ANGOLA HIPNOTISADA PELA CRESCENTE PROLIFERAÇÂO DAS IGREJAS
A religião é um sector social que se desenvolve entre outros sectores económicos, políticos, culturais, sociais etc. Portanto a religião é uma esfera que ao mesmo tempo é um instrumento propulsionador do desenvolvimento. Queira como não Angola é uma nação cristã que duma forma a outra se liberalize dando aberturas as outras creênças de desenvolver livremente suas actividades desde que não colidem as políticas orientativas que a constituição estipula.
O Cristianismo que tem suas alicerces numa orientação de tolerência, de amor, perdão e pacificada tornou-se num ninho onde homens animados com o senso lucrativo, gula da fama e poder se infiltrem para desenvolver suas actividades maliciosas usando a bandeira cristã para melhor acumular o que pretendem, desviando assim a vigilância governativa e das próprias instituições cristãs. Este talento tem hipnotizado as instituições, o governo e a população poluindo o belo Nome, a doutrina e as estruturas do Senhor.
A proliferação das Igrejas surge de forma violenta, sem eficacia mas transmitindo ondas de decepção a população uma vez que ela observa o apodrecido fruto que nelas se produz, sem portanto identificar por quém. Esta proliferação tem suas causas e justificam-se duma forma não de acordo a doutrina do Senhor mas que monopolize uma expressão no seio da Igreja, do governo e da sociedade em geral. A proliferação da Igreja angolana é crescente mas negativa, já que se ergeu mesmo no centro das instituições cristãs e tem ocupado um espaço irrigatório desde diferentes Igrejas...
Qualquer que seja o campo da dissertação quando se fala da Igreja fala-se automaticamente do Cristianismo que tem direita e estreita conotação com ela. A Igreja aparece áqui como conjunto de homens chamados cristãos, quer dizer discípulos ou seguidores de Cristo. Membros duma seita não são considerados nem chamados por cristãos qualquer que seja o erro cometido em qualquer linguagem vulgarizada.
A proliferação
A proliferação pode se identificar por duas operações ou direcções na germinação das Igrejas, porque a proliferação em si é o acto da reprodução das células formando novas petalas num determinado espaço. A proliferação das Igrejas é um fenómeno social que se vive de acordo as operações que vão metamorforseando-las apôs uma programação voluntária ou forçada.
A Igreja cristã (falo do Corpo de Cristo) desenvolve-se segundo a missão estabelecida, como instrumento estratégico para ajudar o seu cumprimento até atingir a visão recebida. Nela, o trabalho realizado é medido pelo resultado visível que origina um crescimento qualitativo e quantitativo. Esta ampliação é um síntoma causado pela operação sofrida. Esta operação de germinação uma vez negativa provoca uma ampliação volumosa (quantitativa) da Igreja que embora isso conhecerá uma divisão. Quando esta positiva for a Igreja sofre uma multiplicação (qualitativa).
A divisao é cheia de negatividade já que provoca uma ruptura ou desmembramento obrigando uma massiva saída ou partida de membros para formar uma nova denominação em oposição a Igreja mãe. Este tipo é regular e constante que vive-se hoje em Angola como quase em toda Africa. Infelizmente não se discerne até hoje que toda Igreja originada por uma divisão (proliferação divisional) arrasta sempre uma maldição. A proliferação divisional não é uma acção ou inspiração divina e nem ocorre na vontade permissível do Criador e tem uma motivação humana. Esta proliferação é dolorosa porque separa os membros forçando-lhes numa guerra fria e numa competição sub-entendida. Este fenómeno provoca grandes fragilidades nos elos fraternais, abrindo facilidades ao inimigo instaurar uma propaganda denigrosa contra o corpo de Cristo.
A proliferação positiva inserre-se na vontade do Criador como resultado de um trabalho efectuado sob a inspiração divina, conforme as instruções divinas e resulta numa ampliação saudável. Nesta proliferação multiplicacional a Igreja não sofre nenhum transtorno ruin mas multiplica-se de forma qualitativa originando uma nova estrutura no seio da mesma familia com dependência a Igreja mãe ou talvez independente mas beneficiando a colaboração activa da Igreja mãe sob a influência do pai espiritual. O desmembramento é realizado com uma autorização, adicionando as benções da casa mãe.
Os justificativos
A actual proliferação pode se justificar por diferentes vias e razões mas existe um contexto geral como observar-la.
O ponto de visto económico oferece-nós justificações já que o mercado nacional apresenta oportunidades variadas. Existe em Angola uma forte potência de entrepreneurship. O mercado não é bem saturado em produtos, a procura é alta mas não há espaço na escolhe da oferta já que não há invenção, transformação e inovação. As crises morais, psicológicas e sociais encontrem uma solução pacífica na mensagem bíblica. Daí crie-se Igrejas para colmatar esta necessidade criando dividendos financeiros, acumulando poder e fama sem a supervisão duma instituição governemental. A criação de inumerosas denominações em Luanda e nas Lundas reforça a mira da glutinação de lobos e raposas que sempre intensionaram infiltrar o corpo do Cristo. Nessas zonas a Igreja pode funcionar como cubertura as actividades paralelas que se pretende desenvolver.
