BEMVINDO !!!

OFERECEMO-LHE SERENIDADE PARA COMPARTIRMOS SABEDORIA

domingo, 31 de janeiro de 2010

FELICITACOES ANGOLA!

Eu não gostaria de cair a tentação de comparar a realização do 2. Jogo de África Central que o MPLA-Partido do Trabalho tinha realizado nos anos 80 com a realização do Taça Africana das Nações, de Futebol, ou simplesmente CAN. Mesmo germinado na toca da guerra os jogos de África central foram um sucesso, pois em Angola já éramos habituados com balanços positivos. Ora, tudo que se realizava sob a bandeira do MPLA comunista era positivo. Uma coisa foi a colorização dos eventos mas que finalmente tudo se realizou nas calmas sem que a Unita pudesse enodoar as ocorrências, portanto o resultado final foi desastroso para com o povo angolano. Como se diz, depois da festa há fome. Isto foi altíssimamente notório porque havia fome aguda em Angola desde 1981 até mais de dois anos.

O SUCESSO DO CAN

Terminou esta tarde o campeonato de futebol africano que se disputou no solo angolano, e especialmente na presença do Presidente José Eduardo dos Santos, que não só esteve fisicamente presente mas que se onipresentou-se em todos os estádios, projectado numa cartaz que entre a bandeira vermelha e o mapa de Angola flutuavam os ares angolanos.

Os jogos iniciaram com uma infelicidade cujo alvo foi a equipa togolesa. Como angolano não sei com quais argumentos Angola conseguiu arrecadar os jogos, pois havia muitos países com melhores condições e capacidades de realizar os jogos. Não é difícil entender que uma vez mais Angola usou do seu poderio financeiro para corromper grandes dirigentes do mundo futebolístico, já que o cheiro do petróleo é perfumado e a cor de diamante é vibrante. Com muita a certeza que Angola garantiu a FIFA tanto o CAF de forma verbal, que não havia guerra no território nacional. Mesmo a escolha de Cabinda não foi uma indicação bem-intencionada, uma vez queria-se aprovar ao resto do mundo que em Cabinda há paz e demonstrar assim que em Angola não há sofrimento. Houve negligência por parte dos nossos governantes que foram todos hipnotizados pela vaidade, orgulho e mas intenções. Porque na realidade queria mostrar ao mundo que não há uma política da exclusão social e que o norte de Angola é tratado de igual forma como Luanda ou Benguela. Portanto nenhum angolano pode explicar a exclusão do Huambo nesta escolha; não é difícil adivinhar uma vez Huambo foi arrasado pelas bombas das gloriosas forças do MPLA.

A vitória do Egipto no final sob a silenciosa olhadela de JES acompanhado pela Primeira-dama, assistido de correspondência por João Lourenço no estádio da Kamama foi também sinónimo da vitória de Angola, país anfitrião cuja equipa tinha já tombado na segunda esquina. Não diria que os estádios foram construídos com a vontade de ver Angola emergir economicamente. Angola nunca precisou desde então organizar algo para fins lucrativos. Falo de lucros financeiros porque Angola prefere soigner a sua imagem no exterior e não hesita gastar milhões só para lucrar moralmente. Isto foi o motivo desta organização: Primeiro é parte da campanha eleitoral do Partido-estado que começa a sua propaganda do 1 de Janeiro ao 31 de Dezembro, mesmo sem eleições. Segundo foi uma peça de marketing para a publicidade da imagem pessoal de JES que sem trégua cobiça ocupar uma posição sem jogar um papel preponderante no continente africano. E finalmente lançar a nova imagem do MPLA como partido democrático. Dali entende-se que a FIFA tanto a CAF foram bem dribladas mas como a mentira não tem longas pernas, o diabo inspirou a FLEC aquela intentona contra a comitiva togolesa para expor a realidade angolana. Lamenta-se esta barbaridade que roubou almas de inocentes.

Doravante Angola poderá organizar qualquer manifestação, já que provou ao resto do continente e do mundo a sua capacidade e maestria na organização e realização de grandes eventos culturais ou desportivos. Eu diria parabéns Angola pois foi com o preço de sangue dos seus filhos que se conseguiu realizar este CAN. O sucesso dependeu das riquezas angolanas e da acção do povo angolano que trabalhou dias e noites para compilar tudo mas também que empregou a mão-de-obra barata da China e outros.

Os convidados ou estrangeiros que tiveram em Angola, e os poucos que por vias televisivas seguiram as gloriosas manifestações do mundo da bola falam bem de Angola. Muitos conheceram Angola como nação da guerra porque souberam de Savimbi e a sua guerra, tentam agora felicitar os esforços dos angolanos. Os que conheceram Angola devido ao comunismo ainda procurem saber o porque da presença da bandeirola com a figura do JES nos estádios. Uns vizinhos perguntam-me porque a presença da catana na bandeira da nação? Esses estão conotando Angola a algo que é subentendido. Outros procurem saber sobre a evolução histórica e politica em Cabinda porque imaginem jogadores a fugir numa chuvada de balas, tiroteiros até imaginam assaltos já que o capitão da equipa togolesa declarou publicamente que tudo foi-lhe roubado.

Eu só queria felicitar Angola daquilo que conseguiu alcançar no campo organizacional. A má-intenção foi-se misteriosamente tornado a avantajem a nossa nação e do nosso povo porque os estádios vão dar uma nova imagem e gula ao futebol nacional, mas também vai ajudar o crescimento económico nessas zonas e a minha oração é que se façam o mesmo noutras províncias para que haja equilibro. Os jogos não só possibilitaram ao mundo de ver e conhecer dirigentes angolanos mas também descobriram a miséria do povo de Angola especialmente no norte de Angola.

