presidente Dos Santos e menos o futuro do angolano. JES foi digitado a bater na mesma tecla mas num tempo e espaço muito variados, e o ritmo atraiu tudo.


Nkituavanga II
  

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A OFICIAL PROFECIA DO INSUCESSO


Os discursos de muitos dirigentes africanos são sempre aplaudidos pelo povo mesmo sem compreender a mensagem a fundo. Muitas vezes também aplaude-se porque existe no seio da população um estimulo arrancado pelas emoções que a atmosfera do sitio cria, como também criado pela capacidade psicológica de toda a equipa que colabora no pronunciamento indireito deste discurso. Isto acontece quando membros da direcção deste grupo estão camuflados no meio da população. Aqui o jeito da corrupção e manipulação é preponderante.

Como se trata de uma mensagem dirigida não só a um determinado número limitado de indivíduo, então suscita um interesse geral de diferentes dignitários que vão estudando o vocabulário, as temáticas, fraseologia e terminologia, a pontuação etc., enfim toda a gramática numa mistura de sonorização literária. Discursar em Angola tem sempre uma diferente colorização uma vez iniciou-se tudo com um regime comunista, que ainda pensa que a transformação de tudo deve ser obtida desde o exterior: das circunstancias, do meio, das condições. Discursar em Angola foi conotado com um diapasão muitíssimo diferente uma vez os primeiros locutores emergiram nas várias matas angolanas nas escolas da literatura revolucionária.

Há 32 anos que o actual Presidente angolano fez um discurso no seu empossamento perante dirigentes do partido comunista do MPLA. Não se vai por em causa a selecção dos presentes uma vez o país tinha sombreado no marxismo-leninismo e que isto implicava um governo totalitário e monopartidário. Infelizmente 32 anos depois o sistema mantêm-se com a mesma estrutura politica, com o mesmo denominador e os componentes vão rodear no ciclo vicioso de poder entre amigos, primos, cunhados, netos e sobrinhos anulando qualquer influencia eleitoral, pois a substituição faz-se na restrita família do partido da situação.

No seu oficial juramento, JES sublinhou e reiterou sobre ‘’uma substituição impossível mas apenas necessária’’ Agradeço o editor deste vídeo que esticou a minha consciência para reflectir superficialmente nesta mensagem de 32 anos. Se fosse homem este vídeo teria 32 anos e penso que com a mentalidade africana teria mulher e filhos. Seria responsável, como tem-se dito de costume na terra.

Lembreis-vos que na altura do pronunciamento deste discurso, o jovem futuro Presidente era um verdadeiro comunista que prometera seguir fielmente os ensinamentos de Neto. Até jurou não deixar escapar nenhuma vírgula. Como no comunismo nunca houve eleições, a URSS digitou o seu homem da confiança. Eu tenho-me perguntado várias questões pois nesta altura os homens mais próximos de Neto eram Lúcio Lara, Pascoal Luvualo, Ambrósio Lukoki e Iko Carreira. Esses eram os pesos pesados e homens da confiança. Para alem da sua vida privada, o JES era um bom ministro mas nunca teve melhores qualidades profissionais como dos quatro citados. Já se provou que a inclinação russa ao JES deveu-se de facto deste ultimo ser um antigo aluno das escolas bolchevicas. A Rússia tinha uma predilecção política sobre a elevação social da Isabela que nenhum angolano na altura sonharia.

A lógica desta ‘’substituição impossível’’ pode se justificar porque entre Neto e JES nenhum entre eles é fotocópia ou duplicado do outro. Cada um tem suas especificidades e o patriotismo de cada resta incomparável. Portanto a ‘’substituição era apenas necessária’’ Eu não sei como o Presidente colocou neste a palavra apenas, que pode ser interpretada por varias outras palavras como: simplesmente, só, talvez, logo, somente, unicamente. Numa visibilidade irónica, parece que ele não se interessava neste posto! Parece que foi uma substituição não meritória ou talvez forçada. Foi esta substituição uma obrigação partidária para não haver uma cadeira vazia? Não foi uma predilecção da politica de ‘’aquecer o banco? ‘‘ Disse-se ‘’quem avisa, amigo é’’ esta substituição apenas necessária foi um aviso, que a sua escolha seria um desastre. Esta mensagem não interpreta hoje o que se vive em Angola? Colocou-se alguém no poder apenasmente para colmatar o vazio. Nesta razão ninguém pode depois de 32 anos de poder julgar o homem! 32 anos de pobreza, miséria, do desemprego e de condenação para cada cidadão angolano. O insucesso já foi antecipadamente justificado pela profecia no empossamento.

