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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A GLORIOSA ENTRADA NO TUNEL APOCALIPTICO DO MPLA

Eu não vou capitular na tentação de encarar as minhas declarações como profecias. Nem tão pouco os apalusos de amigos leitores nem as duras criticas de certos poderão empurrar-me neste buraco. O que eu verbalizei foi um resultado de várias observações e análises de situações económicas e políticas que abalam a realidade histórica na qual vivemos. Não sou analista político e não gostaria de ser político mas acredito ser animado duma paixão para com o povo angolano que permite-me compartilhar o sofrimento deste povo. Não acredito ser tão crítico como outros conotam-me pois tenho sempre aquela inclinação sugestiva e ver Angola emergir da pobreza para mergulhar na prosperidade é o maior desejo da minha visão, sendo parte activa da sociedade.

Escrevo porque sinto-me estimulado pelo sofrimento. Sofro porque carrego no meu dolorido coração uma dose de amor para com Angola. Não me considero de patriótico mas penso e tenho procurado ser um bom cidadão, capaz de representar dignamente Angola tanto dentro como fora do espaço territorial. De jornalista não tenho mas tenho boa consciência de angolanidade.

Uma vez declarei: ‘’Talvez chegou o momento para o governo de Luanda ouvir a voz (reclamações, propostas, críticas, choros...) do povo, pois querendo como não, vamos num futuro muito próximo entrar no périodo apocalíptico do movimento dos camaradas. Portanto há possibiliades para que se evitasse...’’

2010, A PROFUNDA PENETRACAO NA AUTO-DESTRUCAO

O governo angolano tem dias contados para acarretar a nação a penetrar o ano 2010. O próximo ano será o segundo num mandato de quatro anos, desde que foi pronunciado o resultado das eleições ditas livres e justas. 2010 será um ano que Angola vai manifestar o seu poderio económico face do mundo, uma vez a realização de Campeonato Africano de futebol será um instrumento de marketing para que brilhasse o espelho de Angola. 2010 vai acarrear sucesso mas também confrontações políticas. Neste ano a UNITA e a oposição vão pressionar o sistema para democratizar-se já que as presidenciais são um sonho como anunciei. Ela vai incrementar um trabalho penetrante para impedir a candidatura de JES nas presidenciais de 2012. Em 2010 o MPLA vai tentar com toda energia aneantir as pressões da opisição para manter o marxismo, dando tempo ao JES para reforçar a sua teoria de substituição à presidência, em vez de eleições livres. Acredita-se que em 2010, o Presidente reeleito do MPLA e não eleito da nação vai continuar a dirigir o barco como sempre: sem planos, iniciativas e mesmo sem nova visão. O CAN será uma forte publicidade para o PR uma vez os turistas para CAN serão controlados nas zonas embelezadas pela mágica mão do MPLA, sem possibilidades de visitar os bidons-villes angolanos como Katambor, Kazenga, Sambizanga, Kassenda. Eles não serão permitidos de nadar nas águas da chuva que se aglomeram nas ruas da Samba, Palanca. Mesmo as famosas quatorzinhas que decorem as ruelas de Luanda prostituindo serão deslocadas numas zonas fora do alcance de visitantes com desejo de distribuir o imortal vírus. Os acontecimentos de2010 provarão numa clara prisma a crise do e no MPLA.

As construções como moeda eleitoral vão conhecer ainda um boom em Luanda. O governo que não vai conseguir realizar as promessas de 4 casas(?), vai tentar erguer edifícios de altas qualidades para colmatar a falha númerica, usando assim a qualidade como justificativo. 2010 será um ano de trabalho para o Partido do Trabalho que vai construir numerosas habitações e estradas de poucas qualidades nas provincias só para avaliar a fidelidade do povo para com MPLA.