Este sucesso dedico a todos angolanos de Cabinda ao Cunene, incluindo os da diáspora. Parabéns Angola! Hoje foi o futebol amanha será a cultura, depois a economia seguido talvez pela educação. De tudo um pouco pode-se elevar este povo e esta nação pois coragem tem, dinheiro também tem mas o que sempre faltou é o amor da pátria, a boa vontade. Com isto vamos também levantar e lutar contra todo tipo da corrupção, que seja estatal ou governamental porque é um vício nefasta que necessita uma reposta energética. Viva Angola e parabéns povo de Nguxi. Parabéns JES!


JDNsimba©2010publ/010

sábado, 30 de janeiro de 2010

O CONDICIONALISMO DA LUTA PARA UMA VIDA INCONDICIONAL

1961 foi um ano em que os efeitos da consciencialização patriótica se traduziu por uma linguagem revolucionária. Isto sem dúvida partiu do norte de Angola, que anteriormente tinha facilitado a penetração do colono à instalar-se na terra para dominar e colonizar. Uma das razões desta germinação do nacionalismo foi o excesso de sofrimento imposto contra os povos do norte de Angola pelo colonialista que até lá ainda não classificava o homem negro na lista de humanos. Uma outra razão foi a aproximação de muitos jovens a educação cristã que procurou sempre defender os valores morais e os direitos da vida aos autóctones ao mesmo nível aos invasores portugueses. Esta consciência cresceu e estendeu-se no resto do território para produzir a luta da libertação de Angola, que viria concretizar-se em 1975 com independência.

A grande e mais importante razão que arrastou o homem angolano do norte primeiro, depois do centro seguido pelo do sul de penetrar nas matas com kanyangulos na mão foi a libertação das terras angolanas. O homem angolano procurou primeiro recuperar nas mãos do estrangeiro, aventureiro português o solo dos seus antepassados e dos seus descendentes. Vindo com uma bruta política de moralmente quebrar a consciência do angolano, o português iniciou a aniquilar a língua, as culturas, maneiras de viver, formas de conviver e associar-se e a unidade de angolanos. O angolano foi então capturado perpetuamente numa gaiola mental sem possibilidade de ver fios de raios solares. Permite-me dizer que a colonização portuguesa em África foi a mais bruta, mais suja e a mais horrível. Muitos angolanos foram deportados para longínquas sem que haja mais conexão com a história do povo. O português foi o europeu que sexualmente abusou mais africanas. Esta violência sexual foi aplicada calmamente de forma corruptiva e sistemática, aproveitando a nossa pobreza. Portanto pobres não eramos mas o novo patrão apoderou-se de toda a riqueza e fez do angolano um cidadão português da quinta categoria e Angola ficou mais tarde a província ultramar de Portugal.

Há muito que se pode citar áqui mas o denominador comum foi a libertação de Angola. Roberto Holden, Emanuel Kunzika e outros tiveram a amabilidade de convidar toda a rapaziada de Angola para pressionar o governo português. Assim convocou-se um conselho onde participaram grandes dirigentes da revolução angolana da primeira hora como Viriato da Cruz, mais tarde Neto, Savimbi incluindo Dos Santos e consórcio. Mesmo no Zaire onde tiveram vários encontros, os angolanos só tinham uma linguagem: que era a libertação de Angola. Nesta altura não havia angolano do norte, nem tão pouco do centro como do sul. Não se falava kikongo ou kimbundo ou seja umbundo; todos falavam a linguagem da libertação. Esta libertação era para garantir a paz, a liberdade aos angolanos. O combino (estratégia) tinha com fulcro a liberdade do angolano. Ninguém na altura era da FNLA, MPLA ou UNITA mas eramos todos angolanos.

O possível foi feito com a coragem e pago com o sangue do angolano. A conquista da independência trouxe-nos a felicidade de sermos uma nação de homens enquanto o português considerou-nos duma cambada de cães raivosos. Quase na altura de receber o osso duro (dipanda), o lukezo (entende-se por português) compreendeu que unidos será impossível re-dominar, domesticar e neocolonisar o angolano. Portugal criou uma condição inédita para a independência de Angola dividindo os angolanos para melhor reinar. O angolano quase perdeu a noção da independência se não fosse a comunidade internacional. Mesmo assim desencadeou-se uma guerra implantada por Portugal e certos angolanos esqueceram a prioridade: a liberdade do angolano para inclinar-se a cobiça do poder. Uns angolanos foram condenados as matas, outros no asilo e alguns dirigindo a nação. Houve divergências: os angolanos já não exprimem a mesma linguagem e perderam a noção do denominador comum. Agora fala-se diferentes línguas; uns kimbundo, outros umbundo e kikongo. Infelizmente os mais azarados são indiscutivelmente canibais porque apresentou-se oficialmente e publicamente provas deste canibalismo. Discutem quem quiser mas a razão dos mais fortes é sempre a melhor. Tudo foi silenciado e todos são obrigados de aceitar as novas denominações!

Na verdade fomos angolanos com uma consciência angolana. Hoje temos a nossa soberana Angola abençoada com todo tipo de mineral que se pode citar. O veneno da divisão semeado pelo português cresceu e reproduziu centenas de espinhos que vão sufocando a nação. Por consequência o angolano já não reconhece seus irmãos de sangue, da revolução, da trincheira e mesmo do sepulcro. O seu egoísmo que assentou-se no racismo, tribalismo, em classes, clãs e família vai roendo a alma de Angola.

