Fui totalmente surpreendido pelo facto de ler nos anais do famoso Jornal de Angola o artigo sobre o famoso escândalo de Angolagate. Na verdade ofereceria felicitações ao autor desta peça incompleta de forma vulgar. Todo jornalista tem direito (limitado) aos erros tanto gramatical como ortográfico mas um trabalho colectivo difere-se sempre ao trabalho individual. Não procuro por áqui julgar o artigo e condenar o articulista mas faço uma revisão de certos artigos que no passado coloquei à disposição dos meus leitores que talvez com mais paciência não cometeria ou publicaria. Porque faltou-me serenidade, fui pressionado pelas tarefas diárias, faltou-me um proof-reader, e mais justificativos; contudo aprendi com críticas. Enfim um trabalho mal apresentado ou inacabado, mas o interesse do autor no sujeito é muito deliberativo para…
Eu não creio ainda que pode-se desenvolver em Luanda um texto à base da verdade em casos tão sensitivos como do Angolagate. Angolagate é um tema muito interessante parar qualquer angolano já que seria gostoso para devorar. A matemática demonstra que Angola + gate = Angolagate. Angola explica-se como a nação de príncipes uma vez a palavra original é Ngola que significa príncipe. Quer dizer que Angola é uma nação constituída por príncipes, porque cada angolano é um príncipe. Gate é a palavra inglesa que se traduz por grande porta, ou melhor portão. A escolha desta designação para conotar um escândalo financeiro testemunha a grandeza ou tamanho de volumosas somas postas em circulação (que numa parte se ganhou e noutra parte se perdeu) entre nações, organizações, operadores económicos, aventureiros políticos e prostitutas económicas. Foi neste silencioso intercambio que abriu-se o portão de Angola para que um grupo de homens ganhassem massivamente grandes quantidades de dinheiro em troca à vida de angolanos, de sangue, almas, recursos até o destino de Angola.
O jornal de Angola dedica uma pequena porção da página ocupando o quarto da folha para explicar ao angolano como outros angolanos, diplomatas como Pierre Falcone e Arcadi Gaydamak foram injustamente condenados, mesmo com a imunidade diplomática. Para quém nunca seguiu este dossier seria difícil realizar o que se trata pois a informação é incompleta e insignificativo. O jornalista fez (talvez) um infortúnio cálculo porque foi-lhe profissionalmente ofertado pouco espaço de exprimir-se livremente. Ele até riscou a sua carreira para escrever sobre o assunto uma vez é um ‘’top secret’’ do estado angolano. Angola não só gastou bilhões para ‘’acabar a guerra com a guerra’’ mas ainda tem uma dívida incalculável que gerações vindouras vão pagando à Rússia sem talvez saber a causa. Nesta mesma guerra, dirigentes angolanos do MPLA como da UNITA enriqueceram-se com a troca do sangue daqueles que profetizaram defender. Uns são hoje patenteados por heróis outros por fantoches. Assim acordamos um bom dia tendo um angolano que caiu subitamente num helicóptero comprado com carnes de irmãos mortelados, ao tecto das instalações da UNESCO representando Angola. Foi colocado a este ‘’mais angolano’’ um estatuto de herói nacional. Infelizmente, tendo várias nacionalidades (que não é pecado), o governo francês recuperou o Falcone esquecendo os 18 milhões pagos anteriormente pelo governo do MPLA. Dentro do Angolagate, criou-se empresas multinacionais de angolanos com dinheiro angolano para vender armas aos angolanos para matar angolanos no solo angolano. Os corruptos franceses deste dossier são julgados em Franca enquanto os angolanos fazem a lei e banga em Angola. Estes tiveram o mesmo denominador comum, que foi a criação de lucros e são hoje milionários por consequência Angola recebeu uma factura constituída por mutilados físicos, órfãos, viúvas, deslocados e refugiados, doentes relacionados com violências sexuais, verbais e corporais, afectos com produtos químicos ou tóxicos, biológicos etc.
Que permitamos aos angolanos de descobrir que filhos de dirigentes políticos podem ser julgados. Que ex-ministros e presidentes corruptos podem ser chamados na barra da justiça: isto é nos países onde a lei funciona. Vem agora Tolerância zero onde o título laboral não tem valor mas que a participação ou colaboração naquilo que é contra a lei tem um papel preponderante. Parece-me que a lei foi feita para corrigir os rebeldes e que a justiça existe para julgar os ‘’fora da lei’’. A lei é uma colecção de normas e regras que regula a sociedade, o lubrificante do motor de qualquer organização.
Este processo é mais um teatro orquestrado pelo governo francês para absorver a riqueza angolana. Sarkozy procura resolver este caso amiablement fora do tribunal mas a França não é uma República de banana onde a lei da selva predomina como em África. Entende-se que o angolano não tem direito a esta informação porque mesmo o deputado que represente-nos no Parlamento não é informado oficialmente a cerca deste processo: não há explicação ponto final! O jornalista não tem espaço, liberdade, expressão e é corrompido, marginalizado e não é valorizado.
E pena que o jornalista não tem jornal e vai dando a sua língua aos cães raivosos de Luanda.
JDNsimba©2009publ/123