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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Carta aberta a uma Embaixada de Angola

(Personal perfil confidencial)

Ao seu Excelentíssimo
Embaixador da República de Angola em...

É com alto respeito e consideração que atravez esta carta, venho consultar a sua representação com objectivo de recolher informações sobre uma situação bastantemente preocupante. Sendo membro da sociedade civil angolana e pelo direito que me foi conferido pelas leis que gerem esta sociedade e pelo poder que em mim foi investido pelo Deus Creador do universo e humanidade tenho a fé e obrigação de defender minha pátria conforme as possibilidades sub meu poder e ao meu alcance.
Sabe-se que históricamente Angola conheceu e viveu uma longa guerra que deixou-lhe numas condições inagradáveis e caóticas. Actualmente o heróico povo angolano continua lutando para a sua sobrevivência e para a amelhoração da vida e da sociedade. Nestas circunstâncias os obstáculos ainda são vários mas a determinação e esperança são altas.
Permite-me Senhor Embaixador lembrar-lhe que a Unita que tinha estendido a sua guerra em todo espaço territorial de Angola deixou atraz um número elevado dos seus combatentes estrangeiros que sub as fileiras das suas forças combatiam e que se encontrem ainda espalhados em várias zonas de Angola. A zona norte que também foi afectada pelo sinistro viu seus filhos forçados a abandonar suas casas, aldeias para se refugear nas matas já minadas e até no Congo-Kinshasa. Hoje em dia verifica-se porém em certas comunas do Municipio de Maquela do Zombo, na provincia do Uige, nomeadamente no Kuilo-Futa, Sacadika e Beu a presença de um povo estrangeiro que em centenas ocupa as nossas aldeias e cubatas. Este povo Tutshi é originado de Ruanda que num passado próximo conheceu a guerra e que agora apaziguada. Reitero-lhes que esta informação não possue carácter polémico já que esta presença notória é mais do que visível já que alguns destes são hoje chefes de aldeias (sobas) e que detenhamos provas concretas ao nosso poder.
Autoriza-me Senhor Embaixador perguntar-lhe sobre a posição do Governo Angolano e da sua política sobre este caso bem verificado. Entende-se a hemogenea desta questão e respeita-se a posição oficial do nosso governo mas as prognosias não estão ao favor do nosso povo pois os acontecimentos históricos do passado no Congo, Ruanda e Burundi em relação a este povo pode em algum sentido provar a nossa maior preocupação e frustração. Aflito pela situação, permite-me Senhor Embaixador de transmitir francamente esta preocupação que necessita uma atenção da consciência angolana, e com a esperança de ver os esforços evidenciados pelo Senhor Embaixador, sua representação e pelo governo da Soberana República de Angola.
Mais uma vez, permite-me Senhor Embaixador terminar esta exposição agradecendo a vossa atenção. Assim espero ansiosamente ler–lhe num futuro próximo.


Que Meu Deus ricamente abençoe-lhes.

Obrigado

JD Nsimba


Nota: Esta carta foi enviada aos 27 de Setembro 2004 com selos de recomendação. Depois de 45 dias de silêncio a mesma cópia foi enviada ao Sec. das ONU e ao Governo de Angola.