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terça-feira, 14 de abril de 2009

O DESAFIO DO GOVERNADOR MAWETE



Uige
, a provincia cafeícola do norte de Angola foi desde 1975 dirigida por vários comissários do Movimento Popular da Libertação de Angola entre os quais Ambrósio Lukoki, Manuel Quarta Mpunza e Lanvu Norma, descendentes de Ntotila. Hoje ela é dirigida por um nato da provincia, o Sr. Mawete João Baptista que promete bascular os dados na marcha do desenvolvimento socio-económico e político. O colonialista português que no norte de Angola encontrou uma forte resistência aplicou a sua política de exclusão a este povo, expandida exageradamente as estruturas e infrastruturas. Durante longos anos da governação totalitária, o MPLA comunista nunca nas suas diretivas teve uma política de desenvolver as provincias e muito menos do norte de Angola. Uige, o berço da revolução foi sempre considerado como fazenda de café e mercado para a exploração de quadros.
As declarações de Mawete é um desafio contra os habituais princípios do MPLA, que até agora só o Anibal Rocha tem desafiado e conseguido. Mawete tenta colocar-se entre duas pedras (posição de nkandi). Mawete tem a árdua missão de provar ao seu próprio povo que tem capacidade para tal. Primeiro é que o povo não confia muito ao homem, porquê:
1. Seus precedentes do MPLA falharam nesta missão de governar a provincia estabelecendo normas económicas capazes de desenvolver a provincia. Isto não talvez coloque em causa a qualidade dos antigos comissários mas talvez o próprio sistema (politique de nuisance) do Partido do Trabalho.
2. Os bakongo desconfiam muitos seus conterras do M... visto o comportamento adquirido de isolar-se aos restantes bakongo e familias. Mawete foi como ainda é autenticamente um deles (avidi mu mpambu a nzila). Este nunca aproximou-se dos bakongo em todo tempo que foi fervencente militante e destacado funcionário do M...
3. Os bakongo da oligarquia nacional com grandes poderes financeiros nunca pensaram numa resolução da crise da provincia. Eles ainda colaboraram para iniquilar toda iniciatica privada dos comerciantes locais na restruturação da provincia. Pergunta-se hoje o que fizeram Mawete e Lukoki em Quibokolo? Quantas vezes o Paulo Jorge visitou Maquela do Zombo? O que fez o Mpunza no Kuilo? O que deixou Mwanza Venancio de Moura na Sanza? Para não falar de Luvualu, Monimambu e tantos outros... Pergunta-se onde foram/serão enterrados?
4. A escolha do Mawete não foi bem digerida pelo povo do Uige visto a frustração imposta pela DISA dos tempos. Uige sofreu barbaramente pelo peso da dolorosa mão da segurança nos tempos de S...onde misteriosamente desapareceram jovens. Mawete é ainda hoje visto como homem da segurança, e a presença da dona Amelia ao seu lado prova isto, mas só os acontecimentos do tempo poderão remediar.
Nada impede o Governador a realizar seus sonhos e se racheter ao seu querido povo do norte. Mawete deve também demostrar pelo seu savoir faire a incapacidade do seu precedente (da Unita) cuja a ação é justuficada por falta de meios financeiros já que foi ‘ferrado’ pelo governo de Luanda.
Mawete, homem da bofia
No seu discurso Mawete não para de elogiar-se pelos trabalhos realizados como Embaixador em Cuba, Portugal e Congo democrático. O facto é que ele ocupou cargas diplomáticas em lugares estratégicos e obteve experiências que rebustecem seu CV, suas expectativas e ambições neste desafio. Estas experiências também reforçam a teoria da conotação de homem da segurança porque vejamos que:
1. Em Cuba, Mawete teve uma óptima exibição porque nesta Ilha da América Latina, Angola tinha centenas de estudantes forçados a integrar involuntáriamente as fileiras militares e descontentes da situação revoltavam de dia-a-dia e a sua erupção surge para quebrar esta resistência. Cuba colaborou ao lado da Russia na luta politico-militar contra a Unita e Cuba precisava um calejado da segurança capaz de operar secretamente sem que a CIA saíba o que se fritava. Ali o Mawete foi então homem da segurança.
2. Portugal necessitava de um homem de ferro porque a presença da Unita nas terras salazaristas precisava acções maliciosas. Mawete lá foi fechar o bico do Movimento do galo negro.
3. No Congo- Kinshasa Mawete foi para bofiosamente assegurar a victoria contínua dos Kabilas. Controlar o dossier ‘’complicidade da morte do Kabila, o pai’’ Ainda tomar conta do caso da ocupação do Kayemba. Mawete não teve a escolha de posicionar-se como homem da segurança depois de um longo periodo de desleixo que sofreu nas mãos do MPLA, ficou sem funções, vagabundeando as ruas da Vila Alice.
4. Mawete tem tudo ao seu poder para ser melhor que Anibal Rocha e o povo bakongo sabe perdoar no tempo de Deus. Mawete tem as benções de governar um povo como a população do Uige, que mesmo os do exterior vão orando para o sucesso deste. Qual é esse uigense que não quer ver a sua provincia no topo de Angola; capacidades, condições e recursos temos: porquê não?
Com o mandatório Mawete no comando, espera-se o triumfal regresso dos Construtores e Futebol Club do Uige na Girabola. Que tal do Dussol e Mama-me-leva?
Boa sorte, Grande Governador JB Mawete, desta vez o povo esta contigo!


Linha relacionada: Entrevista do Governador do Uige, Mawete(www.correiodigital.info).