Da liberdade para os angolanos passou-se numa outra fase que é a acumulação de riquezas. O angolano que já perdeu a sua consciência só pensa como enriquecer-se sozinho e como manter outros na miséria, impedindo-lhes o acesso ao bem-estar social que mesmo o comunismo tinha prometido-nos. Os angolanos que se dizem democráticos estão mais ricos que a própria nação. Espero mesmo que tirando o Coronel Kadaffi da Líbia o homem mais rico de África é angolano e a africana mais rica é com toda a certeza angolana. Agora pensa-se tornar Angola por um Dubai porque o petróleo sai do bolso de alguns angolanos enquanto outros escovem seus dentes com diamantes. Portanto o combino natural foi a conquista da liberdade e hoje conquista-se o enriquecimento financeiro. A prioridade foi substituída porque o angolano perdeu a sua liberdade. O angolano não tem direito a locução no seu território. Não pode reclamar seus direitos, quem se atreve pode ser esmagado como rato nas picadelas de Luanda ou de Angola. Os que tombaram contribuindo nesta revolução são hoje desconhecidos. A história já não tem donos ou os donos são alheios porque eram ontém desconhecidos. Os patrões já não são portugueses mas os mesmos angolanos com chicotes nas mãos castigando à morte seus irmãos. O angolano ganhou dinheiro e perdeu a liberdade, quanto sabe-se que a liberdade não tem preço. O angolano traiu a causa da sua revolução, da sua luta, perdeu-se no espaço e no tempo.

O angolano foi condicionado a lutar para a sua liberdade, uma vez que obteve este ficou comprometido vivendo incondicionalmente como rico. O angolano ficou embebedecendo-se com petróleo e diamantes, que agora, em todos grandes corredores financeiros do mundo respeita-se ironicamente este rico sem liberdade. Fomos todos à caça mas no tempo de repartir a caçada, uns recebem enquanto outros só assistem com toda a tristeza, onde prefere-se botar os ossos aos cães.

Me lembro ainda do angolano que não tinha casa mas tinha carro e vivia em casa do seu primo. Cada vez que tinha pulungunza com o primo arrumava jimbambas para a casa da irmã. Assim somos hoje, infelizmente não temos em África uma irmã onde poderemos se refugiar em caso…, em Portugal? Forget!


JDNsimba©2010publ/019

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

EM MEMORIA DA SEXTA-FEIRA SAGRENTA, LEMBRANDO AS QUEIMADAS ''LENHAS''

JANEIRO: DICAS

‘’Cada vez que reclamamos o que por direito é nosso acusem-nos de canibais, e quando por mérito acusem-nos de tribalistas. Assim foi minado o utensílio estratégico para silenciar eternamente os bakongo de Angola’’ – NSIMBA J.DIAS


POESIAS

GOTAS DA SEXTA

Ouçam o entoamento de choros na sexta-feira colorida
Derrapa o rio serpenteado no Bairro Palanca
Aclamem gritos musicalizados de bana-Kongo
Cafricados nos becos e subúrbios da maka

Anulado foi o fwandu do sábado sem luar
Pois queimou-se tantas lenhas na Viana e Mabor
Cuja cinza alimentará lavras de ciúme
Satisfez-se a gatilho do bêbado na komba do sábado

Por direito fui nascido livre mwana Kongo
Alegrando-se desta podre liberdade que abomina o meu pensar
Com três gotas fui envenenado no bode dos fofoqueiros
Cai na viragem e apodreci nas trincheiras da Ngimbi

Mbanza Kongo repulsou até meus pedaços
Sou o estranho cão desta kimbumba
Onde encoraja-se kimpumbulos a caçar-me
Aqui festejem por sempre as gotas do filho de Ntotela

Três dias coloridos em três noites assombradas
…nas canções de um povo massacrado e enlutado

JDNsimba©2010publ/018


ATRAZ DO LEAO

Quem penetrou as nossas matas
Porquê os lobinhos correm em desabando
Porquê as mãezinhas foram desvestidas
Porquê os velhos sábios estão gaguejando
Indescritivelmente o vergonhoso apareceu

A seca invadiu as minhas raízes
A dominação cancelou o suor do sol
O terror implantado produz lágrimas e prantos
Matando a esperança dos meus famintos filhos
E fizeste-me refugiado nas matas das minhas raízes

Sou o velho lobo prisioneiro que nada teme
Meus torturados pioneiros vivem na bravura
Quando os teus atrevidos chupam o nosso sangue
As nossas violadas donas reproduzem misérias
Impostas pelo devastador leão, rei da selva

Hoje o choro anima as nossas canções
Pois desraizaste a nossa mata e rebanho
Mas ainda somos a melhor tribo de caçadores
Havemos de perseguir-lhes as extremidades do globo
Dali alimentaremos dos restos do malandroso leão

Somos reduzidos e depauperados
Famintos trabalhemos melhor que nunca
Solicitando uma invasão contra os alheios
Que se adubam consumindo o nosso sumo
E o nosso grito será apreciado pelas selvagens
O calar-se vencerá-te, rei carnívoro!

JDNsimba©2010publ/017


MU MPAMBULU A NZILA

Vava tulueke va mpambulu
Valumose ye kuludinu, tutalanga
Malu ye ngangu tufipanga
Kadi malembe tudiatanga, malembe tubanzanga
Meso tuzimanga, nwa tukanganga ye matu malevanga
Kansi tuzimbananga e mwini

Vava tutelemene mu mpambulu
Wonga ye kiadi, kiufu ye nkwaminu
Meso mabuakanga ye ndinga yayumanga
Ntangu, ntima ye ngindu timuka!
Kadi tufwidi mukimongo
Tuladisi e vuvu mu mpambulu ya nkatu

Mu mpambulu a nsi ya kivuila a Béu
Tuvuidi nduenga, nsilu ye mbona-meso
Tuzeye e nzila, tuna ngolo ye mavimpi
Ngiendu munima, nsengo vamoko ye nkalu va ntú
Mvuela mu moko ye tuvuidi minu mu nsi eto ya kivuila
Mudiata tuna mukingula mavimpi ku Kuilu, Kisaka nate ku Maquela

JDNsimba©2009publ/016


MAKONZO MANGEMBA

Makonzo ma ngemba
Ndombolo a nzila mu kintuadi a Kongo
Nkotisua a mpova muzunga kia luzitu
Nsobelo a ngindu mufwandu kia ngangu
Makonzo ma luzitu, luzitu lwa ngemba
Munkadilu a besi Kongo