O ponto de visto histórico prova que o angolano que foi forçado de se mergulhar numa turbilhão política tem na mente que política é sinónimo de dirigir. Como o mercado político é saturado a tendência é criar conforme as oportunidades do presente uma instituição de massa que posiciona-lhe no topo duma hierarquia qualquer. Como a Igreja se desenvolve numa independência e que oferece possibilidades aos audaciosos oportunistas mesmo sem vocações a via, a proliferação surge então como a autêntica alternância.
O ponto de visto humano também oferece possibilidades aos líderes da segunda linha (ancião, diácono, dirigentes de sectores até corista) explorando a facilidade governemental na criação de Igrejas, cobiçando as posições dos líderes da primeira linha (ministros) para também ocupar posições cimeiras. Incluimos neste ponto de visto a falta duma formação adequada aos líderes da segunda que preferem herdar o ministério sem portanto herdar as perseguições.
Existe uma necessidade obrigatória para qualquer povo de possuir um conjunto de normas sejam religiosas, culturais ou morais que vão permitindo-lhe ter uma vida socialmente aceitável e aproveitosa no universo. Como vive-se uma crise moral na sociedade universal recore-se a Igreja como instituição com capacidade de formar homens com uma mentalidade socialmente nova. A Igreja cristã com uma doutrina original proporciona a melhor educação e o que de melhor se deseja.
O ponto de visto religioso é uma fonte desastrosa que estimula a proliferação das Igrejas em Angola. Existe no seio da Igreja cristã uma crise de identidade. Partimos de ponto que a própria Igreja já não reconhece seus deveres e direitos faz com que usurpadores se apoderam desta fragilidade e nela se mistura criando mais perplexidades enquanto líderes vão acaparando-se do “3G factor”.
Vejamos o caso da CICA que seria uma instituição superior em Angola, incapacitada hoje de fazer uma reflexão sobre as crises no seio da Igreja angolana. Com a consideração e respeito que ela desfruta deveria representar especificamente a Igreja cristã de Angola. Não se pode explicar como no seio duma comunidade de Igrejas ditas cristãs tenham como membros Igrejas formuladas nas heresias? As seitas que negam Cristo como cabeça do Corpo e que substituiram-lhe pelos seus fundadores, empreguem doutrinas contrárias daquilo que a CICA representa. No cristianismo o desenvolvimento/sistema não é democrático já que o seu Criador não é democrático. A Igreja Cristã não se desenvolve nos princípios democráticos mas nos princípios cristãos estabelidos pelo Senhor. Respeita-se a democracia como sistema mas a autocracia do Senhor é absoluta. A CICA vive numa crise de identidade e nela arrastou toda a Igreja cristã. O envolvimento de seitas mesmo para observadores é-na inaceitavel.
A resolução da questão do “3G factor” deve ser vista e estudada pela Igreja e governo. O “3G factor” é uma expressão inglesa que significa GGG, isto é Glory, Gold, Girls (diria-se gloria=fama, ouro=fortuna e meninas=concubinas). Este factor é a fonte de quase toda a poluição da Igreja no mundo. Quando os homens trabalham para ser glorificados é uma manipulação. Querem ser famosos, acumulando riquezas e colecionar mulheres enquanto sabe-se que o Criador pode proporcionar a dignidade, credibilidade, graças e benções. Este 3G factor é uma força muito mais atraente, que prolifera sem hesitação a Igreja cristã.
Sair da apatia
Desde a independência de Angola em 1975 até aos fins da decada 80 havia simplesmente 12 Igrejas cristãs reconhecidas pelo governo comunista no lugar. Estes tiveram uma longa luta de sobrevivência que ofereceu-lhes uma coesa maturidade. O sistema político não encorajava a criação, evolução e expansão da Igreja num tamanho assustador, em contrapartida havia um orçamento reservado anualmente para estes. A actual democratização do sistema não implica desordem, libertinagem ou desfuncionalismo.
O governo que trabalha com a Igreja deve desenvolver uma nova política de colaboração com instituições religiosas. O departamento de Assuntos Religiosos necessita não só peritos em psicologia como se experimente mas homens com alta fé, conhecedores das realidades ministeriais, que tiveram experiências com o universo espritual do cristianismo.
- O volume de pedidos de mais de 800 denominações para se acreditar é prova de desordem. Para evitar este género de situações deve-se dar mais consideração as 12 Igrejas que merecem o estatuto de herois. Trabalhar com estes no sentido de encontrar soluções nas crises religiosas e com elas traçar uma nova metodologia para o reconhecimento de novas Igrejas. E preciso que haja mais Igrejas mas deve se velar da qualidade destas pois a quantidade desvie-nós dos objetivos: trazer a consolação em vez de desmistificar crianças por bruxos. Instaurar a harmonização entre angolanos em vez de reforçar a injustiça, corrupção e tribalismo, catalizar a paz em vez de falsificar moedas e traficar drogas e ajudar o governo naquilo que é justo, agradável, permitido e aceitável.