Eu já anunciei a chegada da crise do MPLA mas parece-me que fui enganado dizendo que num futuro próximo o movimento dos camaradas será em crises. Parece que o próprio MPLA (estruturas e membros) está apertando a gatilha para ferozmente penetrar o seu périodo apocalíptico. 2010 será o momento, o ano que assistiremos uma profunda crise e confusão no MPLA. Haverá uma aguda contradição na interpretação e aplicação das leis fundamentais do MPLA entre os membros históricos (os da era da fundação, que participaram na revolução, os conservadores) contra os membros progressistas (os que fazem parte na nova história do MPLA encabeçada pelo JES) e finalmente contra os membros democráticos (novos membros vindo do exterior, membros de alas democratizadas). Haverá também grandes pressões entre as familias e clãs privilegiados que com suor vão procurando monopolizar o movimento e infiltrar seus membros para proteger o futuro do movimento e as forças de familias e clãs. A oposição sem cultura da oposição vai continuar a nadar nas mesmas águas sujas sem nenhuma expressão, uma vez vai continuar dependendo financeiramente do MPLA. A oposição será ainda fragilizada uma vez a segurança vai infiltrar-la e corromper muitos membros para causar dores à verdadeira oposição/leadership que procure aperfeiçoar condições do angolano. 2010 trará um crescimento númerico da miníuscula oposição angolana do exterior mas a já existente terá mais consideração tanto em Angola como nas instituições internacionais. Em 2010 haverá mais levantaduras de vozes não só da oposição política mas que a liderança eclesiástica vai ganhar consciência e coragem denunciando as injustiças, exclusões, convidando o governo a conscientizar-se.

A nova política anunciada de Tolerância Zero é sinal de apatia no MPLA. Este programa certifica a existência da crise no movimento e vai acarretar à superficie muito mais confrontações internas. Em 2010 teremos mais processos judiciários de dirigentes do MPLA, que um depois outro serão acusados, denunciados, exonerados definitivamente e abolidos à vida política. Sendo um programa estabelecido para eliminar premeditadamente certos alistados elementos do Movimento, a corrida em desabando na floresta do MPLA fará-se sem direcção, uma vez cada membro da selva será perturbado pelo grito inoportuno do rei no instante inesperado. Esta tolerância zero vai originando murmures, descontentamento e uma revolta silenciosa entre os influentes membros do partido, dali o contrapeso do balanço será claramente vista e sentida. Noutra parte esta tolerância zero agudizará ainda o isolamento da família presidencial, que irá socialmente distanciar-se do povo.

O pior elemento que testemunha as crises do MPLA é a criação de um ministério específico para a segurança presidencial. Este erro estratégico é também monumental que poluirá toda circulação respiratória, que vai navegar nas células da Defesa, Interior e Segurança angolanas. A criação deste ministério não vai modificar o sistema da segurança angolana já debilitada apois da deflagração do império da segurança montado por Garcia Miala. Este ministério traduz o desespero do PR, que cada vez mais vai isolando-se dos seus púpilos do movimento. O PR que já não conta com ninguém e não confia nenhum membro do seu partido está cavando uma toca onde vai-se camuflar contra qualquer conspiração de cobras que o movimento tem criado. Sabendo que, é quase impossível que se estenda este ministério em todo território de Angola mas que vai actuando talvez nas grandes cidades de Angola e no exterior deixando assim uma grande vaga para que a policia e a defesa cobrem. Ao criar este ministério Eduardo dos Santos colocou-se uma corda no pescoço. Na verdade facilitou os pescadores de poder cozinhar o bagre usando a sua própria água (ngola mumaza mandi kalambiluanga) como diria o meu velho.

O que simboliza na realidade a criação deste ministério? Vejamos:

- Como já disse, a criação deste ministério não vai adelgaçar os problemas mas vai aumentar-los. Pelo facto de não na realidade ser um corpo da segurança nacional, pois é um ministério para a segurança pessoal vestido de um estatuto nacional. JES está muito inquietado com a sua própria segurança e procura proteger-se primeiramente contra seus inimigos dentro do MPLA. Tenho a certeza que se depare neste grupo generais do Exército e da Policia, para além de membros efetivos do MPLA incluindo a própria sombra do Presidente. Como agudizou-se a desconfiança, assim o isolamento vai elasticar-se cada vez. JES que já não encontra eficacia na sua segurança com cintura cubana prefere alimentá-la com mais cinturas, pois a sua família cresceu tanto numericamente como financeiramente.