Makonzo ma ngemba
Nkayilu a mavimpi munkingulu a zi mpangi
Makonzo ma kesu, ma nguba ye madioko
Nsobelo a makazu mufuandu kia lukazalu
Ngoma ya kiese muntambulu a Mfumu
Nkadilu a songi muna nduenga a Kongo

Makonzo ma ngemba
Ngolo ye kimosi kia Kongo
Kimvuama kia Ntotela munzanza Ngola
Makonzo ma lusakumunu
Makinu ma nlongo mu nkumbu a Mvuluzi
Nkadilu a ngemba ye kiese

DJNsimba©2009publ/015

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

SOCIEDADE: A VERDADEIRA VIDA DE MAMBUENE XAVIER

Muitas coisas ocorrem nas nossas vidas; muitas delas tem uma explicação mas certas não se aclaram. Não se explique, porque não sabemos suas origens; pouco importa se trazem infelicidades ou prazeres na nossa vida mas aconteceram e tem acontecido. Quando elas oferecem-nos prazeres ficamos motivados e felicitamo-nos, glorificando-se do que conseguimos de produzir e aplaudimos as nossas capacidades em savoir-faire. Porém quando somos alvo das infelicidades ficamos perturbados por um longo período de auto-condenação. Assim colocamo-nos no banco dos réus, culpados de tudo e começamos investigar as circunferências sociais da nossa vida cavando motivos, razões, justificativos e procuramos alternativas em vão. Contudo a vida é uma sucessão de eventos contraditórios.

Pausei de pensar acerca de sucessos e insucessos da minha vida para num lapso de tempo reflectir sobre a controvérsia vida de um primo meu. O primo Mambuene foi e é um homem corajoso com muita criatividade. Tanto na vida estudantil como trabalhadora funcionou com vigor e vivacidade para conseguir um futuro melhor. Ele foi ainda na época colonial um dos primeiros jovens do Béu que deslocou-se para Maquela prosseguir conhecimentos escolares no secundário. Contudo foi também entre os primeiros jovens que deslocaram-se para Luanda à procura da vida, isto antes da chegada da revolução. O primo Mambuene Xavier teve uma fama na minha comuna do Béu, vistos os actos da bravura pelos quais foi sempre identificado. Ainda me lembro que foi o primeiro jovem, negro colonizado a aterrar de avião na pista do meu Béu, vindo do município.

A chegada da revolução encontrou-lhe em plena vida em Luanda. O facto de ser natural do norte causou-lhe problemas no seio da sua vizinhança uma vez que carimbaram-lhe com o selo da FNLA. Dali teve que salvar a sua vida, depois de um longo período de refúgio em casa de um certo bondoso. Uma vez que chegou na sua terra natal, a sua presença foi logo notificado. Ele passou mais tempo da sua vida em Luanda comparando com a da sua adolescência no Béu. Quando lá voltou, Béu já não tinha a perspectiva que ele conhecera. Havia um crescimento demográfico que não imaginaria pois muitos primos, tios, enfim familiares que há longos refugiaram para o Congo regressaram na nossa terra. Na altura viver no Béu era tão doce que em qualquer cidade de Angola. Conhecer seus familiares que reforçaram o volume das aldeias inspirava uma doçura nos miolos do cérebro. Os mercados eram superlotados com jovens e nómadas comerciantes que ofereciam produtos variados. O próprio ar atmosférico era aromatizado com o perfume das belíssimas garotas que enchiam as três picadelas do Béu, mas as de Maquela, Kibocolo, Kuilo e Sacadika também reforçavam o brilho.

No Béu, o meu primo Mambuene foi um entre os activistas que organizaram protocolarmente a chegada do MPLA, sobretudo do primeiro contingente militar que por lá passara. Ele tinha mobilizado massivamente a criançola em torno da OPA. Quém no meu Béu não se lembra ainda aquela impressiva marcha que os pioneiros demonstraram numa das manifestações do 1. De Maio. Isto é a verdadeira vida do primo Mambuene Xavier. Todo mundo sabia que tem um coração cristalizado e decorado com as cores do MPLA. Para além da sua filiação, meu primo merecia o cartão número um dos fanáticos do MPLA, que adorou.

Apois a normalização da situação política em Angola com o MPLA a governar totalitariamente a nação com a famosa ideologia marxista-leninista o primo Mambuene tinha trabalhado como bom patriótico na educação. Ainda revejo-lhe percorrer as picadas de Kissama, Muxima até Mombondo com suas motorizadas empoeiradas. Ele trabalhou como coordenador municipal da educação, desfilando dias e noites as terras batidas de Kissama-Luanda só para ver as crianças deste com uma digna educação. Meu primo nunca gostou de candonga, nunca praticou bajulação, também odiava a corrupção em todas as formas. Ele acreditou completamente e totalmente no MPLA que se tornou fiel mas cego fanático. Para ele o movimento dos camaradas era uma santa estrutura, onde não se cometia erros e que tudo era somente brilho. Ainda me lembro certas vezes que vinha em missão de serviço para levantar a verba dos educadores. Não se importava chegar em casa visitar a família porque pensava estar em missão e não férias. Muitas vezes arriscou a sua vida quando era sucessivamente assaltado pelos bandidos que muitas vezes desarmavam-lhe as verbas e as motorizadas. Quantas vezes ficamos sem comer (jejum da sua fidelidade) só porque o primo foi assalto? Ele se preocupava mais com as motorizadas que eram-lhe desarmadas que da sua vida. Ele teve mais de 10 motorizadas da educação mas hoje anda a buti como eu. De década em década sempre de motorizada, mesmo quando formou-se a província do Bengo e passou da educação para um novo projecto da ODP e Brigadas da vigilância. Meu primo trabalhou fielmente confiando a sua alma no MPLA porque nele acreditou. Quando chegou o vento da democracia e o MPLA já não precisou dele. Assim perdeu seu trabalho sem nenhum reconhecimento.