- O governo deve estabelecer uma nova instituição para controlar anualmente o exercicio financeiro de cada Igreja. Isto evitará expeculações no seio da população mas também a exploração do fiel/povo pelo ministro. A materialização deste pode resultar positivamente uma vez que o governo estabelece um meio de apoio financeiro aos ministros.
- Deve-se fazer um novo estudo (re-examinação) dos processos de pedidos para diminuir o número de denominações. Igrejas com a mesma visão, mesmo doutrina deve-se unir. Não se pode justificar a existência por exemplo duma Igreja Batista do Norte de Angola que trabalha isolado quanto existe uma outra Igreja Batista do Sul de Angola. Muitas Igrejas tem o mesmo denominador ou talvez o mesmo coeficiente: Igreja Evangelica de Angola, Igreja Protestante de Angola e Igreja Batista de Angola. Há Igrejas cujo o simples nome é vago, isto é sem sentido: por exemplo uma Igreja que se denomina “corpo do Cristo”. Igreja do Santo Espirito na terra, Igreja do nosso Senhor na terra etc Não se explica que a dita Igreja dos 12 apóstolos de Angola não acredite em Cristo que foi o Senhor dos ditos 12 apóstolos, contradição!
- As novas Igrejas ditas de revivância não podem ser criadas ou dirigidas por elementos angolanos/estrangeiros com menos de 10 anos de residência no país. Estes podem não conhecer as realidades históricas ou culturais de Angola. O caso de missionários é diferentes destes. O missionário tem sempre uma mensagem e um destino. Devemos ver quém os comissionaram, com que objetivo e quém os recepcionam. Isto não é protecionismo mas trata-se do controlo do padrão da nossa cultura e tradições.
- Em Angola existem muitos obreiros que não tem e nunca tiveram uma genealogia cristã. Naturalmente sabe-se cada filho tem sempre um pai, isto funciona no seio da Igreja. O testamunho ministerial de cada servo deve ter esta genealogia como parte da biografia cristã. Aos lideres da primeira linha deve se exigir esta genealogia autenticada com assinatura dos pais esprituais e testemunhados por outros ministros da mesma trajetória cristã.
- A CICA que há longo ficou apática deve ter a corajosa missão de desminagem, isto é eliminar no seu seio seitas religiosas. A representação física desta organização apresenta contradições internas mas que tem uma magnitude influência externa. A maioria das Igrejas angolanas encontram-se no seio desta agremiação que deveria defender suas posições diante do governo. Isto implica ser uma instituição exemplar com dignidade deontológica nacional. Ela tem uma expressão bonita mas muito frágil, hipnotizada perante o governo, perante a crescente proliferação. Ela não joga o seu papel de encubador e estimulador cristão. Ela deve redefinir a sua missão, composição ou talvez que opte pela mudança de denominação. Não há lógica que a Igreja Kimbanguista como tantas outras que negam Cristo fossem membros da CICA, corre-se o risco de enquadrar o Bundu dia Kongo e tantas outras na CICA.
Prov 17:21
O que gera um tolo, para a sua tristeza o faz; e o pai do insensato não se alegrará.
Como o cristianismo não é religião; de facto há Igrejas que não deveriam mesmo existir em Angola mas que são absurdamente membros efetivos da CICA (profonação das instituições). Isto é catalizar umas ondas negativas, pessimistas e confusas.
Destino incerto
A proliferação angolana não é aceitável e deve se combater com novas regras. Estas regras deve-se adquirir numa colaboração entre a verdadeira Igreja cristã e o governo. A Igreja deve iniciar esta purificação no seu seio dando exemplo ao governo. Há necessidade que haja uma proliferação positiva, que será o resultado de um trabalho feito com amor, que não só produz o crescimento da Igreja mas a união entre angolanos, Igrejas-instituições-governo.
O servo deve ser preparado tanto espiritualmente como teologicamente. O servo deve ter uma origem e uma continuação. Toda Igreja deve também ter uma origem e uma continuação ambas verificadas e comprovadas pelas instituições e governo. A Igreja é o espelho duma nação que não deve refletir ferrugens, nódoa e cheirar noseabundo.
Mrc10:43-44
Mas, entre vós, não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; E, qualquer que de entre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos.
A proliferação das Igrejas deve se combater pois é também um centro de atração para parasitas angolanos/estrangeiros que funcionam como bando mafioso no território, reflectindo uma imagem negativa do cristianismo angolano no mundo. A Igreja é um campo limpo, livre e sem limites que necessita aqueles que estão preparados para ser transformados só pelos ensinamentos de Cristo.