Experimentando um estilo de leadership tradicional aplicado pelos Sobas na minha comuna do Béu (Maquela do Zombo) onde cresci, entendo que a política angolana não é ainda baseada numa filosofia científicamente estabelecida mas enrola-se à volta de probabilidades especulativas em mistura as condições duma atmosfera politicamente criada conforme as realidades autênticamente angolanas. Portanto a prática desta ciência não oferecia (nos kimbos)espaços para críticas amargas uma vez os erros eram argumentados com fundamentos e de forma construtiva. Isto não vejo no mundo intelectual de políticos angolanos: vejamos-
Quando na minha aldeia alguém perdesse algo importante, contactaria logo o Soba para puder ajudar a localização do objecto e a possível recuperação do mesmo. Lá o Soba teria então a missão de no anoitecer do dia anunciar a alta voz andando duma ponta à outra em 3 ou 4 voltas. No seu anúncio descreve-se o objecto e o desejo do dono para que se devolva o objecto, assumindo que foi perdido. Isto vai-se repetindo durante 2 ou 3 dias sucessivos mas que no último dia a mensagem tenha uma forma ameaçadora porque pensa-se que a coisa não se perdeu mas sim foi roubada. Por isso a mensagem do Soba seria agressiva. No fim se alguém encontrou o objecto vai devolver-lo. Isto era o normal dos acontecimentos porque nas aldeias as coisas não desapereciam para sempre e a gatunagem era um fenómeno raríssimo. O curioso acontecimento se passa quando o objecto desaparecido não aparece e que um elemento qualquer responde a mensagem do Soba de forma frontal. Dalí assume-se que este homem foi certamente o gatuno. Este será chamado perante um grupo de sábio para uma investigação posterior. Na forma abreviada diz-se nas nossas zonas que ‘’quém responde ao anúncio (n’tangu) do Soba sobre a gatunagem é o gatuno’’
A compilação de um dossier de 6 pages denominado teses da defesa do antigo ministro das finanças, José Pedro de Morais endereçado ao PR, José Eduardo dos Santos levou-me a uma reflexão que originou as seguintes linhas. Esta tese da sua defesa, escrita com terminologias técnicas do comercio foi digitado pelas errupções incessantes de críticas contra o homem que uma vez foi o melhor ministro das finanças em Africa.
Esta compilação reclamativa do JP Morais poderia não ser dirigida ao PR porque não foi o JES que o criticou. Entende-se noutro lado pois JES é o dirigente máximo do estado. Portanto procura-se saber o que JES deve fazer da mesma? Com todo o respeito, sabe-se que o nosso Presidente não tem tido tempo de conversar com a população explicando casos sérios e vai hoje ocupar o espaço televisivo só para defender o Morais.
Até áqui não se recebeu do povo ou de um qualquer angolano acusações, reclamações ou queichas, junto aos tribunais ou qualquer instituição jurídica contra Morais. Ele talvez tenha adversários mas são invisíveis, então o JES não poderá localizar-os. Não pode-se defender sem que haja quém acusa. Não pode-se explicar quando não tem complemento a quém explicar. Será que o nosso ex-ministro prevê algo a chegar? Não se pode escrever uma tese de defesa quando o processo não é oficial mas especulativo.
Sabe-se bem, como agora o próprio Morais convida-nós a oficializar o processo, ele foi ministro no tempo de boom económico de Angola. Este tempo foi o mesmo que o sofrimento do angolano se agudizou no seu apogeu. Este balanço requere uma explicação das autoridades competentes da equipa dirigente da nação. Morais pertenceu ao grupo da influência do circuito presidencial. Morais foi também citado logo no dossier inicial do Mensalão, antes que nomes de dirigentes angolanos fossem retirados. Aqui Morais de-nós a liberdade de concluir neste caso que não há fumo sem fogo. O angolano pensa na reconciliação passando pelo processo de perdão. Morais que pensa defender-se oficialmente, entende reconhecer que há dirigentes que participem na depredação sistemática da nação. As entradas financeiras são altas (produzimos 1 656 000 barris de petroleo por dia) mas o angolano ainda vive em baixo de 2 dólares por dia. Morais foi listado entre os angolanos mais ricos, possuindo mais de 100 milhões de dólares. Esta riqueza foi-se constítuida por menos de 10 anos e tem fontes desconhecidas.
Morais não tem nenhuma justificação explicadura para comprovar as fontes da sua riqueza com a base do seu salário. Morais procura justificar-se queimando outros que na mesma turma pi..... a economia angolana, porque ele demostra e reconhece indireitamente que houve abusos no sistema.
Mesmo assim JES não ficou convencido com a papelada de Morais, pois trata-se de mais um caso de burocracia. O alertado PR preferiu orientar o ministro da economia, Manuel Júnior para engavetar-lo eternamente.
JDNsimba©2009publ096