Hoje, desiludido e amargurado pela pílula que lhe foi administrada pelo Partido do Trabalho que o condenou ao desemprego. Tem desenrascado sua vida fazendo biscates nos bairros da periferia de Luanda. O MPLA já não se lembre dele, e ele, mesmo magoado continua cavando talvez que encontre um dia os restos de ossos, já que os churrascos foram devorados pelos membros da elite. Muitos (membros do BP como cabolas) ainda hoje vivem a decepção imposta pelo MPLA e continua orando que haja milagres, portanto o enriquecimento é para os outros eeeee…

JDNsimba©2010publ/014

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A GLORIOSA ENTRADA NO TUNEL APOCALIPTICO DO MPLA

Eu não vou capitular na tentação de encarar as minhas declarações como profecias. Nem tão pouco os apalusos de amigos leitores nem as duras criticas de certos poderão empurrar-me neste buraco. O que eu verbalizei foi um resultado de várias observações e análises de situações económicas e políticas que abalam a realidade histórica na qual vivemos. Não sou analista político e não gostaria de ser político mas acredito ser animado duma paixão para com o povo angolano que permite-me compartilhar o sofrimento deste povo. Não acredito ser tão crítico como outros conotam-me pois tenho sempre aquela inclinação sugestiva e ver Angola emergir da pobreza para mergulhar na prosperidade é o maior desejo da minha visão, sendo parte activa da sociedade.

Escrevo porque sinto-me estimulado pelo sofrimento. Sofro porque carrego no meu dolorido coração uma dose de amor para com Angola. Não me considero de patriótico mas penso e tenho procurado ser um bom cidadão, capaz de representar dignamente Angola tanto dentro como fora do espaço territorial. De jornalista não tenho mas tenho boa consciência de angolanidade.

Uma vez declarei: ‘’Talvez chegou o momento para o governo de Luanda ouvir a voz (reclamações, propostas, críticas, choros...) do povo, pois querendo como não, vamos num futuro muito próximo entrar no périodo apocalíptico do movimento dos camaradas. Portanto há possibiliades para que se evitasse...’’

2010, A PROFUNDA PENETRACAO NA AUTO-DESTRUCAO

O governo angolano tem dias contados para acarretar a nação a penetrar o ano 2010. O próximo ano será o segundo num mandato de quatro anos, desde que foi pronunciado o resultado das eleições ditas livres e justas. 2010 será um ano que Angola vai manifestar o seu poderio económico face do mundo, uma vez a realização de Campeonato Africano de futebol será um instrumento de marketing para que brilhasse o espelho de Angola. 2010 vai acarrear sucesso mas também confrontações políticas. Neste ano a UNITA e a oposição vão pressionar o sistema para democratizar-se já que as presidenciais são um sonho como anunciei. Ela vai incrementar um trabalho penetrante para impedir a candidatura de JES nas presidenciais de 2012. Em 2010 o MPLA vai tentar com toda energia aneantir as pressões da opisição para manter o marxismo, dando tempo ao JES para reforçar a sua teoria de substituição à presidência, em vez de eleições livres. Acredita-se que em 2010, o Presidente reeleito do MPLA e não eleito da nação vai continuar a dirigir o barco como sempre: sem planos, iniciativas e mesmo sem nova visão. O CAN será uma forte publicidade para o PR uma vez os turistas para CAN serão controlados nas zonas embelezadas pela mágica mão do MPLA, sem possibilidades de visitar os bidons-villes angolanos como Katambor, Kazenga, Sambizanga, Kassenda. Eles não serão permitidos de nadar nas águas da chuva que se aglomeram nas ruas da Samba, Palanca. Mesmo as famosas quatorzinhas que decorem as ruelas de Luanda prostituindo serão deslocadas numas zonas fora do alcance de visitantes com desejo de distribuir o imortal vírus. Os acontecimentos de2010 provarão numa clara prisma a crise do e no MPLA.

As construções como moeda eleitoral vão conhecer ainda um boom em Luanda. O governo que não vai conseguir realizar as promessas de 4 casas(?), vai tentar erguer edifícios de altas qualidades para colmatar a falha númerica, usando assim a qualidade como justificativo. 2010 será um ano de trabalho para o Partido do Trabalho que vai construir numerosas habitações e estradas de poucas qualidades nas provincias só para avaliar a fidelidade do povo para com MPLA.

Eu já anunciei a chegada da crise do MPLA mas parece-me que fui enganado dizendo que num futuro próximo o movimento dos camaradas será em crises. Parece que o próprio MPLA (estruturas e membros) está apertando a gatilha para ferozmente penetrar o seu périodo apocalíptico. 2010 será o momento, o ano que assistiremos uma profunda crise e confusão no MPLA. Haverá uma aguda contradição na interpretação e aplicação das leis fundamentais do MPLA entre os membros históricos (os da era da fundação, que participaram na revolução, os conservadores) contra os membros progressistas (os que fazem parte na nova história do MPLA encabeçada pelo JES) e finalmente contra os membros democráticos (novos membros vindo do exterior, membros de alas democratizadas). Haverá também grandes pressões entre as familias e clãs privilegiados que com suor vão procurando monopolizar o movimento e infiltrar seus membros para proteger o futuro do movimento e as forças de familias e clãs. A oposição sem cultura da oposição vai continuar a nadar nas mesmas águas sujas sem nenhuma expressão, uma vez vai continuar dependendo financeiramente do MPLA. A oposição será ainda fragilizada uma vez a segurança vai infiltrar-la e corromper muitos membros para causar dores à verdadeira oposição/leadership que procure aperfeiçoar condições do angolano. 2010 trará um crescimento númerico da miníuscula oposição angolana do exterior mas a já existente terá mais consideração tanto em Angola como nas instituições internacionais. Em 2010 haverá mais levantaduras de vozes não só da oposição política mas que a liderança eclesiástica vai ganhar consciência e coragem denunciando as injustiças, exclusões, convidando o governo a conscientizar-se.

