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quinta-feira, 25 de junho de 2015

O DIREITO DE RACIOCINO

 A liberdade de expressão surgiu no dicionário da política de dia-a-dia como simples slogan que declaramos livremente como se tivéssemos uma memoria do papagaio. E infelizmente triste de ouvir entidades que seriam honrados oferecer-se a luxaria de incutir e impor aos angolanos aceitar que tem a liberdade de expressão. Talvez isso haja no território angolano mas que os angolanos não desfrutam. Permitem-me dizer isso pois entendo que há dirigentes que amam Angola mas que nunca amaram nem gostam os angolanos. Provar isso não exigiria grandes diplomas, só colocar simplesmente o "dar e receber" no balanço e a equação será resolvida.

Em pouca palavras liberdade de expressão deriva do direito de exprimir-se livremente num espaço com palavras que tem um sentido, uma significação e valor. Por isso no exercício da comunicação, falar/se exprimir é de antemão precedido pelo processo de reflexão e analise. Nesta conjuntura não vejo como algum angolano pode responder a contenda de ter a liberdade da expressão sem primeiramente responder a seguinte questão: será que o angolano tem o direito de pensar? Diria ainda que pensar e ter o direito de pensar são duas distintas referencias.

Abordar profundamente esta questão é muitíssimo riscante pois estimula a nervosidade daqueles que aperfeiçoaram-se na arte de intimidar. Pensar, ainda não deixou de ser uma faculdade humana, natural e normal para cada cidadão tendo um estado são. Este poder de raciocino foi aos angolanos retirado e substituído por uma faculdade mecânica. Não digo isso de forma pejorativa mas prática; visto que alguém procura, tenta e exige-nos pensar de acordo com as orientações partidárias, segundo ordens superiores e seguindo fulanos inconscientes e incógnitos. Talvez haja um artigo constitucional que proíba o direito de uso dos cinco sentidos aos angolanos. Quem sabe?...

Quando os ditos intelectuais duma nação perdem capacidades de diferenciar um governo a um partido reinam trovoadas. Quando alguém se posiciona em cima da constituição, a lei fica abafada e instaura-se a corrupção. Quando um partido está em cima do governo e de todas instituições tudo torna-se disfuncional. Quando se debate no nosso Parlamento assuntos premeditados, já resolvidos, já determinados, já consumados então perde-se o tempo e já não se ganha (salários) mas se rouba (fortunas). O que realmente se passa é um cenário muito desgostoso. Coloca-se indivíduos como deputados discutindo durante longos tempos e anos assuntos que já foram decididos pelos superiores. Neste caso apresenta-se puramente um concerto de uivadores. Debates inúteis e infrutíferos.

De mesmo tem acontecido com as eleições! Porque então esbanjar tanto recurso: força de trabalho, equipamentos, tempos e meios financeiros para algo que não produz efeitos; já que os resultados são premeditados e predeterminados? Para que servem estes protocolos?

Nunca, na nossa terra, fomos consultados mesmo pelos beligerantes tanto pelo partido da situação como pela oposição. Fomos e ainda somos obrigados a fazer coisas injustas, inumanas, cruéis que nunca desejamos. Tanto faz gritando ou chorando de dia como a noite, no cachimbo como no tempo chuvoso ignorem-nos. Sentados numas banqueteiras riem-se de nos. Porque alguém nega teimosamente reconhecer que temos também ''miolos'' para pensar e que ninguém deveria pensar no nosso lugar! Hoje em dias, os pais matam-nos e os filhos enterram-nos. Vão escravizando-nos silenciosamente enquanto vão bruscamente e agressivamente enriquecendo-se, portanto ontem diziam-nos que éramos todos cegos e que não tínhamos morcegos.

Quem ainda tem duvida que pensar é um direito divino? Queira como não; em qualquer território os "karkamanos" tem sempre dias contados!!!

 
Nkituavanga II