Cada dia que vai-se acordando sob o solo angolano, aproxima-se a concretização do sonho angolano na realização do Campeonato Africano do futebol que será disputado em quatro províncias. O angolano esta mesmo ansioso de descobrir as grandes estrelas do futebol africano tanto os que ainda joguem no continente como os ditos mercenários do futebol.
A quém solicitou-me para que dedicasse uma meia página no jogo da corrida à bola da nossa banda. Esta tarefa não me foi fácil porque, embora as memorias, os meus olhos perderam o gosto de ver enrolar a cabedal num campo com uma relva invitaminosa com verdes multicores, onde o campo parece que perdeu alguns centímetros e mesmo metros. Não consigo digerir como a politica da exclusão afecta muitas zonas angolanas onde a cultura de futebol tem sido natural. Nas terras onde futebolistas emergem não só desde campos mas talentosos natos. Essas zonas não têm campos relvados e a criançola já não tem gosto de caçar a bola. Mesmo antes que eu terminasse esse texto foi-me informado de ataque que a selecção togolesa sofreu no Massabi. Como já apresenta-se riscos para esta propaganda política, torna-se impossível debruçar sobre a situação histórica do nosso futebol no presente.
Pensando dos nossos heróis, dedico aplausos aqueles heróis do mercado futebolístico angolano que souberam desde a primeira hora defrontar a selecção de Cuba. Lembrei-me do nosso Professional António Dinis e Arménio, o ‘’magic man’’ do Futebol Clube do Uíge. Reconhece-se que a famosa dualidade entre ANGOLA-CUBA não tinha um alto nível de futebol mas com uma significação histórica, dando mais era a primeira hora de momentos de futebol depois da colonização. Já tivemos jogadores de qualidade, que infelizmente jogaram numas épocas onde havia turbulências políticas que dominaram o futebol nacional.
Tivemos jogadores com carácter inexplicável como Chico Dinis, Santo António do Progresso. O franzino André do 1. De Maio de Benguela que também constou entre os melhores defesas do continente, Gonçalves, o barrigudo da Taag. Havia jogadores com nomes que se diria cómicos como: Batata, Jindungo, Chiby, Sayombo e Maluca. Jogadores com especiais ‘‘brands’’ como Ndongala com as famosas cortas, Alves do 1.de Agosto que tinha um quinhão tão poderoso, os arranques de Eduardo Machado como do seu irmão João Machado, a velocidade de Ndungudi e a maestria de Lufemba. No Progresso havia a presença de Zandu o indisciplinado do Progresso e Silvino o anão da mesma equipa. Sarmento e Fusso, ambos do 1. De Maio eram fantásticos.
Em muitas cidades africanas ainda se fala de certos jogadores angolanos que marcaram a história do futebol africano devido as altas prestações que tiveram em diferentes estádios de diversos países. Assim em Kinshasa quando se fala do futebol angolano, os curiosos ainda perguntem sobre Napoléon (como é lá conhecido). Os congoleses falam do misto de Luanda que lá jogou mas também da Taag que lá foi eliminada quando o guarda-redes Kuba falhou concretizar um penalte. Jesus do Petro também deixou uma marca em Kinshasa como em Douala/Camarões. Em Gana ainda pergunta-se o ‘’danger man’’ António Vicy dos Construtores do Uíge, que lá representou com o 1. De Maio de Benguela. Ainda Imbeloni, antigo técnico argentino dos Leões de Luanda não cansa falar de Vicy. Em Vietnam ainda se fala de Nsuka e em Moçambique fala-se de Mavó. Nos Camarões quando o Petro foi eliminado contra Canon pelo arbitro: o cidadão zairense Mbamu que tinha exigido ao Petro uma fortuna avançada em dólares. Embora isto, os nomes de Lufemba e Jesus marcam ainda a memória desportiva desta nacao.
Tivemos alguns nomes que com toques mágicos desenvolveram em diferentes países europeus como António Dinis, Savedra, Mendinho, Abel, Maluca e tivemos o Vata que foi ballon d’or, depois numa temporada ser galardoado por melhor goleador, cuja taça se encontre ainda com o PR, JES. Entre eles realça-se os nomes de Mendinho, Mantorras, Dinis mas Vata é indiscutivelmente o melhor de todos angolanos ate hoje. Tivemos grandes treinadores angolanos como Chico Ventura da Taag, Smica do Inter, Dikizeko do 1. De Agosto e outros. Conhecemos também bons treinadores estrangeiros como o Dr António Clemente, Imbelloni mas também aventureiros como Skoric e co. As grandes equipas da época eram Nacional de Benguela, Desportivo de Benguela, Mambroa e Petro do Huambo, Construtor e Futebol Clube do Uíge, Sagrada Esperança, Ferrovia da Huila, Inter da Namibe, Taag, Progresso de Sambizanga, Leões, 1. De Agosto, Petro de Luanda, 1. De Maio de Benguela etc.
Quase todas províncias presentes na nossa Girabola tinham jogadores de alto calibres. Temos em memórias jogadores como Capelo, Mendinho (que veio de Maxinde para mais tarde jogar em Portugal) e o capitão Raúl. No Huambo, Savedra (que também jogou em Portugal) era pequeno deus mas também havia Ralph, Lutukuta e outros.
Os Zé-Kalanga e outros vão surgindo…. (artigo voluntariamente não finalizado. As nossas condolências a selecção togolesa).
JDNsimba©2010publ/102