A nova política anunciada de Tolerância Zero é sinal de apatia no MPLA. Este programa certifica a existência da crise no movimento e vai acarretar à superficie muito mais confrontações internas. Em 2010 teremos mais processos judiciários de dirigentes do MPLA, que um depois outro serão acusados, denunciados, exonerados definitivamente e abolidos à vida política. Sendo um programa estabelecido para eliminar premeditadamente certos alistados elementos do Movimento, a corrida em desabando na floresta do MPLA fará-se sem direcção, uma vez cada membro da selva será perturbado pelo grito inoportuno do rei no instante inesperado. Esta tolerância zero vai originando murmures, descontentamento e uma revolta silenciosa entre os influentes membros do partido, dali o contrapeso do balanço será claramente vista e sentida. Noutra parte esta tolerância zero agudizará ainda o isolamento da família presidencial, que irá socialmente distanciar-se do povo.

O pior elemento que testemunha as crises do MPLA é a criação de um ministério específico para a segurança presidencial. Este erro estratégico é também monumental que poluirá toda circulação respiratória, que vai navegar nas células da Defesa, Interior e Segurança angolanas. A criação deste ministério não vai modificar o sistema da segurança angolana já debilitada apois da deflagração do império da segurança montado por Garcia Miala. Este ministério traduz o desespero do PR, que cada vez mais vai isolando-se dos seus púpilos do movimento. O PR que já não conta com ninguém e não confia nenhum membro do seu partido está cavando uma toca onde vai-se camuflar contra qualquer conspiração de cobras que o movimento tem criado. Sabendo que, é quase impossível que se estenda este ministério em todo território de Angola mas que vai actuando talvez nas grandes cidades de Angola e no exterior deixando assim uma grande vaga para que a policia e a defesa cobrem. Ao criar este ministério Eduardo dos Santos colocou-se uma corda no pescoço. Na verdade facilitou os pescadores de poder cozinhar o bagre usando a sua própria água (ngola mumaza mandi kalambiluanga) como diria o meu velho.

O que simboliza na realidade a criação deste ministério? Vejamos:

- Como já disse, a criação deste ministério não vai adelgaçar os problemas mas vai aumentar-los. Pelo facto de não na realidade ser um corpo da segurança nacional, pois é um ministério para a segurança pessoal vestido de um estatuto nacional. JES está muito inquietado com a sua própria segurança e procura proteger-se primeiramente contra seus inimigos dentro do MPLA. Tenho a certeza que se depare neste grupo generais do Exército e da Policia, para além de membros efetivos do MPLA incluindo a própria sombra do Presidente. Como agudizou-se a desconfiança, assim o isolamento vai elasticar-se cada vez. JES que já não encontra eficacia na sua segurança com cintura cubana prefere alimentá-la com mais cinturas, pois a sua família cresceu tanto numericamente como financeiramente.

- Pelo facto de arquitetar este ministério para a segurança pessoal, o presidente será chamado a investir mais neste ministério uma vez vai garantir-lhe mais esperança, longa vida e mais power. Este ministério vai beneficiar dum tratamento especial, tendo um equipamento moderno, sofisticado e condições socio-laborais apetrechadas com luxos. Portanto a defesa e o interior serão negligenciados com possibilidade de ser num futuro desarmados. Dalí haverá invejo, ira, competição, revoltas e vinganças. A Policia para sobreviver irá castigar o demunido povo. Militares vão opôr-se aos políticos e vão multiplicar emboscadas contra esta segurança. Aproxima-se assim ao descalabro e caótico!

- A criação deste ministério interpela o político angolano assim como o povo deixando escapar uma forte mensagem que diz: JES não é disposto a deixar o poder nem abandonar a política. Como não está disposto a democratizar o sistema governemental e o seu partido, acredita-se talvez o cenário da substituição é mais viável. Esta mensagem é uma declaração duma guerra feroz contra a oposição, sabendo que o MPLA nunca oferece a possibilidade de cohabitação com ninguém. Isto implica que o MPLA, mesmo cego vai combater a UNITA e a FNLA até o desaperecimento físico destes, salvando os partidos satelites criados pelo MPLA.

- A criação deste ministério pode também provar que o substituido será um membro familiar, próximo do Presidente. Provavelmente o substituito não será um primo mas talvez um dos filhos, por isso não só poderá herdar a presidência mas também a segurança da familia e clã Eduardista. O cenário da substituição basea-se na melhor proteção da riqueza familiar contra qualquer congelemento, repatriamento financeiro ou mesmo nacionalização. Este ministério vai servir-se de fortaleza protetiva contra outros poderosos clãs angolanos em competição aos Santos. Substituir-se por um membro fiel do partido não oferece muita segurança uma vez JES é muito alertado do cenário entre Tony Blair e Gordon Brown, preferindo um estilo dinástico ou royal.

- A criação deste ministério também prova que o MPLA não pensa ainda democratizar-se. Que JES não quere nada com a democracia uma vez jurou a fidelidade à bandeira vermelha do movimento leninista. Se Neto negou trabalhar com Holden e Savimbi não serei eu a trabalhar com angolanos com esquisitos nomes como Kabango e Samakuva. Esta mensagem é também para aqueles membros do MPLA que pretendem ser democráticos ou com uma ideologia diferente da inspiração de Karl Marx. A criação deste ministério anuncie uma nova etapa histórica na governação de Angola e o inicio duma nova história do MPLA sub comando de JES (desmarcação ao MPLA de Viriato da Cruz ou de Neto).

- A criação deste ministério designa mais investimento para o militarismo angolano. Que o rendimento angolano nunca será dividido entre angolanos de todas as camadas mas nas estruturas especialmente escolhidas do MPLA e que o povo angolano deve ter paciência de viver com migalhas. Para os povos de longe como no meu Béu, que só conheceu governo activo no tempo colonial, já não há esperança de ver as estruturas do MPLA ou de outros em funcionamento. Para as provincias classificadas ao colégio da exclusão social significaria mais sofrimento e retrocesso económico. Este ministério terá talvez um estatuto similar da DISA, que foi um instrumento de repressão popular. JES pretende dinamizar a sua posição de influência (tão contestada) não só em África central mas em todo o continente.

