A operação limpeza é a nova forma de purificação étnical ou um instrument de defesa territorial contra a imigração illegal? Uma operação que partiria dum processo da definição sobre a ilegalidade imigratória já que o dossier não oferece básicos esclarecidos segundo critérios do regime. Uma operação tripartrial entre Angola, RDCongo e Congo Brazaville que repousou simplesmente numa folha branca rubricada com preto uma vez não se estudou profundamente para resolver falhanços, elaborando assim uma estrategia A e B. Sabendo que Congo Brazaville não tem um corpo policial capaz de dominar uma operação deste tamanho, que a RDCongo não tem capacidade financeira para aguentar um dossier deste e que Angola não tem um balanço moral na resolução destes casos uma vez a corrupção coroa ainda a mentalidade estatal.
Não se pensou na logística, meios de trabalho, recursos financeiros e não se fez uma sensibilização política dos serviços empregues (policia, militar e segurança), uma vez existem diferenças culturais nestes corpos de acordos as ideologias e reabilitação moral das instituições deste três países. O caótico plano foi desenhado e condenado as falhas uma vez as intenções foram obscuras por isso escalou-se fora do parámetro do controlo. Mais uma vez foi uma macabre penalizando populares inoncentes, sobretudo bakongo de Angola radicados há longos em Kinshasa e Baixo-Congo, no Palanca, Mabor, Kazenga e noutras partes. Mais um fiasco do MPLA sub um olhar silêncioso dos morribundos bakongo.
O cabrito rompe a corda e afasta-se
Joseph Kabila aproveitou do fracasso desta maldita operação para consolidar e reafirmar a sua posição estratégica entre os grandes na política regional. Ao expulsar os congoleses da vizinha República do Congo Brazaville do território da RDC, Joseph Kabangue, o mussulmano transmite uma mensagem clara ao seu homólogo, o grande Kissimbi da secçao africana da farmaçoneria Dennis Sassou Nguessu que o peso já não está em contra-balanço. Alerta a este último para notificar a sua presença, habitualmente ignorada pelos dinosaures mais experientes do mundo da ditadura africana.
A reacção do puto Kabila foi também uma mensagem política ao seu ‘’Kota’’ José Eduardo dos Santos dizendo que ‘’já não sou o miúdo’’. Kabila que muitas vezes foi teleguiado pelo Kremlin angolano (Ciadade Alta) procure provar que também possue asas, capacitadas de voar. O fearless rapaz, mesmo rodeado pelas tropas angolanas, prova que um sábio gato pode hipnotizar a cobra. Kabila declara ao Dos Santos que ‘’acabou o tempo de manter-me preso numa residência under your control’’. A operação limpeza deu uma brecha para o retiro do cavalo branco e distanciar-se da dominacao Eduardista. Aqui a dominação de JES está posto em causa, sabendo a duplicidade de Kabila-Kagama, uma vez este último é o único mêstre da região central reafirmando a sua posição. Quer dizer que o Kagame quer sair da sua toca e ser reconhecido internacionalmente.
A reafirmação da limpeza étnical em Angola
Em contrapartida, no solo angolano a operação limpeza prova ainda a continuação da política de confusão do governo indeciso de Luanda. Entende-se que foi uma operação que se ramifica no xadres militar/policial e segurança mas a sua natureza e a magnitude atirem a atenção de toda a pátria. Um projecto que deveria ser primeiro esclarecido aos deputados da AN, isto eviteria os contraversos e a criação de um clima nebuloso entre Angola e RDCongo.
A experiência de muitos falhados projectos angolanos no repatriamento de estrangeiros ilegais exige sempre cautela na aplicação de qualquer outros projectos deste tamanho. Como Angola é constituido só por duas classes sociais divididas entre os riquíssimos e pobretões assim os estrangeiros que ilegalmente perforem as fronteiras angolanas se dividem. Os ricos entram obtendo facilidade de membros do governo que os garantem uma estadia com falsos vistos obtendo estatutos de cooperantes enquanto os pobres procurem logo encantonar-se numa mistura à população casando-se com angolanas, ou caçando nas zonas diamantíferas. Assim em Angola encontre-se ilegalmente um incredível número de brasileiros, portugueses, chineses, malianos, nigerianos, sãotomeses, caboverdianos, libaneses, senegaleses, congoleses até israelitas. Infelizmente também há aqueles que em Angola vivem normalmente há décadas como sãotomeses, cabovedianos e portugueses. Existem também muitos que áqui estão há longos prestando um serviço ao MPLA como o caso de Katangueses que combateram ao lado das FAPLAS contra a resistência à FNLA e posteriormente à UNITA e contra a poderosa força Sul africana (a história deve-se re-escrever). Felizmente também temos imigrantes ilegais que do governo totalitário receberam a nacionalidade angolana por decreto presidencial tal como Pierre Falcon e outros companheiros da revolução...