- Pelo facto de arquitetar este ministério para a segurança pessoal, o presidente será chamado a investir mais neste ministério uma vez vai garantir-lhe mais esperança, longa vida e mais power. Este ministério vai beneficiar dum tratamento especial, tendo um equipamento moderno, sofisticado e condições socio-laborais apetrechadas com luxos. Portanto a defesa e o interior serão negligenciados com possibilidade de ser num futuro desarmados. Dalí haverá invejo, ira, competição, revoltas e vinganças. A Policia para sobreviver irá castigar o demunido povo. Militares vão opôr-se aos políticos e vão multiplicar emboscadas contra esta segurança. Aproxima-se assim ao descalabro e caótico!

- A criação deste ministério interpela o político angolano assim como o povo deixando escapar uma forte mensagem que diz: JES não é disposto a deixar o poder nem abandonar a política. Como não está disposto a democratizar o sistema governemental e o seu partido, acredita-se talvez o cenário da substituição é mais viável. Esta mensagem é uma declaração duma guerra feroz contra a oposição, sabendo que o MPLA nunca oferece a possibilidade de cohabitação com ninguém. Isto implica que o MPLA, mesmo cego vai combater a UNITA e a FNLA até o desaperecimento físico destes, salvando os partidos satelites criados pelo MPLA.

- A criação deste ministério pode também provar que o substituido será um membro familiar, próximo do Presidente. Provavelmente o substituito não será um primo mas talvez um dos filhos, por isso não só poderá herdar a presidência mas também a segurança da familia e clã Eduardista. O cenário da substituição basea-se na melhor proteção da riqueza familiar contra qualquer congelemento, repatriamento financeiro ou mesmo nacionalização. Este ministério vai servir-se de fortaleza protetiva contra outros poderosos clãs angolanos em competição aos Santos. Substituir-se por um membro fiel do partido não oferece muita segurança uma vez JES é muito alertado do cenário entre Tony Blair e Gordon Brown, preferindo um estilo dinástico ou royal.

- A criação deste ministério também prova que o MPLA não pensa ainda democratizar-se. Que JES não quere nada com a democracia uma vez jurou a fidelidade à bandeira vermelha do movimento leninista. Se Neto negou trabalhar com Holden e Savimbi não serei eu a trabalhar com angolanos com esquisitos nomes como Kabango e Samakuva. Esta mensagem é também para aqueles membros do MPLA que pretendem ser democráticos ou com uma ideologia diferente da inspiração de Karl Marx. A criação deste ministério anuncie uma nova etapa histórica na governação de Angola e o inicio duma nova história do MPLA sub comando de JES (desmarcação ao MPLA de Viriato da Cruz ou de Neto).

- A criação deste ministério designa mais investimento para o militarismo angolano. Que o rendimento angolano nunca será dividido entre angolanos de todas as camadas mas nas estruturas especialmente escolhidas do MPLA e que o povo angolano deve ter paciência de viver com migalhas. Para os povos de longe como no meu Béu, que só conheceu governo activo no tempo colonial, já não há esperança de ver as estruturas do MPLA ou de outros em funcionamento. Para as provincias classificadas ao colégio da exclusão social significaria mais sofrimento e retrocesso económico. Este ministério terá talvez um estatuto similar da DISA, que foi um instrumento de repressão popular. JES pretende dinamizar a sua posição de influência (tão contestada) não só em África central mas em todo o continente.

- Talvez a criação deste ministério é uma oficialização de estatuto de ditador, porque todos ditadores africanos que o continente já conheceu acabaram por criar forças especiais para reprimir qualquer resistência dos povos mas também para controlar a acção da Policia nacional como das forças armadas e do palco político. Este é uma alerta ao povo e aos generais revoltosos. Esta criação ministerial significa também último suspiro do Presidente, que vive nas incertezas na sua estadia presidencial.

2010 anuncie-se com mais espectáculos políticos! e o MPLA vai resistindo a sua autodestruição num longo processo.


JDNsimba©2009publ/103