- Talvez a criação deste ministério é uma oficialização de estatuto de ditador, porque todos ditadores africanos que o continente já conheceu acabaram por criar forças especiais para reprimir qualquer resistência dos povos mas também para controlar a acção da Policia nacional como das forças armadas e do palco político. Este é uma alerta ao povo e aos generais revoltosos. Esta criação ministerial significa também último suspiro do Presidente, que vive nas incertezas na sua estadia presidencial.

2010 anuncie-se com mais espectáculos políticos! e o MPLA vai resistindo a sua autodestruição num longo processo.


JDNsimba©2009publ/103

DOS HEROIS DO FUTEBOL ANGOLANO AO LUTO TOGOLES

Cada dia que vai-se acordando sob o solo angolano, aproxima-se a concretização do sonho angolano na realização do Campeonato Africano do futebol que será disputado em quatro províncias. O angolano esta mesmo ansioso de descobrir as grandes estrelas do futebol africano tanto os que ainda joguem no continente como os ditos mercenários do futebol.

A quém solicitou-me para que dedicasse uma meia página no jogo da corrida à bola da nossa banda. Esta tarefa não me foi fácil porque, embora as memorias, os meus olhos perderam o gosto de ver enrolar a cabedal num campo com uma relva invitaminosa com verdes multicores, onde o campo parece que perdeu alguns centímetros e mesmo metros. Não consigo digerir como a politica da exclusão afecta muitas zonas angolanas onde a cultura de futebol tem sido natural. Nas terras onde futebolistas emergem não só desde campos mas talentosos natos. Essas zonas não têm campos relvados e a criançola já não tem gosto de caçar a bola. Mesmo antes que eu terminasse esse texto foi-me informado de ataque que a selecção togolesa sofreu no Massabi. Como já apresenta-se riscos para esta propaganda política, torna-se impossível debruçar sobre a situação histórica do nosso futebol no presente.

Pensando dos nossos heróis, dedico aplausos aqueles heróis do mercado futebolístico angolano que souberam desde a primeira hora defrontar a selecção de Cuba. Lembrei-me do nosso Professional António Dinis e Arménio, o ‘’magic man’’ do Futebol Clube do Uíge. Reconhece-se que a famosa dualidade entre ANGOLA-CUBA não tinha um alto nível de futebol mas com uma significação histórica, dando mais era a primeira hora de momentos de futebol depois da colonização. Já tivemos jogadores de qualidade, que infelizmente jogaram numas épocas onde havia turbulências políticas que dominaram o futebol nacional.

Tivemos jogadores com carácter inexplicável como Chico Dinis, Santo António do Progresso. O franzino André do 1. De Maio de Benguela que também constou entre os melhores defesas do continente, Gonçalves, o barrigudo da Taag. Havia jogadores com nomes que se diria cómicos como: Batata, Jindungo, Chiby, Sayombo e Maluca. Jogadores com especiais ‘‘brands’’ como Ndongala com as famosas cortas, Alves do 1.de Agosto que tinha um quinhão tão poderoso, os arranques de Eduardo Machado como do seu irmão João Machado, a velocidade de Ndungudi e a maestria de Lufemba. No Progresso havia a presença de Zandu o indisciplinado do Progresso e Silvino o anão da mesma equipa. Sarmento e Fusso, ambos do 1. De Maio eram fantásticos.

Em muitas cidades africanas ainda se fala de certos jogadores angolanos que marcaram a história do futebol africano devido as altas prestações que tiveram em diferentes estádios de diversos países. Assim em Kinshasa quando se fala do futebol angolano, os curiosos ainda perguntem sobre Napoléon (como é lá conhecido). Os congoleses falam do misto de Luanda que lá jogou mas também da Taag que lá foi eliminada quando o guarda-redes Kuba falhou concretizar um penalte. Jesus do Petro também deixou uma marca em Kinshasa como em Douala/Camarões. Em Gana ainda pergunta-se o ‘’danger man’’ António Vicy dos Construtores do Uíge, que lá representou com o 1. De Maio de Benguela. Ainda Imbeloni, antigo técnico argentino dos Leões de Luanda não cansa falar de Vicy. Em Vietnam ainda se fala de Nsuka e em Moçambique fala-se de Mavó. Nos Camarões quando o Petro foi eliminado contra Canon pelo arbitro: o cidadão zairense Mbamu que tinha exigido ao Petro uma fortuna avançada em dólares. Embora isto, os nomes de Lufemba e Jesus marcam ainda a memória desportiva desta nacao.

Tivemos alguns nomes que com toques mágicos desenvolveram em diferentes países europeus como António Dinis, Savedra, Mendinho, Abel, Maluca e tivemos o Vata que foi ballon d’or, depois numa temporada ser galardoado por melhor goleador, cuja taça se encontre ainda com o PR, JES. Entre eles realça-se os nomes de Mendinho, Mantorras, Dinis mas Vata é indiscutivelmente o melhor de todos angolanos ate hoje. Tivemos grandes treinadores angolanos como Chico Ventura da Taag, Smica do Inter, Dikizeko do 1. De Agosto e outros. Conhecemos também bons treinadores estrangeiros como o Dr António Clemente, Imbelloni mas também aventureiros como Skoric e co. As grandes equipas da época eram Nacional de Benguela, Desportivo de Benguela, Mambroa e Petro do Huambo, Construtor e Futebol Clube do Uíge, Sagrada Esperança, Ferrovia da Huila, Inter da Namibe, Taag, Progresso de Sambizanga, Leões, 1. De Agosto, Petro de Luanda, 1. De Maio de Benguela etc.