A operação limpeza foi um barrómetro para testar a tensão tribalista do povo angolano, sobretudo dos kimbundos aumentando sua íra contra irmãos bakongo. Pensa-se remodelar as estrategias da sexta-feira sangrenta onde tombaram mais de 40 mil angolanos de descendência Ntotila. Como pode-se explicar o silêncio prolongado do governo angolano que tinha criado o ‘’monstro’’ no seio da população. A diabolização de bakongo por canibais partiu duma estrategia politica à uma autêntica identificação de todo um número de angolanos que do norte de Angola nasceram. Vejamos que os antecedentes massacres nunca foram justificados e o relatório do enquerito de caçada de 1992 reforçou o audágio ‘’padre morreu, missa acabou’’. Acredita-se hoje talvez haja coneção entre a morte de Mwanza Venâncio de Moura com este dossier! Talvez não se pode reclamar a morte do Professor Nlandu Mfulupinga por ser activo político mas os inoncentes que tombaram no Mabor, Palanca e noutras partes de Luanda? Qual é hoje a explicação que vai se dar ao angolano do norte, uma vez a operação limpeza se degenere por uma caçada de bakongo em Luanda? Aqui não se acusa ninguém mas a certeza que houve casos isolados em Luanda de ataques aos bakongo, enquanto a inoficial mobilização e propaganda provocou mais pánicos e danos morais. Qual é a nova medida tomada para a prevenção contra qualquer eventual ataque contra bakongo em Luanda? Quantas vezes houve massacres de outras etnias em Cabinda, Zaíre ou Uige? Qual foi a explicação que se deu ao Dino Matros, Paulo Mpombolo, Abilio Sianga, Mankenda Ambroisio, A. Canga e outros? E ao ministro sem pasta B. Bento? Para não incluir Lucas Ngonda, C. Zassala, Ernesto Mulato e outros dignos defensores da lei (des)angolana. Talvez a pergunta seria quais foram as explicações pedidas por estes?
Parece-me que é necessário aos bakongo estudar as razoes profundas e secretas da criação da FLEC de Nzita Tiago, talvez haja uma digna justificação que o resto de bakongo de Angola nunca entendem! O governo deve encorajar-se em apresentar esclarecimentos à população angolana sobre este canibalismo montado as peças nos laboratórios comunistas da KGB seção angolana. Este entrave deve constituir o ponto do ‘’empasse’’ no desenvolvimento da consciência e mentalidade angolana, se na verdade existe! Qual é hoje a avantangem que anointe o partido dos camaradas desde deste macabrosa manipulação?
Não acredito, e nenhum pai ou mãe vai acreditar que ‘’ignorar um problema é a melhor maneira de resolver-se o tal problema’’ Não é no MPLA que foi-nos ensinado que os homens morrem mas a revolução não desaparece? Neto ficou na primeira esquina mas Eduardo vive eternamente calado. O corrompido Venâncio de Moura morreu (não vai-se respeitar os mortos quando não se respeita os vivos) mas ainda existem mais bakongo no MPLA que tem a coragem de explicar sem vergonha os efeitos do '’peso da poderosa mão do MPLA’’ sobre bakongo.
Escrevo estes trechos com pena, tristeza e lagrimando porque não vejo a lógica, ética nem deontologia no Parlamento angolano, na oposição e muitos menos no Bureau politico do Partido do Trabalho em poder. Sabeis que tenho filhos e netos bakongo! A revolução desaparece (a bolchevica passou) mas a esperança de um povo nunca morre.
Jamais ninguém rasgará a bandeira erguida de Ntotila!
JDNsimba©2009publ/105