CABINDA, A MADEIRA PORTUGUESA
Considera-se por parlamentares numéricos aos dorminhocos, aos caducos participantes que desbobinam fraseologias bonitas sem dizer algo, alguns até especializaram-se a propor besteiros a estilo quintinhado, tudo isto porque pensa-se existir a libertinagem de expecular em nome dos angolanos. Todavia o político angolano ainda não concebeu-se da linguagem silênciosa porque reflete no atrazmente esperando que o ladrar altera a velocidade do comboio. Pelas verdades coloridas e entre as novas propostas que constituirão a constituição corrigida consta a curiosa proposta da Unita sobre a autonomia de Cabinda. Esta voz já levantada há longas datas pela FLEC foi reiterada pelo partido que é cabeça da oposição angolana. Para embelezar as reclamações do galo negro, o Telemaco A. Pissaro o nosso famoso kota alinhou-se nesta enfiada declarando ‘’se Cabinda não tivesse riqueza seria abandonada, entregue ao Congo’’ Da FLEC ao Petrinus passando pela Unita tem-se avançado várias razões sem porém realizar que tudo é bom mas tudo não é permitido porque Angola não é qualquer produto, que os ambiciosos exibem.
Cabinda é uma provincia de Angola, que nunca foi estado pois mesmo antes da conferência de Berlin, ela pertenceu ao Reino do Kongo tendo capital em Mbanza Kongo, que é hoje parte de Angola. Quando a divisão de Africa nesta conferência foi-se discutido a questão de Angola (Kongo português) incluindo Cabinda como parte dela. O tratado de Simulambuco foi uma consequência da Conferência e foi assinado fora do circuito, apois um bom intervalo do tempo. Este tratado cabulativo pode juridicamente ser invalidado uma vez foi feito entre Portugal e Cabinda sem conhecimento de Angola para além de não ser uma advertência desta macabrosa Conferência.
A verdade é que se Cabinda não tivesse riquezas não teriamos hoje a FLEC (Frente da Libertação do Enclave de Cabinda). A tendênciosa criação da FLEC mesmo que fosse uma coligação (1963) da MLEC de Luis de Gonzaque R. Franque da ALLIAMA de António Sozinho e de CAUNC de Nzita Tiago baseou-se no egoísmo porque a partagem da riqueza era a focalização. Cabinda tem a cultura, a língua e todos os aspectos tradicionais dos bakongo de Angola. Tiago Nzita que não consegue justificar, as razões do entregue aos generais angolanos, os 2 milhões de dólares pagos pelos E.U.America para libertar os cooperantes raptados não pode provar-nos o oposto.
Se Cabinda não tivesse riqueza não teriamos egoistas tribais de Ngoyo nem da FLEC, não heveria o tratado de Simulambuco, não teriamos a dominação americana no campo petrolífero, não teriamos hoje este debate vazio de Petrinus-Unita e não haveria este ódio português na bajulação deste problema angolano. Portugal, o supracolonizador não está satisfeito no que concerne a exploração do petroleo em Angola já que tem beneficiado quase nada neste negócio. Sabendo que uma vez se separa Cabinda de Angola, lá terá a grande parte do bolo. Portugal precisa um mercado e não está contente ver America habitar no ninho que Ele construiu durante 500 anos esquecendo que não tem capacidade técnica para sozinho chupar o sumo de Cabinda.
A declaração condicionalista de Pissaro não é relevante pois foi Portugal que assinou o livro de ouro sobre a divisão de Africa ocupando e dominando Angola. Foi Portugal que mafiosamente driblou os bayombe e basolongo para assinar o tratado de Simulambuco as portas fechadas. Foi o mesmo Portugal que em 1975 assinou Acordos de Alvor estipulando que ‘’Cabinda é parte integrante e inalienável do território angolano’’
A questão geográfica não é relevante neste século porque Argentina perdeu as ilhas Malvinas com os mesmos caducos argumentos da Flec-Unita. Portugal não resolve a questão de Madeira mas pensa resolver de Cabinda. Contudo sabe-se que até na altura do tratado de Simulambuco em 1885 Cabinda estava separada de Angola pelo rio Congo que conta-se como rio angolano. A separação alargada de Cabinda a Angola foi consequência dum pedido comercial da Bélgica a Portugal da faixa de 60km² para possuir uma saída ao oceano.
A autonomia de Cabinda não é saudável porque Cabinda será um éclaireur para as Lundas, Uíge e Mbanza Kongo. Esta autonomia será a via para o federalismo. A federalização de Angola não é ainda a alternativa adequada já que não temos políticos maduros e que a nossa política basea-se ainda nos interesses pessoais. Então este passo será a via para a desintegração total de Angola. A questão de autonomia não seria justificada se o partido no poder ou o governo de Luanda não tivesse uma política injusta. Em Angola ainda prevalece um tribalismo muito agudo. Em Angola ainda vive-se numa política totalitária onde não existem ainda síntomas da reconciliação e a política da reconstrução regional não optou ainda o rumo nacional. Estes aspectos vão alienar as provincias desfavorecidas como as Lundas, Uige, Mbanza kongo, kunene e possívelmente Malange de abandonar o barco angolano. Vendo estas fragilidades não há hesitação nenhuma de lamentar esta postura da Unita, ocupando um lugar hipocondríaco nas próprias qualidades da Unita. O que a Unita indireitamente solicita é a caótica desintegração de Angola e isto será a marcante ignomínia da política Samakuvista.
JDNsimba©pub2009/073