Quase todas províncias presentes na nossa Girabola tinham jogadores de alto calibres. Temos em memórias jogadores como Capelo, Mendinho (que veio de Maxinde para mais tarde jogar em Portugal) e o capitão Raúl. No Huambo, Savedra (que também jogou em Portugal) era pequeno deus mas também havia Ralph, Lutukuta e outros.

Os Zé-Kalanga e outros vão surgindo…. (artigo voluntariamente não finalizado. As nossas condolências a selecção togolesa).

JDNsimba©2010publ/102

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

LUPA BIBLICA: A CONSCIENCIA

Como sabeis, o homem é constituído por três partes que são: o corpo, a alma e o espírito. O Cristianismo (que altamente se difere da religião) ensina-nos que o homem criado é um ser espiritual que tem uma alma e que vive num corpo.

Cada parte desta composição do homem tem funções e cada tem subdivisões. Tal como o corpo tem vários membros que se completam nas suas operações de forma divina. Na alma do homem encontra-se a consciência, sentimentos e o desejo.

Prov 20:27
A alma do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o mais íntimo do ventre.

A consciência é a parte da alma, onde reside a capacidade intelectual do homem porque nela o homem recebeu o poder de pensar, analisar, reflectir, decidir etc. O intelectualismo é uma graça que o ser humano recebeu do seu Criador, Deus Poderoso mas ele deve ser exercido para poder desenvolvê-lo e alimentado com informações.

A alma do homem é a lâmpada que permite aclarar o interior como o exterior de cada indivíduo. Todo homem tem a capacidade de ver a luz que elucida seu interior. Isto significa que o homem tem consciência de observar-se (comportamento, reacções, acções etc). O homem é senhor dos seus actos, acções e planos. O homem tem capacidade de desenvolver-se tanto fisicamente como moralmente. O homem pode investir-se para o seu próprio progresso. De tal forma que a sua lâmpada oferece certamente uma clareza aos seus arredores. Este homem pode influenciar seus arredores, quer dizer; pode mudar, modificar e afectar as circunstâncias da sua volta, o seu meio social e a sociedade em geral.

Eu tenho sempre prescrito que cada homem tem direito aos erros, porque com erros o homem aprende a corrigir-se. Os erros garantem um progresso uma vez entendemos que eles são um fatalismo e que oferecem-nos novas possibilidades de seguir outras vias para não cometer os precedentes erros. Os erros não são obstáculos. A consciência tem um poder de transformar a sociedade tanto positivamente como negativamente, dependendo do moral, civismo mas sobretudo da qualidade das informações que investimo-nos.

Como o cérebro colabora com outros membros do corpo para completar várias tarefas assim também a consciência colabora com outros membros e organismos para realizar de forma adequada missões que o homem pretende cumprir. A consciência coloque o seu plano através a boca que exprime o desejo do homem para que o resultado da observação, de análises e das conclusões possa demonstrar aos outros o que se deseja fazer, realizar, enfim as intenções!

A língua exprimida é a simples exposição do desejo do coração humano. O falar do homem pode ter cores, cheiros, graus e outras tendências. Este efeito faz com que uns homens tem uma linguagem bruta ou venenosa porque só pensam causar dores, dificultar a existência de outros mal usando o poder politico, financeiro, militar, económico etc, para dominar até escravizar outros. Essas perderam a luz da consciência uma vez excluíram-se de pensar correctamente devido a falta de amor, fé, patriotismo, civismo, educação, quase perderam a sabedoria uma vez a lâmpada da alma não opera naturalmente. Essas pessoas foram corrompidas, manipuladas ou mesmo completamente desviadas, perderam a sensibilidade e gostam de regozijar-se com o sofrimento, miséria de outros.


Prov 17:7
Não convém ao tolo a fala excelente: quanto menos ao príncipe o lábio mentiroso!

Qualquer que seja a qualidade da nossa linguagem, o homem pode se enganar, cometer erros ou mesmo mentir. Uma coisa que aprendi na vida o homem não pode mentir ao seu Médico, seu Advogado e seu Pastor. Portanto quém quiser morrer pode e bem mentir ao seu doutor. Quém quiser ser preso pode também mentir ao seu advogado e quém quiser perder a sua paz e salvação pode mentir ao seu pastor. Querer como não, nenhum homem pode mentir a sua própria consciência como nenhum ser humano pode mentir ao seu Criador. Podemos jogar todo tipo de hipocrisia mas para aldrabar ao Senhor não temos possibilidade nem capacidade.

Os angolanos que aldrabem a população, jogando o papel de dirigentes, governantes e politiqueiros são conscientes das suas obras. Eles podem não aceitar isso publicamente mas são conscientes que são aldrabões! Mentirosos e são auto-conscientemente julgados pelas suas consciências.

E mesmo indecente para um dirigente de usar a mentira como arma de trabalho. Quantas vezes prometeram-nos o bem-estar social e todo tipo de desenvolvimento? Uma coisa é certa, que a mentira não tem longas pernas. Contudo é mesmo triste ser dirigido por elementos inconscientes. Os inconscientes não tem lâmpadas de vida acesas, eles vivem no obscuro e mantêm-nos na escuridão, assim temos dirigentes que só sabem prometer.

A inconsciência não é só a moléstia de políticos mas qualquer cidadão que não respeita as leis, que não aplica as normas e que desconhece o amor da pátria, do próximo e que perdera a luz da sua alma é inconsciente. A inconsciência é a maior causa do retrocesso do continente africano. A inconsciência obriga dirigentes africanos a penetrar e usar a ditadura, a cléptocracia e desviem as riquezas para depositar em bancos europeus, esquecendo que estão perdendo tudo em detrimento do velho continente, condenando assim continuamente a África na miséria.

Que a verdade seja a nova língua dos angolanos em 2010, pois a política da mentira, da corrupção já falhou e tem falhado.


JDNsimba©2010publ/011