As coisas foram já elaboradas e definidas claramente há 32 anos. No comboio do desenvolvimento político e do leadership angolano nunca vai-se admitir elementos ‘’alheios’’ ao Partido do trabalho. A juventude como a oposição vão continuar ladrando mas a penetração a concha da liderança não é permitido a quem merece mas aos digitados.



Nkituavanga II

sábado, 10 de setembro de 2011

DA BORBOLETA A UMA NINFA


Uma lógica popular sustentada pelas experiencias politicas no continente africano estabelece que: um homem pobre não deve ascender a presidência, porque corre-se o risco de se atrapalhar com a fortuna e destacar-se como melhor ladrão da nação. Muitas vezes a realidade do tempo prova-nos que o homem é limitado porque vimos o Mandela na África do Sul, mesmo Agostinho Neto em Angola.

Esta lógica que eu consideraria por uma mentalidade vai sugerindo que só o rico pode ser um bom presidente. Felizmente esta mentalidade não especifica ou diferencia em que sistema sociopolítico da nação ela ocorre. Isto, tal como a verdade não ter cores, a gatunagem não também conhece cores, por isso os comunistas roubam tanto como os capitalistas.

Os ventos da democracia que vem soprando, carregam consigo uma lição, que em nenhuma república do mundo jamais poderá-se aceitar um presidente vitalício, pouco importa o seu poderio, seu estatuto de ditador, sua máquina da opressão, sua fortuna acumulada, seu jeito de corromper, seu vinculo com a comunidade internacional etc. Não só a presidência de dinossauros será posta em causa mas também a habitual estratégia de substituição dentro da família. Uma república não deve ser vista como um Império, dinastia ou uma monarquia onde os filhos de presidentes vão substituir-se uns apois outros. Os Kabilas, Bongos, Eyademas e outros foram talvez os últimos a beneficiar desta absurda clemência. Uma substituição meritória é diferente porque o sucessor prova possuir as qualidades necessárias para dirigir patrioticamente um povo. Esta substituição meritória também não deve acontecer como intercâmbio de poder onde o predecessor familiar delapidou toda a economia e creio este caso nunca será vontade de um povo algum, mesmo se extemporâneo for. Normalmente os parentes ou familiares que se alinha para suceder a um ditador pai, primo ou tio tem sempre tendência de continuar a obras do antecessor. Ele vai procurando defender os interesses obscuros da família e proteger os malfeitores que colaboraram no esbanjo.

Num regime ditatorial pouco importa as qualidades de filhos, sobrinhos, primos e netos que aspirem, pretendem se infiltrar na presidência pela via da substituição. Não é transgressão nenhuma pertencer a uma família de um bom ditador mas a colaboração as ofensas do ditador familiar é um crime. Esta substituição no seio da família nunca foi livre e justa mas uma imposição do falhado presidente de acordo a sua preferência.

Há um bom tempo que se fala deste cenário em Angola. A substituição dentro de um partido obedece sempre aos critérios estabelecidos pela lei interna que rege sobre o partido. Todo partido tem normas para eleger e como seleccionar seus candidatos. Mesmo quando se faz seguindo sentimentos e sob emoções da atmosfera partidária, ela é aceitável uma vez funciona dentro de um aparelho restrito. O tratamento que se fornece a uma nação tem de ser esclarecida assim as eleições livres e justas expliquem e exprimem o desejo de um povo. Assim o surgimento de qualquer dirigente no posto mais elevado da nação merece explicações. E estas explicações devem reflectir o desejo do povo. Caso que se respeite este princípio, então entendo que deve-se utilizar seu direito como cidadão de exprimir uma opinião inteiramente livre.

O MPLA fez em Angola o que pude. No MPLA tanto na Unita como Na Fnla há como em qualquer organização bons e maus dirigentes. O partido da situação tem homens com qualidades de bem dirigir Angola. Se o partido não consegue os descobrir, o nosso povo tem a capacidade de enumerar-lhes com muita facilidade. Diria-se que em 10 anos o angolano não perdeu muito, mas comparando com a riqueza acumulada pela classe dirigente e o rendimento nacional, especialmente do MPLA, concluiríamos que a perda do angolano é colossal, e este tempo é de respeitar este povo dando-lhe liberdade de escolher o seu presidente.

Angola exige uma mudança, umas reformas e pouco importa de que lado virá. Portanto Angola já não precisa de sombrear sob a presidência de um outro dinossauro. Todos aqueles que ilicitamente acumularam fortunas já não são bem vindos a presidência de Angola. Estes, sejam da oposição ou do actual governo porque a pilhagem não se fez só no MPLA, embora que teve mais facilidade. E na minha opinião, nenhum dirigente angolano que pertenceu a elite do círculo presidencial pode hoje colocar, impor ou substituir no trono presidencial seu filho, primo, sobrinho ou neto. Isto seria substituir uma borboleta por uma ninfa/crisálida.


 Nkituavanga II